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UNIVVERSIDADE PEDAGÓGICA DE MAPUTO

Faculdade de Ciências de Linguagem, Comunicação e Artes

Técnicas de Expressão em Língua Portuguesa

SEBENTA DE TELP

Por: Carlos L. Mutondo

2023
Índice
TOMADA DE NOTA...........................................................................................................................4
Que passos a seguir para a tomada de nota eficiente?.................................................................5
Que técnicas a adoptar para a tomada de notas?.........................................................................5
Que fazer das notas tomadas?......................................................................................................5
Modos de tomadas de notas........................................................................................................6
O uso das abreviaturas e símbolos................................................................................................7
Alguns símbolos algébricos ou tipográfico usados........................................................................7
RESUMO...........................................................................................................................................9
Conceito de Resumo.....................................................................................................................9
Exercício:.....................................................................................................................................13
TIPOS DE RESUMO......................................................................................................................13
COMO ELABORAR UM RESUMO?...............................................................................................14
Fase preparatória:...................................................................................................................14
Fase operacional:....................................................................................................................15
Fase Final:...............................................................................................................................16
O QUE EVITAR NO RESUMO?......................................................................................................18
COMO VAI FAZER A AUTO AVALIAÇÃO DO RESUMO?................................................................19
EXERCÍCIO - 1..............................................................................................................................20
EXERCÍCIO - 2..............................................................................................................................21
FICHA DE LEITURA..........................................................................................................................25
Conceito......................................................................................................................................25
Como elaborar uma ficha de leitura?..........................................................................................25
Estrutura da Ficha de Leitura......................................................................................................26
TEXTO EXPOSITIVO-EXPLICATIVO..................................................................................................27
DEFINIÇÃO..................................................................................................................................27
CARACTERÍSTICAS LINGUÍSTICA..................................................................................................27
FASES DO TEXTO.........................................................................................................................28
ORGANIZAÇÃO DISCURSIVA........................................................................................................28
CARACTERISTICAS LINGUÍSTICAS................................................................................................29
TEXTO EXPOSITIVO-ARGUMENTATIVO..........................................................................................34
O QUE É ARGUMENTAR?............................................................................................................34
Como se constrói um texto argumentativo?...............................................................................36
Como Construir o Texto Expositivo -Argumentativo...................................................................37
1. Escolha e ordenação dos argumentos.................................................................................37
2. Adequação do texto ao objectivo e ao destinatário (informar, convencer, emocionar).....38
3. Articulação e Progressão do Discurso.................................................................................38
Articuladores do discurso...........................................................................................................39
O DISCURSO ARGUMENTATIVO..................................................................................................41
EXERCÍCIO DE CONSOLIDAÇÃO...................................................................................................43
ACTA...............................................................................................................................................50
Estrutura da acta.........................................................................................................................50
Linguagem...................................................................................................................................50
Modelo da acta...........................................................................................................................51
AVISO..............................................................................................................................................52
Conceito:.....................................................................................................................................52
Objectivos do aviso.....................................................................................................................52
Características linguísticas do aviso............................................................................................53
Estrutura do aviso.......................................................................................................................54
Modelos de avisos......................................................................................................................54
CURRICULUM VITAE.......................................................................................................................56
Conceito......................................................................................................................................56
Caraterísticas do Currículum Vitae..............................................................................................56
Estrutura Do Curriculum Vitae....................................................................................................57
Modelo de Curriculum Vitae.......................................................................................................58
Carta Formal...................................................................................................................................60
Definição.....................................................................................................................................60
Estrutura.....................................................................................................................................60
Como Redigir uma Carta Formal.................................................................................................61
Características.............................................................................................................................62
Modelo de uma Carta Formal.....................................................................................................63
Formas de Tratamento...................................................................................................................64
Formas de Tratamento – O que é?.............................................................................................64
Formas de Tratamento – Função................................................................................................65
Como Usar as Formas de Tratamento.........................................................................................65
Níveis para essas Formas de Tratamento....................................................................................65
A pessoa do emissor...................................................................................................................66

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UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA DE MAPUTO
Técnicas de Expressão em Língua Portuguesa

Caderno de Apoio
Docente: Carlos L. Mutondo

TOMADA DE NOTA

Na vida estudantil e profissional, somos convocados, muitas vezes a fazer o registo do


que ouvimos (em conferências, seminários, aulas, reuniões) ou lemos (nos mais diversos
tipos de textos). Contudo, numa simples audição ou leitura, há maior risco de se não poder
fazer a retenção de toda a informação, para o reaproveitamento futuro. Daí temos que
recorrer à tomada de notas.

Imaginemos que numa palestra para todos os estudantes do Curso de Informática, o


palestrante venha apresentar uma exposição sobre, por exemplo, “O Surgimento da
Informática”. O estudante, normalmente, tem se fixado nas projecções que o professor
faz. Porém, por outro lado, o professor, ao dar a explicação, vai apresentando exemplos
novos, definições e noções que não constam das projecções. De certeza, que os estudantes
não vão perder a oportunidade de fazer o registo das informações que acharem necessárias
– veja-se que a relevância do que anotar, a partir de uma exposição varia de indivíduo
para indivíduo. Nela intervêm factores como a atenção, a rapidez no registo (por parte de
quem toma as notas), a velocidade com que o conferencista ou locutor (neste caso, o
professor) faz o seu discurso e dos objectivos a alcançar.

Como se pode notar, ao fazermos a tomada de notas produzimos um texto novo e


pessoal, a partir de uma escuta selectiva ou de uma leitura de um texto. Produzimos um
texto novo (embora, muitas vezes, desconexo, vago, sem esclarecimento,...), no qual
reflectimos sobre (e sintetizamos) a informação apreendida. A tomada de notas é forma de
retenção das informações para seu reaproveitamento posterior. O objectivo da tomada de
notas é a memorização.

É importante ter a noção de que não é possível fazer o registo de


tudo o que se fala. É preciso ter estratégias para efectuar o registo!
Que passos a seguir para a tomada de nota eficiente?

A resposta a esta pergunta não se afigura como fácil. Pode variar de indivíduo para
indivíduo. Mas podemos nos reter nos seguintes aspectos:

 anotar o maior número possível de informação com o mínimo de palavras e tempo;


 interessar-se menos pela forma, mas sim com o conteúdo;
 eliminar todos os elementos supérfluos e redundantes;
 assinalar todas as palavras-chave;
 suprimir o pormenor;
 assentar as conclusões e as propostas de acção;
 estabelecer ligações (nexos) entre as informações;

Que técnicas a adoptar para a tomada de notas?

Ao fazer uma tomada de notas é preciso, o seguinte:


 desenvolver uma capacidade de antecipação e adquirir o hábito da concisão , isto é,
uma escrita acelerada (estilo telegráfico, frases curtas e sem verbos; utilização de
abreviaturas, sinais convencionais, siglas, símbolos e esquemas); reflectir sobre a
essência do tema tratado;
 utilizar códigos: sublinhar, destacar a cor, enquadrar a informação de modo a
destacar ou reflectir a hierarquia ou a prioridade;
 suprimir as palavras de ligação sem prejudicar o sentido e a compreensão;
 ortografar de modo legível (de modo a poder facilitar a reutilização da
informação);
 adoptar uma paginação clara; Não pode usar o verso das folhas;
 deixar muitos espaços em branco e abrir parágrafo sempre que se apresente uma
nova ideia.

Que fazer das notas tomadas?

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A tomada de notas não é um fim em si, mas sim um meio. Isso significa que as notas
tomadas devem ser exploradas o mais cedo possível (com as ideias ainda frescas). Para tal
convém:
 reler as notas por nós tomadas. Pode ser necessário reconstituir alguma
informação;
 completar o que não se registou a tempo (preenchimento dos espaços vazios);
 sublinhar, titular e “colorir” de modo a evidenciar as ideias essenciais.
 reclassificar as partes;
 anotar(na margem) as nossas observações e comentários;
 (re)construir o nosso texto.

Modos de tomadas de notas

Durante a tomada de notas, são seleccionadas as informações do texto de base ou do


discurso. Conforme as necessidades as notas podem apresentar-se de modos diversos:
a) Pequenos resumos – as notas apresentam características idênticas às do resumo.
Embora as diversas notas estejam articuladas entre si, nesta técnica produzem-se
frases completas com sujeito, verbo e complementos com conjunções e
preposições.
b) Palavras-chave – as notas não formam um texto de frases completas, mas são
constituídas por palavras significativas, seleccionadas cuidadosamente – as
palavras-chave do discurso. Segue-se a organização destas de modo a abrangerem
conceitos mais complexos. Mencionam-se factos e ideias de modo esquemático,
contudo, a compreensão destes esquemas está ligada à memória de quem os fez.
(As palavras-chave não são geralmente utilizáveis por pessoas que não o autor.
Neste modo de tomada de notas, as ligações de dependência entre as palavras
chave são evidenciadas com o recurso a setas e outros sinais.
c) Citações ou frases-chave – São registadas as citações ou frases-chave, aparecendo
algumas delas a resumir uma ideia-matriz, uma característica essencial de uma
personagem ou de uma tese. Aqui as citações podem ser anotadas sem alteração,
entre aspas, o que é mais significativo do pensamento do autor.
d) Tomar notas do próprio texto – neste caso, antes de as registar em folhas ou fichas,
as notas são tomadas no próprio texto, possibilitando a realização de um primeira
triagem directamente na matéria prima. São evidenciadas as ideias-chave

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sublinhando-as, colorindo-as, etc. À margem do texto podem ser colocadas as
anotações que sejam formulações abreviadas de cada parágrafo. Ao mesmo tempo,
com recurso a setas, são estabelecidas relações de aproximação entre certos
elementos dispersos ao longo do texto.
e) Mapas – As notas são organizadas num mapa que ocupa (aproximadamente)
metade da folha. Nos mapas ocorrem frase esquemáticas e palavras-chave,
mostrando graficamente as correspondências e as hierarquias entre as palavras e/ou
ideias.

O uso das abreviaturas e símbolos

Como se sabe, na tomada de nota é preciso usar uma escrita rápida. Para tal se recorre
ao uso de símbolos. Contudo, estes símbolos, na sua maioria, são convencionais, ou seja,
representam um código já consagrado.
É preciso realçar que no uso de símbolos e abreviaturas devem ser evitados os
excessos.
Alguns princípios para as abreviaturas:
(a) deve seguir-se um ponto à abreviatura.Exemplo: i.e. (id est)= isto é;
(b) não se abrevia numa vogal, mas sim numa consoante (ex. bol.= boletim), sallvo
excepção motivada por uma vulgarização do uso. Exemplo: ex. = exemplo, exo.=
exercício;
(c) as abreviaturas fazem-se as mais das vezes sem estabelecer distinção entre o
substantivo, o adjectivo, o advérbio, o verbo. Exemplo: an.= ano, anual,
anualmente;
(d) é prático abreviar suprimindo uma parte dos sufixos correntes. Exemplo; formul.,
mús., neolog. ...
(e) pode-se por vezes dobrar a consoante inicial a fim de marcar o plural. Ex.: p. =
página, pp. = páginas

Alguns símbolos algébricos ou tipográfico usados

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=: igual ≠: diferente +: mais
─: menos ±: mais ou menos →: implica
// : paralelo >: maior que <: menor que
(f) : função &: e ͂n: não
W: trabalho 1: um

BIBLIOGRAFIA

SIMONET, Jean e Renée, Como Tirar Notas de Maneira Prática. Lisboa, Edições
Catop, 1988.

SERAFINI, Maria Teresa, Como se Faz um Trabalho Escolar. 3.ª Edição, Lisboa,
Editorial Presença, 1994.

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RESUMO

Conceito de Resumo

Na sue dia-a dia, como estudante, muitas vezes é confrontado com a necessidade de
ter que ler uma infinidade de textos e de tipologias diversificadas. Nalgumas dessas vezes,
há necessidade de se retirar o máximo de informação dos textos lidos sem, contudo,
fazer a sua transcrição integral: para tal há que se recorrer ao resumo.

Vamos tomar como ponto de partida o seguinte texto:

Origem do Direito

Direito é um fenômeno de origem natural que está directamente associado ao


relacionamento de seres vivos com interesses conflitantes. Não se trata de um
fenómeno restrito à espécie humana, mas que abrange os seres vivos, em geral; sendo
consequência das relações entre interesses antagonicos desde o surgimento da vida
até os tempos de hoje. É o resultado da combinação de determinados elementos.

Não se chega a essa constatação buscando-se o significado etimológico da palavra


direito, mas sim analisando o objecto, o facto ao qual ela se refere. Tal facto é a
regulamentação das condutas dos indivíduos em permitidas ou proibidas, ou seja,
regulamentação de acções; e como toda acção é efectuada no sentido de satisfazer a
um interesse, pode dizer-se que o facto ao qual a palavra direito se refere é a
regulamentação de interesses.

Partindo dessa análise pode-se elaborar um conceito básico que caracterize a


essência do processo de formação do direito: direito é o fenômeno natural onde um
indivíduo faz prevalecer seu interesse sobre o de outro mediante a utilização de meio
adequado. Resumidamente, pode dizer-se que é interesse protegido por meio
adequado. O conceito mais longo traz embutido em si referências aos três elementos
que associados compõem o processo de formação do fenómeno jurídico, pluralidade de
indivíduos, conflito de interesses e confronto de meios.

