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BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________________________
Prof. Dr. Rosalvo Nobre Carneiro
(Presidente/Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN)
__________________________________________________________________
Prof.ª Dra. Diana Maria Leite Lopes Saldanha
(1ª Examinadora/ Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN)
__________________________________________________________________
Prof. Dr. Diego Salamão Cândido de Oliveira Salvador
(2º Examinador/ Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN)
__________________________________________________________________
Prof.ª Dra. Simone Cabral Marinho dos Santos
(Suplente/ Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN)
__________________________________________________________________
Prof. Dr. Rodrigo Bezerra Pessoa
(Suplente/ Universidade Federal de Campina Grande - UFCG)
(autoria própria)
RESUMO
The teaching of the discipline Geography of Piauí is mandatory in the state, according
to the Ordinary Law of the State of Piauí No. 5,359 of 2003. However, the collected
information shows that almost two decades later since its entry into force, the
aforementioned law has not been implemented given the absence of didactic material
referring to the Geography of Piauí in schools managed by the state school system.
As for the performed procedures it was used bibliographical, exploratory and
documentary research from the National Common Curricular Base (2017), in addition
to the field diary as a research instrument. Theoretical discussions were based on
authors who work with interdisciplinarity; teaching geography and literature; and issues
related to teaching practice. Still, in a reflective and discursive order, the productions
of the ten greatest writers of Piauí literature were selected, which were analyzed from
the geographical point of view. The results demonstrate that this literature is marked
by a lot of geography about the State of Piauí, being, therefore, a possible resource in
the teaching-learning process of the discipline Geography of Piauí, through
interdisciplinary projects that contemplates the exchanges between the areas of
knowledge. This research shows that it is possible to implement Law No. 5,359 / 2003
through the use of literary productions from Piauí. Thus, it is considered an extremely
relevant study, as it brings a possible solution to an impasse that has persisted for so
long in the state educational system in Piauí.
O COMEÇO DO FIM..................................................................................................13
1.1. Delimitação da área da pesquisa.......................................................21
1.2. Aspectos metodológicos....................................................................24
CAPÍTULO 2. GEOGRAFIA E LITERATURA: ESTREITANDO LAÇOS ATRAVÉS
DA INTERDISCIPLINARIDADE.................................................................................30
2.1. A fragmentação do mundo contemporâneo e a
interdisciplinaridade......................................................................................35
2.2. Geografia e Literatura: possibilidades de um projeto
interdisciplinar...............................................................................................35
2.2.1. Reflexões sobre Geografia e Literatura..................................36
2.2.2. A contemplação da BNCC num projeto interdisciplinar entre
as disciplinas de literatura e geografia..............................................40
2.2.3. Proposta de projeto interdisciplinar........................................46
2.3 Revisão de Literatura: Geografia e Literatura.......................................52
2.3.1. Banco de dissertações do Programa de Pós-Graduação em
Educação da Universidade Federal do Piauí – UFPI.........................53
2.3.2. Banco de dissertações/teses do Programa de Pós-Graduação
em Geografia da Universidade Federal do Piauí – UFPI....................53
2.3.3 Banco de dissertações do Programa de Pós-Graduação em
Ensino da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte –
UERN....................................................................................................55
CAPÍTULO 3. A TERRA FILHA DO SOL DO EQUADOR, PELA LITERATURA
FRUTO DOS TEUS FILHOS......................................................................................58
3.1 O Vaqueiro do Piauí: o canto de glória do passado da geração que
transportou o gado do litoral pro semiárido............................................... 62
3.2 A terra filha do Sol do Equador ............................................................. 69
3.3 O baloiçar das palmeiras piauienses.....................................................72
3.4 Rio Parnaíba, aqui se aperta; ali, se espraia: a seca e os carnaubais.73
3.5 Oeiras parou no tempo que continua: a primeira capital piauiense....79
3.6 Na beira do Rio Parnaíba, às margens da vida......................................82
3.7 Palha de Arroz: Teresina de antros e de antes......................................84
O FIM..........................................................................................................................87
REFERÊNCIAS..........................................................................................................89
ANEXOS....................................................................................................................95
APÊNDICES.............................................................................................................112
13
O COMEÇO DO FIM
Há, ainda, uma Lei Ordinária do Estado do Piauí que vem para reforçar a
obrigatoriedade do ensino de literatura piauiense nas escolas do estado. Trata-se da
Lei Ordinária nº 5464 de 2005, que dispõe:
piauiense, enxergou este potencial literário como uma possível solução: usar a
linguagem literária para o processo de ensino-aprendizagem da Geografia do Piauí.
