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FACULDADE DE LETRAS ECONOMIA

DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA

O Estado e a Economia

Faculdade de Letras A forma que o Estado tem de intervir


numa economia de mercado, consiste na
Departamento de Sociologia regulamentação da actividade económica.
Como funções principais o Estado:
Economia
•Promoção da Eficiência
1º semestre 1º ano
•Promoção da Equidade
2007-2008
•Estimulo do Crescimento Macroeconómico
e da Estabilidade
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A regulamentação da actividade Na análise feita admitiu-se sempre a
económica pode ser feita: eficiência do mercado
•Através da imposição de regras Assim o modelo do mercado da procura
•Através de incentivos ao mercado e da oferta tendia a ser mais eficiente.
tendo como objectivo controlar decisões Contudo já se tinha levantado algumas
de preço, venda e produção das dúvidas face à real capacidade do
empresas e no próprio exercício das mercado ser eficiente.
politicas económica e social
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Cabe ao Estado "garantir": A regulamentação com vista a suprir a
informação deficiente
•que algumas dessas condicionantes Uma das ineficiências do mercado corresponde
a poderem ser vendidos no mesmo produtos
sejam eliminadas
que não fossem efectivamente desejados pelos
consumidores, apenas porque os consumidores
•o afastamento de alguns obstáculos não conheciam na totalidade as suas
ao seu perfeito funcionamento. propriedades/características.

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A regulamentação com vista a suprir a informação Remoção dos obstáculos à concorrência
deficiente
A este nível, o Estado pode intervir, Uma situação que já havia sido referida
obrigando à rotulagem, à identificação da era a da existência de entraves à
composição do produto, à afixação da data situação de concorrência, que podem
limite em que o mesmo se deva consumir.
Por exemplo: produtos geneticamente modificados, remédios, publicidade passar por situações de monopólio ou
enganosa
oligopólio, ou ainda por acções
Claro que também a este nível, nem sempre a
resposta dada pelo Estado, é eficiente.
concertadas das empresas entre si.
Por exemplo: o problema de empresas dos USA cotadas em Bolsa, que tem entrado
em colapso

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Remoção dos obstáculos à concorrência Remoção dos obstáculos à concorrência
Isto é especialmente sentido relevante:
Um dos problemas inerentes a estas •Quando se trata de situações de
situações é que o monopolista ou as monopólio natural (água e electricidade)
empresas com práticas concertadas
poderem vir a serem tentadas a elevar •No caso de mercados de bens de
o preço no mercado, explorando o facto primeira necessidade
de não haver concorrência, fazendo com Casos em que os consumidores tem que
que, vendendo menos quantidade, comprar, qualquer que seja o preço
mantenha elevados níveis de lucros.
fixado, por não terem alternativa.
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Remoção dos obstáculos à concorrência Remoção dos obstáculos à concorrência
A intervenção estatal vem regulamentar os monopólios No entanto, para além deste motivo, existe uma
naturais porque o monopolista, ao usufruir de uma outra razão para que o Estado intervenha sobre
grande vantagem de custos, sobre os seus potenciais situações de concorrência imperfeita e que se prende
concorrentes, e em face de uma procura algo rígida
em relação ao preço, pode aumentar muito o preço, com os eventuais perdas de eficiência dinâmica que as
obter enormes lucros de monopólio e originar mesmas podem provocar.
importantes ineficiências económicas na afectação de De facto, sem a presença efectiva ou potencial da
recursos. concorrência agressiva, as empresas não terão por
Assim o facto de as empresas conseguirem custos que se preocupar em encontrar novos e melhores
muito baixos na produção não significa que os preços métodos de produção pelo que a inovação continua e o
fixados nos mercados sejam também baixos (há que progresso tecnológico deixarão de ser assegurados.
não esquecer que o primeiro objectivo das empresas é Exemplo: Lei do Fomento Nacional (anos 50 e 60)
a maximização do lucro.)
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Remoção dos obstáculos à concorrência Remoção dos obstáculos à concorrência
Como poderá o Estado intervir na promoção da
concorrência? 1. proibição de preços predadores
A intervenção no domínio da concorrência passa
maioritariamente promoção de politicas “anti-trust”. 2. proibição de discriminação de preços
Estas politicas atacam os desvios anti-concorrenciais 3. proibição de contratos em cadeia
de duas formas:
•proíbem certos tipos de conduta concorrencial (como (só se vende A, se o comprador também adquirir o produto B)
a combinação de preços e/ou quantidades)
•restringem certas estruturas de mercado, como os 4. desmantelamento de grandes
monopólios
O aparecimento a nível nacional (e europeu) da
empresas
Autoridade da Concorrência
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Remoção dos obstáculos à concorrência As Externalidades
Uma empresa pode estar na situação de monopólio e Que são influencias produzidas na
isso não ser prejudicial à economia: a empresa pode
ser a mais eficiente de todas e por isso não ter
economia, quer positivas quer negativas,
concorrentes à altura. que o mercado não consegue captar.