Para que o fenómeno do direito possa acontecer é necessária a existência de dois


ou mais indivíduos, por isso um indivíduo isolado é incapaz de estabelecer uma relação
jurídica.

A necessidade da pluralidade de indivíduos pode ser suprida não só pela vida em


sociedade, o relacionamento eventual de indivíduos não associados também pode
ocasionar o desenvolvimento desse fenômeno.

Assim, predador e presa não participam de uma mesma sociedade, no entanto,


entre eles se estabelece uma relação de direito à vida. Da mesma forma, dois
indivíduos podem disputar a propriedade absoluta de um território e, mesmo sem formar
uma sociedade entre si, estabelecer entre eles uma relação de direito à propriedade. O
mesmo ocorreria se em vez de dois indivíduos se tratasse de dois povos.

Percebe-se com isso que o direito pode surgir dentro de uma sociedade ou fora
dela, seja entre sociedades distintas, seja entre um indivíduo e uma sociedade a qual
ele não pertence, ou ainda, entre indivíduos não associados que eventualmente se
relacionem. Pluralidade de indivíduos não é sinónimo de meio social, é apenas
indicativo da necessidade do relacionamento de dois ou mais indivíduos para que o
fenómeno do direito aconteça.

Interesse é a intenção de obter benefício a partir de algo. É o interesse, como


núcleo do elemento conflito de interesses, que torna o direito um fenómeno que
abrange os seres vivos em geral, pois, de todos e somente deles, pode-se extrair
sempre o interesse básico, nato, de manterem-se vivos. É claro que esse interesse nato
não é o único, muitos outros podem surgir na vida dos indivíduos a partir das
peculiaridades de cada espécie.

O fenómeno jurídico circula em torno de interesses, ou melhor, em torno do conflito


de interesses, que é o momento em que os indivíduos percebem que a efetivação do
interesse de um exclui a efetivação do interesse do outro. Esse conflito pode ocorrer
sob duas perspectivas distintas, a de um conflito de interesses convergentes ou a de
um conflito de interesses divergentes. É convergente quando os indivíduos têm o
mesmo interesse sobre determinado objecto, mas este só pode satisfaze a um deles. É
o caso da disputa pela posse absoluta de um território. O conflito torna-se divergente
quando os indivíduos têm interesses opostos ou diferentes sobre o mesmo objecto. O
exemplo do relacionamento entre predador e presa enquadra-se perfeitamente aqui - o
objecto disputado é a vida da presa, ela apenas quer mantê-la enquanto o predador,
atacá-la.

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Somente o conflito de interesses pode gerar direito, interesses comuns ou neutros
não desencadeiam tal processo, apenas promovem uma comunhão de interesses ou
simplesmente permanecem indiferentes.

Meios são recursos que os indivíduos utilizam na tentativa de satisfazer seus


interesses. Desta forma, confronto de meios é o momento em que os indivíduos
utilizam, cada um, os recursos dos quais dispõem para tentar fazer prevalecer seu
interesse sobre o de outro.

Existem dois principais tipos de meios que os indivíduos podem utilizar, são eles a
aptidão física e a intelectual. A utilização desses recursos em maior ou em menor grau
é determinada pelas peculiaridades das espécies de cada indivíduo. A associação entre
tais recursos também é comum. Ressalte-se aqui que aptidão intelectual não é apenas
a formulação de complexas idéias, os raciocínios primários também se enquadram
nessa referência.

Quando a presa apenas corre até que seu predador não consiga mais alcançá-la,
garantindo assim seu direito à vida, a aptidão física foi o meio adequado para proteger
seu interesse. Houve um confronto entre a aptidão física da presa e do predador e ela
levou vantagem. Se em vez de apenas correr a presa também se esconde por
entender, mesmo que primariamente, que desta forma se protegerá da investida de seu
atacante, houve uma associação dos meios aptidão física e intelectual. É a mesma
associação feita pelo predador que se esgueira por detrás de arbustos para
surpreender sua vítima e obter maior sucesso na satisfação de seu interesse. Essa
associação de meios pode ser também observada quando na disputa pela propriedade
absoluta de um território um povo fabrica armamentos para facilitar o combate ao
adversário; unindo aptidão física e intelectual ele encontra o meio adequado pra fazer
prevalecer seus interesses.

A expressão meio adequado não designa relação de proporcionalidade entre


recurso utilizado e circunstância, não leva em conta questões de equilíbrio, indica
apenas que o meio utilizado foi eficaz na salvaguarda de um interesse.

Os elementos citados nos itens anteriores são os responsáveis pelo surgimento do


direito, somente a combinação deles pode desencadear tal fenômeno. Assim, é preciso
primeiro que haja um relacionamento de indivíduos, mas isso não é o bastante, é

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necessário que eles possuam entre si interesses conflitantes e que tentem impor seus
interesses utilizando os recursos de que dispõem, também não basta a tentativa, o
confronto de meios, é preciso que um dos interesses prevaleça, só aí é que o direito
terá surgido, só então o fenômeno terá se caracterizado.

In Considerações sobre Origem e Desenvolvimento do Direito,

Anderson Giovanne, (s/d), pps. 3-8.

Para muitos, quando se fala de resumo, há uma ideia errada de que o mesmo seja
um “cut and paste” (recorte e colagem) integral de passagens deste texto de origem (X =
isso é um dos passos de uma tomada de notas). O resumo é mais do que isso. Exige de
quem o faz o domínio de três capacidades essenciais: compreensão total da estrutura do
texto a resumir, compressão da informação e produção de um discurso com
correcção. E, um dos principais requisitos para que o resumo seja considerado de “bom”,
é necessário que ele seja fiél ao discurso e conteúdo do texto de base. [Não pretendemos
com isto dizer que o resumo deve ser uma cópia integral do texto de partida!]
Como pode estar a notar, o resumo é um exercício que constitui a simbiose entre a
síntese, objectividade, fidelidade e rigor.
No resumo de um texto, geralmente, faz-se a apresentação das ideias ou factos
essenciais desenvolvidos num outro, de forma abreviada e respeitando a ordem pela qual
essas informações são dispostas naquele texto de partida.

Em síntese diríamos que:


 O resumo de um texto é a sua reformulação,
escrevendo-o de forma mais reduzida, preservando
com maior rigor o essencial da informação que ele
veicula.

Disto podemos depreender o seguinte: o resumo deve apresentar algumas


qualidades básicas e universais: a fidelidade ao conteúdo e sentido global do texto
original, a objectividade, a coerência, a coesão e a clareza

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.

Exercício:
Tomando como a base a informação até disponível, o que
fariam se o professor de Técnicas de Expressão de Lingua
Portuguesa lhe pedisse que produza o resumo e o texto
“Origem do Direito”?

Lembre-se que o resumo, como tal, tem as suas técnicas que devem ser respeitadas para
que a nossa actividade tenha o sucesso que dele esperamos, nomeadamente:
 Que tipo de resumo quero fazer?
 Como vou elaborar um resumo?
 Que método devo usar nessa elaboração do resumo?
 Que passos devo dar na elaboração desse resumo?

TIPOS DE RESUMO
Geralmente, quando elaboramos um resumo, temos um objectivo que pretendemos atingir.
Assim, de acordo com a sua finalidade o resumo pode ser:
1. Resumo crítico: este é um resumo redigido por um especialista, fazendo uma
análise crítica de um documento. Também chamado de resenha. Quando
analisa apenas uma determinada edição entre várias, denomina-se recensão.
2. Resumo indicativo: Este indica apenas os pontos principais do documento, não
apresentando dados qualitativos, quantitativos, etc. De modo geral, não
dispensa a consulta ao texto original.
3. Resumo informativo: é aquele que informa ao leitor as finalidades, a
metodologia, os resultados e as conclusões de um documento, de tal forma que
se possa, dispensar a consulta ao original.

Tem que, antes de mais nada, seleccionar o tipo de resumo. Já


escolheu o tipo de resumo?

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COMO ELABORAR UM RESUMO?
Passemos a ver os procedimentos na produção de um resumo.
Muitos autores consideram a existência de três fases principais na elaboração de um
resumo. A fase preparatória (compreensão da estrutura «global» do texto), a fase
operacional (elaboração e redacção do resumo) e a fase final (revisão e redacção
definitiva).

Em que consiste cada uma das fases da elaboração do resumo?

Fase preparatória:

Nesta fase, faz-se a leitura global do texto de modo a apreender o seu conteúdo,
seguida de um levantamento das ideias ou factos essenciais (aqui, sublinham-se ou
marcam-se as palavras, expressões ou frases-chaves no texto original).
De seguida, subdivide-se o texto em partes (podendo recorrer-se a vários critérios
de subdivisão do texto, tais como: temático, temporal, espacial,...), atribui-se um
título a cada uma das partes, destacam-se as palavras chave, sublinham-se os
articuladores do discurso (advérbios ou locuções de tempo ou de lugar, conjunções
coordenativas e subordinativas que indiquem oposição, adição, conclusão,
alternância, causa/efeito, semelhança, condição,...), palavras ou expressões que
marcam a sequencialidade do texto; esquematizam-se as ideias expostas e constrói-
se o plano de texto.

É necessário sublinhar aqui que para a compreensão do texto, Serafini (1994)


propõe o recurso a dois métodos principais a saber:

 O método analítico: que consiste na leitura do texto parágrafo por


parágrafo, prestando atenção às conjunções e aos conectores. O
resumo começa antes de se ter lido o texto na globalidade e
reflecte fielmente a redacção do texto de partida.
 O método comparativo: ou por guiões, geralmente, usado por quem

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já possui informações sobre o assunto tratado no texto que está a
resumir. O texto é compreendido com base nas próprias
expectativas, utilizando vários registos que constituem a memória.
Ao fazer o resumo, percorre-se rapidamente o texto em questão,
tendo presente algumas questões gerais sobre o assunto, às quais
procura-se responder.

 Sugiro, que execute apenas a primeira fase do seu


resumo. Note que o esse levantamento de ideias vai
depender do que acha relevante. Pode ser que o seu
levantamento seja do meu!
 Para a melhor compreensão de algumas palavras do
texto pode consultar um dicionário.

Fase operacional:

Depois de ter feito a compreensão global do texto, segue-se a fase operacional, que
consiste na construção de um texto novo, tendo como base o texto lido. Aqui é
importante referir que o novo texto não deve ser a repetição de passagens do texto-
base, mas sim que seja um texto baseado naquele. De seguida, apresentamos alguns
passos que deverão ser dados.

i. Supressão: suprimem-se todas as palavras ou enunciados que se


referem a pormenores secundários. No resumo, não deve figurar
qualquer informação que se considere acessória e supérflua. Exclui-
se a maioria dos adjectivos e advérbios, do vocabulário e expressões
redundantes, comentários, exemplos, citações do texto de fonte.
Reformulam-se as frases interrogativas e as que ocorrem no discurso
directo.

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ii. Generalização: substitui-se um conjunto de vocábulos por outros
elementos mais gerais, que os incluem. Por exemplo, um texto (fora
do texto) como este: «nas bancadas do Estádio, os espectadores
vestidos a rigor, muitos trazem a cor vermelha, outros a amarela,
alguns a cor branca... há ainda os que trazem um azul ou o verde,
porém, há quem não se esqueceu de trazer o equipamento todo
castanho, idêntico ao que está a ser usado pela equipe
forasteira...», pode ser substituido pelo seguinte: «as bancadas do
Estádio estão coloridas e com alguns adeptos vestidos a rigor».

iii. Selecção: muito próxima da supressão, consiste na supressão dos


elementos que exprimem o óbvio e normais no contexto em causa,
concentrando-se apenas no que é considerado importante.

iv. Construção/Integração: no resumo, faz-se a substituição de


determinadas frases ou expressões por outras de menor extensão,
mas com o mesmo sentido, recorrendo a sinonímia, conhecimento
do mundo, meronímia, hiperonímia, transformações que implicam
redução de paráfrases, de orações relativas aos adjectivos, de
orações integrantes às nominalizações...

Fase Final:

A fase final corresponde à elaboração do resumo final, na sua forma definitiva. É


nesta fase, que se faz o resumo verdadeiramente dito. Aqui, quem faz o resumo
deve pautar por escolher um vocabulário rigoroso, que evite leituras ambíguas;
deve usar uma linguagem clara e consisa, no resumo não há espaço para emissão
de opiniões pessoais, nem para a repetição das frases do texto original.
Há que conferir uma boa articulação entre os parágrafos do novo texto.
O resumo não deve exceder 1/3 do texto original (caso, não se fixem os
parâmetros).