A literatura piauiense se mostra de grande potencial para o ensino de
Geografia, por ser uma literatura que tradicionalmente retrata a geograficidade do
estado. Nas produções literárias que a compõem há uma retratação muito forte de
características regionais, culturais, descrição de paisagens, dentre outros aspectos
que ajudam a remontar a história e a geografia do espaço vivido nordestino, em
especial, o recorte estadual do Piauí. Assim como acontece nas obras de Rachel de
Queiroz, em que Cavalcante (2019, p. 19) verifica a ligação existente entre o escritor
com o espaço e o tempo nos quais está inserido, que também se reflete no contexto
histórico-cultural vivido pelos seus personagens. As obras muitas vezes refletem as
vivências experenciadas por aqueles que as escrevem, e escritores piauienses
também têm essa característica telúrica, isto é, estando ligados à sua terra e refletindo
essa ligação em suas produções.
Portanto, através da exploração das produções literárias piauienses, com foco
nas características geográficas nelas contidas, proponho ações docentes
interdisciplinares, onde professores das disciplinas de Geografia e Literatura, através
de ações articuladas, agiriam, juntamente com o corpo discente, na busca da
construção de um conhecimento geográfico piauiense que ao mesmo tempo valorize
a literatura regional.
Um projeto interdisciplinar dessa natureza seria de grande valia para a
disciplina de Geografia, assim como para a disciplina de Literatura, já que traria
visibilidade para as produções literárias e proporcionaria o ensino-aprendizagem das
geograficidades piauienses, fortalecendo o sentimento de identidade dos estudantes
com a sua terra natal, com a sua cultura e arte. Nesse ponto ressalto que a literatura
piauiense é de um valor imensurável, muito embora não tenha destaque no âmbito
nacional, e seja pouco reconhecida mesmo no âmbito estadual. Mas acredita-se que
o conhecimento e estudo da literatura piauiense nas salas de aula do estado fariam
com que ela se popularizasse dentro dos limites territoriais do Piauí, podendo essa
popularização expandir por todo o Brasil.
Cabe destacar que, no passado, a literatura piauiense teve maior visibilidade
entre os estudantes do Piauí, pois até o início desta década, o estudante que
almejasse ingressar nas instituições públicas de ensino superior do Estado –
Universidade Federal do Piauí (UFPI) e Universidade Estadual do Piauí (UESPI) –
18
todas as outras disciplinas que compõem o currículo escolar, já que, através da leitura,
o estudante leitor desenvolve várias habilidades: cognição, interpretação,
enriquecimento do vocabulário, aguçamento da criticidade e criatividade, dentre
outras. Especificamente do ponto de vista da Geografia, o raciocínio geográfico, a
aprendizagem de princípios geográficos, as categorias e conceitos da área.
Esta proposta de projeto interdisciplinar, onde professores das disciplinas de
Geografia e Literatura trabalhariam conjuntamente em prol do conhecimento da
literatura piauiense e geografia do Piauí, além da visibilidade que se pretende trazer
para a literatura regional, proporcionaria ao estudante a possibilidade de conhecer, de
uma forma dinâmica, a geograficidade do lugar em que está inserido. Logo, permitiria
que fosse possível se nutrir de um sentimento de pertencimento com relação ao seu
espaço de referência. Quando se conhece a geografia e a história do lugar onde se
vive, há uma tendência a se identificar com o lugar, a valorizar o seu processo de
formação e as suas culturas. Como lembra Jurgen Habermas (1990), a cultura
corresponde ao armazém do saber válido construído e transmitido socialmente para
as novas gerações, responsáveis pela reprodução de seus mundos da vida.