Apenas tem que ser garantido que não existem outras Ocorrem externalidades quando uma
barreiras à entrada (para além da superioridade empresa ou indivíduos impõem custos ou
natural de quem já está instalado) a impedir o
estabelecimento de novos concorrentes.
benefícios a outros que estão fora do
respectivo mercado.
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As Externalidades
As Externalidades Em geral os governos estão mais preocupados
com as externalidades negativas, do que com as
Exemplo: posso ter junto a minha casa positivas.
uma empresa a laborar em contínuo, A este nível, existe uma regulamentação muito
com um prejuízo inerente associado ao extensa que se destina a controlar
ruído emitido; externalidades negativas, como:
mas, em contrapartida, posso beneficiar •a poluição do ar e da água,
•a existência e manutenção de lixos e resíduos
com a construção de um novo acesso perigosos a céu aberto
rodoviário junto da minha habitação. •a utilização de material radioactivo
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As Externalidades
As Externalidades Uma das formas , mais utilizadas, para levar as
empresas a utilizarem processos menos agressivos
No caso da poluição, pode-se conclui que uma para o meio ambiente, consiste em atribuir-lhes
economia não regulamentada ( ou seja uma partes dos custos causados, numa lógica de “poluidor-
pagador”.
economia de mercado totalmente livre)
Assim alguns economistas sugerem que a politica
causará níveis de poluição extremamente ambiental deve basear-se em iniciativas económicas,
elevados. obrigando a empresa a pagar um imposto pela poluição
que gera, que deve ser idêntica ao prejuízo que
Tal acontece porque o custo social da poluição provoca no exterior.
não é tido em conta (na sua totalidade) pelas Isto porque se as taxas de poluição forem
correctamente calculadas, as empresas orientadas
empresas nas suas decisões de investimento. para o lucro serão levadas a redireccionar os seus
investimentos para uma situação de eficiência.
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Os Bens Públicos Os Bens Públicos
Os bens públicos fogem a qualquer regra
1. Principio da não exclusão:
de mercado da oferta e da procura
pois, a sua análise não é feita pelo Este principio indica que ninguém pode
equilíbrio entre preço e quantidade. ser impedido ter acesso ao bem, ou
Isto é devido a duas características dos seja a utilização do bem por alguém,
bens públicos: não impede que os demais agentes ficam
•A não exclusão excluídos
•A não rivalidade
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Os Bens Públicos Os Bens Públicos
Existem alguns bens a que podemos ter
2 Principio da não rivalidade: acesso, mesmo que os não tenhamos pagos.
1. O exemplo clássico é o da Defesa Nacional,
Corresponde à situação que em que um pois protegem todos os indivíduos, não
certo bem, mesmo depois de ser podendo ser excluídos indivíduos mesmo que
não paguem.
consumido por alguém, mantém as suas O mesmo se passa com as acções da:
propriedades intactas, podendo por isso 2. Protecção civil
ser consumido por outrem. 3. Recolha do lixo
4. Protecção do ambiente
5. Iluminação das ruas
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Os Bens Públicos Os Bens Públicos
Nestes casos, como a participação no consumo O “free rider”.
não depende do pagamento, as pessoas não
são forçadas a revelar as suas preferências. Como todos os indivíduos acabam por agir
desta maneira, acaba por não existir procura
Assim a tendência será exactamente a
oposta, pois ao ocultar a sua preferência pelo efectiva desse bem, impossibilitando o
bem, furtando-se ao seu pagamento e consumo privado.
esperando que os outros interessados Dado o interesse em fornecê-los então terá
contribuam, podendo ele depois usufruir que ser o Estado a intervir, forçando a sua
igualmente desse bem, a este agente produção e depois financiando através da
designa-se por “free rider”. colecta de impostos.
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Luxemburgo 215 Média UE 100
Luxemburgo 15 França 19,6 Irlanda 133 Espanha 98
O IVA Chipre 15 Itália 20 O PIB Dinamarca 123 Chipre 83
comparação Alemanha 16 Áustria 20 per Áustria 122 Grécia 81
entre as Espanha 16 Eslovénia 20
capita Holanda 121 Eslovénia 77
taxas dos Inglaterra 17,5 Portugal 21
países comparação Reino Unido 118 Malta 75
Estónia 18 Bélgica 21 entre os Bélgica 118 Portugal 74
europeus
Grécia 18 Irlanda 21 diferentes Suécia 115 Rep. Checa 69
Letónia 18 Polónia 22 países
Finlândia 113 Hungria 61
Lituânia 18 Finlândia 22
europeus
França 111 Eslováquia 52
Malta 18 Dinamarca 25
Base = 100
Alemanha 108 Estónia 49
Holanda 19 Suécia 25
Média UE
(25) Itália 107 Lituânia 46
Eslováquia 19 Hungria 25 Média UE 100 Polónia 46
Rep.Checa 19 Letónia 41
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A Promoção da Equidade
Os rendimentos são determinados por uma A Promoção da Equidade
variedade de factores, incluindo:
•o esforço pessoal,
No entanto, ainda que uma economia
•a educação,
•as heranças,
funcionasse com total eficiência, situando-se
•o preço dos factores, na Fronteira das Possibilidades de Produção e
•a sorte, nunca no seu interior, haveria razões para a
•etc., intervenção estatal.
que conduzem normalmente a que o resultado Tal acontece porque o mercado não garante
não só não seja justo, como também tenda a por si só uma reposição do rendimento que
agravar a amplitude das assimetrias seja socialmente justo ou equilibrado.
existentes.
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A Promoção da Equidade A Promoção da Equidade
Note-se que os bens são distribuídos As pessoas não precisam aceitar esta
segundo os “valores monetários” e não distribuição como algo de inevitável, podem ,
pelo contrário, examinar essa distribuição do
em função do grau de necessidade. rendimento, decidir se ela é ou não injusta e
Por isso um bem essencial que sirva a partir daí promover a sua reestruturação.
para matar a fome de uma pessoa, pode Numa sociedade democrática, isso passa pela
ser adquirido por alguém com elevada aceitação dos eleitores relativamente a uma
capacidade aquisitiva, mas que acabe redistribuição do rendimento realizado pelo
por desperdiça-lo. Estado.

