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5. Características Físicas dos Óleos Lubrificantes


Ao se analisar um lubrificante, procura-se, em laboratório, encontrar um meio de reproduzir as condições
práticas a que são submetidos os produtos em estudo, a fim de que daí resulte um número ou uma indicação
que permita uma pré-avaliação de desempenho desses produtos. Muitas vezes não se consegue essa
reprodução e, nesses casos, lança-se mão de ensaios empíricos cujos resultados têm valor meramente
comparativo. Com este espírito, existe uma grande quantidade de teste de laboratório procurando cobrir
toda a série de informações sobre lubrificantes de que a tecnologia necessita para indicação e aplicação do
produto certo no lugar certo e acompanhamento do seu desempenho durante seu uso nos equipamentos.

5.1. Densidade

Densidade é a relação entre o peso de dado volume da substância considerada a determinada temperatura
e o peso de igual volume de água a 4ºC.
Peso específico (PE) é o peso da unidade de volume da substância considerada em g/ cm3 ou kg/ l. Na
prática, para medir a densidade dos líquidos, usamos os densímetros ou picnómetros, que já nos dão leituras
diretas à temperatura convencionada, que é de 20/ 4ºC. Isto significa que o volume do produto é considerado
a 20º C em relação da água a 4º C. Outro sistema muito utilizado é o da Densidade em graus API a 60/
60ºF, e que pode ser convertida à densidade normal pela seguinte tabela:

API DENSIDADE API DENSIDADE API DENSIDADE


10 1,000 27 0,893 44 0,806
11 0,993 28 0,887 45 0,802
12 0,986 29 0,882 46 0,797
13 0,979 30 0,876 47 0,793
14 0,972 31 0,871 48 0,788
15 0,966 32 0,865 49 0,874
16 0,959 33 0,860 50 0,780
17 0,953 34 0,855 51 0,775
18 0,947 35 0,850 52 0,771
19 0,940 36 0,845 53 0,767
20 0,934 37 0,840 54 0,763
21 0,928 38 0,835 55 0,759
22 0,922 39 0,830 56 0,755
23 0,916 40 0,825 57 0,751
24 0,910 41 0,820 58 0,747
25 0,904 42 0,816 59 0,743
26 0,898 43 0,811 60 0,739

É importante não esquecer que a densidade em API cresce. Como a densidade varia com a temperatura,
como já dissemos acima, as leituras devem ser feitas à temperatura convencionada ou os valores deverão
ser corrigidos por meio de tabelas já calculadas e que facilitam o trabalho.
A principal aplicação da densidade está em podermos transformar rapidamente fórmulas dadas em %
volume, para fórmulas expressas em % peso e vice versa, ou então transformar kg em litros, ou toneladas
em m3 de produto. A densidade também nos pode dar alguma indicação sobre a natureza do produto, pois
sabemos que óleos parafínicos têm densidade menor do que óleos naftênicos (ou, pelo contrário, mais alta
densidade em 0 API) desde que estejam na mesma faixa de viscosidade.
Num óleo usado, o aumento da densidade O API indica diluição por combustível. Um aumento pode indicar
presença de fuligem ou hidrocarbonetos oxidados. Evidentemente há necessidade de confirmação por
outras provas, pois as causas da mudança de densidade podem anular-se às outras.

5.2. Cor
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A cor de um óleo já foi considerada importante indicação de sua qualidade. A maioria dos óleos produzidos
por destilação era de cor pálida ou avermelhados por transferência, isto é, contra a luz, enquanto os óleos
contendo base residual eram verdes ou pretos.
Nos óleos naftênicos observa-se ainda comumente uma fluorescência, isto é, contra a luz, enquanto os
óleos contendo base residual eram verdes ou pretos. Nos óleos naftênicos observa-se ainda comumente
uma fluorescência azulada e, nos parafínicos, esverdeada (luz refletida).
Entretanto, a variedade e complexidade dos processos tecnológicos de refinação e o emprego de aditivos
tornaram inaplicáveis tais generalizações e a adoção do critério da cor como índice de qualidade ou tipo de
óleo.
Contudo, como critério de uniformidade, a cor ainda figura na maioria das especificações de óleos e é
observada pelos fabricantes, dado o efeito psicológico que uma alteração pronunciada nesta característica
pode exercer no consumidor e tem a utilidade de poder acusar, em determinados casos, contaminação do
produto durante sua manipulação.
Para a determinação da cor de produtos de petróleo por transmissão existem vários aparelhos
correspondentes a métodos de ensaio padronizados, geralmente consistindo na comparação da cor
(intensidade e matiz) de uma camada ou coluna de óleo fixa, com uma série de vidros coloridos, ou de uma
coluna de líquido de altura variável com um ou poucos vidros coloridos padrões.
Um dos mais empregados é o Colorímetro ASTM (D1500) consistindo de uma fonte de luz, vidros coloridos
padronizados, recipiente fechado com a amostra e um visor.
A amostra é comparada com várias cores padronizadas e numeradas de 0,5 a 8. A cor padronizada que
mais se assemelhar a da cor da amostra indicará o número de cor ASTM.