Essa interação articulada entre as disciplinas escolares segue a perspectiva da
Interdisciplinaridade, que visa à integração de disciplinas. Disciplinas estas que no
atual contexto acadêmico e de produção do conhecimento muitas vezes “se separam
uma das outras por compartimentos estanques, por fronteiras rígidas, cada disciplina
convertendo-se num pequeno feudo intelectual” (JAPIASSU, 1976, p. 58). Portanto, o
intuito seria a aproximação de disciplinas escolares a fim de que a aprendizagem de
conteúdos geográficos do Piauí fosse alcançada e, concomitantemente, houvesse a
valorização das obras que compõem a literatura piauiense, superando as barreiras
pessoais existentes entre professores e as barreiras disciplinares.
Seguindo esses objetivos, foram formuladas as seguintes questões
norteadoras desta pesquisa: Sendo a Literatura Piauiense uma forma de linguagem
potencializadora do ensino de Geografia do Piauí, de que maneiras as produções
literárias que compõem a Literatura Piauiense poderiam vir a contribuir para o ensino
de Geografia do Piauí nas escolas públicas de ensino médio do estado? Um projeto
interdisciplinar em que as disciplinas escolares de Geografia e Literatura trabalhassem
em conjunto seria capaz de suprir a ausência de livros didáticos de Geografia do Piauí,
e, assim, alcançar a implementação da Lei Ordinária nº 5.359 de 2003 no Estado do
Piauí?
20
demonstradas quais, dentre elas, podem vir a ser utilizadas no ensino de Geografia
do Piauí.
A pesquisa tem como espaço de investigação a 16ª GRE do Estado do Piauí, que
é composta atualmente por 12 municípios, são eles: (Figura 2)
• Alagoinha do Piauí;
• Alegrete do Piauí;
• Belém do Piauí;
• Caldeirão Grande do Piauí;
• Fronteiras;
• Francisco Macêdo;
• Marcolândia;
• Padre Marcos;
• Pio IX;
• São Julião do Piauí;
• Simões;
• Vila Nova do Piauí.
De acordo com dados do IBGE (2018), os municípios que compõem a 16ª
GRE contam com uma população estimada em 88.548 (oitenta e oito mil quinhentos
e quarenta e oito) habitantes, e este conjunto de municípios se encontra localizado na
região do centro-sul do Estado do Piauí, na Região Nordeste do Brasil. Com relação
ao número de estudantes que foram matriculados na 16ª GRE da SEDUC-PI, em sede
de nível médio, foi feito um levantamento através de dados disponíveis no site da
SEDUC-PI e se chegou aos números que foram organizados no seguinte quadro:
ANO TOTAL
22
2014 3592
2015 3789
2016 3750
2018 3.653
2019 3.466
2020 3.434
Fonte: SEDUC –PI 1
Quadro 2. Escolas da 16ª GRE que ofertam o ensino de nível médio e os municípios
onde se encontram.
Município Escolas que ofertam o ensino de nível médio
Alagoinha do Piauí U.E. ALENCAR MOTA
Alegrete do Piauí U.E. ANTONIA DE SOUSA ALENCAR
Belém do Piauí CENTRO E. SEBASTIÃO DE SOUSA
Caldeirão Grande do U.E. WALDEMAR DE M. SANTOS
Piauí
Francisco Macêdo U.E. MARIA NEUSA DE SOUSA
Fronteiras COL. EST. FCA. PEREIRA DE S. MORAIS
CEEP FRANCISCO ALVES DE SOUSA
Marcolândia U.E. COSMA RAMOS DE SOUSA
Padre Marcos U.E DR FRANCISCO LUIZ DE MACEDO
Pio IX N. SRA. DO PATROCINIO
São Julião U. E. APRIGIO P. BEZERRA
1
Disponível em https://www.seduc.pi.gov.br/educacenso/ acesso em 04 de junho de 2019.
23
2
Disponível em https://www.seduc.pi.gov.br/gerencias/1/ acesso em 15 de maio de 2019.