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Eis, em síntese, os passos que devem ser dados para a elaboração de um resumo:

i. Trabalho de análise de Texto


1. Ler o texto;
2. Sublinhar as palavras-chave para identificar a rede semântica
(significado das palavras ou/e interpretação de frases);
3. Identificar os articuladores do discurso e as relações que estabelecem
entre si;
4. Identificar as ideias essenciais (as partes que constituem um texto);
colocar alíneas na margem e atribuir-lhe um título (de preferência
nominal).

ii. O trabalho de organização


1. Distinguir o essencial do acessório;
2. Organizar a sequência estrutural de um texto

iii. O trabalho de redacção


1. Respeitar a ordem por que o autor apresenta as ideias;
2. Evitar qualquer opinião pessoal ou comentário. O resumo deve ser
impessoal;
3. Respeitar a extensão do resumo; se não forem indicadas as palavras ou
as linhas do resumo, este deverá ser um quarto do original;
4. Não usar expressões ou frases inteiras (citações) do texto base; pode
usar-se a rede semântica identificada, colocando aspas;
5. Não utilizar o diálogo;

iv. Regras
1. Supressão de repetições, de fórmulas, interjeições; de exemplos,
citações …
2. Generalização: substituir alguns elementos, como palavras ou ideias,
por outros mais gerais;
3. Selecção: distinguir bem o essencial do acessório, suprimindo os
elementos que exprimam pormenores …;
4. Construção: manter tempos e pessoas, respeitar a ordem do texto,
fazer tantos parágrafos quantas as partes que contiver o plano (as
alíneas, as ideias-chave …), conservar a estrutura do texto de partida,
ligar logicamente as frases redigidas.

v. Técnicas

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1. Substituir um grupo de palavras por uma única palavra:
1.1. Substituir um grupo de palavras por um nome;
1.2. Substituir um grupo de palavras por um adjectivo;
1.3. Substituir por verbo, advérbio, etc..
2. Substituir uma enumeração por ou vários termos englobantes;
3. Saber utilizar sinónimos;
4. Manter o sistema de enunciação (utilizar o mesmo sistema pronominal
– manter os mesmos pronomes pessoais;
5. Estabelecer as redes.

http://srec.azores.gov.pt/dre/sd/115152010600/depart/dcsh/resumo.pdf

O QUE EVITAR NO RESUMO?

Na elaboração do resumo deve evitar-se:

a) O uso de símbolos e contrações que não sejam de uso corrente.


b) As abreviaturas e as siglas - quando absolutamente necessário, citá-las entre
parênteses e precedidas da explicação de seu significado, na primeira vez em
que aparecem.
c) O uso de fórmulas, equações, diagramas, etc., que não sejam absolutamente
necessários; quando seu emprego for imprescindível, defini-los na primeira vez
que aparecerem.
d) O uso de frases negativas, o uso indiscriminado de adjectivos, advérbios
neologismos e abuso de explicações.
e) O uso de expressões como «O presente trabalho trata ...», «Nesta tese são
discutidos...», «O documento conclui que ...», «aparentemente é ...», etc.
f) O uso de informações ou afirmações que não figurem no documento original.
g) O recurso citações bibliográficas, tabelas, quadros, esquemas.

Faça a correcção destes problemas se ainda se


verificam. Lembre-se que, apesar um texto
novo, o resumo deve ser fiel ao texto de
partida!

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COMO VAI FAZER A AUTO AVALIAÇÃO DO RESUMO?

Está claro que, quando realizamos qualquer actividade na vida, primeiro temos que
nos sentir felizes de ter conseguido (minimamente) atingir os objectivos que procurávamos
alcançar, por isso, de seguida, está um quadro que poderá usar como grelha de
autoavaliação do resumo:

si Não
Aspectos a considerar não
m observado
1. Referi apenas as ideias ou factos principais do texto original.
2. Omiti ou substituí as listas ou enumerações por designações mais
gerais.
3. Evitei o uso de expressões explicativas do tipo: «ou seja, isto é, ...»
4. Respeitei a ordem das ideias do texto original.
5. Transformei o discurso directo em discurso indirecto
6. Excluí pormenores irrelevantes, exemplos, citações, pequenas
histórias a propósito.
7. Evitei copiar frases ou expressões do texto.
8. Articulei bem os parágrafos e as frases.
9. O texto resumido não excede 1/3 do número de linhas do texto
original.

UPMap._TELP-2023, C.Mutondo Pg. 19


EXERCÍCIO - 1
Releia, mais uma vez, com bastante atenção o texto que «Origem do Direito» e, de
seguida, responda às questões colocadas.
1. Depois de ter lido, responda agora, ao questionário que se segue.
1.1. Defina o conceito “direito”, de acordo com o texto.
1.2. “Não se trata de um fenómeno restrito à espécie humana, mas que abrange os
seres vivos”.
1.2.1. Argumente a afirmação acima dada.
1.2.2. Qual é na essência o objecto de análise em direito?
1.2.3. Quando se diz que um indivíduo tem direitos sobre alguém?
1.3. O texto faz a alusão aos três conceitos necessários para que se forme o
fenómeno júrídico.
1.3.1. Quais são estes conceitos.
1.3.2. Explique os três conceitos, usando suas palavras.
1.4. Ao longo texto, o autor apresenta-nos, repeditamente, a figura de «predador e
presa».
1.4.1. Com que objectivo recorre a esta figura.
1.4.2. Por que motivo a existência da presa e do predador condiciona
favoravelmente a existência do Direito.
2. Produção de resumo:
2.1. Releia o texto e, sublinhe em cada parágrafo, a ideia principal.
2.2. Tomando em consideração a informação apresentada em cada parágrafo,
apresente, à margem, um pequeno título que sintetiza o conteúdo do mesmo.
2.3. Proceda, agora, ao reagrupamento das informações, tendo em conta a relação que
as informações dispostas em parágrafos diferentes estabelecem entre si.
2.4. Redija o resumo final, considerando apenas os aspectos relevante nele
apresentados. [O seu resumo não deverá exceder 1/4 do original
(aproximadamente: 260 palavras)!]

UPMap._TELP-2023, C.Mutondo Pg. 20


EXERCÍCIO - 2

Considere as propostas de resumo que são apresentam do texto “O que é a cultura?”. De


seguida, diga qual(ais) deles corresponde(m) ao(s) resumo(s) bem feito(s) do texto.
Justifique, buscando o suporte teórico estudado.

Texto

O QUE É A CULTURA?
Existem várias definições de cultura, mas ela não é, tal como muitas vezes se considera,
a maior ou menor quantidade de saber que o indivíduo adquiriu e possui. Muitas vezes
confunde-se cultura com erudição. Um homem que conhece o conteúdo de várias obras,
que conhece o pensamento de vários autores ou que é conhecedor de música e de arte é
erudito.
Todas as pessoas, alfabetizadas ou não, com maior ou menor grau de conhecimentos,
possuem uma cultura. O homem é um produto cultural e por este facto se distingue dos
animais.
O homem tem vindo, ao longo dos tempos, a aprender a relacionar-se com a natureza e
com os outros homens. Ele tem criado e inventado um conjunto de técnicas, instrumentos e
saberes que complexificam cada vez mais a sua vivência e ampliam gradualmente o seu
domínio sobre a natureza. Todo esse saber-fazer vai perdurando, reforçando-se,
ampliando-se e transmitido às gerações seguintes.
O homem aprende a viver em sociedade, adquirindo seu património colectivo e
comportando-se segundo os seus padrões culturais. O homem inventa, cria, transmite e
recebe cultura.

“Portanto, cultura é tudo o que recebemos, transmitimos ou inventamos. Assim, o


fumar, o beber, o comer, fritar ovos, uma advinha, um algarismo, um conto, o vestuário, o
cigarro, o cinema, a televisão, o avião, a matemática, a física, o relógio, a caneta, o prato, o
calendário, etc., constituem a cultura.”

UPMap._TELP-2023, C.Mutondo Pg. 21


A universalidade da cultura
Sendo a cultura o modo e a expressão de vida de um povo, ela existe em todos os
agrupamentos sociais. Toda a sociedade possui uma forma própria de vida, uma técnica,
um saber, uma religião, um sistema de ideias e de crenças, utensílios e valores que a
determinam e a diferenciam.
O que os torna peculiares são os diferentes modos como cada uma responde às
múltiplas necessidades do homem e como utilizam os vários elementos teóricos e práticos
que a especificam.
Podemos, pois, concluir que os fenómenos vitais são universais, que todos os povos se
expressam perante eles, porém a diferença reside na diversidade de manifestações que eles
sugerem.
Se a escolha de uma companheira ou de um companheiro é um fenómeno universal, o
modo como se reveste essa escolha não o é. Entre os Kurnar deve ser feita na própria tribo,
o que obriga os homens a trocar de mulheres. Na Austrália, os velhos são um grupo
privilegiado que podem escolher e casar-se com as raparigas mais jovens e atraentes.
Importa referir, contudo, que a diversidade de cultura não implica a afirmação de umas
sobre as outras.
Mesquita Lima. Elementos de Antropologia cultural. In Art. Cultura, pp. 97-98 &
CARDOSO, Adelino et al. Rumos da Psicologia. Lisboa, Ed. Rumos. 1993

UPMap._TELP-2023, C.Mutondo Pg. 22


Resumo 1
Existem várias definições de cultura, confunde-se com erudição.
Um homem com vasto saber é erudito.
Todas as pessoas possuem uma cultura, por este facto se distinguem dos animais.
O homem relaciona-se com a natureza e com outros homens. Ele cria e inventa
técnicas, instrumentos e saberes que ampliam o seu domínio sobre a natureza. Tudo vai
perdurando, reforçando-se, ampliando-se e transmitindo as gerações seguintes.
O homem vive em sociedade adquirindo património colectivo e comportando-se
segundo os padrões culturais. Ele inventa, cria e transmite e recebe cultruras. “tudo o
que recebemos, transmitimos ou inventamos constitui a cultura”.
A cultura é o modo e a expressão de vida de um povo. A sociedade possui própria
vida, técnica, saber, religião, ideias, crenças e valores que a diferenciam.
O especial são os modos como cada um, responde às múltiplas necessidades e como
utilizam vários elementos teóricos e práticos.
Concluir que os fenómenos vitais, universais se expressam perante eles, a diferença
reside na adversidade de manifestações.
Se a escolha de companheiros é um fenómeno universal, o modo não é. Entre os
Kurnar é feita na própria tribo, o que obriga os homens a trocar de mulheres.
Na Austrália os velhos são privilegiados podem casar com raparigas atraentes.
A diversidade de culturas não é a desvalorização das outras

Resumo 2
Costuma-se considerar erradamente que cultura é maior ou menor quantidade de
saber quer um indivíduo possui, porém, todas as pessoas alfabetizadas ou não, com
maior ou menor grau de conhecimentos possuem uma cultura.
Efectivamente, o homem é um produto cultural, pois ao longo dos tempos vai
criando um saber-fazer que constitui um património colectivo, que com o tempo se
complexifica e passa para gerações seguintes. Portanto, cultura é tudo o que recebemos,
inventamos e partilhamos.
A cultura, como modo e expressão de vida de um povo, existe em todos os grupos
sociais, pois toda a sociedade possui um conjunto de valores que a determinam e a
diferenciam. Estes valores valores são universais, pois é neles que todas as sociedades se
expressam, porém, a diferença está na forma diversa como estes se manifestam.

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Resumo 3
“Portanto, cultura é tudo o que recebemos, transmitimos ou inventamos. Assim, o
fumar, o beber, o comer, fritar ovos, uma advinha, um algarismo, um conto, o vestuário,
o cigarro, o cinema, a televisão, o avião, a matemática, a física, o relógio, a caneta, o
prato, o calendário, etc., constituem a cultura.”
Toda a sociedade possui uma forma de vida, uma técnica, um saber, uma religião, um
sistema de ideias e de crenças, utensílios e valores que a determinam e a diferenciam.
Podemos, pois, concluir que os fenómenos vitais são universais, que todos os povos
se expressam perante eles, porém a diferença reside na diversidade de manifestações que
eles sugerem. (…)

Fontes:

COBRADO, José. Resumo de Texto – Ensino Secundário. Porto, Edições Asa.


2003.

SERAFINI, Maria Teresa. Como se Faz um Trabalho Escolar. 3ª edição. Lisboa,


Editorial Presença, 1994.

<http://portuguesonline.no.sapo.pt/resumo.htm>, acessado aos 31/03/2009:

<www.brasilescola.com/redacao/resumo-texto.htm>, acessado aos 31/03/2009.

<http://srec.azores.gov.pt/dre/sd/115152010600/depart/dcsh/resumo.pdf>,acessado
aos 26/08/2014.

UPMap._TELP-2023, C.Mutondo Pg. 24


FICHA DE LEITURA

Conceito

Muitas vezes, os nossos docentes nos pedem par ler uma determinada e apresentar a
nossa ficha de leitura.
Comecemos por reflectir juntos esta situação: supõe-se que vamos a uma biblioteca
qualquer consultar / fazer leitura de uma ou várias obras sobre um determinado assunto, e
no final, temos que apresentar ao nosso docente o resultado dessas leituras ou,
simplesmente, queremos conservar esta informação lida. E, acontece que ao nível da
biblioteca só há um exemplar. Como se vê, iremos recorrer a uma / varias ficha(s) de
leitura.
Entendemos como ficha de leitura é um documento que elaboramos quando lemos
uma obra. Esse documento deve integrar dados sobre a identificação do documento
bibliográfico e o resultado da análise realizada, isto é, o que nós pudemos ler. Nesse
instrumento é frequente constar o resumo do que se leu, citações consideradas relevantes e
apontamentos sobre a reflexão que o investigador pode fazer sobre a leitura.
Quando o volume de informação que vai ser por nós lida e registada é grande, torna-
se relevante a utilização de um sistema de classificação desta informação.

