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Universidade Save
Sede
2021
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Universidade Save
Sede
2021
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Índice
Lista de figuras…………………………………………………………………………V
4. Conclusão ................................................................................................................... 51
Anexos
4
Índice de figuras
Figura 1 ........................................................................................................................... 25
Figura 2 ........................................................................................................................... 28
Figura 3 ........................................................................................................................... 33
Figura 4 ........................................................................................................................... 34
Figura 5 ........................................................................................................................... 35
Figura 6 ........................................................................................................................... 36
Figura 7 ........................................................................................................................... 37
Figura 8 ........................................................................................................................... 38
Figura 9 ........................................................................................................................... 41
Figura 10 ......................................................................................................................... 43
Figura 11 ......................................................................................................................... 45
Figura 12 ......................................................................................................................... 47
Figura 13 ......................................................................................................................... 49
5
Dr.: doutor,
Dra.: doutora,
MSc.: Mestre,
DECLARAÇÃO
Declaro que esta Monografia científica é resultado da minha investigação pessoal e das
orientações do meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas fontes consultadas
estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma instituição para
obtenção de qualquer grau académico.
Chongoene,__de________ de 2021
________________________________________________
DEDICATÓRIA
Ao meu pai Luís Matsinhe (em memória), pelo amor que dedicou a mim enquanto em
vida.
8
AGRADECIMENTOS
Ao meu pai, Luís Matsinhe meu anjo da guarda cujo tempo não lhe foi suficiente
para juntos partilharmos a felicidade trazida por esta conquista, onde quer que esteja,
saiba que sempre terá meu reconhecimento e admiração.
Ao meu supervisor MSc. José António por ter aceitado encaminhar-me durante a
pesquisa. Agradeço também, pela abertura que dispôs ao mostrar-me os caminhos certos
na elaboração de uma pesquisa científica.
Aos docentes do curso, nomeadamente: Prof. Dr. Pedro Bila, MSc. José
António, MSc. Américo Mauai, MSc. Nelpódio Anselmo Miranda, MSc. António
Cossa, MSc. Mira de Jesus Varela Canhanga, MSc. Ana David Verdial, dr. Alberto
Fabião Cuambe, dra. Nélia Zevute, dra. Marilda Guiliche, dr. Naife dr. Laissane
Macamo pela paciência infinita que sempre tiveram na partilha do conhecimento
alargado por vós possuído.
Por fim, aos meus amigos e colegas de formação, António Soares, Begénio
Nganhane, Ómbia Ngulele, Camila António, Neide Muguambe, Alfeu Uamusse, e
Milagre Mucavele pela abertura, amizade, cumplicidade e discussões académicas
pragmáticas que juntos levantávamos cujo auge, era tornarmo-nos bons Linguístas.
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Resumo
0. Introdução
Aliadas a ideia acima, Nascimento & Vieira (s/d) afirmam que, dialogar com o pré-
existente, transformar, ou melhor, transcodificar, metamorfosear o que está feito
fazendo nascer um ser que parece único, mas, no entanto carregado do outro, já que é
formado deste, é a chave para o sucesso das mentes brilhantes.
Por sua vez, Knoll & Pires (210:2010) salientam que, a partir do princípio
dialógico bakhtiniano1, considera-se que não há texto completo ou fechado em si
mesmo, pelo contrário, textos e discursos estabelecem uma relação dialógica
constitutiva com outros textos e discursos que os antecedem e deles se derivam.
1
Segundo Nascimento (s/d) esse princípio estabelecia que numa escrita lê se o outro, um discurso remete
a outro, há sempre duas vozes coexistindo num texto, isto é, de um texto como atracção e rejeição, resgate
e repelência de outros textos.
11
Para Marconi & Lakatos (2003:162) delimitar a pesquisa é estabelecer limites para
a investigação.
Nesta linha de pensamento, delimitamos como tema de pesquisa o seguinte:
Intertextualidade como recurso de criatividade para persuadir o público-alvo
nas publicidades da Frozy, Compal, E-mola, Prudence e Olá Moçambique.
É um tema que se enquadra na área da Linguística Textual, e diz respeito aos textos
publicitários. Com o tema propomos estudar a intertextualidade como processo criativo
que objectiva a persuasão do público-alvo.
0.2.Problematização
Conforme afirma Gil (2002:23), toda pesquisa inicia com algum tipo de problema
ou indagação, questão não resolvida e que é objecto de discussão, em qualquer domínio
do conhecimento. Por sua vez Prodanov & Freitas (2013:119) afirmam que a
formulação do problema prende-se ao tema proposto: ela esclarece a dificuldade
específica com a qual nos defrontamos e que pretendemos resolver por intermédio da
pesquisa.