3
Disponível em < http://snbp.cultura.gov.br/bibliotecas-pi/>, acesso em dezembro de 2019.
24
A razão pela qual se deu a escolha desse locus foi pelo fato da pesquisadora
residir em um dos municípios que fazem parte da 16ª GRE, sendo, portanto, um lugar
de valor simbólico para sua vivência.
Figura 2. Mapa do Estado do Piauí onde estão em destaque os doze municípios que
compõem a 16ª GRE.
1. Mário Faustino
2. O G Rego de Carvalho
3. Permínio Asfora
4. H. Dobal
5. Assis Brasil
6. Torquato Neto
7. Da Costa e Silva
8. Alvina Gameiro
9. Francisco Gil Castelo Branco
10. Fontes Ibiapina
CAPÍTULO 2
GEOGRAFIA E LITERATURA: ESTREITANDO LAÇOS ATRAVÉS DA
INTERDISCIPLINARIDADE
histórico e cultural ao qual estão inseridos, para que sejam produtivos e capazes de
enfrentar as situações que lhes são apresentadas (BRASIL, 2017). Nessa esteira a
BNCC traz como objetivo da Educação Básica:
Exercitar a curiosidade
intelectual e recorrer à
abordagem própria
das ciências, incluindo a Instigar a leitura e análise
investigação, a reflexão, a das produções literárias,
análise crítica, a incentivando a reflexão na
imaginação e a criatividade; Selecionar produções busca de geograficidades
investigar causas, elaborar literárias piauienses que piauienses. Para que,
e testar apresentem conhecimentos posteriormente, essas
hipóteses, formular e geográficos. geograficidades sejam
resolver problemas e criar abordadas de maneira mais
soluções (inclusive ampla.
44
Exercitar a empatia, o
diálogo, a resolução de
conflitos e a cooperação, O objetivo é levar para os
fazendo-se respeitar e estudantes temas do seu
promovendo o respeito ao Selecionar produções cotidiano que possam
outro e aos direitos literárias piauienses que instigar o diálogo, a fim de
humanos; acolher e abordem e valorizem temas que todos possam fazer
valorizar a diversidade de sobre a cultura, questões uso de atos de fala,
indivíduos e sociais e identidades. pautados pelo respeito, a
de grupos sociais, seus fim de que todas as
saberes, identidades, diferenças sejam acolhidas
culturas e potencialidades, sem distinção.
sem preconceitos de
qualquer natureza.
4
Disponível em:
https://www.seduc.pi.gov.br/diretrizes/Curriculares%20da%20Educa%C3%A7%C3%A3o%20Basica%
20SEDUC%20PI/1/. Acesso em 21 de jan de 2020.
47
5
Disponível em https://www.seduc.pi.gov.br/arquivos/diretrizes/4-
Matrizes_Disciplinares_do_Ensino_Medio.pdf. Acesso em 15 de maio de 2019.
48
Tendo por finalidade saber como estão sendo produzidas as pesquisas que
visam aliar as disciplinas de Literatura e Geografia através da Interdisciplinaridade,
entre novembro e dezembro de 2019 procedeu-se à análise das produções de
programas de pós-graduação nas áreas de Educação e Geografia do Estado do Piauí
e na área de Ensino da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, campus de
Pau dos Ferros Utilizou-se como descritores: Literatura e Interdisciplinaridade;
Geografia e Literatura; Geografia e Interdisciplinaridade; Interdisciplinaridade. A partir
desses descritores, selecionou-se as pesquisas já realizadas nos programas de pós-
graduação escolhidos que versassem sobre os temas em questão. Foi possível então
destacar aquelas que apresentavam alguma proximidade, ainda que se
diferenciassem em algum ponto.