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A Promoção da Equidade A Promoção da Equidade
A redistribuição do rendimento, por Há basicamente dois tipos de impostos:
parte do Estado, pode ser realizada a O IRC e o IRS (sobre o rendimento das
empresas e dos particulares), que incide
partir essencialmente dos seguintes sobre a “riqueza” de cada um
instrumentos: que tem efeitos sobre a equidade
Fixação de impostos sobre os rendimentos O IVA (sobre o consumo), que incide sobre o
consumo de um determinado bem, sem ligar à
Transferências , que são pagos em “riqueza” do consumidor
dinheiro ou em bens aos cidadãos, que se que não tem, por objectivo, efeitos de
encontrem em situações menos favoráveis equidade
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A Promoção da Equidade
A Promoção da Equidade Pode existir um dilema potencial entre
eficiência e a equidade
As Transferências , que são pagos em
Por exemplo se o Estado tira a uns para dar
dinheiro ou em bens aos cidadãos. a outros, é possível que ambos produzam
Exemplos: menos
em dinheiro: Subsidio de desemprego, invalidez, Exemplificando: se tira aos que produzem
rendimento mínimo, abono de família para dar aos não têm, porque não
em bens: Senhas de alimentação, cuidados de saúde
produzem...
subsidiados, serviços de educação a grupos com Ou seja tais soluções conduzem unicamente a
baixos rendimentos desperdício social, para que os problemas
sociais sejam “resolvidos”.