Como elaborar uma ficha de leitura?


Eis alguns tópicos que se devem ter em atenção ao construir uma ficha de leitura que
contenha toda a informação necessária.

1. Começar por estabelecer um modelo de ficha de leitura. Pode-se


seguir modelos pré-existentes ou construir um mais
personalizado, mas tendo em atenção os conteúdos essenciais e
as formas de organização.

2. Reunir informação necessária e potencial para a sua


investigação. É importante elaborar um corpo de informações
que tenham potencial para colaborar com a investigação.

3. Registar regularmente. Quando fazer uma leitura que seja


relevante para a investigação, retirar apontamentos. Certificar-
se de colocar o número da página e de diferenciar entre uma
citação do autor e uma interpretação pessoal para evitar
plágios acidentais.

4. Incluir toda a informação sobre a referência bibliográfica.


Nome do autor, ano de publicação, título, referência da
publicação (nome da revista, ano, volume, número, editor,
local).

5. Sintetizar os registos. Com a leitura do corpo de informações


que se possui, é provável encontrar informações repetidas.

6. Evitar utilizar abreviações e códigos. Após um tempo poder-se-


á perder a compreensão das abreviações e/ou codificações.

Estrutura da Ficha de Leitura


Com base nas considerações dos autores, a estrutura básica de uma ficha de leitura
pode apresentar a seguinte estruturação:

(Referência Bibliográfica)1 (a) Tipo de obra2


(Indicação do tema ou título do capítulo)3
Observação /
Pg. Tomada de Notas / Resumo
Comentário4
12
15
17
21

1
A referência bibliográfica deve ser fichamento completo da obra de que se fez a leitura. Nota que, a cada
ficha corresponderá a informação contida numa detrminada obra. Se ler duas ou mis obras, tera que
produzir igual número de fichas de leitura.
2
É importar assinalar o tipo de obra lida, como por exemplo, Ensaio Literário, Monografia, Dissertação,
Livro, Artigo, etc.
3
Geralmente o tema ou título é o que está indicado na obra que estamos lendo.
4
Na coluna relativa aos comentários / Observações são registadas informações que, não estando escritas
na obra, são de relativa ou extrema importancia tendo em consideração o objectivo que motiva a leitura.

UPMap._TELP-2023, C.Mutondo Pg. 26


TEXTO EXPOSITIVO-EXPLICATIVO
Antes de prosseguirmos, reflectamos e respondamos as seguintes questões:
1. O que entende por texto expositivo-explicativo?
2. Já teve a oportunidade de ler algum Texto-Expositivo? Quando? Qual é o assunto que
tratava?

DEFINIÇÃO
O Texto Expositivo-Explicativo é um tipo de texto que tem por objectivo principal a
transmissão de conhecimentos a cerca de uma dada realidade, isto é, fazer-saber ou fazer-
conhecer (fazer-perceber).
Daí, podemos concluir à priori que o texto visa a transformação do estado cognitivo
dos sujeitos aos quais se destina, informando-os de forma clara, objectiva, coesa e coerente
sobre um assunto ou problema de que se supõe eles serem dententores de um saber
insatisfatório.
Como se pode notar, o Texto Expositivo-Explicativo apenas apresenta uma
informação, que se considera nova, partindo de um saber que se pressupõe que o leitor
o detenha. Daí que a linguagem usada neste tipo de texto tem muito a ver com o típo de
público alvo ao qual ele se destina.

Pensemos num caso em que um técnico de saúde se dirige numa região,


para falar´(recorrendo a textos) do SIDA:
De certeza, se se dirigir às crianças da escola primária usar uma
linguagem muito simples (provavelmente, um texto curto acompanhado
por ilustrações); se for ao público jovem, da escola secundária, irá
utilizar uma linguagem mais complexas… Mas, se for para o pessoal da
saúde, aí poderá recorrer a uma linguagem mais específica.
Por essa razão, ao produzir a texto tem que ter um consideração: a idade,
o que se supõe ser ou não do domínio e a escolaridade.

CARACTERÍSTICAS LINGUÍSTICA
Falemos então da linguagem:

Neste tipo de texto, há o predomínio de duas funções de linguagem, nomeadamente a


função referencial ou informativa (aquela que se usa para transmitir informações novas)
e a função metalinguística (usada em segmentos que visam explicar ou esclarecer o
sentido de uma noção ou expressão anterior).

FASES DO TEXTO
Neste tipo de textos, podemos identificar três momentos ou fases (correspondentes às
partes do texto), a saber:
 a fase do questionário (que contém de forma explícita ou implicita uma
questão que se vai responder ao longo do texto, ou simplesmente pela
anunciação do tema/assunto/problema da exposição) correspondente à
introdução;
 a fase da resolução, correspondente ao corpo explicativo ou
desenvolvimento, e;
 a fase da conclusão.

Muitas vezes, o fase do questionário inícia com a própria titulagem.


É necessário ter em conta que nem todo o texto expositivo-
explicativo apresenta a fase da conclusão. Mas, porque a sua
linguagem é directa, nós, como leitores, podemos tirar as nossas
conclusões.

ORGANIZAÇÃO DISCURSIVA
No tangente à organização discursiva deste tipo de texto, podemos identificar três
tipos de enunciados:
 Enunciados Expositivos (ou enunciados de exposição): contendo as
informações com as quais o autor do texto pretende fazer saber, ou seja,
transmitir os novos saberes;
 Enunciados Explicativos: com os segmentos explicativos visando fazer
compreender o que se transmite;
 Enunciados Baliza: com a finalidade de marcar as articulações do discurso,
isto é, anunciar o que vai ser dito; resumir o que se disse, ou seja,
estabelecer os nexos de ligação entre as diversas partes do texto.

Atenção:
Estes enunciados podem não ocorrer isoladamente. Eles, por
vezes podem, ocorrer de modo encadeado, isto é, num único
parágrafo podemos encontrar dois ou os três enunciados. Você
terá que prestar a sensibilidade do tipo de informar que um
determinado segmento está a passar.

UPMap._TELP-2023, C.Mutondo Pg. 28


Há vezes em que, para uma melhor compreensão do assunto
tratado, o autor pode socorrer-se de imagens.

CARACTERISTICAS LINGUÍSTICAS
Relativamente às caracteristicas linguísticas, o Texto Expositivo – Explicativo
apresenta:

 O uso do presente do indicativo com o valor gnómico (atemporal), uma


vez que se refere a factos que são tidos como verdadeiros por parte de quem
os anuncia, portanto, uma verdade que perdura independentemente do
tempo em que ela é dita.
 Emprego da construção passiva [podendo ser a passiva de ser (por
exemplo, “… A timbila é feita a partir de madeira de uma árvore…”) ou da
passiva sintáctica ou de se (por exemplo, “… A dança executada
denomina-se makhara…”)] como uma estratégia de impessoalizar o
discurso científico.
 Sendo o texto científico objectivo o sujeito deve estar afastado do seu
discurso – afastamento do sujeito -, e isso consegue-se com o recurso à
passiva.
 O texto científico é monológico, isto é, com uma única direcção.
 As nominalizações são usadas para condensar o que foi dito e assegurar a
progressão do texto;
 Não se usam os adjectivos valorativos, a não ser que eles sejam
necessariamente exigidos pelo discurso.
 As expressões explicativas permitem ao emissor tornar mais clara a sua
comunicação e orientam a compreensão do leitor;
 Os conectores discursivos são os elementos que vão assegurar os relações
entre as diversas partes do texto. No Texto Expositivo – Explicativo, os
conectores são usados com frequência e são de natureza lógica. Eles
marcam laços de adição, oposições, laços de consecução ou de causalidade;
 No que diz respeito ao vocabulário, recorre-se a um vocabulário
especializado. Isto quer dizer que se um texto é do ramo de informática,
por exemplo, irá recorrer a expressões da lingugem técnica que um
informatico deve dominar (hardware, software, megabyte, terrabytes,…).
Um gestor ou administrador de uma determinada empresa ou instituição,
também deve possuir e dominar um vocabulário próprio da área que ele
administra. O mesmo poder-se-ia dizer relativamente às outras áreas do
saber.

UPMap._TELP-2023, C.Mutondo Pg. 29


Observe-se que quando se fala de linguagem técnica
especializada não se pretende de forma nenhuma dizer que se
deva usar uma linguagem rebuscada e incompreensivel, pois
quanto mais compreensivel for o texto, mais facilmente ele
alcança os objectivos para os quais foi produzido.

Depois da parte teórica sobre o Texto Expositivo-Explicativo, vai complementar o que


até leu com a realização do exercício que se segue. Assim, leia com bastante atenção o
texto e, com clareza, responda as perguntas que se seguem.

TEXTO
O que é um pixel?
Pixel ou píxel (sendo o plural pixels ou píxeis) (aglutinação de picture e element, ou
seja, elemento de imagem, sendo pix a abreviatura em inglês para pictures) é o menor
elemento em um dispositivo de exibição (por exemplo, um
monitor), ao qual é possível atribuir-se uma cor. De uma
forma mais simples, um pixel é o menor ponto que forma
uma imagem digital, sendo que o conjunto de pixels
formam a imagem inteira.
Em um monitor colorido, cada pixel é composto por
um conjunto de 3 pontos: verde, vermelho e azul. Nos
melhores monitores, cada um desses pontos é capaz de
Conjunto de pixel de um monitor LCD exibir 256 tonalidades diferentes (o equivalente a 8 bits) e
combinando tonalidades dos três pontos é então possível
exibir pouco mais de 16.7 milhões de cores diferentes (exatamente 16.777.216).

Definições Técnicas
Um pixel é considerado como o menor componente de uma imagem digital. A definição de
pixel é altamente dependente do contexto ao qual a palavra está inserida. Por exemplo,
pode ser "pixels imprimíveis" de uma folha ou página, pixels transportados por sinais
eletrônicos, representado por valores digitais, pixels em dispositivos de exibição como
monitores ou pixels presentes nos elementos fotossensores de uma câmera digital. Esta
lista de definições não foi exaurida, e, dependendo de contexto específico, existem vários
outros termos que podem ser sinônimos de pixel, tais como PEL, sample, byte, bit, dot,
spot, etc. A expressão "pixels" pode ser usado de maneira abstracta, ou de maneira mais
concreta como unidade de medida (em especial, utilizam-se pixels como medida resolução,
por exemplo: 2400 pixels por polegada, 640 pixels por linha, espaçamento de 10 pixels de
distância).

UPMap._TELP-2023, C.Mutondo Pg. 30


Um pixel não precisa representar obrigatoriamente um pequeno quadrado. As imagens mostram maneiras alternativas de se
reconstruir uma imagem usando: um conjunto de pixels (píxeis), pontos, linhas e filtragem, respectivamente.
As medidas "pontos por polegada" (dpi) e "pixels por polegada" (ppi) às vezes são
utilizadas de forma indiscriminada, mas têm significados distintos, especialmente para
dispositivos de impressão, pois o dpi é uma medida de densidade da colocação dos pontos
de uma impressora no papel (tais como jato de tinta). Por exemplo, uma imagem de alta
qualidade fotográfica pode ser impressa com seiscentos ppi em uma impressora jato de
tinta de 1200 dpi. Mesmo valores elevados no número de dpi como 4800 dpi citado por
fabricantes de impressoras desde 2002, não significam muito em termos de resolução
possível.
Quanto mais pixels utilizados para representar uma imagem, mais esta se aproxima
de parecer com o objecto original. Algumas vezes, o número de pixels numa imagem é
chamado de resolução, embora a resolução tenha uma definição mais específica. Medidas
de pixels podem ser expressas como um único número, por exemplo, uma câmera digital
de "três-megapixels", que tem um valor nominal de três milhões de pixels; ou como um
par de números, por exemplo, um monitor com "640 por 480", onde se tem 640 pixels de
um lado ao outro do monitor e 480 de cima para baixo (monitor VGA), e, portanto, tem
um total de 640 × 480 = 307.200 pixels ou 0,3 megapixels.
Os pixels que formam uma imagem digitalizada (como arquivos JPEG usados em
páginas da Internet) podem ou não estar em correspondência de "um para um" com pixels
da tela do computador, isso depende de como o monitor do computador está configurado
para exibir uma imagem. Em computação, uma imagem composta por pixels é conhecida
como uma imagem "bitmap" ou "raster image". A palavra "raster" provém de padrões de
varredura utilizadas em televisores, e tem sido amplamente utilizado para descrever a
impressão de meio-tom semelhante e também em técnicas de armazenagem.
Megapixel (ou megapíxel) designa um valor equivalente a um milhão de pixels/píxeis. É
utilizado nas câmeras digitais para determinar o grau de resolução, ou definição de uma
imagem. Uma resolução de 1,3 megapixels significa que existem aproximadamente
1.300.000 pixels na imagem, o que corresponde a nada além da multiplicação da largura
pela altura da imagem, ou seja, uma imagem de 1280 pixels de largura por 1024 pixels terá
exatamente 1.310.720 pixels.
In, [https://pt.wikipedia.org/wiki/Pixel],
(Adaptado)

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QUESTIONÁRIO

1. De que fala o presente texto?


1.1. O que entende por pixel e por megapixel?
1.2. que provém a palavra pixel?
1.3. Como podem ser representados os pixels?
1.4. Qual é, entre as medidas de pixel, a diferença que se estabelece entre ppi e dpi?
2. «Os pixels que formam uma imagem digitalizada (…) podem ou não estar em
correspondência de "um para um" com pixels da tela do computador».
2.1. Como é que se explica a correspondencia ou não de pixels entre a imagem
digitalizada e os de um computador?
2.2. O que se entende por “bitmap”?
2.3. Que tipo de enunciado temos em 2.? Justifique.
2.4. Identifique, para cada um dos enunciados restantes, duas passagem que podem
representam.
2.5. Expliquem para que servem as aspas em “pontos por polegada” e em “raster
image”?