O texto publicitário como qualquer outro é dirigido à sociedade. E porque a
sociedade é dinâmica, esta tipologia textual precisa, também, estar sob constantes
mudanças para ser consentânea com o público e satisfazer suas necessidades, sendo
mais inovador e criativo na forma de se comunicar e uma das formas que o texto
publicitário encontra é intertextualizando o repertório cultural, linguístico, religioso e
estilístico da sociedade para qual pretende se dirigir.
Deste modo, a considerar a presença da intertextualidade no texto publicitário, aliado ao
facto deste uso poder ser um recurso estratégico e símbolo de criatividade,
questionamos:
De que forma a intertextualidade se manifesta como um recurso criativo com o
objectivo de persuadir o público-alvo nas publicidades da Frozy, Compal, E-
mola, Prudence e Olá Moçambique?
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0.3.Hipóteses
0.4.Justificativa
Queremos crer que por detrás de toda feição há sempre algo que nos tenha motivado
ou incentivado!
Na justificativa, reflecte-se sobre “o por quê” da realização da pesquisa, procurando
identificar as razões da preferência pelo tema escolhido e sua importância em relação a
outros temas. A justificativa deverá convencer a quem lê a pesquisa, com relação à
importância e à relevância da pesquisa proposta (SILVA & MENEZES 2001: 30-31).
Neste sentido, escolhemos este tema porque cinge-se no estudo do discurso
criativo, sendo que falar do discurso, é falar da comunicação e ela é intermediária para
manutenção de qualquer tipo de relação enquanto seres inseridos numa sociedade, e é
importante entender esta criatividade com base no processo intertextual.
A pesquisa poderá ensinar os estudantes e os demais, a proceder uma análise
publicitária bem como, reconhecer e identificaras relações intertextuais, principalmente
no texto publicitário.
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0.5.Objectivos
Os objectivos são segundo Ferreira (2011:47), elementos norteadores da pesquisa e
classificam-se em: a) Objectivo geral: Onde o autor do projecto quer chegar? O
objectivo geral aponta o resultado que o pesquisador pretende com seu trabalho. Para
redigi-lo, é preciso utilizar verbos no sentido amplo, tais como: propor, investigar,
avaliar, comparar e outros.
b) Objectivos específicos: Os objectivos específicos indicam as acções que serão
realizadas para atingir as etapas desenvolvidas durante a pesquisa, ou seja, os passos
que serão percorridos para se chegar a descoberta. Inicia-se a redacção pelo verbo no
infinitivo. Cada objectivo só pode conter um único verbo de acção. Ex: Analisar,
identificar, catalogar e outros. O pesquisador deverá elaborar seus objectivos específicos
dependendo da necessidade do seu trabalho.
0.5.1. Geral
Compreender a intertextualidade como criatividade que visa persuadir no texto
publicitário.
0.5.2. Específicos:
Discutir o conceito de publicidade e intertextualidade sob visão de vários
teorizadores;
Analisar os recursos linguísticos, extralinguísticos e a relação intertextual
existente no corpus;
Interpretar a intertextualidade como um recurso de criatividade no texto
publicitário.
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1. CAPÍTULO I – METODOLOGIA
Este capítulo apresenta com exaustividade toda metodologia científica
desencadeada para a efectivação da pesquisa, explicando o tipo de pesquisa, métodos
(abordagem, procedimento), assim como as técnicas de recolha e análise de dados.
Segundo Gil (2008) apud Prodanov & Freitas (2013:18) para que um conhecimento
possa ser considerado científico, torna-se necessário identificar as operações mentais e
técnicas que possibilitam a sua verificação. Em outras palavras, determinar o método
que possibilitou chegar a esse conhecimento.
1.1.Tipo de Pesquisa
Para Gil (1999:42), a pesquisa tem um carácter pragmático, é um “processo formal e
sistemático de desenvolvimento do método científico. O objectivo fundamental da
pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos
científicos’’.
Silva & Meneses (2001:20) acrescentam que a pesquisa é um conjunto de
acções, propostas para encontrar a solução para um problema, que têm por base
procedimentos racionais e sistemáticos.
Nesta pesquisa optamos pela qualitativa2, por se tratar de uma pesquisa social
não estando preocupados, com quantificações. Estudamos um estado de coisas, ou
melhor o como a intertextualidade confere criatividade às publicidades.
1.2.Métodos da Pesquisa
Para Chizotti (2000:34) método científico é um conjunto de procedimentos a serem
usados na investigação dos factos ou na procura de uma verdade. Ainda Cervo &
Bervian (1983:34) defendem que o método é a ordenação que se deve aplicar aos
diferentes processos necessários para alcançar um dado fim ou um resultado desejado.
