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Aprendizagem de Alunos do 5º Ano sobre

Escalas Representadas em Gráficos


Betânia Evangelista e Gilda Guimarães
Recursos Estatísticos e Avanços Tecnológicos
Segundo os autores Ponte, Brocardo e Oliveira (2009), as tecnologias da informação e
comunicação (TIC) se constituem como um elemento indispensável no trabalho da
Estatística, uma vez que permitem a realização de cálculos e facilitam o uso de uma
grande variedade de formas de representações que até então não eram possíveis.

Já para Monteiro e Ainley (2007), os autores ressaltam que a mídia impressa, nem
sempre apresenta informações em gráficos de forma imparcial, podendo enfatizar e/ou
disfarçar alguns aspectos da informação. Por exemplo, as escalas representadas nos
gráficos podem fornecer imagens distorcidas sobre uma determinada informação. E
perante a Cavalcanti, Natrielli e Guimarães (2010), ao analisarem os gráficos veiculados
na mídia impressa, constataram que 39% desses gráficos apresentavam escalas com
proporcionalidades inadequadas.
Recursos Estatísticos e Avanços Tecnológicos
A elaboração de um gráfico exige a compreensão da escala ou da unidade com a qual
essa é organizada, uma vez que ela é uma das questões relevantes para entender as
informações representadas nas exposições gráficas. Guimarães (2002)

Compreender o conceito de escala é fundamental para que os alunos possam avaliar de


forma crítica as informações mostradas nesse tipo de representação.
A Pesquisa
Objetivo: Investigar a influência de uma intervenção de ensino sobre escalas
representadas em gráficos de barras e linhas, com alunos de três turmas do
5º ano, a partir de três tipos de atividades que exploravam o conceito de
escala, sendo elas: medidas de comprimento (MC), reta numérica (RN) e
mapas (MP)

Público Alvo: 69 alunos do 5º ano do Ensino Fundamental de diferentes


escolas públicas da Região Metropolitana de Recife.
Metodologia da Pesquisa
A coleta de dados ocorreu em três etapas distintas no período de aula normal.

1ª Etapa) Aplicação de um pré-teste com oito questões para diagnóstico do conhecimento


dos alunos sobre escalas representadas em gráficos

2ª Etapa) Intervenção de ensino, com dois encontros de aproximadamente duas horas, onde
cada turma participou de atividades com um tipo de contexto: medida de comprimento
(MC), reta numérica (RN) e mapas (MP), envolvendo interpretação e construção de escalas.

3ª Etapa) Pós-Teste com oito questões similares ao do pré-teste para avaliar a possível
contribuição da intervenção sobre a aprendizagem da escala
Metodologia da Pesquisa
As questões utilizadas nos testes envolviam atividades que requeriam as
habilidades de representar, interpretar, localizar, relacionar, comparar e
construir valores nas escalas representadas em gráficos de barra e de linha.
Objetivo da 1ª e 2ª Questão: Observar a habilidade dos alunos em representar adequadamente
valores na escala em gráfico de barras e de linha, tendo os mesmos que respeitar a ordem numérica e
a proporcionalidade dos valores representados
Questão 01:
Um dos alunos respondeu
colocando na ordem do
enunciado (sem ser na
ordem crescente) e não
respeita a
proporcionalidade.
50 -
80 -
30 -
Questão 02:
O aluno
representou os
valores na escala
do gráfico na 60 -
ordem crescente, 40 -
porém sem
proporcionalidade 30 -
Objetivo da 3ª e 4ª questão: Explorar a
aptidão dos alunos em localizar os valores
implícitos na escala do gráfico de barras e
no de linha.
Questões 03 e 04:
O aluno copia os
valores da escala e 150,00 100,00

coloca em cima das


barras, estratégia
bastante utilizada. 200,00

50,00
Objetivo da 5ª questão: Os alunos deveriam localizar os erros em uma escala/valores expressos em cima das
barras, os quais foram cometidos intencionalmente
Questão 05:
Os alunos
apresentaram um
bom desempenho
Objetivo da 6ª questão: Analisar as habilidades dos alunos em estabelecer uma relação entre valores
expressos em um gráfico e em uma tabela simples
Questão 06:
Os alunos apresentaram um
bom desempenho em
relacionar um gráfico a uma
tabela
Objetivo da 7ª questão: Verificar a habilidade dos alunos em comparar gráficos que apresentavam os mesmos
dados, mas com escalas diferentes.
Questão 07: Os alunos
apresentaram bastante
dificuldade nesta questão,
onde não foram capazes de
perceber que a diferença entre
os dois gráficos consistia na
diferença do intervalo das
escalas. Embora o participante
tenha optado pelo gráfico da
esquerda, o mesmo não
apresentou uma justificativa
coerente “Por que é a resposta
serta” ou “Porque tem mais
votos”
Objetivo da 8ª Questão: Os alunos deveriam construir um gráfico de barras a partir de uma tabela.
Questão 08
A maioria dos alunos
apresentou dificuldades, pois
colocavam os valores em cima
das barras, mas sem
proporcionalidade na escala e
barras
Objetivo da 8ª Questão: Os alunos deveriam construir um gráfico de barras a partir de uma tabela.
Foi elaborada tendo como referência as habilidades exploradas no
pré-teste e pós-teste: representar, interpretar, analisar, relacionar,
comparar e construir valores nas escalas com diferentes intervalos.

O processo de intervenção realizado nos grupos foi o mesmo, mudando apenas


as situações de uso do conceito de escala – atividades de medida de comprimento,
reta numérica e mapas.

Atividades

Medidas de Comprimento: Os alunos comparavam, por exemplo, retas com diferentes intervalos
Reta Numérica (RC): Os alunos marcavam ou identificavam valores na reta
Mapas (MP): Os alunos identificavam locais intermediários de uma reta traçada sobre um mapa
Analisando o gráfico, a intervenção realizada em cada um dos grupos contribuiu efetivamente na
aprendizagem sobre escalas representadas em gráficos, independentemente do tipo de situação apresentada
na intervenção. Os resultados foram satisfatórios e expressaram a facilidade que as crianças apresentam em
aprender sobre escalas quando são estimuladas de forma sistemática.
Observando a Tabela, todos os grupos
tiveram um desempenho melhor no pós-
teste em todas as questões, independente
do tipo de habilidade e do tipo de gráfico
explorado. A única exceção é para o grupo
MC na sexta questão, que explorava a
habilidade de relacionar o gráfico com sua
tabela.
Considerações Finais
Diante dos resultados da pesquisa, é possível promover a aprendizagem dos alunos sobre a
compreensão de escalas através de diferentes contextos, os quais vêm sendo trabalhados em
livros didáticos. Foram explorados três situações diferentes (medida de comprimento, reta
numérica e mapas) na intervenção e obtiveram sucesso nos avanços significativos com os três
grupos, em pouco tempo, independentemente do tipo de atividade explorada.

Isto é, quando os alunos foram levados a refletir sobre escala, sobre os valores
explícitos/implícitos da escala e sobre a importância da sua proporcionalidade foi possível
promover a aprendizagem sobre escala.

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