3. Divide o texto em partes e justifique.

4. Faça o levantamento das características linguisticas que se apresentam no texto.

5. Classifique o texto quanto a tipologia? Justifique.

UPMap._TELP-2023, C.Mutondo Pg. 32


TEXTO EXPOSITIVO-ARGUMENTATIVO

Antes de dar continuidade, pedimos que procure reflectir e responder às


seguintes questões:
1. Na sua opinião, quando, como e para quê usamos o discurso
expositivo-argumentativo no nosso dia-a-dia?
2. Em relação aos hábitos de leitura, já teve a oportunidade de ler algum
Texto Expositivo-Argumentativo? Quando? Qual é o assunto que
tratava?

O QUE É ARGUMENTAR?
Como pode constatar, argumentar é desenvolver organizadamente um raciocínio,
uma ideia, uma opinião, um ponto de vista ou uma convicção, de forma a influenciar, a
convencer e a persuadir um auditório ou leitor.

O texto expositivo-argumentativo expõe e defende um


aspecto, posição ou ideia pessoal – dai que essa ideia
pode ser aceite ou refutada / negada.
Um texto argumentativo tem, pois, como objectivo
apresentar, sobre um determinado assunto, um juízo
próprio de uma forma clara e organizada.

Tentando explicar o que acabamos de apresentar, diríamos que, se por um lado o texto
argumentativo serve para explicar ou fazer compreender algo, desenvolvendo-a
pormenorizadamente. Esse deve permitir que o leitor identifique, claramente, o tema
central do texto. Por outro lado, os textos como a dissertação, o comentário, a exposição
escrita, um simples artigo de opinião ou uma apreciação crítica de cinema ou de música
exigem a elaboração de um texto argumentativo bem estruturado, segundo um esquema
lógico. O texto argumentativo é um texto que visa convencer, persuadir ou influenciar o
ouvinte/leitor através da apresentação de uma tese (ponto de vista), cuja veracidade deve
ser demonstrada e provada através de argumentos adequados.

Comecemos afirmando que na Grécia antiga, os Sofistas preocupavam-se em vencer


discussões, através da argumentação. Alguns dos autores da antiguidade greco-latina que
criaram escolas de argumentação foram: Sócrates, filósofo grego (470-400 a. C),
Aristóteles, filósofo grego (384-322 a. C), Cícero, o mais eloquente dos oradores romanos
(106-43 a. C), entre outros.
Aristóteles definiu a argumentação como a "arte de falar de modo a convencer".
Segundo Heinrich Lausberg, a retórica distingue cinco fases para a elaboração de um
discurso:

Fases de um discurso argumentativo:


a) inventio (invenção): procura de argumentos que se possam
adequar ao tema a desenvover;
b) dispositio (disposição): organização e distribuição das ideias e
argumentos da seguinte forma:
 Parte inicial – o exordium (exórdio) -, que deve atrair a
atenção;
 Parte central – a propositio (proposição), a narratio
(narração) e a argumentatio (argumentação) - que
pretende apresentar provas através das quais se tenta
persuadir/convencer; e
 Parte final – peroratio (peroração), que é a conclusão;
c) elocutio (elocução): onde se procura encontrar a forma mais
eficaz para construir e/ou redigir o discurso, através da selecção
de palavras, frases ou recursos expressivos;
d) memoria (memória): conjunto de métodos e técnicas que
permitem ao orador memorizar;
e) pronunciatio (pronunciação): arte de pronunciar o discurso
(dicção; expressividade, colocação de voz…)

UPMap._TELP-2023, C.Mutondo Pg. 34


Como se constrói um texto argumentativo?
Assim, podemos notar que a clareza de um texto argumentativo depende, em muito, da
forma como ele é estruturado. E, concluímos, também, que o texto deverá ser organizado
em três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão.

Eis, então, a organização de um texto expositivo-


argumentativo:

a) Introdução / Apresentação da Tese: Parágrafo inicial


no qual se apresenta a tese/opinião que se pretende
defender, de modo afirmativo, claro e bem definido,
sem referir quaisquer razões ou provas. Não deve
conter exemplos.

b) Desenvolvimento (Corpo Argumentativo): No


desenvolvimento, apresenta-se os argumentos
contrários e favoráveis à tese, refutando os primeiros e
confirmando os últimos com referência a exemplos, isto
é, factos, exemplos, citações, testemunhos, dados
estatísticos.

c) Conclusão: Parágrafo final, no qual se conclui com


uma síntese da demonstração feita no desenvolvimento.
A conclusão irá servir para reforçar as ideias
anteriores utilizando frases-súmula do que foi dito, ou
seja, repetindo a tese e os argumentos mais importantes
de uma forma sintética de modo a permitir a sua fácil
memorização.

Deste modo, O texto argumentativo deve começar por uma introdução, normalmente
um parágrafo; segue-se o desenvolvimento, em parágrafos, com os respectivos

UPMap._TELP-2023, C.Mutondo Pg. 35


argumentos e contra-argumentos, seguidos de exemplos; finalmente, uma conclusão, de
parágrafo único, que retoma a afirmação inicial provada ou contrariada. Os vários
parágrafos devem estar encadeados uns nos outros pelos articuladores do discurso ou
conectores lógicos (de causa-efeito-consequência, hipótese-solução, etc.).
É de salientar que a sequência argumentativa é inspirada na tradição dos textos
literários e numa ideia de argumentação apoiada em raciocínios, aplicada à demonstração-
justificação de uma tese ou à refutação de uma tese, ou, ainda, dos argumentos associados
à apresentação de uma tese contrária, como se pode comprovar na representação
esquemática desta sequência:

TESE DADOS escoramento de portanto / CONCLUSÃO


+
ANTERIOR (premissas) inferências provavelmente (nova)
TESE

a menos que /
RESTRIÇÃO

Como Construir o Texto Expositivo -Argumentativo

1. Escolha e ordenação dos argumentos

Para uma correcta construção argumentativa, é fundamental a escolha dos argumentos que
suportam a demonstração da verdade da tese. Eles devem ser pertinentes e coerentes,
apresentados de forma lógica e articulada. Assim, deve:

UPMap._TELP-2023, C.Mutondo Pg. 36


 Encontrar os argumentos adequados;
 Recorrer, sempre que possível e desejável, à exemplificação, à
citação, à analogia, às relações causa-efeito;
 Organizar os argumentos por ordem crescente de importância,
do menos para o mais importante.
 Encontrar respostas para as seguintes perguntas:
 Que quero eu provar?
 Estes argumentos são realmente válidos?
 De que factos disponho? Serão sólidos? Quais vou utilizar?
Quais devo manter em reserva?
 Haverá pontos fracos na minha argumentação?
 Em que ponto posso ou devo ceder?

2. Adequação do texto ao objectivo e ao destinatário (informar, convencer,


emocionar)

A construção de um texto argumentativo deve ter em conta a sua finalidade e também


o leitor/ouvinte ao qual se destina (para informar, convencer, emocionar). Deve, pois:

 Usar um registo /estilo adequado à situação e ao destinatário. O


texto poderá tratar a mesma matéria;
 Utilizar referências de conteúdo que o destinatário possui, de
forma a que este o possa interpretar correctamente.

3. Articulação e Progressão do Discurso

UPMap._TELP-2023, C.Mutondo Pg. 37


O texto deve apresentar-se como um todo coeso e articulado, através do
estabelecimento de uma rede de relações lógicas entre as palavras, as frases, os períodos e
os parágrafos que o constituem. Deve, além disso, recorrer a processos de substituição,
usando palavras ou expressões no lugar de outras usadas anteriormente.
Deve igualmente corresponder à construção de um raciocínio que se vai desenvolvendo
gradualmente.

Estas características são conseguidas através de correcta utilização e


combinação dos elementos linguísticos do texto:
 Correcta estruturação e ordenação das frases;
 Uso correcto dos conectores do discurso;
 Respeito pelas regras de concordância;
 Uso adequado dos pronomes que evitam as repetições do nome;
 Utilização de um vocabulário variado, com recurso a
sinónimos, antónimos, hiperónimos e hipónimos.

.
Em súmula, progressão e articulação do texto é conseguida
sobretudo através do uso de conectores ou articuladores do
discurso que vão fazendo progredir o texto de uma forma
coerente e articulada.

Articuladores do discurso
Para cumprir o seu objectivo – persuadir – o texto argumentativo deve apresentar-se
como uma construção lógica, na qual o raciocínio é apresentado de forma progressiva e
articulada. Para isso, é fundamental uma boa utilização dos articuladores ou conectores do
discurso.

UPMap._TELP-2023, C.Mutondo Pg. 38


Articuladores do discurso
Para reiterar, reafirmar retomando a questão, penso que, a meu ver, creio que, estou certo, em
nosso entender
Para concordar, provar, efectivamente, com efeito, sem dúvida, na verdade, certamente, de certo,
exprimir certeza com toda a certeza, evidentemente, é evidente que, obviamente, é obvio
que ….
Para refutar, manifestar no entanto, mas, todavia, contudo, porém, apesar de, em sentido
oposição, restringir ideias contrário, refutando, pelo contrário, ao contrário, por outro lado, com a
ressalva de
Para exemplificar por exemplo, como se pode ver, assim, tome-se como exemplo, é o caso
de, é o que acontece com
Para explicitar significa isto que, explicitando melhor, não se pretende com isto, quer isto
dizer, a saber, isto é, por outras palavras para concluir – finalmente,
enfim, em conclusão, concluindo, para terminar, em suma, por
conseguinte, por consequência
Para estabelecer conexões de então, após, depois, antes, anteriormente, em seguida, seguidamente,
tempo quando, até que, a princípio, por fim
Para referenciar espaço aqui, ali, lá, acolá, além, naquele lugar, o lugar onde, ao lado de, à
esquerda, à direita, ao centro, no meio, mais adiante
Para indicar ordem em primeiro lugar, primeiramente, em segundo lugar, seguidamente, em
seguida, começando por, antes de mais, por último, por fim
Para estabelecer conexões de porque, visto que, dado que, uma vez que
causa
Para estabelecer conexões de de tal modo que, de forma que, tanto que, e por isso
consequência
Para expressar condição, se, a menos que, a não ser que, desde que, supondo que, se por
hipótese hipótese, admitindo que, excepto se, se por acaso
Para estabelecer conexões de para que, para, com o fim de, a fim de que, com o intuito de
fim
Para estabelecer relações e, ora, e também, e ainda
aditivas
Para estabelecer relações ou, ou então, seja...seja, quer...quer

UPMap._TELP-2023, C.Mutondo Pg. 39


disjuntivas
Para expressar semelhança, do mesmo modo, tal como, pelo mesmo motivo, pela mesma razão,
comparação igualmente, assim como

O DISCURSO ARGUMENTATIVO
Finalmente, o discurso no texto expositivo-argumentativo, dependendo do público a
que o argumentador se dirige, pode ser:

a. Discurso deliberativo – é aquele cujo auditório é um parlamento


ou uma assembléia.
b. Discurso judiciário – é aquele que se dirige a um juiz ou
tribunal.
c. Discurso epidíctico ou demonstrativo – feito para louvar ou
censurar factos ou pessoas, não interagindo com o ouvinte a
ponto dele necessitar tomar posição sobre o que lhe é dito.
Tomemos como exemplo um comício político.

O que têm em comum os três tipos de discurso? Todos procuram convencer. Como se
pode depreender, quando se argumenta nas actividades forenses, na acusação ou na defesa,
não se tem como fim principal a deliberação ou o elogio, mas sim a vitória em uma
controvérsia.

Discurso judicial deliberativo epidictico

Auditório juíz assembleia público

(juízo) (decisão) (avaliação)

Tempo passado presente futuro

Objectivos justo / injusto útil / prejudicial nobre / vil

UPMap._TELP-2023, C.Mutondo Pg. 40


(ético) (político) belo / feio

(estético)

Meios acusação / defesa persuasão / elogio / censura


dissuasão

Procedimento entinema exemplo amplificação

Topo real / irreal possível / mais / menos


(temporalidade) impossível (quantidade)

UPMap._TELP-2023, C.Mutondo Pg. 41


EXERCÍCIO DE CONSOLIDAÇÃO

Vamos agora, ler o texto «Ciência e Religião», e responder ao questionário que


se segue:
Ciência e Religião

Vivemos num mundo em que, apesar das aparências, a religião é fundamental.