5.3. Viscosidade

A viscosidade é a mais importante propriedade física dos óleos lubrificantes derivados do petróleo. É a
medida da característica de como o óleo flui. A mecânica de estabelecer uma película lubrificante adequada
depende, em grande parte, da viscosidade.
Para avaliar a viscosidade um óleo numericamente, quaisquer dos vários testes padrões podem ser usados.
Embora esses testes difiram por terem maior ou menor riqueza de detalhes eles medem o tempo necessário
em que uma determinada quantidade de óleo, a uma temperatura estabelecida, flui, por gravidade, através
de um orifício ou estrangulamento de dimensões especificadas. Mais espesso o óleo, maior será o tempo
necessário para a sua passagem.
O controle rigoroso da temperatura do óleo é importante. A viscosidade de qualquer óleo de petróleo
aumenta quando o óleo é resfriado e diminuí quando o óleo é aquecido. Por esta mesma razão, a
viscosidade de um óleo deve ter sempre o seu valor acompanhado da temperatura em que a viscosidade
foi determinada. A viscosidade, pelo seu valor somente, não significa nada.
Os dois métodos mais comuns de testar a viscosidade de um óleo lubrificante são o Saybolt e o Cinemático.
Destes, o Saybolt (ASTM D88) é o mais simples. Contudo, o Cinemático (ASTM D445) é geralmente
considerado mais acurado. Há também os métodos Redwood e Engler, que são largamente usados na
Europa. Cada método de teste tem o seu próprio aparelhamento - viscosímetro.

5.3.1. Aparelhamento

O viscosímetro Saybolt Universal é usado para óleos de viscosidade baixas ou intermediárias. Consiste num
recipiente cilíndrico, onde a amostra de óleo é colocada em um frasco receptor colocado abaixo dele para
receber e medir o óleo descarregado do recipiente, pelo qual o óleo flui. Este fluxo é interrompido ou iniciado
por meio de uma válvula.
O recipiente, contendo a amostra, dispõe de uma camisa d'água para facilitar a manutenção da temperatura
constante. A temperatura é controlada por dois termômetros; um no óleo e outro na água da camisa. Para
ajustar a temperatura, uma fonte externa de calor é aplicada ao banho de água. O tempo do fluxo de óleo
no receptor é medido com um cronômetro ou aparelho semelhante.
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Para óleos muito viscosos, é usado o viscosímetro Saybolt Furol. Este aparelho difere do Saybolt Universal
somente no orifício de escoamento de óleo que, naquele, é maior. Isto reduz o tempo do fluxo quando se
trata de óleos pesados, que pode ser medido sem dificuldade.
Com óleo à temperatura do teste usualmente 40ºC (100º F) ou 100ºC (210º F) a passagem do óleo é
permitida do recipiente para o frasco receptor. Isto é feito abrindo-se a válvula do orifício do recipiente. O
tempo, em segundos, decorrido para o fluxo de óleo encher o frasco receptor que tem uma marca indicando
60cc, é medido. Este tempo é a viscosidade Saybolt.
A viscosidade Saybolt pode ser assim representada:
x - Segundos Saybolt Universal a 40ºC ou SSU 40ºC
y - Segundos Saybolt Universal a 100ºC ou SSU a 100ºC
z - Segundos Saybolt Furol a 40ºC ou SSF a 40ºC
w - Segundos Saybolt Furol a 100ºC ou SSF a 100ºC
Quanto maior o número que expressa a viscosidade, mais viscoso é o óleo. O Viscosímetro Cinemático é o
mais utilizado por ser o mais preciso e permitir seu uso em qualquer fluído, seja uma tinta, seja um solvente,
etc. O viscosímetro consiste de um tubo de vidro que varia em função da viscosidade estimada do fluído e
do seu aspecto (transparente ou opaco). A viscosidade Cinemática é o tempo que um determinado volume
de líquido flui, por gravidade através de um tubo capilar.
Sua unidade é o centistoke (cSt). O viscosímetro, dependendo do seu tipo, é preenchido com o óleo a ser
testado, levado a um banho para normalizar as temperaturas do viscosímetro e do óleo (40ºC ou 100ºC).
Depois de normalizada a temperatura, o óleo ainda dentro do banho, é deixado fluir através do tubo capilar
do viscosímetro até pontos determinados. O tempo de escoamento é medido (em segundos) e multiplicado
por uma constante. Esta constante é previamente calculada e se refere às variações dimensionais do
viscosímetro.
O resultado desta multiplicação será a viscosidade Cinemática.
Viscosidade Cinemática, cSt = CT
C = Constante do viscosímetro em cSt/ S.
t = tempo de escoamento, em segundos.
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Atualmente todos os lubrificantes industriais são especificados com viscosidade Cinemática, conforme a
norma ISO.

