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PARTE 1 - Problematização
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Por justiça ambiental, designa-se um conjunto de princípios e práticas que asseguram que nenhum grupo
social, seja ele étnico, racial ou de classe, suporte uma parcela desproporcional das consequências
ambientais negativas de operações econômicas, de decisões políticas e de programas federais, estaduais,
locais e favorecem a constituição de sujeitos coletivos de direitos, movimentos sociais e organizações
populares para serem protagonistas na construção de modelos alternativos de desenvolvimento (LEROY,
2001).
formulação de alternativas e potencialização das ações de resistência desenvolvidas por
seus membros ― movimentos sociais, entidades ambientalistas, ONGs, associações de
moradores, sindicatos, pesquisadores universitários e núcleos de instituições de
pesquisa/ensino.
A RBJA possui membros pesquisadores e/ou professores universitários que
refletem a academia e a construção científica de maneira horizontal e política,
problematizando não só as causas e efeitos dos projetos de desenvolvimento e seus
desdobramentos, mas também suas imbricações dentro da própria discussão acadêmica
– para quê e para quem se produz ciência.
O fato de estarem atuantes também dentro de suas universidades os caracteriza
como importantes formadores de contra-espaços, como membros de núcleos de
pesquisa ou também propondo novas institucionalidades. A professora Raquel Rigotto,
membra da rede e professora na Universidade Federal do Ceará, por exemplo,
conseguiu transformar a distribuição de membros de banca em defesas de dissertações e
teses na pós-graduação a qual leciona, e atualmente o programa aceita a presença de
atingidos e movimentos sociais como avaliadores de trabalhos monográficos. O Grupo
de Estudos em Temáticas Ambientais da Universidade Federal de Minas Gerais
(GESTA-UFMG), outro exemplo a se destacar, realiza pesquisas de ensino e extensão
há mais de uma década procurando estabelecer resistências integradas a grandes
projetos de desenvolvimento, a partir de uma produção de conhecimento que visa
amplificar as vozes subalternizadas dos atingidos. Pesquisadores do núcleo de pesquisa
têm produzido artigos, monografias, dissertações e teses significativas e capazes de
gerar grandes reviravoltas quanto ao desdobramento dos casos de injustiças
socioambientais.
Referências Bibliográficas
SPIVAK, GC. Pode o Subalterno Falar? Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2010.