A análise dos dois primeiros bancos de dissertação, ambos de programas de
pós-graduação ofertados pela Universidade Federal do Piauí - UFPI, mostrou-se
necessária e relevante pelo fato da pesquisadora responsável por esta dissertação
ser natural do Estado do Piauí, e também pelo recorte geográfico da pesquisa
englobar um conjunto de municípios pertencentes a este estado, trabalhando com a
literatura piauiense e a Geografia do Piauí,
O curso de Licenciatura em Geografia, em sede de universidades públicas
piauienses, é ofertado tanto pela Universidade Federal do Piauí – UFPI, como também
pela Universidade Estadual do Piauí – UESPI. Mas, nesta última instituição superior
de ensino, não há programas de mestrado e/ou doutorado em Geografia, por esse
motivo é que não houve análise de dissertações oriundas da mesma. Já na área do
Direito/Ciências Jurídicas, no Estado do Piauí, a primeira turma de mestrado teve
início no ano de 2018, na Universidade Federal do Piauí, não tendo ainda sido
defendida nenhuma dissertação, portanto, não há dissertações, discutindo a Lei
Ordinária do Estado do Piauí nº 5.359 de 11/12/2003, que é objeto desta pesquisa.
O último banco de dissertações analisado, e não menos importante, é o do
Programa de Pós-Graduação em Ensino da Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte - UERN, do Campus Avançado de Pau dos Ferros. Sua análise é
fundamental, pelo fato da presente dissertação ser vinculada a este Programa. É,
portanto, relevante analisar se em algum momento a temática aqui trabalhada já fora
abordada nesse Programa.
53
6
Disponível no link https://www.ufpi.br/dissertacoes-ppged, acesso em 15 de dezembro de 2019
7
Disponível no link https://sigaa.ufpi.br/sigaa/public/programa/defesas.jsf?lc=pt_BR&id=372, acesso
em 15 de novembro de 2019.
54
8
Disponível nos links http://propeg.uern.br/ppge/default.asp?item=ppge-disserta%E7%F5es-2016,
http://propeg.uern.br/ppge/default.asp?item=ppge-disserta%E7%F5es-2017,
http://propeg.uern.br/ppge/default.asp?item=ppge-dissertacoes-2018 e
http://propeg.uern.br/ppge/default.asp?item=ppge-dissertacoes-2019, acesso em dezembro de 2019.
56
Prioriza o gênero
poético da poesia,
enquanto que essa
Geografia e Defende o uso da pesquisa não se
poesia: diálogo poesia como restringe à poesia.
Programa de possível no recurso no ensino Além disso, não
Pós- ensino de de Geografia foca no ensino de
2013 Graduação em Geografia do Piauí,
Geografia Escolar através da
Geografia da Interdisciplinaridade como nesta
UFPI pesquisa.
Preocupa-se com o
perfil da evolução
urbana da cidade
de Teresina, capital
do Estado do Piauí,
elencando as
concepções sobre a
2015 construção do
lugar. Não tendo,
Programa de Apresenta algumas
portanto, pontos de
Pós- proximidades com
A Representação ligação com a
Graduação em o referencial teórico
Social da Cidade representação do
Geografia da dessa pesquisa
de Teresina-PI lugar em produções
UFPI
literárias.
Embora proponha a
interdisciplinaridade
Propõe a no ensino de
interdisciplinaridade Geografia, fazendo
no ensino de uso de uma obra da
Geografia, Literatura
analisando o Piauiense,
sentido do lugar restringe-se a
geográfico, apenas uma das
Programa de O Lugar expresso no produções literárias
Pós- Geográfico Em cotidiano, na obra
2017 aqui analisadas,
Graduação em Beira Rio Beira literária Beira Rio diferenciando-se,
Geografia da Vida De Assis Beira Vida, de em termos de
UFPI Brasil Francisco de Assis amplitude, da
Almeida Brasil. presente pesquisa.
- Fundação de Jornais;
Romantismo - Inauguração do Teatro 4 de Setembro na cidade de
Teresina;
- Período de estiagem: Seca de 1877;
Produção Lit. Autor Ano Abordagens Geográficas
- A figura do vaqueiro e sua
importância no povoamento do
Ataliba, o Francisco Gil 1878 sertão;
Vaqueiro Castelo Branco
- O processo de formação territorial
piauiense;
- O drama da seca e suas
implicações.