2
Na visão de Prodanov & Freitas (2013:70), nela há uma relação dinâmica entre o mundo real e o
sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objectivo e a subjectividade do sujeito que não
pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenómenos e a atribuição de significados são básicas
no processo de pesquisa qualitativa. Esta não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente
natural é a fonte directa para recolha de dados e o pesquisador é o instrumento-chave. Tal pesquisa é
descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. O processo e seu significado
são os focos principais de abordagem.
15
3
Consiste, segundo Marconi & Lakatos (2003:158), num apanhado geral sobre os principais trabalhos já
realizados, revestidos de importância, por serem capazes de fornecer dados actuais e relevantes
relacionados ao tema.
4
Na visão de Gil (1999:66) é aquela que vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento
analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objectivos da pesquisa.
16
Assim sendo, obedecendo as cinco etapas propostas pelos autores acima, a nossa
análise seguiu respectivamente os seguintes passos:
Neste capítulo discutimos com exactidão conceitos ligados ao nosso trabalho e que
julgamos serem pertinentes para a compreensão e produção do mesmo. Nomeadamente
o conceito da publicidade, (suas características, os objectivos, a relação da imagem e o
texto, a relação da publicidade com a sociedade, a publicidade como sedutora e
enganadora, e a construção de protótipos na mesma. Igualmente, discutimos o conceito
de intertextualidade e seus tipos. Esta teoria, deu suporte à análise no capítulo III.
O autor supracitado afirma ainda que foi depois da Segunda Guerra Mundial que
a publicidade se aproximou a de hoje. As técnicas evoluíram, foram aprimoradas e
ganharam planeamento. O final da década de 50 proporcionou mais um progresso para a
publicidade. A ampliação dos meios de comunicação, principalmente aqueles que se
aproveitaram do desenvolvimento electrónico da última guerra, proporcionou o
aperfeiçoamento das técnicas existentes e o surgimento de novas. A partir de então, a
publicidade passa a ser concebida levando em consideração várias estratégias de
criação. Os textos publicitários passaram a ter mais enfoque nas funções da linguagem,
começaram a explorar diversas maneiras de se construir um discurso, além da
importância da imagem que agora ganhava mais força pela qualidade das cores e sua
facilidade de aplicação.
19
Por sua vez, Gonçalves (2010:21) afirma que, a publicidade é responsável por
uma parte considerável do orçamento que as empresas ou marcas destinam à
comunicação, é também uma técnica que permite atingir um público-alvo mais lato,
permitindo assim uma maior propagação da respectiva mensagem e um maior número
de receptores da mesma, uma vez que entra em contacto com um elevado número de
indivíduos. Desta forma, e atendendo à sua aptidão de ser capaz de atingir um número
elevado de pessoas, a publicidade é considerada como uma técnica de comunicação de
massas, ou “above the line5”.
5
Above the Line: são publicidades na TV, em rádios e revistas, banners online e outdoors.
20
que a publicidade faça com que o consumidor acredite que o que está sendo exposto é
verdadeiro e que aquele produto contém, efectivamente, as qualidades e os benefícios
que a publicidade apresenta.
As abordagens apresentadas denotam convergência no que diz respeito à
finalidade pela qual uma publicidade é produzida, que é fazer com que o produto ou
serviço publicitado registe maior aderência pelos consumidores. Para tal, é
imprescindível que recorra a aplicação de recursos criativos e persuasivos que
conquistem, prendam e convençam eficazmente o consumidor a reagir positivamente à
publicidade.
b) Texto
De acordo com Gonzales (2003:21) apud Almeida Júnior (2018:52) o texto é a
argumentação verbal que aparece logo abaixo da imagem da publicidade e tem como
objectivo informar sobre o produto, serviço ou ideia que está divulgando e, também,
persuadir o consumidor.
Na mesma linha, Ferraz Martínez (2004:28-40) apud Gonçalves (2010:60-65)
acredita que o texto é a parte da publicidade que é efectivamente comunicada a
mensagem.
Os dois autores têm como características do texto numa publicidade as seguintes:
Uso de jogos gráficos, como o tipo de letra que é utilizado, se o texto aparece em
maiúsculas ou minúsculas, letra arredondada ou cursiva, a utilização de grafias
22
c) Imagem
Gonzales (2003:19) apud Almeida Júnior (2018:54) afirma que “uma boa
imagem pode valer mais que mil palavras”, porque ela dá vida a publicidade, chama a
atenção do consumidor para o texto publicitário e, em consequência disso, desperta o
desejo de compra do produto.