5.3.2. Interpretação dos Resultados

A Viscosidade é, muitas vezes, o que primeiro se leva em consideração na seleção de um lubrificante. Para
lubrificação mais eficiente, a viscosidade deve estar conforme a velocidade, carga e condições de
temperatura de um mancal a ser lubrificado. Maiores velocidades, mais baixas pressões e menores
temperaturas requerem óleos de viscosidade mais baixa. Um óleo mais pesado do que o necessário pode
resultar numa fricção excessiva do fluido e cria arraste desnecessário. Menores velocidades, maiores
pressões ou temperaturas mais altas, por outro lado, requerem um óleo que proporcione um filme resistente
necessário para agüentar a carga e dar necessária proteção às superfícies em contato. Por estas razões,
os testes de viscosidade têm um papel importante na determinação das propriedades de um óleo lubrificante.
Além disso, as conclusões mais diretas e mais óbvias para julgar a viscosidade de um óleo dependem,
contudo, de certas informações que também sejam disponíveis. Uma vez que a viscosidade de um óleo
lubrificante é determinada pelo corte na sua temperatura de destilação, parte daí que há uma relação
aparente na viscosidade e na volatilidade. De um modo geral, os óleos mais leves têm maior volatilidade –
mais suscetíveis de evaporar.
Sob alta temperatura, portanto, as condições de operação podem mudar e isso deve ser levado em
consideração quando se usa um óleo de certa viscosidade, porém, volátil. Ainda que o significado do teste
de viscosidade tenha sido considerado do ponto de vista de óleos novos, esses testes têm também lugar
para avaliação de óleos usados. Os óleos drenados dos cárteres, dos sistemas de circulação e das caixas
de engrenagens são, muitas vezes, analisados para determinar seu aproveitamento para outro serviço ou
para diagnosticar o desempenho defeituoso de uma máquina.
Um aumento da viscosidade durante o serviço pode, muitas vezes, indicar oxidação, as moléculas do óleo
aumentam em seu tamanho e isto faz com que o óleo fique espesso. Quando a oxidação atingiu um ponto
de causar um aumento sensível na viscosidade, é sinal de que houve apreciável deterioração do óleo.

5.4. Índice de Viscosidade


Os líquidos têm uma tendência de reduzir a viscosidade quando aquecidos e a aumentar a viscosidade
quando resfriados. Contudo, está correspondência entre a viscosidade e mudança da temperatura é mais
pronunciada em alguns líquidos do petróleo, as mudanças na viscosidade podem ter profundos efeitos no
desempenho de um produto ou sobre certas aplicações desse mesmo produto.
A propriedade de resistir às mudanças de temperaturas pode ser expressa como índice de viscosidade
(IV). O índice de viscosidade é um número abstrato, empírico. Maior IV que tenha um óleo, menor a sua
tendência a mudar de viscosidade com a mudança de temperatura. A sensibilidade de um óleo lubrificante
à variação da viscosidade em função da temperatura é fator importante a ser considerado em inúmeras
aplicações. Por esta razão vários métodos para exprimir esta sensibilidade foram propostos, mas, o mais
usual presentemente é o denominado índice de Viscosidade (IV).
O IV é, portanto com já foi dito um número empírico, que relaciona a mudança de viscosidade de um óleo
relativamente insensível (IV = 100) e é baseado nas viscosidades medidas respectivamente a 37.8 e 99ºC
ou a 100 e 200ºF.
Não obstante, é possível hoje em dia, encontrar óleos que são mais sensíveis à temperatura do que a
referência (IV = Zero) bem como outros que são menos sensíveis que a referência (IV 100) e, portanto, é,
perfeitamente normal obter valores para o IV tanto abaixo de zero como acima de 100.
O IV é calculado pelas fórmulas abaixo:

IV =L – H x 100 de onde deduzimos


L–U
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IV =L – H x 100
D

Onde:

U = viscosidade a 100ºF de um óleo cujo IV desejamos calcular.


L = viscosidade a 100ºF de um óleo com IV zero e tendo a 210ºF a mesma viscosidade que o óleo cujo IV
queremos determinar.
H = viscosidade a 100ºF de um óleo com IV = 100 tendo 210ºF a mesma viscosidade que óleo cujo IV
queremos calcular. Este valor não é mostrado nas tabelas e sim o valor da diferença D.
D = L - H e desta relação podemos, se quisermos, conhecer o valor de H em função do valor D, dado pelas
tabelas.
Abaixo, alguns exemplos de índices de viscosidade encontrados na linha de produtos de um determinado
fabricante.