Escola Literária Contexto histórico piauiense
- A importância do vaqueiro no
processo de povoamento e
formação territorial piauiense;
Chico Vaqueiro Alvina Gameiro 1971 - A pecuária piauiense enquanto
do Meu Piauí atividade econômica;
- A flora do sertão piauiense;
- A culinária e cultura do Piauí.
Produção Lit. Autor Ano Abordagens Geográficas
- Movimento tropicalista;
Vanguardismo - Urbanização das cidades de Teresina e Parnaíba,
os dois maiores centros urbanos do estado.
Produção Lit. Autor Ano Abordagens Geográficas
- Questões sociais na cidade de
Parnaíba;
Beira Rio Beira Assis Brasil 1965
Vida - Dramas vivenciados pela camada
social que vivia às margens da
socie
Produção Lit. Autor Ano Abordagens Geográficas
- O processo de urbanização e
modernização da cidade de
Teresina;
Palha de Arroz Fontes Ibiapina 1968 - Incêndios criminosos ocorridos na
cidade de Teresina durante a
década de 40;
- A tradicional sociedade
teresinense do século XX.
Fonte: Elaborado por Mônica Sebastiana Brito de Sá (2020).
62
da região do Nordeste, deste modo, vaqueiros ficavam responsáveis por cuidar dos
currais instalados e administrar as fazendas. É o que pontua Alves:
O Sertão nordestino, até então era uma área isolada, com precárias condições
de vida e onde a comunicação com outras regiões era praticamente inexistente, pela
distância dos centros urbanos. Por essas razões, diante da ausência dos proprietários
dos rebanhos nos locais onde estão instalados os currais de gado, ficava a cargo de
vaqueiros o trabalho de levar os rebanhos para o sertão. Lá fundavam os currais de
gado, administravam as fazendas e também faziam o translado interior-litoral do gado.
Foi a partir desses primeiros currais de fazendas instalados que se iniciou a
ocupação e povoamento do que hoje é o território piauiense. Como se vê, a figura do
vaqueiro teve grande importância no processo de povoamento e da formação
territorial do Estado do Piauí, bem como de todo o Nordeste brasileiro. Vale ressaltar
que essa profissão tem destaque no estado até os dias atuais, já que o Piauí é uma
das mais pobres unidades da federação, em que a pecuária extensiva ainda
predomina.
Por ser uma figura muito presente na história do estado, o vaqueiro acaba por
ser retratado em produções literárias piauienses, sendo possível a utilização dessas
produções no ensino de Geografia do Piauí, com a finalidade de trabalhar como se
deu o processo de formação territorial do estado. Dentre as obras analisadas nesta
pesquisa, duas se destacam por abordarem a figura do vaqueiro e os seus modos de
vida, são elas: “Ataliba, o Vaqueiro” do escritor Francisco Gil Castelo Branco, e “Chico
Vaqueiro do Meu Piauí” da escritora Alvina Gameiro.
O escritor Francisco Gil Castelo Branco, autor da primeira obra citada, nasceu
no ano de 1848, formou-se em Letras na França, era jornalista e escritor, pertencendo
à escola literária do Romantismo. A sua obra “Ataliba, o Vaqueiro” foi lançada em
1878, e é considerado o primeiro romance da seca, pelo fato de tratar dos dramas
vivenciados em decorrência da seca no nordeste brasileiro. O romance conta a
história do vaqueiro Ataliba, personagem principal, que é responsável pela fazenda
Morro, localizada na fronteira entre os estados do Piauí e Ceará. Como traz Alves:
64
períodos mais severos da seca. Para isso, fazia-se necessário entender os sinais
dados pela natureza quanto à chegada da seca no sertão, como contextualiza Araújo
& Araújo:
O drama da pobreza no mundo rural começa cedo; a luta pela
sobrevivência é transmitida de pai para filho. É preciso saber defender-
se de todo tipo de adversidades, e a infância nasce com a certeza de
que é preciso basear-se na experiência dos adultos (ARAÚJO; 2014,
p. 110)
XI
Quando o inverno chegou, alastrou-se a fartura;
o campo se cobriu inteiro de verdura,
e a chuva que fecunda a terra e a planta cria,
no peito pastoril, desabrocha a alegria.