A publicidade serve-se da imagem para se tornar uma informação intimidante
pela apresentação de personagens, a posição das suas mãos, os seus gestos ou a direcção
do seu olhar, sendo que a posição frontal é a que demonstra mais capacidade para
desempenhar esta função, enquanto outras posições se tornam mais aptas para o convite
do que para a intimidação. De forma a diminuir o grau de intimidação do anúncio, a
imagem deve ser construída como um relato, onde os seus personagens aparecem de
perfil, tornando-se protagonistas; construir uma informação predicativa, sendo que a
configuração da imagem irá variar, conforme esta deseje dar prioridade a uma
manifestação, uma apresentação, ou uma qualificação do produto (Gonçalves, 2010:67).
A função da imagem na publicidade não é, de ilustrar o produto mas sim tornar visível o
seu valor para o público.
Por sua vez, Galhardo (2002:99-100) apud Gonçalves (2010:67) salienta que,
por vezes, a imagem publicitária desempenha uma função de ancoragem, permitindo
com a sua leitura, uma descodificação da ambiguidade do texto. Para além de chamar a
atenção do leitor, a imagem publicitária estimula respostas e atribuições de valores e
significados ao produto ou marca.
d) As cores
Com relação a cores, em muitas publicidades são empregados artifícios relativos
à imagem cujo objectivo é realça-la e destacá-la, conferindo-lhe diferentes significados,
e contribuindo para persuadir o leitor/consumidor, sendo que os significados
comunicados pelas cores, modificam de sociedade para sociedade e acompanham os
ditames da moda. Assim sendo, o seu uso com parcimónia, e o conhecimento dos
24
Para Hoff & Gabrielli (2004:118) apud Gonçalves (2010:70) pelo facto de a imagem
ser polissémica e ambígua, permite várias leituras e interpretações. O acto de explicar
uma imagem para que todos os seus leitores a entendam da mesma forma, através do
texto denomina-se de ancoragem. Este processo dá à imagem um significado único,
recorrendo à linguagem verbal.
Unir e relacionar texto verbal e imagem é um recurso do género publicitário e fazer
a análise dessa relação é importante para a compreensão do texto como um todo.
Nesta ordem de ideias retemos que a ancoragem estabelecida entre o texto verbal e a
imagem é em muitos casos de complementaridade, o que quer dizer que, o
entendimento da imagem é realçado pelo texto verbal e vice-versa, dai que, sem o outro,
não é possível compreender o texto na sua globalidade.
Entendemos também que, por vezes, para se interpretar ou relacionar-se o texto
verbal e a imagem numa publicidade é preciso ter um conhecimento linguístico,
geográfico e cultural da publicidade em questão, ou seja, deve o consumidor fazer parte
da cultura onde, a publicidade é destinada.
Exemplo da relação entre o texto icónico e verbal escrito na publicidade:
Figura 16
6
Fonte: https://images.app.goo.gl/DxQQjykczzJhNxH66. Acesso: 23, Janeiro, 2020.
26
7
Disponívelem:http://entreditosenaoditos.blogspot.com/2011/06/outdoor-propaganda-da-unimed.html.
Acesso: 23, Marco, 2020.
27
que o que está sendo exposto é verdadeiro e que aquele produto contém, efectivamente,
as qualidades e os benefícios que a publicidade apresenta.
Verificamos unanimidade por parte dos autores acima referenciados e deles
depreendemos que, a sedução na publicidade tem a ver com os sentidos e desejo de
compra que as mensagens servindo-se da linguagem, cor e imagem certas, suscitam no
público-alvo. Pelo lado enganador, a publicidade é enganosa quando for, inteira ou
parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, induzir em erro o
consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades,
origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços. Inclusive quando
deixar de informar sobre dado essencial do produto ou serviço conforme se pode
verificar no exemplo da figura 2 em que o produto real não equivale ao apresentado na
publicidade.
Exemplo de uma publicidade enganadora e sedutora:
Figura 28
8
Fonte:https://www.newsrondonia.com.br/imagensNoticias/image/3(421).jpg. Acesso:
23, Março, 2020.
29
9
Na visão de Lopes & Carapinha (2013:18), refere o grau de adequação de um texto ao seu contexto de
uso.
30
2.2.Intertextualidade
ʺNosso discurso, isto é, todos os nossos enunciados [...] é pleno de palavras dos
outros. [...] Essas palavras dos outros trazem consigo a sua expressão, o seu tom
valorativo, que assimilamos, reelaboramos e reacentuamos, modificamos. [...]
Contudo, em qualquer enunciado, quando estudado com mais profundidade, [...]
descobrimos toda uma série de palavras do outro semilatentes ou latentes, de
diferentes graus de alteridade" (BAKHTIN, 1997:315).