Aplicação IV Aplicação IV
Motor a gasolina 120 Mancais e engrenagens 90
Motor a gasolina, sintético 180 Turbinas 95
Motor de dois tempos 95 Compressores de Ar 95
Motocicletas, 4 tempos 130 Compressores de Refrigeração 60
Motor diesel 100 Têmpera 95
Sistemas hidráulicos, aeronáuticos 200
Transmissões hidráulicas 95
Sistemas hidráulicos industriais 140

5.5. Pontos de Fulgor e de Inflamação

O ponto de fulgor e o ponto de inflamação dos produtos líquidos de petróleo são basicamente medidas da
sua inflamabilidade. O ponto de fulgor é a temperatura mínima à qual um líquido é suficientemente
vaporizado para criar uma mistura vapor-ar que se inflamará se houver ignição.
Como o nome do teste indica a combustão a esta temperatura tem somente uma curta duração (fulgor). O
ponto de inflamação, entretanto, significa alguma coisa mais. É a mínima temperatura em que o vapor é
gerado em quantidade suficiente para sustentar a combustão. Em qualquer caso, a combustão é somente
possível quando a relação do vapor de combustível e de ar permanece entre certos limites.
Uma mistura que for demasiada pobre ou demasiada rica não queimará. A prática de testar o ponto de fulgor
e o ponto de inflamação foi originariamente aplicada ao querosene para indicar a sua potencialidade de risco
de fogo. Desde então, o objetivo tem sido ampliado para incluir óleos lubrificantes e outros produtos de
petróleo. Embora seja costume indicar o ponto de fulgor (e algumas vezes o ponto de inflamação) nos dados
de um óleo lubrificante, estas propriedades não têm o significado que parece ter.
Somente em circunstâncias especiais estaria o óleo lubrificante presente a algum sério risco de incêndio.
Sendo estreitamente ligados às características de vaporização de um produto de petróleo, os pontos de
fulgor e de inflamação dão, contudo uma indicação grossa modo da sua volatilidade e outras propriedades.
O ponto de inflamação de um óleo lubrificante comum está tão intimamente ligado ao seu ponto de fulgor
que é geralmente omitido nos dados da análise. Para os produtos comerciais comuns, o ponto de inflamação
encontra-se 50°F (10°C) acima do ponto de fulgor. Os pontos de inflamação e de fulgor não devem ser
confundidos com a temperatura de combustão espontânea, que é um assunto totalmente diverso.
A combustão espontânea envolve, não somente a volatilidade, como a temperatura necessária para
precipitar a reação química - combustão - sem o auxílio de uma fonte externa de ignição. Embora seja de
esperar que um produto de petróleo mais volátil tenha um ponto de fulgor ou de inflamação mais baixo do
que um menos volátil, a sua temperatura ASTM de combustão espontânea é geralmente mais alto.
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5.5.1. Aparelhagem

No teste de ponto de Fulgor, vaso aberto Cleveland, a amostra de óleo está contida numa cápsula
de latão especificada com precisão a qual descansa sobre um disco de metal. Sob o disco coloca-
se uma fonte de calor e na cápsula um termômetro que indica a temperatura da amostra. Uma
pequena chama piloto de gás é usada para testar a inflamabilidade da mistura vapor-ar. O espaço
de tempo que a chama piloto é exposta, deve ser medido com um cronômetro.
A amostra deve ser aquecida conforme a prescrição, partindo de uma temperatura de 100°F (40°C)
ou mais, abaixo daquela do ponto de fulgor. A cada múltiplo de 5°C de aumento de temperatura a
chama piloto é passada por sobre a cápsula. O teste para o ponto de fulgor é completado quando
a chama piloto produz uma inflamação temporária na porção da amostra vaporizada.
O mesmo procedimento é seguido para determinar o ponto de inflamação. Quando a chama
produzida pela mistura vapor-ar continua pelo menos por 5 segundos, o ponto de inflamação foi
atingido. Para cada teste, é natural que os vapores devem ter livre escapamento para evitar
dissipação excessiva dos mesmos. Para melhor precisão e consistência dos resultados, o teste é
realizado usualmente em uma câmara escura de modo que a ignição possa ser prontamente
observada. O teste em vaso aberto é utilizado para derivados do petróleo que tenham Ponto de
Fulgor acima de 79ºC.