XIV
(...) Na cozinha, onde alguém resmuninha entre ralhos,
rude mão de pilão, sobre a paçoca, malha.
E do forno de barro, arrastam cinza e brasa
para enfiar ali, muitas flandres de bolo:
cariri, caridade, e os sequilhos de casa,
pamonha, manauê, a peta, o engana-tolo.
(...)
E junho se derrama, alegrando as Fazenda
como o dinheiro do gado após a apartação,
transportando o Divino, a colher oferendas,
trazendo o boi-bumbá na festa de São João.
67
Figura 3: Imagem da planta trepadeira conhecida como jitirana em uma roça na cidade de
Campo Grande do Piauí - PI.
Sendo assim, é uma produção literária de grande valia do ponto de vista geográfico,
oferecendo material para frutíferas trocas entre as disciplinas de Literatura e
Geografia.
Há uma fase literária piauiense conhecida como Fase Acadêmica, que é assim
chamada por ter sido o período em que foi fundada a Academia Piauiense de Letras
(1917), e por grande parte dos escritores de destaque da época ser responsável pela
sua fundação. Nesta fase, efêmera, que se estendeu do início da segunda década do
século XX até o início da década de 40, misturam-se “várias correntes estéticas:
manifestações tardias do Romantismo, Realismo-Naturalismo; acentuadíssima
presença do Parnasianismo e Simbolismo e, finalmente, formas do Modernismo”.
(COSTA E SILVA, 1917, apud LIMA, 2013, p. 55)
É dessa fase o escritor Antônio Francisco Da Costa e Silva, um dos mais
famosos autores piauienses, tendo destaque nacional. Da Costa e Silva começou a
publicar seus versos desde muito jovem e aos 16 anos já contribuía com a revista do
Grêmio Literário de sua cidade natal, Amarante. Escreveu várias obras e poemas, e é
seu o poema mais conhecido no estado, o “Hino do Piauí”. Embora seja um poema
curto, traz muitas informações geográficas, como é possível verificar através da
análise feita a seguir.
Esse trecho, o refrão do hino, é o que merece mais destaque, já que aborda a
localização do estado do Piauí, próxima à Linha do Equador, e destaca elementos
naturais como o Rio Parnaíba e as chapadas, que são destaque no relevo piauiense.
O Estado do Piauí é conhecido nacionalmente por suas altas temperaturas ao
longo do ano; essas altas temperaturas se justificam pelo estado se encontrar
localizado próximo à Linha do Equador, e, por essa razão, receber uma maior
incidência dos raios solares. Da Costa e Silva destaca essa característica geográfica
e nomeia a terra piauiense como Filha do Sol do Equador.
Ainda tem destaque, nessa estrofe, o Rio Parnaíba, rio este que é o mais
importante do estado e o segundo maior da região Nordeste, depois do Rio São
Francisco. Vale destacar que o Rio Parnaíba é o maior rio exclusivamente nordestino,
tendo em vista que o Rio São Francisco tem sua nascente localizada no estado de
Minas Gerais, região Sudeste.
O Rio Parnaíba tem protagonismo na história do país, devido sua importância
econômica, cultural, social, também pelos contatos estabelecidos em suas margens
(GANDARA, 2010, p.16). Os estados do Maranhão e Piauí são diretamente
beneficiados pelo Rio Parnaíba, isso porque o rio traça todo o limite entre os referidos
estados, e é um rio perene, localizado numa região onde a grande maioria dos rios
são intermitentes/temporários, importante para o abastecimento das cidades e
localidades por onde passa.
Acerca do curso do Rio Parnaíba, sua nascente está localizada numa região
de chapadas, de onde espalha-se pelo sertão até chegar à sua várzea. É na Chapada
das Mangabeiras, na divisa entre os estados do Piauí e Maranhão, em um trecho
denominado como o Alto Parnaíba, que se estende até a Barragem de Boa
Esperança, que se encontra a nascente do rio. Essa região é conhecida como
Chapadões do Sul do Piauí, por ser um conjunto de extensos planaltos tabulares.