Desde o Irão a Arábia Saudita, onde o Islão permanece a força dominante, até ao
Ocidente industrializado, onde a religião se fragmentou e diversificou, ocasionalmente em
vagas superstições pseudo-científicas, a busca de um sentido profundo para a vida
persiste. Tal busca não pode ser subestimada. Também os cientistas procuram um
sentido. Descobrindo como o universo é feito e funciona, como é a vida e a consciência,
podem fornecer a matéria-prima a partir da qual se podem fabricar crenças religiosas.

Tanto a ciência como a religião têm duas facetas: a intelectual e a social. Em ambos
os casos, os efeitos deixam muito a desejar. A ciência pode ser o alívio para as misérias
da doença e do esforço penoso e, providenciando uma quantidade de maquinetas para o
nosso entretenimento e convivência, mas também espalhou terríveis armas de destruição
maciça, assim como degradou a qualidade de vida. O impacto da ciência na sociedade
industrial tem sido uma bênção ambígua.

Por outro lado, a religião organizada aparece na mesma, se não pior. Ninguém pode
negar que muitos casos individuais de devoção se manifestam nos que trabalham em
comunidades religiosas de todo o mundo, mas a religião há muito que se institucionalizou
e, muitas vezes, está preocupada com o poder e a política do que com o bem e o mal. O
zelo religioso tem sido canalizado demasiadas vezes para conflitos, pervertendo a
tolerância normal do homem e desencadeando a crueldade bárbara. O genocídio, pelos
cristãos, das populações nativas da América do Sul na Idade Média é um dos terríveis
exemplos, mas toda a história da Europa está atapetada de cadáveres dos que foram
mortos por diferenças menores de doutrinas.

Durante a maior parte da história da humanidade, homens e mulheres voltaram-se


para a religião para encontrar orientação e também respostas para questões
fundamentais da existência. Como apareceu o universo e como irá acabar? Qual a
origem da vida e da humanidade? Só nos séculos mais recentes a ciência começou a dar
o seu contributo para a resolução destas questões. As fricções daí resultantes estão bem
documentadas. Desde a origem, com Galileu, Copérnico e Newton, passando por Darwin
e Einestein, até à idade dos computadores e alta tecnologia, a ciência moderna tem
lançado uma luz fria e ameaçadora sobre as crenças religiosas profundamente
enraizadas. Por isso, tem aumentado o sentimento de que a ciência e a religião são
intrinsecamente incomparáveis e antagonistas. É uma crença encorajadora pela história.
As tentativas iniciais feitas pela Igreja para deter a onda dos avanços científicos
demoliram uma grande parte de crenças religiosas muito acarinhadas e vieram a ser
consideradas, por muitos, como demolidoras da fé.

UPMap._TELP-2023, C.Mutondo Pg. 42


Na realidades, muitos cientistas profissionais são também profundamente religiosos e
parecem não sentir grande dificuldade intelectual em conseguir harmonizar esses dois
lados da sua filosofia.

Paul Davies, Deus e a Nossa Física.

QUESTIONÁRIO
Seleccione para cada uma delas apenas uma das quatro alternativas sugeridas.

1. Quanto à tipologia o texto da prova é...:


A. Uma crónica de actualidade. C. Um texto expositivo-
argumentativo.
B. Um texto expositivo-explicativo. D. Um texto de natureza
administrativa.

2. A principal ideia defendida no texto é a de que...


A. ... no mundo em que vivemos, a religião é fundamental.
B. ... tanto a religião como a ciência têm um impacto muito forte na sociedade.
C. ... apesar de antagónicas, a religião e a ciência têm o papel de responder às
inquietações do homem.
D. ... o impacto da ciência na sociedade tem sido uma bênção ambígua.

3. A seguinte passagem: «Vivemos num mundo em que, apesar das


aparências, a religião é fundamental» constitui no texto...
A. A tese principal do texto. C. O principal Argumento.
B. Um enunciado Expositivo forte. D. Um enunciado Explicativo.

4. Quando o autor afirma que «Tal busca não pode ser subestimada» refere-se
…:
A. À busca pela ciência e respostas que ela nos oferece para a vida.
B. À busca de um sentido profundo para a vida ignorando a religião.
C. À busca das respostas sobre o que acontece na vida partindo de princípios
religiosos.
D. À busca do conhecimento e sabedoria sobre o mundo.

5. De acordo com o texto, a ciência e a religião, apresentam os seguintes


enfoques:
A. Humana e social . C. Religiosa e social.
B. Intelectual e psicológica. D. Intelectual e social.

UPMap._TELP-2023, C.Mutondo Pg. 43


6. Com a afirmação «o impacto da ciência na sociedade industrial tem sido
uma bênção ambígua» o autor do texto pretende dizer que:
A. Os resultados da ciência têm sido, simultaneamente, benéficos e maléficos
para a sociedade.
B. O impacto da ciência tem sido abençoados porque é ambíguo.
C. Os resultados da ciência numa sociedade industrial beneficiam sempre a
todos, por isso são uma bênção.
D. Os resultados da ciência são uma bênção porque são sempre os que se
espera obter.

7. Para o autor do texto, um excessivo zelo pela religião pode ter efeitos:
A. Imediatos. B. Desejados. C. A longo prazo. D. Cruéis.

8. Das seguinte afirmações apenas uma constitui verdade, de acordo com o


texto:
A. Desde os tempos remotos, o homem preocupou-se em apenas desenhar o
destino do mundo.
B. Desde os tempos remotos, o homem procurou obter, de várias formas, as
respostas sobre a essência da sua existência.
C. Desde a sua criação, o homem previlegiou a ciência como a sua única fonte
para obter as respostas sobre os seus problemas.
D. Desde os seus princípios, a ciência preverteu a tolerância existente entre os
homens.

9. Assinale apenas a alternativa falsa de acordo com o texto:


A. Descobrindo os fundamentos do universo, a ciência e a religião podem
oferecer matéria prima a partir da qual se podem formular crenças religiosas.
B. A ciência e a religião deixam muito a desejar, nas suas facetas intelectual e
social.
C. É refutável que a religião esteja, muitas vezes, mais preocupada com a
política, do que com o bem o mal.
D. Desde sempre, a humanidade encontrou na religião a principal fonte de
respostas para as suas questões essenciais.

10. A palavra atapetada na seguinte transcrição: «toda a história da Europa está


atapetada de cadáveres dos que foram mortos por diferenças menores de
doutrinas» tem como sinónimo:
A. Tapada. B. Repleta. C. Colorida. D. Empobrecida.

11. Quanto ao processo de formação, a palavra «atapetada» é formada por:


A. ... derivação por sufixação. C. Derivação por prefixação.
B. ... derivação parassintética. ...D. Derivação por prefixação e sufixação.

12. A oração sublinhada na transcrição em (10) é:


A. ... subordinada relativa restritiva. C. ... subordinada final.
B. ... subordinada relativa explicativa. D. ... subordinada integrante.

UPMap._TELP-2023, C.Mutondo Pg. 44


13. No texto, a expressão «pervertendo a tolerância normal do homem» quer
dizer:
A. ... provocando uma alteração nos princípios de aceitação mútua que
caracterizam o homem.
B. ... criando uma manutenção da ordem prevertida da tolerância normal do
homem.
C. ... propiciando a não alteração dos princípios de respeito que caracterizam o
homem.
D. ... subestimando a necessidade de tolerância característica do homem.

14. Por outras palavras, a frase «a ciência e a religião são intrinsecamente


incomparáveis e antagonistas» pode ser interpretada da seguinte forma:
A. ... a ciência a e religião na sua essência não podem ser comparáveis, uma
vez que não se distinguem
B. ... a ciência e a religião não podem ser de modo algum comparáveis, uma vez
que são bem distintas.
C. ... a ciência e a religião, além de serem antagónicas, jamais foram
incomparáveis.
D. ... a ciência e a religião constituem duas facetas distintas de uma mesma
realidade.

15. Na transcrição do exercício anterior, as palavras sublinhadas são


respectivamente:
A. Advérbio e substantivo. C. Advébio e adjectivo.
B. Adjectivo e substantivo. D. Advérbio e locução conjuncional.

16. Quanto aos processos de formação de palavras, nas mesmas palavras


ocorrem, respectivamente:
A. Derivação por prefixação e Derivação por sufixação.
B. Derivação parassintética e derivação por prefixação.
C. Derivação por sufixação e derivação por prefixação.
D. Derivação imprópria e derivação por prefixação.

17. Na frase: «podem fornecer a matéria-prima a partir da qual se podem


fabricar crenças religiosas», a palavra «matéria-prima» é:
A. ... composta por justaposição. C. ... um derivado erudito.
B. ... composta por aglutinação. D. ... um neologismo.

18. O plural correcto de «matéria-prima» é:


A. ... matérias-primas. C. ... matérias-prima
B. ... matéria-primas. D. ... matéria-prima

19. A palavra sublinhada em (17) morfologicamente classifica-se como...


A. ... pronome possessivo. C. ... pronome integrante.
B. ... pronome demonstrativo. D. ... pronome relativo.

20. Na passagem «Como apareceu o universo e como irá acabar?» temos a


seguinte figura de estilo...

UPMap._TELP-2023, C.Mutondo Pg. 45


A. Hipérbole. B. Interrogativa retórica. C. Ironia. D. Sinédoque.

21. Morfologicamente, a palavra sublinhada é...


A. Pronome interrogativo. C. Conjunção comparativa.
B. Advérbio de interrogação. D. Forma do verbo «comer».

22. Na frase em (20), temos predominante.


A. ... a função apelativa da linguagem. C. a função fática da linguagem
B. ... a função expressiva da linguagem. D. a função metalinguística da
Linguagem

23. Todas as palavras que se seguem pertencem à mesma classe, EXCEPTO:


A. Tolerância. B. Ciência. C. Confiança. D. Maciça.

24. Das alternativas que se seguem assinale a que não tem o mesmo sentido:
A. Intrínseco B. Essencial C. Irrelevante D. Interior

25. Na transcrição «mas a religião há muito que se institucionalizou», a oração


sublinhada é...
A. ... subordinada relativa restritiva. C. ...subordinada adverbial
causal.
B. ... subordinada relativa explicativa. D. ...subordinada substantiva
integrante.

26. Na transcrição do exercício anterior, a forma verbal «há» pode ser


substituida por:
A. «tem» B. «faz» C. «existe» D. «completa».

27. No trecho «homens e mulheres voltaram-se para a religião para encontrar


orientação», o sujeito da frase é...
A. ... homens. C. ... homens e mulheres.
B. ... mulheres D. ... religião.

28. Na expressão sublinhada no trecho em 27. temos a ocorrência de uma ...


A. Conjugação Pronominal Reflexa. C. Conjugação Perifrástica.
B. Conjugação Pronominal Recíproca. D. Pronominalização Passiva.

29. As palavras sublinhadas na seguinte transcrição: « Ninguém pode negar


que muitos casos individuais de devoção se manifestam nos que trabalham
em comunidades religiosas» são, respectivamente...
A. ... conjunção integrante, preposição e pronome relativo.
B. ... pronome relativo, preposição e conjunção integrante.
C. ... pronome relativo, conjução integrante e preposição.
D. ...conjunção integrante, preposição e conjunção consecutiva.

UPMap._TELP-2023, C.Mutondo Pg. 46


30. Os conjuntos que se seguem são formados por palavras da mesma classe,
à EXCEPÇÃO de...
A. ... qual, onde, que. C. ... zelo, vezes, bárbara
B. ... atapetada, maciça, iniciais. D. ... começar, enraizar,
encorajar.

31. Das frases que se seguem apenas uma está com umapontuação correcta...
A. Embora, muitos sejam religiosos, acreditam, na ciência.
B. Embora muitos sejam religiosos, acreditam, na ciência.
C. Embora muitos sejam religiosos acreditam na ciência.
D. Embora muitos sejam religiosos, acreditam na ciência.

32. Assinala a frase relativa mal formada.


A. Os homens que acreditam na ciência no teste ganharam uma bolsa.
B. A questão a propósito da qual discutimos passou na plenária.
C. Os cientistas cujas as teorias forem aprovadas, serão promovidos.
D. As casas onde se presta culto a Deus são chamadas templo.

33. Todas as frases que se seguem não estão conforme a norma do português,
à EXCEPÇÃO DE...
A. Espero que não sejemos condenados por este acto.
B. Se fôssemos todos estudiosos, os nosso professores ficariam contentes.
C. Caso colectemos maior número de apoiantes, nossa causa será considerada.
D. Não esperávamos que os constrangisse com a sua atitude.

34. Ao longo das nossas aulas falámos da Lei 19/2002 de 10 de Outubro que se
debruça sobre as eleições autárquicas. Quanto à tipologia, este texto é...:
A. ... um texto jornalístico. C. ... um texto normativo.
B. ... um texto multiuso. D. ... um texto expositivo-explicativo.

35. Das alternativas que se seguem todas versam sobre a confidencialidade do


voto, À EXCEPÇÃO de...
A. O voto é secreto.
B. A votação decorre ininterruptamente, devendo os membros da mesa da
assembleia de foto fazer-se substituir quando necessário.
C. Ninguém pode, sob qualquer pretexto, ser obrigado a revelar o sentido do
voto.
D. Dentro da assembleia ou fora dela ninguém pode revelar em quem votou.