5.5.2. Fornecimento dos Resultados


O ponto de inflamação é fornecido como sendo a temperatura à qual uma chama persiste por 5 segundos
ou mais.
5.5.3. Interpretação dos Resultados
Para apreciar o significado do ponto de fulgor e do ponto de inflamação fornecidos pelo teste, deve-se levar
em conta o que esse teste mediu. Deste modo, é necessário compreender como uma mistura de combustível
e ar foi criada.
Para todos os fins, um líquido de petróleo, não queima nesse estado, mas, sim, vaporizado primeiro. O vapor
mistura-se com o oxigênio do ar e, quando houver uma concentração suficiente de vapor, a mistura pode
ser inflamada por uma faísca ou por chama. A mistura só pode ser inflamada se a concentração do vapor
combustível no ar for mais de 1% ou menos de cerca de 6% em volume. Uma mistura confinada contendo
mais do que 6% em volume de vapor-combustível, corre o risco de explodir somente se ele receber ar
suficiente para trazer o vapor ao limite de explosividade.
Quando se deseja obter Ponto de Fulgor/ Inflamação de combustíveis ou resultados mais precisos em
lubrificantes, usa-se a aparelhagem de vaso fechado.
Os dois equipamentos usados são o Pensky-Martens e o TAG. A significação do ponto de fulgor e do ponto
de inflamação se contradiz na disparidade que existe nas características de volatilidade dos diferentes
líquidos de petróleo.
Constantemente, entre os óleos lubrificantes de viscosidade semelhantes, há variações apreciáveis na
volatilidade e, por conseguinte, nos pontos de fulgor e de inflamação. Em geral, contudo, as temperaturas
de armazenagem e manuseamento dos óleos lubrificantes são bastante baixas para evitar qualquer
possibilidade de incêndio. Entre as exceções desta situação estão produtos tais como os óleos de têmpera
e de revenir, que entram em contato direto com metais à alta temperatura.
Os óleos transferidores de calor, usados para aquecimento ou resfriamento, podem também atingir altas
temperaturas nos limites do ponto de fulgor e de inflamação. Da mesma forma, ao se avaliar um óleo para
trens de laminação de chapas a quente que saem dos fornos de recozimento, o risco de incêndio deve ser
levado em consideração. Em muitos destes casos, contudo, a temperatura de auto-ignição é da
maior significação.
À temperatura de auto-ignição, como determinado pelo teste, o incêndio não é simplesmente uma
possibilidade - ele pode realmente ocorrer espontaneamente, isto é, sem ignição de qualquer fonte externa.
Uma vez que os pontos de fulgor e de inflamação estão relacionados com a volatilidade, eles oferecem uma
indicação aproximada da tendência dos óleos lubrificantes evaporarem em serviço. Está patente que
menores pontos de fulgor e de inflamação implicam em uma maior oportunidade de perdas por evaporação.
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A relação entre os resultados do teste e a volatilidade, contudo, não deve ser conclusiva. A comparação é
distorcida por vários fatores adicionais, o mais importante dos quais é, provavelmente, a maneira como o
óleo é produzido.
A relação entre os pontos de fulgor e de inflamação, de um lado, e a volatilidade, do outro é, além disso,
distorcida por diferenças do tipo de óleo. Para uma dada viscosidade, um óleo parafínico revela pontos de
fulgor e de inflamação mais altos o que para outros tipos e pode ser reconhecido pelo resultado do teste.
Os óleos parafínicos podem ser também indicados por um alto índice de viscosidade e por um alto ponto de
fluidez. Os pontos de fulgor e de inflamação são talvez os de maior significação na avaliação de óleos
usados. Se um óleo sofre um aumento dos pontos de fulgor e de inflamação durante o serviço, isso indica
perda por evaporação. Os componentes mais voláteis foram vaporizados deixando os menos voláteis no
restante. Da mesma forma, o aumento de viscosidade pode alterar as propriedades lubrificantes; o óleo não
mais se prestará à aplicação pretendida.
Se, por outro lado, os pontos de fulgor e de inflamação caem em serviço, haverá suspeita de contaminação.
Isto pode ocorrer com os óleos para motores que são diluídos pelo combustível não queimado. A passagem
da gasolina ou combustíveis pesados para o cárter reduz a viscosidade do óleo e os mancais e outras partes
móveis podem ser danificadas pela excessiva fluidez do lubrificante. Estes combustíveis, sendo mais
voláteis do que o óleo lubrificante, rebaixa os pontos de fulgor e de inflamação da mistura.
Assim sendo a determinação do ponto de fulgor ou de inflamação em óleos usados constitui um método
simples de indicar a presença de diluição com o combustível mais volátil. Ambos têm como característica,
manter a amostra em um recipiente fechado, limitando ao máximo a saída de gases voláteis antes do teste.
Isto garante uma maior precisão nos resultados.
É importante notar que combustíveis não tem Ponto de Fulgor e Ponto de Inflamação. O resultado do teste,
sempre realizado em vaso fechado, é um único, já que o Ponto de Fulgor e Ponto de Inflamação se
confundem neste caso.