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Estimulo do crescimento macroeconómico Estimulo do crescimento e à estabilidade
e da estabilidade Donde tem sido considerado função do
Desde sempre e em praticamente todas Estado, quando a economia não consegue
as formas de economia livre, a mesma resolver esses problemas assumir dois
tem sido atingida por ciclos periódicos tipos de politica macroeconómica:
de inflação (com preços cada vez mais – de Promoção da Estabilidade
elevados) e de recessão ( com quebras – de Estimulo para o Crescimento
na produção e desemprego elevado). Económico
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Estimulo do crescimento e à estabilidade
Estimulo do crescimento e à estabilidade
Por exemplo:
1. Uma nova empresa que concorre , com novos e A concorrência do mercado faz-se no
melhores métodos, face aos que já produzem esse constante aparecimento de empresas com
bem , significa, a longo prazo, uma melhoria novas ideias, que lutam e vencem ou são
importante do bem-estar da sociedade. vencidas pelas já estabelecidas.
2. No entanto, no imediato, vai provocar a falência Este processo gera o desenvolvimento
dos seus concorrentes, originando desemprego e económico, a propagação da eficiência, mas
outras perturbações graves.
traz consigo a instabilidade e a insegurança
3. A contínua ameaça dos concorrentes garante que
cada produtor ou consumidor seja forçado a económica.
comportar-se de maneira o mais eficiente Daí a intervenção do Estado na promoção da
possível, mas cria uma tensão contínua sobre o estabilidade ajudando os desempregados e
tecido social, que pode socialmente ser corrigindo desequilíbrios na inflação ou nas
indesejável. contas externas.
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Estimulo do crescimento e à estabilidade
Por outro lado, a intervenção do Estado pode A Politica Orçamental
ser importante para melhorar o desempenho A discussão anual do “Orçamento Geral
da economia, reduzir a inflação ou o do Estado” consiste na identificação de:
desemprego para impulsionar o crescimento
económico ou corrigir desequilíbrios 1.Uma lista de despesas, nos vários
comerciais. sectores da intervenção de Governo, as
Os dois principais instrumentos para quais são necessárias para o
influenciara actividade económica são: cumprimento das suas funções....
– Politica Orçamental 2.Uma previsão das receitas que espera
– Politica Monetária recolher...
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A Politica Orçamental A Politica Orçamental
No lado das despesas tem-se: Quanto ao lado das receitas tem-se:
O consumo publico
Que compreende a despesa em bens de consumo correntes (exemplo: Os impostos, que correspondem a uma
vencimentos) aquisição de material (escritório, informático, etc..) subtracção “consentida” aos rendimentos das
O investimento publico famílias
Que compreende a despesa em bens de investimento, como infra-
estruturas, estradas, equipamentos sociais, tecnologia de informação, Outras receitas, de carácter extraordinário,
formação de recursos humanos, etc.. por exemplo: privatizações
As transferências A divida pública, que representa o
Que procuram melhorar as condições de vida dos grupos mais
desfavorecidos, como os idosos ou os desempregados endividamento do Estado, a qual mais tarde ou
Que transferem para níveis de governo locais os correspondentes mais cedo terá que ser pago, através de
valores monetários, (em especial o Fundo de Equilíbrio Financeiro para
as Autarquias) para estes fazerem face às suas obrigações impostos ( ou seja à custa de gerações futuras)
respectivas.

