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VILFREDO PARETO: VIDA E OBRAS

1. BIOGRAFIA

Wilfried Fritz Pareto nasceu em Paris, na França, em 15 julho de 1848, sendo filho de um aristocrata
italiano, o qual, devido às suas ideias republicanas e antipiemontesas, estava exilado politicamente na
França no período do nascimento de Pareto. Apenas em 1867, Pareto e sua família retornam à Itália.
Vale citar que, no mesmo ano, o sociólogo finalizou os cursos de Matemática e Física e apenas três
anos depois, em 1870, graduou-se em Engenharia, no Instituto Politécnico de Turim. Além disso,
trabalhou em várias empresas como engenheiro, chegando a cargos hierarquicamente superiores a
boa parte dos funcionários. Um exemplo disso ocorre em 1874, quando se torna diretor de uma
siderúrgica em Florença.

Nesse período, Vilfredo iniciou os seus estudos nas áreas de Sociologia, Economia, Filosofia e
Política e, mesmo focando boa parte do seu tempo nisso, não publicou trabalhos até esse ano. Após
se casar com Duna Bakunin, em 1889, e renunciar ao cargo de diretor, Vilfredo atuou na criação de
panfletos anti protecionistas, uma vez que repudiava a maneira como o governo italiano geria o
mercado interno e como atuava militarmente em outros países.

Ademais, Pareto fez uma grande amizade com Maffeo Pantaleoni, um grande economista, o qual
apoiava a economia neoclássica, sendo muito importante para os estudos de Vilfredo. Podemos
mencionar, também, que Vilfredo foi convidado a lecionar “Economia Política” na Universidade
suíça de Lausanne, no ano de 1893. Entre 1892 a 1894, Pareto publicou estudos sobre os princípios
fundamentais da economia, um dos principais foi o “Curso de Economia Política”, nesse livro
Vilfredo recolheu comentários de outros economistas. A partir de 1894, publicou vários trabalhos e
teorias relevantes para a sociologia e economia.

2. PRINCÍPIO DE PARETO

O Princípio de Pareto consiste em uma descoberta feita pelo sociólogo: 80% das terras italianas
estavam em posse de apenas 20% da população. Por meio dessa descoberta, Vilfredo formulou a
“Lei da Distribuição de Renda”, na qual tentou provar que a distribuição da renda e a riqueza entre
os povos nunca foi aleatória. Segundo Pareto, essa divisão sempre seguiu um padrão continuo,
conforme a evolução, dominação e exploração histórica. Vilfredo baseou sua teoria em uma fórmula
matemática que é conhecida como regra 80/20, o sociólogo teria percebido essa regra em tudo ao seu
redor, por exemplo em seu jardim, 80% das ervilhas vinham de 20% das ervilheiras;
Nessa lógica, o Princípio de Pareto sugere que 80% de todos os resultados derivam de apenas 20%
dos esforços. Trazendo isso para o cotidiano poderíamos dizer que 80% das reclamações derivam de
20% dos clientes, que 80% da lucratividade vem de 20% dos clientes ou até mesmo que 20% das
roupas que possuímos são usadas 80% das vezes.

3. TEORIA DAS ELITES

A Teoria das Elites surgiu em 1896 a partir da 1ª parte do livro “Elementos de Ciência Política” do
filósofo e pensador político italiano, Gaetano Mosca (1858-1941), onde salienta-se que em toda
sociedade, não importa a sua estruturação, sempre uma minoria é detentora do poder em detrimento
de uma maioria que é privada do mesmo, seja essa sociedade arcaica, antiga ou moderna. Contudo,
além de Mosca, a criação da teoria também é atribuída à Vilfredo Pareto, uma vez que o sociólogo
publicou estudos pertinentes ao assunto, esses sendo: "Manual de Economia Política" e "Tratado de
Sociologia Geral".

Esses estudos consistem em uma análise aprofundada das elites, sendo duas mais importantes que as
outras: as elites políticas e as elites econômicas. Vale destacar que o ponto principal de seu estudo
compreende o processo de decadência das elites. Isso porque, historicamente, as elites lutam entre si
em uma busca incessante por dominação.

No ponto de vista de Pareto, as desigualdades sociais faziam parte da "ordem natural" das coisas, ou
seja, a dominação das elites era inevitável e Pareto defendia essa dominação. Analisando seus
estudos é evidente que Pareto era contra todo e qualquer tipo regime socialista, tanto que Pareto é
apontado como o ideólogo precursor do fascismo. Para exemplificar, cabe dizer que Vilfredo Pareto
mantinha relações amistosas com Benito Mussolini, encorajou-o a lançar a Marcha sobre Roma,
além de considerar o ditador "um grande estadista".

4. CURVAS DE INDIFERENÇA

Vilfredo Pareto tem uma notável contribuição para a elevação da sociologia à categoria de ciência.
Isso sendo por meio do estudo "Curvas de Indiferença", mesmo que esse termo seja econômico e
analítico, Pareto conseguiu ligá-lo à Sociologia. Vilfredo afirmava que a economia lidava apenas
com a dimensão lógica e racional da ação humana. Nesse caso, o meio econômico apenas analisava a
maneira que o indivíduo encontrou para adquirir algum recurso escasso, mas não analisava a
motivação dessa decisão.
Pareto viu na sociologia uma possibilidade de alcançar o que a economia não explicava, isto é, as
ações não lógicas. Segundo seus estudos, a vida social de um indivíduo é composta, em sua maioria,
por ações ilógicas, as quais são guiadas por sentimentos e sensações e não por observações
metódicas e cautelosas. Pareto, como muitos outros sociólogos, via o humano como um ser não-
racional, ou seja, um ser que raciocina tão somente, pois o humano é o ser que tenta atribuir motivos
lógicos para ações irracionais levadas pelos sentimentos.

Por fim, cabe informar que Vilfredo Pareto faleceu em Genebra, na Suíça, no dia 19 de agosto de
1923, aos 75 anos.

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