Nascimento & Vieira (s/d) segregam que, o teórico russo Mikhail Bakhtin (1997
[1929]:318) foi o primeiro a abordar a inserção de textos dentro de outros, ou seja, o
diálogo inevitável entre ideias e pensamentos colocados na redacção de muitos
escritores. Assim, muitos estudiosos interessaram se por desenvolver o que Bakhtin
inicialmente chamou de dialogismo e, uma dos estudiosos que desenvolveu estes estudos foi
Kristeva (2005 [1969]: 71) dando o nome de intertextualidade o que antes Bakhtin chamou
de dialogismo.
Assim, Júlia Kristeva em (1969:65), ao tecer considerações a respeito da teoria
dialógica de Mikhail Bakhtin, definiu o texto como um mosaico de citações que resulta
da inscrição de textos anteriores. A partir desse momento, o conceito se propagou pelo
Ocidente, tendo, inclusive, aparecido em algumas publicações brasileiras da obra
bakhtiniana por uma questão de tradução.
Kristeva (1969:64) apud Santos (2010:20) concebe o texto como um lugar de encontro
com outros textos. Nessa concepção, o escritor normalmente assimila esses outros
textos e quando produz o seu próprio texto vai reflectir essas influências. Assim, a
intertextualidade constitui um cruzamento de superfícies textuais.
Koch, Bentes e Cavalcante (2008:9) explicam que “todo texto revela uma
relação radical de seu interior com seu exterior. Dele fazem parte outros textos que lhe
dão origem, que o predeterminam, com os quais dialoga, que ele retoma, a que alude ou
aos quais se opõe”. O texto é, então, como um intertexto que se relaciona
dialogicamente com textos anteriores e posteriores.
No pensar de Lopes & Carapinha (2013:19) intertextualidade:
ʺDesigna a relação de proximidade ‘‘de ordem retórico-estilística e de ordem
semântica’’ que um texto mantém com outros, da mesma família tipológica, da
mesma temática, da mesma época, da mesma cultura, que o leitor/ouvinte
32
chances de aceitação uma vez que, não se trata de exclusividade, pois a ideia já faz parte
do repertório social.
2.2.1.1.Intertextualidade temática
A intertextualidade temática caracteriza-se pelo conteúdo/tema e é encontrada em textos
literários ou não literários que se referem a temas ou assuntos noutros textos, como por
exemplo, entre textos científicos de uma mesma área ou corrente do conhecimento que
se servem de conceitos de conceitos e expressões comuns, entre matérias da mídia em
geral no mesmo dia ou no período de tempo em que dado assunto é focal.
Exemplo de intertextualidade temática:
Figura 310
Nestas publicidades se manifesta a intertextualidade temática conforme pode se
verificar a partir dos próprios títulos e as imagens que ambas apresentam.
2.2.1.2.Intertextualidade estilística
A intertextualidade estilística ocorre quando o produtor do texto, com objectivos
variados, repete, imita, parodia certos estilos ou variedades linguísticas. Assim, a
10
Fonte: https://images.app.goo.gl/Vfeqa4LUN3D7EEeR9. Acesso: 23, Março, 2020.
34
Figura 411
As publicidades acima apresentam o mesmo estilo. Nelas há uma imitação por meio da
paródia existindo desta feita a intertextualidade estilística.
2.2.1.3.Intertextualidade explícita
A intertextualidade explícita ocorre quando, no próprio texto, há citação da fonte do
intertexto, isto é, quando um texto ou fragmento é citado, apontando-lhe a fonte. Tal
ocorrência dá-se por meio de aspas, notas, citação literal do nome do autor e a data do
respectivo trabalho, a exemplo de como acontece no discurso relatado, nas citações e
referências, nos resumos, resenhas e traduções nas retomadas do texto do parceiro para
encadear sobre ele ou questioná-lo, na conversação, garantido, assim, ao novo texto,
certa credibilidade. No caso da citação as formas mais evidentes são a citação directa e
indirecta com indicação das autorias e identificadas por marcas tipográficas específicas
como aspas por exemplo.
Bazeman (2006:97) apud Santos (2010:25) afirma ser ingenuidade acreditar que
na citação directa haja reprodução fiel do discurso directo citado. O autor acredita que, a
citação traz consigo a ideia de que o texto emprestado permanece imaculado por escrito
literalmente no texto de quem o empresta. Por fim o autor salienta que cada vez que as
11
Fonte: https://images.app.goo.gl/b9xvC7zxd34SfAsp6. Acesso: 23, Março, 2020.
35
palavras alheias são usadas em um novo contexto, elas são recontextualizadas e assim,
produz se um novo sentido nesse novo contexto.
Ficou a ideia de que, a citação directa de ideias ou palavras não implica
fealdade, pois a quando da reprodução de ideias de outras pessoas, haverá traços de
quem reproduz no novo texto sem falar que, o contexto no qual essa reprodução
acontece pode ser diferente do contexto na qual o texto original tenha sido
produzido/proferido conforme o autor supra.