5.6. Pontos de Névoa e de Fluidez


Muitas vezes é necessário conhecer como um óleo de petróleo se comporta ao se resfriar, antes de perder
as suas características de fluído. Esta informação pode ter considerável importância, pois varia largamente
a este respeito entre óleos diferentes - ainda que tenham a mesma viscosidade.
Se um óleo lubrificante é resfriado suficientemente, ele atinge num dado momento, uma temperatura à qual
ele não mais fluirá, mesmo sob a influência da gravidade.
Esta condição pode ser provocada tanto pelo espessamento do óleo, o que sempre acontece quando a
temperatura é reduzida, como pela cristalização de matéria parafínica que ele possa conter e que restringe
o fluxo das porções ainda fluidas.
Para muitas aplicações, um óleo que não tenha condições de fluir por si próprio à baixa temperatura à qual
um óleo em repouso pode ser despejado do seu recipiente dá uma idéia de quanto ele pode ser resfriado
sem perigo de distúrbios.
Quando certos óleos são resfriados, os cristais de parafina começam a se formar antes que o ponto de
fluidez seja atingido. Esta formação cristalina dá ao óleo uma aparência turva, ou melhor, nebulosa e a
temperatura em que essa névoa começa a se formar é conhecida como ponto de névoa, pode-se admitir
que o óleo é relativamente livre de componentes parafínicos.
O comportamento de um óleo a baixas temperaturas depende do tipo do cru do qual ele foi refinado, o
método de refinação e a presença de aditivos. Os óleos básicos parafínicos contêm componentes
parafínicos que ficam completamente em solução na temperatura ordinária. Quando a temperatura cai,
entretanto, estes componentes parafínicos começam a se cristalizar e ficam completamente cristalizados a
uma temperatura ligeiramente abaixo do ponto de fluidez. A esta última temperatura, o óleo em repouso
geralmente não fluirá sob a influência da gravidade.
A cristalização dos componentes parafínicos não significa que o óleo está realmente solidificado; seu fluxo
é impedido pela estrutura cristalina. Se esta estrutura for rompida pela agitação; o óleo continuará a fluir até
que a temperatura atinja uns graus abaixo do ponto de fluidez.
Um óleo predominantemente naftênico, por outro lado, reage de maneira diferente. Além de ter um teor
comparativamente mais baixo de componentes parafínicos, um óleo naftênico torna-se mais espesso
quando é resfriado do que um óleo parafínico de viscosidade semelhante.
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Por este motivo, seu ponto de fluidez pode ser determinado pelo congelamento real de todo o óleo, em vez
de o ser pela formação de cristais de parafina. Em tal caso, a agitação tem pouca influência sobre a fluidez
a menos que ela provoque elevação de temperatura.
O ponto de fluidez de um óleo parafínico pode ser substancialmente baixado pelo processo de refinação que
remova os componentes parafínicos. Para muitos óleos lubrificantes, contudo, estes componentes importam
em vantagens para o índice de viscosidade e estabilidade à oxidação. O bom desempenho de um óleo,
geralmente, é que estabelece o limite além do qual a remoção desses componentes não é aconselhável.
Não obstante, é possível baixar o ponto de fluidez de um óleo parafínico pela introdução de um aditivo
depressante do ponto de fluidez. Tal aditivo aparentemente impede o agrupamento dos cristais entre si de
modo a, oferecer menos restrições às porções fluidas do óleo. Contudo, é necessário notar bem que um
aditivo depressante do ponto de fluidez teria pouca ou nenhuma ação sobre um óleo naftênico.

5.6.1. Aparelhamento

A amostra de óleo está contida num frasco de vidro com suporte metálico para manejá-lo. A boca do frasco
é fechada com uma rolha, através da qual é introduzido um termômetro para indicar a temperatura, é
controlada por banhos quentes e frios, nos quais o frasco pode ser parcialmente imerso.

5.6.2. Procedimento
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Devido à semelhança dos testes muitas vezes é conveniente determinar o ponto de fluidez diretamente após
os testes de ponto de névoa. Para determinar o ponto de névoa, a amostra é resfriada a uma temperatura
de pelo menos 25°F (aproximadamente 16°C) acima do ponto de névoa previsto. De vez em quando,
observando sempre o mesmo número de graus Fahrenheit de queda de temperatura, examina-se a amostra
procurando-se a névoa dentro dela e o teste e concluído quando aparece. (É característico dos óleos
naftênicos eventualmente solidificarem sem passar pela fase do ponto de névoa).
Para o teste de ponto de fluidez, a amostra tem de ser novamente aquecida a uma temperatura especificada,
antes de ser resfriada. O ponto de fluidez de um óleo pode ser destorcido pela temperatura histórica, bem
como pela agitação, e os processos padrões de aquecimento e de resfriamento devem ser observados para
assegurar um teste de eficientes resultados.
O óleo aquecido é resfriado em múltiplos de 5°F (aprox. 2,2°C). De vez em quando, o frasco é removido do
banho e inclinado por não mais de três segundos. Este processo é continuado até que o óleo cesse de
mostrar movimento, quando o frasco for inclinado.

5.6.3. Fornecimento dos Resultados

O ponto de névoa é indicado à temperatura na qual a névoa aparece. O ponto de fluidez é fornecido como
a temperatura de 5°F (aprox. 2,2°C), acima daquela em que o óleo não muda de posição, quando o frasco
for inclinado.