36. Os seguintes cidadãos têm prioridade no acto de votação, EXCEPTO...


A. ... doentes . C. ...idosos.
B. ...mulheres grávidas. D. ... apenas os médicos.

UPMap._TELP-2023, C.Mutondo Pg. 47


37. Relativamente ao acto de votação, são verdadeiras as seguinte afirmações,
MENOS...
A. O eleitor cujo cartão se tenha extraviado, fora do período de reemissão fixado
pelso órgãos eleitorais, só pode votar se constar do caderno eleitoal
respectivo.
B. Uma vez exercido o direito do voto, o eleitor não recebe mais o cartão.
Apenas retira-se do local de votação.
C. Não é permitida a presença nas assembleias de voto de cidadãos que não
sejam eleitores.
D. Os cidadãos que não saibam ler nem escrever votam mediante a aposição do
dedo na área correspondnte à candidatura.

38. Das palavras que se seguem, apenas uma não diz respeito ao vocabulário
eleitoral...
A. Mesa de voto. C. Caderno eleitoral
B. Sebenta. D. Lista eleitoral.

39. O sinónimo da palavra «sufrágio» é...


A. ... voto. B. ...recolha. C. ... informe. D. ... democracia.

40. Todas as palavras que se seguem pertencem à mesma família, à excepção


de...
A. Voto. B. Votante. C. Votivo. D. Volitivo.

UPMap._TELP-2023, C.Mutondo Pg. 48


ACTA
É o registo dos factos ocorridos e das decisões tomadas numa reunião destinada a descutir
um assunto ou vários assuntos. A acta deve ser elaborada por um dos elementos presentes
na reunião. É o relato informativo de uma reunião. Ao elaborar uma acta, é necessário ter
em conta alguns princípios, a saber: a estrutura e a linguagem/escrita.

Estrutura da acta
 Fórmula de abertura; ~
- data e hora exactas;
- local;
- natureza da reunião;
- pessoas convocadas (presentes e ausentes) e suas respectivas funções;
- ordem de trabalhos.
 Desenvolvimento: Relato dos acontecimentos essenciais, de acordo com a ordem
pela qual foram tratados;
 Fórmula de encerramento;
 Assinatura do presidente e do secretário da reunião.

Linguagem
Ao elaborar uma acta deve-se utilizar uma linguagem clara e objectiva de modo a ser
entendida por qualquer leitor. Escrever, por extenso, todos os números. Não se devem
utilizar abreviaturas. Em caso de engano, não apagar, não rasurar nem riscar o erro;
escrever a palavra « digo», seguida da forma correcta. Trancar todos os espaços em branco
Modelo da acta
-----------Aos ˍˍˍˍˍˍˍˍ (1) dias do mês de ˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍ (1) de ˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍ (1), pelas ˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍ (1)
reuniu-se/reuniram-se ˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍ (2), na ˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍ(3), sob a presidência de
ˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍ(4), para dar cumprimento à seguinte ordem de
trabalhos:-------------------------
Ponto um: ˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍ.-------------------------------------------------------------------------
Ponto dois:
ˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍ.--------------------------------------------------------------------------
Desenvolvimento talhado de todos os assuntos tratados, registo das várias opiniões e
das várias conclusões. Quando houver lugar a votação de propostas, deve-se indicar o
número de votos a favor, contra e abstenções.---------------------------------------------------
E, nada mais havendo a tratar, foi lavrada a presente acta que, depois de lida e aprovada,
vai ser assinada, nos termos da lei.-----------------------------------------------------------------
O Presidente: ˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍ
O Secretário: ˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍˍ

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AVISO

Conceito:
Etimologicamente a palavra aviso provem do latim “ad visum”, do verbo activo transitivo
“avisar”

Costa et al.(1999:193) definem aviso como sendo um “acto ou efeito de avisar,


advertência, administração, descrição, conselho, opinião”.

O aviso é um documento escrito, por meio do qual as empresas, instituições transmitem


informações, ordens, conceitos, notificações a empregados ou a terceiros com quem elas
têm interesse em comum, portanto aviso é um acto notificativo que têm como objectivo
chamar alguem a juizo ou para lhe dar conhecimento de um facto ocorrido em qualquer
processo, fazendo parte dos textos do género de anuncios, que é uma informação com a
qual se participa, se faz saber ou dá conhecimento de algo ao público.
(colegiomoz.blogspot.com), (tondinho.blogspot.com).

Objectivos do aviso.
O aviso procura advertir ou comunicar uma novidade, por via oral ou escrita, ele pode ser
um cartaz ou um sinal.

Exemplo dos avisos fixados nas portas dos comerciantes, mostram todo tipo de informação
aos clientes:

“encerrado para o intervalo”, “voltamos dentro de cinco minutos”, “50% de


desconto em todos artigos femininos”, “ aberto aos sábados, domingos e
feriados das 09 ás 14”, e.c.

Os avisos tendem ter diferentes funções. Existem, por exemplo, os que advertem sobre um
perigo potencial:

“ reduza a velocidade”, “ trabalhos na via a 100 metros”, “uma cratera após


50 metros da curva”, etc.

UPMap._TELP-2023, C.Mutondo Pg. 51


.

Alguns difundem certas normas ou proibições:

“proibido fumar”, “proibido fixar anúncios aqui”, “faixa reservada a


transportes semicollectivos das 15:30 ás 18:00”, “zona propença a
inundações, proibido construir”, e.t.c.

E alguns que se limitam a expor uma mensagem de distintas características:

“sorria! Está sendo filmado.”.

O outro uso do conceito aviso aparece na publicidade. Os avisos ou anúncios são as


mensagens publicitárias que se difundem através dos meios de comunicação ou na vida
pública, exemplo: “ o novo aviso televisivo da marca desportiva, conta com a participação
de grandes tenistas de toda a história”, “a empresa retirou o seu anúncio da revista em
desconformidade com a sua política editorial”.

Características linguísticas do aviso.


Um aviso apresenta as seguintes características linguísticas:

 Linguagem clara, objectiva e incisiva;


 Frases curtas;
 Verbos, geralmente, nas formas inpessoais ou na voz passiva, [a passiva pode ser
(Avisa-se a...) ou ainda (São avisados...), quando há pretensão de se tornar ilegível
o seu autor];
 Recurso à terceira pessoa gramatical;
 Predominio de enumerações;
 Uso de expressões nominalizadas;
 Presença de expressões deíticas temporais e espaciais;

UPMap._TELP-2023, C.Mutondo Pg. 52


 As funções de linguagem recorentes são: informativa (dado que o aviso informa) e
Apelativa (visto que o aviso têm por finalidade levar os visados a agir num
determinado sentido).

Estrutura do aviso.
O aviso apresenta uma estrutura muito simples, podendo ser representado do seguinte
modo:

1. Cabeçalho, é onde vem patente a origem (entidade que emite o aviso) e o título do
documento “AVISO” (em carracterísticas destacadas e em maúsculas, no centro).

2. Corpo do aviso, nesta parte faz-se a explicitação do conteúdo e/ou objecto do


aviso, contendo a informação sobre a entidade que emite o aviso os sujeitos
envolvidos no aviso, a data, a hora, o local e outros elementos para que a
informação não se torbe ambígua.

É de realçar que: caso seja pertinente, o corpo do aviso poderá conter figuras, tabelas ou
gráficos que facilitem a comprensão rápida da mensagem, asim como as numera,cões têm
uma função muito importante neste tipo de textos.

3. Fecho, é a parte final do aviso, que compreende: local e data da emissão do aviso, a
entidade que emite o documento e a respectiva assinatura (nome e
qualificação/cargo desempenhado pelo responsavel pela sua emissão).

Modelos de avisos.
1. Aviso de fechamento temporário da empresa,
Ele avisa os interessados a respeito da suspensão temporaria do espediente de uma
empresa:

Aviso
Expediente suspenso.
Informamos a todos os clientes, fornecedores e colaboradores que o expediente da
(nome da empresa) será suspensa nos dias (data), devido ao (motivo do fechamento

UPMap._TELP-2023, C.Mutondo Pg. 53


da empresa).
Após, reabrirmos normalmente para o atendimento ao público neste dias, contactos
poderão ser realizados pelo telefone (informar) ou e-mail (informar).
(nome da empresa)

2. Aviso de reunião dos pais e mestres.

Uma comunicação para que os pais ou responsaveis pelos alunos comparesam à uma
reunião escolar a ser realizada, onde os professores poderam apresentar detalhadamente
aos pais ou responsaveis, eventuais dificuldades dos seus filhos, buscando formas de
superar tais dificiências.

Exemplo:

(nome da escola/colégio)

AVISO

A Direcção Pedagógica d... (nome da escola/colégio), tem a honra de convidá-los para a


reunião de pais e mestres a ser realizada no dia (data) às (horário), no auditório desta
escola/colégio.
Por ocasião da reunião será apresentados os resultados sobre o desempenho individual
dos alunos, além aproveitarmos o momento para promover uma maior interação entre a
família e o ambiente escolar.
Atenciosamente,
A direcção

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CURRICULUM VITAE

Caro estudante, bem vindo!


Nesta aula falaremos do currículum vitae:
 O que é Curriculum Vitae?
 Que características organizacionais e linguisticas apresenta uma C.V,?

Conceito
Para começar, o que entende por Curriculum Vitae (C.V.)?

Curriculum Vitae (do latim «trajetória de vida»), também abreviado para CV ou apenas
currículo, é o primeiro contato que, normalmente, se estabelece entre o indivíduo que procura
emprego e a entidade que deseja que o contrate, portanto, tem de ser um documento claro e estar
muito bem estruturado.
O Curriculum Vitae é um documento de tipo histórico, que relata a trajectória educacional e/ou
académica e as experiências profissionais de uma pessoa, como forma de demonstrar suas
habilidades e competências. De um modo geral, o curriculum vitae tem como objetivo fornecer o
perfil da pessoa para um empregador, podendo também ser usado como instrumento de apoio em
situações académicas.

O curriculum vitae é, assim, uma síntese de qualificações e aptidões, na


qual o candidato a alguma vaga de emprego descreve as experiências
profissionais, formação académica, e dados pessoais para poder obter o
contrato.

Caraterísticas do Currículum Vitae


Ao se produzir um Curriculum Vitae é necessário que se use uma linguagem simples, clara e
objetiva, sem “rodeios”.
Para uma boa apresentação, o texto do Currículum Vitae deve ser livre de erros ortográficos,
rasuras. Não se deve usar o corrector (se manuscrito).

Estrutura Do Curriculum Vitae


Um bom Curriculum Vitae deverá apresentar a seguinte estrutura básica.
1. Dados pessoais: Neste item deverá constar o nome completo, local de nascimento,
endereço residencial, telefone, endereço de correio eletrónico, idade e estado civil e
outros dados que permitam a sua identificação.
2. Formação Académica: (também denominada Habilitações Académicas): Aqui, são
incluídos os estudos realizados e os graus obtidos, incluindo-se a relação das
instituições onde foram frequentados tais estudos.
Serão adicionados também os idiomas, indicando uma pequena avaliação do nível
(baixo, médio ou alto) falado e/ou escrito.Os idiomas podem ser colocados neste item
ou no de dados complementares. Se não tem muitos dados complementares para
acrescentar, aconselha-se que se coloquem neste item. No entanto, se se não tiver
muita formação académica, adicionam-se os idiomas no item de formação. Podem ser
incluídos também os estudos não regulados (tais como outros cursos frequentados de
curta duração) que tenham relação direta com o campo profissional para o qual o
candidato se propõe a fazer a entrevista de trabalho.

3. Nesta parte, usualmente, a informação tem sido disposta na ordem cronológica inversa,
ou seja, da mais recente à mais antiga. Experiência Profissional: Para este item pode-
se seguir uma ordem cronológica, funcional ou mista, ainda que a primeira é a mais
comum. Aqui relacionam-se todas as experiências profissionais e remuneradas. É
também relevante a indicação das datas, dos nomes e as atividades das empresas, os
posto de trabalho e, se possível, um nome para que, caso o desejem, possam pedir
referências. Se o candidato já ocupou vários postos, poderá simplificar a sua
experiência profissional, apresentando apenas os últimos 3 (três).

4. Dados Complementares: (também desigado, outras referências) neste último item do


curriculum vitae, o candidato poderá incluir alguns dados que possam ser
interessantes ou relevantes. Algumas pessoas acham que é positivo incluir os hobbies,
as preferências e os gostos, mas isto é absolutamente pessoal. Este item ajuda a
entidade empregadora a ter uma ideia sobre a sua personalidade.

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Modelo de Curriculum Vitae

CURRICULUM VITAE

I. DADOS PESSOAIS
Apelido FACITELA
Nome completo Hélder Jóia
Filiação:
Pai: Luís Jóia Facitela
Mãe: Florência de Lurdes
Nascida aos: 25 de Julho de 1996
Local de Nascimento: Cidade de Matola
Bilhete de Identidade: № 11050168888J, emitido aos 31/10/2013, pelo Arquivo de
Identificação da Cidade de Maputo
Residência: Cidade de Maputo, Distrito Municipal Kamubukwane, Bairro de Inhagoia
“B”, Célula 2, Quarteirão 9, Nº 3.