Exemplo da intertextualidade explícita:
Figura 512
2.2.1.4.Intertextualidade implícita
A intertextualidade implícita ocorre quando, em um texto, esta inserido outro texto
anteriormente produzido que faz parte do domínio estendido de referência dos
interlocutores sem qualquer menção evidente da fonte com objectivo de seguir a
orientação argumentativa, contradize-lo, ridicularizar ou argumentar em sentido
contrário. Nesse caso, faz-se necessária a activação de conhecimentos textuais para o
reconhecimento do texto fonte. Nesse tipo de intertexto, apesar de não haver citação
(expressa) da fonte, espera-se que o interlocutor recupere a (s), a fim de construir o
sentido do texto.
12
Fonte: https://images.app.goo.gl/Q8nPFaqKx5UJRfC88. Acesso: 23, Março, 2020.
36
Figura 613
13
Fonte: https://images.app.goo.gl/wTNRJGqZWeeSirVZ7. Acesso: 23, Março, 2020.
37
2.2.1.5.Intertextualidade intergenérica
A intertextualidade intergenérica ocorre quando um género exerce a função de outro,
evidentemente, com o objectivo de produzir determinados efeitos de sentido. Para que
isso ocorra, o produtor do texto conta com o conhecimento prévio dos seres
interlocutores a respeita do género em questão.
Koch, Bentes e Cavalance (2008:63) denominam de competência metagenérica as
relações intertextuais que os géneros mantêm entre si no que diz respeito à forma
composicional, ao conteúdo temático e ao estilo.
Figura 714
A imagem acima, é uma peça publicitária do Governo Federal do Brasil cujo objectivo é
o combate às drogas, podemos observar de maneira clara a fusão de dois diferentes
géneros: o género história em quadrinhos e o género publicitário. A escolha não foi feita
de maneira aleatória, mas sim com um propósito bem definido: estabelecer uma
comunicação eficiente com o público-alvo da campanha: os adolescentes. Para isso, o
grupo de publicitários responsáveis pela peça publicitária optou pelo uso de uma HQ,
género muito associado ao universo jovem, fundindo-o com elementos próprios do
género publicitário15.
14
Fonte: https://images.app.goo.gl/eD8JFzjkaLNKkjL1A.Acesso: 23, Março, 2020.
15
Disponível: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/redacao/intergenericidade.htm. Acesso: 23, Março,
2020.
38
2.2.1.6.Intertextualidade tipológica
Na intertextualidade tipológica é possível verificar um conjunto de características
comuns entre determinadas sequencias ou tipos textuais (narrativas, descritivas,
expositivas etc.), que permitem reconhecê-las como pertencentes à determinada classe.
Exemplo da intertextualidade tipológica:
Figura 816
16
Fonte: https://images.app.goo.gl/qmhAASeoo9omjf3E7. Acesso: 23, Março, 2020.
39
17
Http://www.frozy.co.mz/index.php/pt/quem-somos
40
sistemas de Garantia da Qualidade idênticos. É uma empresa que tem muito orgulho na
Qualidade das suas Pessoas (tem 102 Colaboradores directos), e na sua dupla origem,
Portuguesa e Moçambicana.18
18
https://www.maputo.embaixadaportugal.mne.pt/pt/a-embaixada/noticias/visita-as-instalacoes-da-sumol-
compal-mocambique-sa
19
https://movitel.co.mz/digital-services/1503630144128
20
http://www.dktmozambique.org/pt/prudence/
41
3.2.Análise
3.2.1. Análise A
Figura 9
Nesta primeira publicidade, está presente sobre um fundo cor preta, três garrafas
contendo líquidos de diferentes cores. As diferentes cores representam sabores diversos
do refrigerante da marca Frozy.
Do lado direito verificamos um copo cheio de Frozy com sabor de laranja. As
laranjas ao lado do copo é que nos ajudam a identificar o sabor. No dizer de Ferreira
(2006:197), nos textos publicitários a ilustração do produto é um recurso presente na
maioria delas, poiso leitor se prende pela imagem.
Podemos notar que as três garrafas mostram o que está sendo publicitado e, por
isso, o consumidor não precisa de nenhum esforço para se informar sobre o publicitado.
No canto inferior esquerdo, há presença do logotipo que ajuda na identificação
da empresa tornando fácil a vinculação da publicidade com sua empresa por parte dos
consumidores fazendo com que estes, não a confundam com outras. Ainda no que diz
respeito à presença do logotipo no texto publicitário, Almeida Júnior (2018:56) acredita
ser vital de modo que as pessoas o reconheçam com facilidade, seja distinguido ou
reconhecido sem dificuldade.