5.6.4. Interpretação dos Resultados

O ponto de fluidez de um óleo está ligado à sua habilidade de iniciar a lubrificação, quando uma máquina
fria é posta em funcionamento. A agitação, pela bomba, romperá a estrutura cristalina, que possa se haver
formado, se o óleo não está realmente congelado e, em conseqüência, a fluidez é restaurada. Entretanto, o
óleo usualmente alimenta a bomba se a temperatura estiver abaixo do seu ponto de fluidez. Motores de
carros e muitas máquinas que estão paradas e dão a partida sob condições de baixa temperatura, requerem
um óleo que flua prontamente, mesmo frio.
O que se aplica principalmente aos sistemas de lubrificação em circuito, aplica-se igualmente aos
lubrificadores por gravidade e aos sistemas hidráulicos. Um óleo de baixo ponto de fluidez ajuda a manter
completa lubrificação, quando o equipamento é posto em funcionamento e é mais fácil de manusear no
tempo frio. O baixo ponto de fluidez é especialmente desejável em óleo de transformador que deve circular
sob todas as condições de temperatura. O controle de grandes aviões depende dos óleos hidráulicos que
devem manter-se fluidos depois de estarem expostos à queda de temperaturas extremas. Por esta e outras
aplicações semelhantes, o ponto de fluidez é de importante consideração.
O ponto de névoa de um óleo lubrificante, por outro lado, é de menor significação, mas condições de
temperaturas extremamente baixas raramente só encontradas com equipamento lubrificado desta maneira.
A névoa nos óleos combustíveis, contudo, poderá provocar o entupimento dos filtros, se não forem
disponíveis facilidades de aquecimento.
Se a temperatura de um óleo não cai abaixo do seu ponto de fluidez, é de se esperar que o óleo continue
fluindo, sem dificuldades. Às vezes, acontece, entretanto, que o óleo é armazenado por longos períodos à
temperatura abaixo do seu ponto de fluidez. Em alguns casos, a estrutura cristalina de parafina que se pode
formar nessas circunstâncias, não derreterá nem se redissolverá, quando a temperatura do óleo é levada
de volta ao seu ponto de fluidez. A fluidez normal do óleo nestas condições, só será alcançada fazendo com
que os cristais de parafina voltem a se dissolver, aquecendo o óleo bem acima do seu ponto de fluidez.

5.7. Cinzas
Óleos lubrificantes puros (sem aditivos) e novos (sem uso) compõe-se de hidrocarbonetos (carbono e
hidrogênio) e pequena porção de impurezas (composto de enxofre, oxigênio e nitrogênio). Todos esses
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elementos químicos, ao se queimarem em presença do ar, produzirão vapor d'água e gases (óxidos de
carbono, enxofre e nitrogênio); não deixando resíduos. Ao se queimar um óleo que contenha um aditivo de
base metálica, ou que tenha sido já utilizado e sofrido contaminações por substâncias que tenham metal em
sua constituição, haverá formação de um resíduo fixo.
O método de determinação, em laboratório, consiste em queimar uma determinada quantidade de - amostra
em uma cápsula de porcelana. Inicia-se com um aquecimento brando até que o óleo se inflame; retira-se a
chama e deixa-se queimar até o final da fase líquida; calcina-se, em chama forte ou em mufla (755°C) até o
peso constante. Obtêm-se assim as Cinza Simples ou Cinza Oxidada. Se, se desejar obter Cinza Sulfatada,
umedece-se o resíduo carbonáceo com ácido sulfúrico, antes de calcinação, evapora-se o excesso de ácido
em fogo brando e calcina-se até peso constante (800°C).
Para óleos com aditivos de base metálica, faz-se sempre a cinza sulfatada, que é de maior precisão, por
impedir a volatilização parcial do metal, durante a calcinação.
O ensaio é executado para, como se disse acima, determinar se um lubrificante possui aditivo ou está
contaminado por impurezas de base metálica. Se for necessário faz-se uma análise química ou
espectrográfica para se conhecer a natureza e a quantidade dos metais presentes. Um óleo mineral puro
poderá apresentar no máximo 0,01 % de cinza.

5.8. Corrosão em Lâmina de Cobre

A umidade presente no óleo ou condensada da atmosfera pode causar corrosão dos metais em motores e
sistemas circulatórios. Para se determinar à proteção que o óleo oferece as superfícies metálicas, contra a
corrosão, se utiliza o teste de lâmina de cobre conforme a ASTM D130.
O teste consiste em se imergir uma lâmina de cobre eletrolítico, polida, em 30ml de amostra de óleo
lubrificante. Após 3 horas de aquecimento a uma temperatura de 120°C, a lâmina é lavada e comparada
com lâminas padrão, com quatro classificações. Aquela lâmina padrão que mais se assemelhar com lâmina
de teste dará o resultado da corrosão, através de um número.
Como o teste é feito com o cobre, ele não avalia a capacidade do lubrificante impedir
a corrosão proveniente de outras origens.

5.9. Espuma

Os óleos lubrificantes, quando agitados em presença do ar tendem a formar espuma. Ela é indesejável,
principalmente em sistemas circulatórios, engrenagens de alta velocidade, etc. Portanto, os óleos
lubrificantes devem possuir características antiespuma. Isto é conseguido através de aditivos incorporados
ao óleo, ou então por tratamento especial.
O método ASTM D-892 nos dá uma indicação da tendência à formação de espuma dos óleos, bem como a
estabilidade da espuma formada. O teste consiste em se manter inicialmente uma amostra do óleo à
temperatura de 75°F (24°C), na qual é injetado ar a uma velocidade constante, durante 5 min. Medese assim
o volume de espuma formada, em milímetros; deixa-se a amostra em repouso durante 10 min. e então se
mede o volume de espuma restante. O teste é repetido com uma segunda amostra a 200°F (93,5°C). Em
seguida, após o desaparecimento de toda espuma remanescente, faz-se novamente o teste com a mesma
amostra a 24°C.