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A Politica Orçamental A Politica Orçamental
A divida publica afecta a economia da Mas, ao serem canalizados para o Estado
fundos que podem fazer falta às empresas,
seguinte forma:
quem sofre é o investimento, porque se tem de
Mas há um outro efeito da divida publica, pagar mais caro, para se obter o mesmo
pois pedindo emprestado, o Governo vai montante financeiro.
concorrer com outras entidades que se Assim independentemente do uso que for dado a
dirigem ao mercado financeiro. Isto vai esses fundos, a divida publica é um peso sobre
levar a uma pressão sobre as taxas de a acumulação de capitais sobre a economia e,
juro (uma subida) no mercado de capitais. portanto, sobre o desenvolvimento económico.
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A Politica Orçamental
No caso de integração internacional dos A Politica Monetária
mercados de capitais, um aumento pronunciado Tal acontece, porque ao mexer com a oferta de
da divida publica (mesmo a interna ) de um país, moeda, o Banco Central, vai influenciar muitas
sobretudo dos maiores, tem efeito sobre as variáveis económicas como:
taxas de juro internacionais.
•As taxas de juro
Assim os Governos e as empresas dos outros
países sofrem com a falta de controlo desse •Preços das acções (valor das empresas)
país sobre as suas conta públicas. •Preços das habitações
Por isso se entendem as exigências da União •Taxas de câmbio
Europeia relativamente à disciplina financeira
dos Estados, através do controlo do défice •Etc.
público.
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A Politica Monetária Por razões económicas, sociais e políticas,
Uma politica monetária via aumento das os governos fixam preços máximos.
taxas de juro, é restritiva ( pois leva a
uma redução da taxa de crescimento da
oferta de moeda),normalmente originando Preço máximo: é um preço fixado
um abrandamento do crescimento administrativamente, pelo Estado, como
económico, diminuindo a taxa de inflação, limite superior dos preços de mercado
mas porventura aumentando o possíveis.
desemprego.

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Com a fixação de um Como é que a quantidade oferecida é distribuída
preço máximo, ficam S
entre os consumidores que estão dispostos a
proibidas transacções
em que o preço é adquirir o bem quando o preço de mercado é
superior ao preço igual ao preço máximo?
máximo decretado Pe
Note que se o mercado fosse livre, o bem seria
administrativamente.
Uma medida desta Pmax racionado através do preço.
natureza só terá efeito D
Sem a fixação do preço máximo, o preço de
se o preço for fixado mercado seria igual ao preço de equilíbrio e a
abaixo do preço de
equilíbrio quantidade oferecida seria igual à quantidade
Qs Qd
procurada.
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Em termos gerais, a imposição de um preço
O excesso de procura resultante da máximo tem os seguintes efeitos
1.Excesso de procura. O processo de distribuição
fixação do preço máximo provoca o do bem deixa de ser feito pelo mecanismo do preço
surgimento de algum mecanismo de e passa a ser feito de outra forma. Por exemplo, as
filas de espera são uma forma de racionamento do
racionamento do bem: bem.
– filas de espera, 2.Mercado negro. Normalmente, há indivíduos /
vendedores que estão dispostos a assumir o risco
– discriminação ou favoritismo de praticar actos ilegais e há consumidores
– mercado negro. dispostos a pagar um preço superior ao preço
máximo.
3.Menor qualidade do bem.
4.Afectação ineficiente dos recursos.
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Imposto específico: aplicação de Vamos analisar o caso de um imposto
determinado montante por unidade de específico.
produto transaccionado. O imposto implica uma diferença entre o
Exemplos: imposto sobre o tabaco e o imposto sobre a gasolina.
preço pago pelos consumidores e o preço
Um outro tipo de imposto designa-se por recebido pelos produtores.
imposto ad valorem e consiste na
Vamos designar por Tx o imposto por
aplicação de uma determinada
unidade de produto, PC o preço pago pelos
percentagem (taxa fixa) sobre o preço
consumidores e PP o preço recebido pelos
unitário do bem.
Exemplo: IVA
produtores.
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Então, PC = PP + Tx
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Preço S`
Exemplo:
S
Vamos supor que um imposto específico de Tx
Pe+Tx
€1,15 é aplicado a cada maço de tabaco que
é vendido. Pc

Pe
Se o preço pago pelos consumidores é igual a Tx

€3,15, então o preço recebido pelos Pp

produtores é igual a €2,00 e os €1,15 são


arrecadados pelo Estado D

Q1 Qe
Quantidade

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•sendo No caso de um subsídio específico, a
análise é similar.
P C − Pe A aplicação de um subsídio específico
desloca a curva da oferta para a direita
parte do imposto suportado pelos consumidores (um subsídio funciona como um imposto
negativo).
Pe − P P
parte do imposto suportado pelos produtores.