No rodapé, estão arrolados num fundo cor-de-rosa os patrocinadores e o
endereço electrónico da Fábrica. O endereço objectiva facilitar o contacto dos
consumidores junto da fábrica.
Quanto às cores aplicadas, são todas chamativas podendo prender a atenção de
quem possa ver a publicidade mesmo estando distante.
42
Na parte superior direito aparece o texto ʺHá um sabor para cada ocasiãoʺ. O
mesmo mostra os diferentes sabores para ocasiões diversas que a Frozy possui
ilustrados pelas garrafas.
A partir do texto e das três garrafas, podemos estabelecer uma relação de
complementação entre o verbal escrito e o imagético visto que os diferentes sabores nas
garrafas justificam o texto ʺHá um sabor para cada ocasiãoʺ. Assim, ambos textos
auxiliam-se na construção da mensagem global.
Identificamos nesta publicidade a intertextualidade implícita, aquela que
acontece quando se insere um texto alheio sem, no entanto, mencionar a fonte (Koch,
Bentes, Cavalcante, 2007:17). Esta intertextualidade se deu por meio de palavras onde o
texto:ʺHá um sabor para cada ocasiãoʺ presente na publicidade, alude sem indicação
da fonte, o versículo bíblico21: tudo tem a sua ocasião própria, e há tempo para todo
propósito debaixo do céu.
3.2.2. Análise B
Figura 10
Na letra, Irmão Mbalua, autor da música, acredita que quando uma mulher passa
por necessidades no namoro, o culpado é o namorado dela querendo com isso dizer que,
as despesas de uma mulher durante o namoro são responsabilidades do namorado. O
intertexto foi também utilizado para concordar com a mensagem da música em
referência. Quando a publicidade questiona Quem é o culpado por ainda não teres
provado o novo sabor de banana da compal? A resposta que se pode dar é: é o
namorado dela conforme acontece na música. Podemos perceber pela forma como o
discurso foi arrumado que esta publicidade tem um tom chantagista, obriga os
namorados a comprarem o sumo da compal para suas parceiras a fim de não se sentirem
culpados pela não provação do sabor.
3.2.3. Análise C
Figura 11
No centro dela está presente uma figura masculina jovem sorrindo e com mãos
viradas para o lado segurando moedas. A imagem deste homem simboliza poder que é
associado aos homens. Pinto (1997:31-45) acredita que a imagem do homem na
publicidade é associada ao exercício do poder, da acção, das decisões importantes, da
força, do sucesso e da riqueza. Assim, ela é mais comum nas publicidades dada a
conotação construída pela sociedade.
Constatamos uma relação entre o verbal escrito e o imagético uma vez que a
imagem do homem com moedas só é compreendida graças ao texto: Junta o teu
dinheiro no e-mola que faz perceber que as moedas juntas e o sorriso na figura
masculina são consequência da aderência ao serviço. Esta publicidade é socializadora
pois educa o público a saber poupar dinheiro para uso racional.
3.2.4. Análise D
Figura 12
Por sua vez, esta publicidade pertence a empresa prudence, dedicada á venda de
preservativos masculinos. Na mesma, a cor amarela que ocupa a maior parte é
chamativa podendo dar destacamento e atrair atenção do público. No meio dela, está
presente uma embalagem de preservativo com sabor de maracujá conforme ilustram as
frutas presentes. No centro da embalagem aparece o logótipo que é constituído
essencialmente pelo nome ʺPrudenceʺ, nome da empresa. Com a presença deste
logótipo, os consumidores facilmente poderão identificar e reconhecer a marca sem a
confundir com outras, pois esta é a principal função do logotipo segundo Almeida
Júnior (2018:56).
Ainda no meio da embalagem está um casal jovem num momento íntimo. A
intimidade do casal é para mostrar a utilidade do produto publicitado dando a entender
aos consumidores sobre o seu real valor. Galhardo (2002:99-100) apud Gonçalves
(2010:67) afirma que a função da imagem na publicidade é tornar visível o valor do
produto junto ao público e para além disso, a imagem publicitária estimula respostas e
atribuições de valores e significados ao produto ou marca.
O casal jovem, serve também, para identificar o público-alvo a qual a
publicidade é destinada que se subentende que sejam os jovens porém, não veda o uso
para outras faixas etárias.
Entre a embalagem observamos duas expressões. A de cima é: ʺse for para
namorar semʺ e a debaixo: ʺentão nem queroʺ. Estas expressões, só ganham sentido
quando sua leitura inclui a palavra ʺprudenceʺ presente no meio da embalagem e
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ficando: se for para namorar sem prudence então nem quero. Esta compreensão só é
possível quando a leitura é feita associando o imagético (Prudence) ao verbal escrito. De
acordo Galhardo (2002:99-100) apud Gonçalves (2010:67) por vezes, a imagem
publicitária desempenha uma função de ancoragem, permitindo com a sua leitura, uma
descodificação da ambiguidade do texto caso ela exista o que se fez necessário na
publicidade em análise.