5.10. Insolúveis

O ensaio de insolúveis permite determinar a quantidade de sedimentos existentes nos lubrificantes que não
se dissolvem em determinados tipos de solventes. Este ensaio é muito utilizado para avaliação dos óleos
lubrificantes em uso. Existem dois tipos de ensaios: Insolúvel em Pentano e Insolúvel em Tolueno. Todos
os contaminantes que possam se separar do óleo por precipitação ou sedimentação são chamados
insolúveis em pentano. São eles: fuligem, resinas, partículas metálicas provenientes do desgaste, poeira e
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matérias estranhas do óleo. Os materiais não solubilizados com o pentano, podem ser tratados com uma
solução de tolueno que dissolve as resinas de oxidação. As matérias estranhas que não se dissolveram com
o tolueno se chamam insolúveis em tolueno. A diferença entre as matérias insolúveis em pentano e as
matérias insolúveis em tolueno representa a quantidade de resinas de oxidação no óleo lubrificante.
Tal como sucede em outros ensaios, a interpretação depende do tipo de óleo do serviço e do resultado de
outros ensaios, efetuados com o lubrificante. Porém, em geral, um baixo conteúdo de materiais insolúveis
em pentano indica um óleo em boas condições de uso. Ao contrário, alto teor de insolúveis em pentano
sinaliza presença de oxidação ou contaminação.
Um valor relativamente alto para matérias insolúveis em tolueno indica uma contaminação de uma fonte
externa como combustível mal queimado ou filtragem de ar ineficiente em motores de combustão interna.
Abaixo alguns exemplos de limites para insolúveis, que podem variar em função dos fabricantes de motores.

5.11. Acidez e Alcalinidade

Um óleo mineral puro, de boa qualidade, é praticamente neutro (pH = 7). Se for usado na lubrificação de um
motor de combustão interna, o óleo se contamina com os produtos ácidos resultantes da combustão e a sua
acidez, inicialmente desprezível, vai aumentando pouco a pouco. A partir de um determinado grau de
acidificação, o óleo lubrificante inicia um ataque corrosivo aos componentes do motor. Isto irá acarretar a
necessidade de troca prematura de peças. Para controlar a acidez do óleo, é feito o teste de TBN - Número
de Basicidade Total. O TBN é definido como a quantidade de ácido, expressa em equivalentes miligramas
de ácido perclórico, necessária para neutralizar todos os componentes básicos presentes em um grama de
amostra.
Como a tendência de um óleo lubrificante principalmente em motores de combustão interna, é ir lentamente
se acidificando, os fabricantes, na formulação acrescentam substâncias alcalinas no óleo, retardando,
portanto o processo. Esta matéria alcalina colocada no óleo novo denomina-se: "Reserva alcalina do óleo".
Entende-se que durante o uso do lubrificante a reserva alcalina vai diminuindo. Antes que acabe, o óleo
deve ser trocado. Os testes de TAN (número de acidez total) e principalmente TBN permitem controlarmos
o aumento da acidez e a queda da alcalinidade, respectivamente.
Os ensaios são padronizados pelas normas ASTM D664 e D 2896. Os resultados são expressos sempre
em KOH/ g. Por exemplo:
Óleo lubrificante para motor diesel ferroviário
Óleo novo TBN = 13mg KOH/ g
Limite de condenação TBN= 3mg KOH/ g
Enquanto o TBN do óleo em uso vai diminuindo, o TAN vai aumentando. Os limites de condenação
dependem de cada fabricante de equipamento.

5.12. Água

As águas provem principalmente de condensação que ocorre quando as máquinas esfriam depois de
terminado o trabalho, de vazamentos de resfriadores ou compartimentos de água ou pela umidade presente
no ar admitido nos motores de combustão interna. Os seus efeitos sobre o comportamento dos lubrificantes
manifestam-se sob forma de emulsões que, juntamente com outras impurezas, formam resíduos e borras
que prejudicam a lubrificação. Provocam ainda ferrugem e corrosão.
Existem dois testes para a determinação da água em uma amostra de óleo:
a) teste qualitativo - dirá se existe ou não água na amostra;
b) teste quantitativo - dirá em porcentagem o quanto de água existe na amostra.
O teste de crepitação é o teste mais útil para se verificar a presença de água no óleo. É realizado colocando-
se algumas gotas de óleo em uma chapa previamente aquecida neste método, um som perceptível de
crepitação (chiado) pode indicar 0,01 % ou menos de água livre. Quando se observa o teste de crepitação
positivo, deve-se realizar o teste quantitativo, para a presença de água por destilização.
Neste teste, uma quantidade medida de óleos é dissolvida em solvente de petróleo (toluol) não miscível em
água, e aquecido em um balão de destilação.
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O balão é fixado em um recipiente graduado para destilação, que está adaptado a um condensador, de tal
maneira que a porção não aquosa da destilação volte continuamente para o frasco. A água é recolhida na
porção graduada do recipiente e a destilação continua até que todos os traços de água sejam transferidos
do balão para a parte aferida do recipiente.

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