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A Curva de Possibilidade de Produção A Curva de Possibilidade de Produção


Suponha duas comunidades, A e B, em que cada uma 1. Represente graficamente a curava de possibilidades
delas existe apenas um agricultor. de produção de legumes e de fruta para cada
Sabe-se que cada agricultor pode produzir legumes e comunidade
frutas. 2.Sabe-se que cada comunidade gostaria de consumir 30
A curva de possibilidades de produção da comunidade A kgs de legumes e 50 kgs de fruta por unidade de
é definida da seguinte forma tempo. Verifique, para cada uma das comunidades, se a
F= 50 –0,5 H combinação (H,F) = (30,50) é possível, tendo em conta
as possibilidades de produção de cada comunidade.
e da comunidade B 3.Diga quem tem vantagem absoluta
F= 80 –2 H na produção de legumes
Em que : na produção de fruta
H representa kgs de legumes por unidade de tempo 4.Diga quem tem vantagem comparativa
F representa kgs de frutas por unidade de tempo na produção de legumes
na produção de fruta

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Os Custos de Oportunidade e os
A Curva de Possibilidade de Produção
Preços de Reserva
Fruta
Curva de Possibilidades de No inicio de Novembro, o António Também, aluno da Faculdade
Produção para a: Letras do Porto, e frequentando as aulas de Economia.
80 enfrentava um dilema: Almoçar na Cantina ou no Bar?
Comunidade A
Comunidade B
Em geral, ele preferia a refeição do Bar, estando disposto a
pagar essa refeição até 8€, embora custe 6 €.
50
A refeição na cantina é mais barata, custando 4 € , que é
precisamente o preço de reserva do António para esta refeição.
Almoçar na Cantina tem a vantagem de permitir um convívio
intenso com os colegas, que o António valoriza em 1,5 €.
Em contrapartida, o almoço no Bar é , em geral, mais rápido,
permitindo ter um momento de lazer, antes das aulas da tarde.
Por este momento o António está disposto a pagar 2€.
40 100
Legumes

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Os Custos de Oportunidade e os
Preços de Reserva
A Elasticidade
O quadro ao lado mostra o numero de Preço dos pães Numero de
Como colega do António Também, e tendo em atenção a (€/ embalagem) embalagens de
sua amizade pelo mesmo resolveu ajudá-lo no difícil pacotes de pães comprados por dia, num pães compradas
dilema gastronómico: certo mercado, face a diferentes preços. por dia
6 0
a)Calcule o custo de oportunidade de optar pelo almoço a)Desenho a curva da procura
5 3,000
na cantina. Justifique todas as etapas dessa calculo. b)Determine a respectiva equação
4 6,000
b)Que conselho daria ao António: almoçar na Cantina ou c)Calcule a elasticidade preço da procura,
3 9,000
no Bar? para um preço dos pães de 3€
2 12,000
c)A Associação de Estudantes está a pensar d)Se as padarias aumentassem o preço dos
implementar um modelo na Cantina que consiste no pães de 3€ para 4€, o que aconteceria ao
1 15,000

pagamento de 60€, sem retorno, no inicio do mês. rendimento total?


0 18,000
Admita que o António tinha comprado o mesmo, tendo e)Defina no gráfico as zonas elástica e
pago os 60 €. Manteria o conselho que deu
anteriormente ao António. inelástica do preço da procura

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O Imposto
Exercício (Imposto)
Considere que, no mercado do bem X, a procura pode ser
expressa pela função Qd = 7 500 - 15P.
Sabe-se, ainda, que vigora neste mercado um imposto
unitário e que a oferta percebida pelos consumidores
pode ser descrita pela expressão Qs = -180 + 9P.
1. Determine o equilíbrio de mercado, explicitando
como é condicionado pela presença do imposto.
2. Suponha que o Estado decide eliminar o
imposto, passando a oferta a descrever-se
como:Qs = -90 + 9P. Calcule o valor do imposto
unitário agora eliminado, e proceda à repartição
percentual, por entre os dois grupos de agentes

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