II. FORMAÇÃO ACADÉMICA


2012-2013: Frequências e conclusão do Ensino Secundário Geral, 2º Ciclo (11ª e 12ª
Classes), na Escola Secundária Josina Machel, na Cidade de Maputo.
2008-2011: Frequência e conclusão do Ensino Secundário Geral, 1º Ciclo (8ª a 10ª
Classes), na Escola Secundária Zedequias Manganhela, Bairro 25 de Junho, Cidade
de Maputo.
2006-2007: Frequência e conclusão da 6ª e 7ª Classes, Ensino Primário, nível Básico, 2º
Grau, na Escola Primária Unidade 2, Bairro de Nsalene, Cidade de Maputo.
2004-2005: Frequência e Conclusão de 3ª a 5ª Classes, Ensino Primário Básico, 2º
Ciclo, 1º Grau, na Escola Primária de Inhagóia «A», Bairro de Inhagóia «A»,
Cidade de Maputo.
2001-2003: Frequência e conclusão de 1ª e 2ª Classes, Ensino Primário Básico, 1º Ciclo,
1º Grau, na Escola Primária de Inhagóia «B», Bairro de Inhagóia «B», Cidade de
Maputo.

III. OUTRAS HABILITAÇÕES


2010: Frequência do Curso de Iniciação em Inglês, 1º Nível, VPS Private School (Ensino
Particular), Bairro de Inhagoia B, Cidade de Maputo.

IV. CONHECIMENTO LINGUÍSTICO

Changana: (Língua Materna), domínio excelente no discuro oral.


Português: ( Língua Segunda), domínio fluente no discurso escrito e no discurso oral.
Inglês: (Língua Estrangeira), dominio razoável no discurso escrito e no discurso
oral

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Francês: (Língua Estrangeira), dominio razoável no discurso escrito e no discurso
oral

V. DADOS COMPLEMENTARES

 Capacidade de Integração em grupo;


 Vontade e facilidade de aprender e adaptação em novas tarefas;
 Bom relacionamento com os outros;
 Capacidade de enfrentar novos desafios profissionais;
 Dedicação e empenho das tarefas a executar;
 Capacidade de diálogo;
 Sigilo e zelo no exercício da sua profissão;
 Disponibilidade imediata.

VI. CONTACTOS

Residência: Cidade de Maputo, Distrito Municipal Kamubukwane, Bairro de Inhagoia


“B”, Célula 2, Quarteirão 9, Nº 3.
Celular: (+258)856731221 – Pessoal
Alternativos: (+258)839250004 ou (+258)859992666 – Contactar com Pedro Facitela

Maputo, 12 de Outubro de 2017


Assinatura:
(Hélder Jóia Facitela)

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Carta Formal

Definição
Diferentemente da carta informal que tem, geralmente, como destino pessoas do círculo
de convívio familiar e social mais próximo, e podem ser redigidas com muita mais
descontração e informalidade; A carta formal é muito usada em situações entre
comunicação com órgãos públicos e privados, ou com pessoas e profissionais que
demandem um tom mais formal e respeitoso.

A carta Formal é um meio de comunicação utilizado para as situações formais. Nela há


maior cumprimento de normas, pois resulta da necessidade de comunicação entre
indivíduos e instituições ou entre instituições.

Estrutura

As cartas formais seguem um padrão definido, costumam ser cartas curtas onde a
pessoa faz algum tipo de anúncio, agradecimento, sugestões, respostas ou
requerimento a alguém ou alguma instituição, na carta formal predomina a norma culta
da língua portuguesa.
A linguagem e regras da carta formal passam, necessáriamente, por devido respeito e
formalidade que este tipo de documento requer.
A carta formal deve ser sempre utilizada em situações formais que se queira passar
alguma informação. O respeito a suas regras também deve ser praticado.

Como todos os documentos, a carta formal segue os seguintes passos, ou melhor, tem
como elementos estruturais os seguintes:

 Cabeçalho: É a parte da carta onde encontramos a identificação do emissor,


morada, data, assunto, etc., colocando-se do lado esquerdo da página,
obrigatoriamente.
 Destinatário: Nome e endereço da pessoas para a qual destinamos a carta,
tratando-se de um elemento obrigatório neste tipo de carta, mas pouco usado nas
informais.
 Local e data: Estes elementos, são colocados no lado direito da página.
 Saudação: O tipo de saudação depende do grau de relacionamento dos
interlocutores, podendo-se desta feita, utilizar as fórmulas do tipo “Meu amor” ou
“Querido filho” nas cartas pessoais e “Ex. Senhor/a” nas formais.
 Corpo:É o conteúdo da carta. Não tem limites nem condicionamentos se é de
índole pessoal. Tratando-se de uma carta formal, o texto é breve e é reto, tendo
como o seu início com forme o seu assunto.
Por exemplo, “Junto envio o meu Curriculum Vitae”, “Envio, em anexo, a
documentação referente a...” ou “Solicito a atenção de V. Exas. para a seguinte
situação”, “Venho por este meio solicitar a V. Ex ªse digne mandar marcar uma
audiência...”
 Despedida: tal como na saudação o tom é familiar nas cartas informais,
recorrendo a expressões do género “Com amor” ou “Teu muito amigo”. Nas
missivas formais utilizam-se expressões respeitosas, tais como “Atentamente,
com os melhores comprimentos” ou “Muito atenciosamente”.
 Assinatura: Este, é o elemento imprescindível que simboliza a autenticidade da
missiva.

Como Redigir uma Carta Formal

Ao escrever uma carta formal, evite, ou seja, não use a escrita de próprio punho, por
parecer pouco formal, o melhor é redigir a carta em um computador (ou mesmo a máquina
dactilográfica) e fazer a sua impressão e assinatura logo após.

É necessário estar muito atento a regras gramaticais, em cartas formais os erros


gramaticais devem ser evitados ao máximo, se possível for, temos de encontrar alguém
que faça a correcção do que nos passa despercebido algumas vezes.

Outro aspecto a ter em consideração quando redigimos a carta fornal, é o tom usado na
carta formal que deve ser sempre formal, isto é, profissional e com muita
cordialidade/respeito. A clareza e um texto agradável de ler devem ser sempre priorizados.

Note-se que em cartas onde se faz uma reclamação o mesmo tom cordial e agradável
deve ser mantido, isso passa respeito e cordialidade, o que pode favorecer muito quem lê a

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carta e quem envia, pois o respeito na comunicação é sempre muito apreciado,
principalmente quando a comunicação é formal com órgãos, instituições ou profissionais.

Normalmente usa-se o tratamento pronominal na 3ª pessoa gramatical (Vossa), ou


tratamento nominal (Excelência Senhor,…)

Uma dica importante sempre que o documento enviado a terceiros for importante,
como é o caso da carta formal é fazer uma cópia. A cópia da carta é um documento que
serve de comprovação das informações prestadas na carta formal.

Características

Carta Formal tem características distintas das cartas que escrevemos aos familiares e
amigos. Ela serve para contactar uma instituição ou uma entidade. Ela utiliza:

 uma fórmula inicial (Exmo. Senhor, Exma. Senhora, Exmos. Senhores, Exmo/a.
Senhor/a);
 uma fórmula final (Atentamente, Com os meus melhores cumprimentos,
Agradecendo antecipadamente a atenção de V. Exas., Subscrevo-me
antecipadamente).
 O seu assunto deve ser indicado no início; e
 Ela deve ser clara e objectiva.

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Modelo de uma Carta Formal

Stapesta Junior
Cabeçalho 1˚ Ano, Inglês
(Destinador) Universidade Pedagógica (FCLCA)
Rua João Carlos Raposo Beirão

Exmo. Senhor
Destinatário Director da Escola Secundária Josina Machel
Av. Patrice Lumumba, Maputo

Local e data Maputo, 20 de Setembro de 2018

Assunto Assunto: A escola e as suas componentes organizacionais

Saudação Exmo. Senhor


No âmbito da disciplina das Prática pedagógicas, venho por este meio solicitar a
Corpo colaboração da Escola Secundária Josina Machel, no sentido de me facultar
informação sobre a escola e as suas componentes organizacionais.
Agradecendo desde já a atenção dispensada.
Despedida Com os meus melhores cumprimentos.

Assinatura StapestaJunior
StapestaJunior

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Formas de Tratamento

Formas de Tratamento – O que é?


As formas de tratamento se constituem-se nos modos pelos quais nos dirigimos às
autoridades, quer por meio de correspondência oficial, quer de forma verbal em actos
solenes.
Várias são as situações em que devemos nos expor ou apresentar os nossos saberes,
perante os outros.

USADO PARA: TRATAMENTO VOCATIVO


ALMIRANTE EXCELÊNCIA Exmo. Sr. Almirante
BRIGADEIRO EXCELÊNCIA Exmo. Sr. Brigadeiro
CORONEL Senhoria Ilmo. Sr. Coronel
DEPUTADO Excelência Exmo. Sr. Deputado
EMBAIXADOR Excelência Exmo. Sr. Embaixador
GENERAL Excelência Exmo. Sr. General
GOVERNADOR Excelência Exmo. Sr. Governador
JUIZ Excelência Exmo. Sr. Doutor
(Meritíssimo Juiz)
MAJOR Senhoria Ilmo. Sr. Major
MARECHAL Excelência Exmo. Sr. Marechal
MINISTRO Excelência Exmo. Sr. Ministro
PRESIDENTE Excelência Exmo. Sr. Presidente
REITOR DE UNIVERSIDADE MAGNIFICÊNCIA Exmo. Sr.
(Magnífico Reitor)
SECRETÁRIO DE ESTADO Excelência Exmo. Sr.
TENENTE-CORONEL Senhoria Ilmo. Sr. Tenente Coronel
VEREADOR Excelência Exmo. Sr. Vereador
DEMAIS AUTORIDADES, Senhoria Ilmo. Sr.
OFICIAIS E PARTICULARES
Formas de Tratamento – Função
Quando duas ou mais pessoas conversam, uma pode dirigir-se à outra empregando
um nome ou um pronome, que cumprirão a função de apelar ou chamar a atenção do
interlocutor.
Por formas de tratamento designamos tanto os termos que se referem ao par
falante/ouvinte, como os vocativos usados para chamar a atenção do destinatário.
As formas de tratamento abrangem tanto os chamados pronomes pessoais de
tratamento quanto as formas nominais, isto é, o uso de nomes próprios, títulos, apelidos e
outras formas nominais que identifiquem a pessoa referida.

Como Usar as Formas de Tratamento


Quando duas ou mais pessoas conversam, uma pode dirigir-se à outra empregando
um nome ou um pronome, que cumprirão a função de apelar ou chamar a atenção do
interlocutor. O tratamento é, pois, um sistema de significação que contempla diversas
modalidades de dirigir-se a uma pessoa. Trata-se de um código social que, quando se
transgride, pode causar prejuízo no relacionamento entre os interlocutores.
Por formas de tratamento designamos tanto os termos que se referem ao par
falante/ouvinte, como os vocativos usados para chamar a atenção do destinatário.
Com efeito, as formas de tratamento abrangem tanto os chamados pronomes pessoais
de tratamento quanto as formas nominais, isto é, uso de nomes próprios, títulos, apelidos e
outras formas nominais que identifiquem a pessoa referida.

Em suma, entendemos por formas de tratamento, palavras ou


sintagmas que o usuário da língua emprega para dirigir-se
e/ou referir à outra pessoa

Níveis para essas Formas de Tratamento

Quatro níveis para essas formas de tratamento, a saber:


1. Formas pronominalizadas, isto é, palavras e expressões que
equivalem a verdadeiros pronomes de tratamento, como as
formas você, o senhor, a senhora.
2. Formas nominais, constituídas por nomes próprios, nomes de
parentesco, nomes de funções (como professor, doutor, etc.).
3. Formas vocativas, isto é, palavras desligadas da estrutura da
frase e usadas para designar ou chamar a pessoa com quem
se fala. Normalmente, essas são acompanhadas por pronomes
pessoais explícitos ou implícitos.

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4. Outras formas referenciais, isto é, palavras usadas como
referência à pessoa de quem se fala.

As sociedades estão divididas hierarquicamente e, por isso, o tratamento


que recebe um membro da sociedade depende do papel que desempenha e
de suas características: idade, sexo, posição familiar, hierarquia profissional,
grau de intimidade, etc. Sendo assim, cada qual deve tratar o outro de acordo
com as posições relativas que ambos ocupam na escala social. É considerado
descortês o fato de uma pessoa se dirigir a um superior hierárquico com
excessiva familiaridade. Da mesma forma, é inadequado dirigir-se a um amigo
íntimo de maneira formal.
O uso das formas de tratamento é a expressão linguística da estrutura
que vigora em um determinado meio social.

A pessoa do emissor
O emissor da mensagem, referindo-se a si mesmo, poderá utilizar a
primeira pessoa do singular ou a primeira do plural (plural de modéstia).

Não pode, no entanto, misturar as duas opções ao longo do texto:


1.a) Tenho a honra de comunicar a Vossa Excelência…
b) Temos a honra de comunicar a Vossa Excelência…
2.a) Cabe-me ainda esclarecer aVossa Excelência…
b) Cabe-nos ainda esclarecer a Vossa Excelência…

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