Segundo Pinto (1997:24) o sucesso do produto pode ser medido não só pela
qualidade do mesmo, mas também pela sua capacidade de se inserir no universo de
valores do consumidor, quando este se torna capaz de admitir os seus desejos e
reconhecer o produto como a possibilidade para a sua satisfação.
Olhando para o conteúdo desta publicidade aliado a ideia apresentada por Pinto,
podemos concluir que existe um alinhamento entre o pensamento actual da sociedade e
a ideia transmitida pela publicidade no que diz respeito ao uso de preservativo, pois é
comum a ideia da necessidade de seu uso para evitar gravidezes não planificadas e
ainda, proteger se das ITS.
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https://imagens.app.goo.gl/gy2iwMffvTABWCXu6. Acessado em 16 de Setembro de 2020.
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3.2.5. Análise E
Figura 13
Estabelecemos uma relação entre o texto verbal escrito e o imagético uma vez
que a respostas ʺsou euʺ da pergunta ʺquem é o gostosão daqui?ʺ, só fazem sentido
por estarem vinculadas às imagens (sorvetes) daí que, o sentido global da
publicidade é gerado por esta relação. Ferreira (2006:200) acredita que, as estratégias
de escrita da publicidade sempre se valeram da eficiência da conjunção das linguagens
verbais e imagéticas.
Identificamos nesta publicidade, a intertextualidade implícita aquela que
acontece quando não há citação evidente da fonte do intertexto (Koch, Bentes,
Cavalcante, 2007:17). Neste caso acontece por meio da citação directa da letra da
música do compositor e cantor brasileiro aviões de Forro intitulada Gostosão. Na
música, a pergunta: quem é o gostosão daqui, e a resposta sou eu, constituem o coro
e por isso, parte mais repetida e decorada pelo público que conhece a música.
Na publicidade em análise, a empresa Óla Moçambique atribuiu aos produtos
publicitados falas pertencentes à música em referência. Tais falas criam no consumidor
a sensação de originalidade, isto é, estar diante de um produto exclusivo
4. Conclusão
Analisadas as publicidades da nossa amostra e conjugado com a revisão da
literatura, problema da pesquisa, objectivos e hipóteses, tecemos as seguintes
considerações finais:
O processo intertextual pode ocorrer em todas tipologias textuais de diversas
formas, com diferentes finalidades, sendo que no texto publicitário, o fim é sempre
persuadir. De forma generalizada, entendemos que a intertextualidade é um processo
que ajuda na extensão de ideias e na sua aceitação, conforme dizem Backtin & Kristeva
(1997:317), por isso, tem uma relevância inquestionável.
Durante a análise do corpus verificamos uma interacção entre as publicidades
com os respectivos textos fonte obedecendo os tipos de intertextualidades classificados
por Koch, Bentes e Cavalence (2008:17) sendo que, a intertextualidade implícita é que
mais se evidenciou. A publicidade C (E˗mola), para além da intertextualidade implícita,
apresenta a intertextualidade estilística devido ao estilo corporal da figura presente na
publicidade referida que, imita a fotografia de Will Smith.
A identificação do intertexto foi graças a presença do verbal escrito e imagético
alheios que já faziam parte do nosso repertório e que sua presença no corpus analisado
permitiu que identificássemos a intertextualidade.
Em toda amostra, a intertextualidade foi usada de forma criativa e teve como
principal objectivo, convidar e fazer com que maior número de consumidores aderisse
aos produtos/serviços publicitados. O critério que ditou a escolha e uso dos textos fonte
na produção das publicidades foi a popularidade que tiveram no seio dos consumidores
e isso, fez com que elas fossem mais aceites por pertencerem ao repertório deste.
As hipóteses levantadas na tentativa de responder a questão que norteou o estudo
foram confirmadas. A pesquisa mostrou nos que a intertextualidade é criativa à medida
que vai incorporando ideias ou significados materializados noutros textos e contextos de
forma estratégica ao ponto de os leitores a partir do intertexto, se sentirem verdadeiros
destinatários do publicitado sendo que, o reconhecimento do intertexto somente é
concretizado quando o leitor recupera a fonte do intertexto.
Quanto aos objectivos, foram efectivados, pois, com o estudo compreendemos
com profundidade a presença da intertextualidade no texto publicitário deste a forma
como se manifesta. Entendemos também, o quão este recurso se faz necessário no texto
publicitário ao desafiar os autores desta tipologia textual, a serem mais ousados e
criativos.
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Anexos
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