(ARAÚJO et al., 2006, p. 57).
71
(...)”
9
Disponível em: https://www.camara.leg.br/radio/programas/483071-no-dia-13-de-marco-de-1823-
ocorreu-a-batalha-do-jenipapo/ Acesso em 20/4/2020.
73
Campo Maior
Ai campos do verde plano
todo alagado de carnaúbas.
Ai planos dos tabuleiros
tão transformados tão de repente
num vasto verde num plano
campo de flores e de babugem.
Ai rios breves preparados
de noite e nuvem. Ai rios breves
amanhecidos na várzea longa,
cabeças d’água do Surubim
no chão parado dos animais,
no chão das vacas e das ovelhas.
Ai campos de criar. Fazendas
de minha avó onde outrora
havia banhos de leite. Ai lendas
tramadas pelo inverno. Ai latifúndios.
Há menção também dos rios breves, referindo-se aos rios intermitentes, que
são maioria no Estado do Piauí. Na região Meio Norte, esses rios intermitentes são
responsáveis pelo alagamento dos campos limpos na época chuvosa, onde há
predominância de uma vegetação rasteira e carnaubais, como é possível observar na
imagem acima.
O poema ainda cita a criação de ovelhas, pois a macrorregião de Campo Maior
se destaca a nível estadual por ser referência na produção e comercialização de
ovinos e caprinos. Embora seja um poema curto, apresenta geograficidades
importantes de uma parte da região norte do Piauí.
10
Disponível em: https://www.flickr.com/photos/lailsonbm/299111649/in/photolist-sr2tp-6HWEgN-
6DnGKA-aSK8Bi-6R5Php-4tqeYv-6DnvYj-8z9Ep2-nwyDdY-8z8Vsr-8z8Smr-8zcH2b-8zc5Ph-8z91BR-
8z8Rpk-6MKusJ-nwPTN2-8zbURS-8zbGYd-ddg7sG-8z96fi-8zcFiW-8z8YPt-8zcy5f-aSK8uF-8zcay5-
8z8ZJa-6DrDB3-8zchb5-8z9tXz-8z94nZ-8zcd2j-8z93az-8z8Lq8-8z9BjD-8zcJZw-sr2z7-8z98sg-8z97ri-
8z92bv-sr2w7-d4dws5-8zc8Gm-8z93PB-8z8YvK-8zbRvS-8zc8hA-8zczAE-8zcwzS-aSK8px. Acesso
em 29 de fevereiro de 2020.
76
Em terras piauienses se criava o gado que mais tarde seria levado para
abastecer de carne e couro o litoral da região Nordeste. Os principais destinos do
gado produzido no Piauí eram as capitais dos estados de Pernambuco e Bahia, que
eram os maiores centros urbanos da época. O poema retrata essa realidade, quando
fala da comercialização do gado pé-duro, ou seja, sem raça, oriundo do Piauí,
enfatizando o fato de o gado ter poucas arrobas. Isso ocorria porque o gado piauiense
tinha que percorrer grandes distâncias até chegar aos grandes centros urbanos
mencionados, e nesse translado, entre o sertão e o litoral, o gado acabava perdendo
parte de seu peso. Vejamos:
RELATÓRIO
Nas feiras de Pernambuco
o gado pé-duro do Piauí
baixa o preço da carne.
Não é mais boi
são tassalhos
e a faca na carne
78
corta macia.
Macia era a vida
sob as faveiras
antes da faca
dividir o boi
em novas glebas.
Antes que o tempo
fosse cortado
e o gado bravo
fosse levado
no macio andar
dos caminhões.
Boi morto couro
entregue às varas.
Mais outros virão
do Piauí mais pobre
do que estes bois
de poucas arrobas.
O último poema destacado dessa obra para análise, intitulado Réquiem, aborda
um outro tema que também já esteve em pauta neste trabalho, que é a seca. A
situação narrada no poema se passa no mês de outubro, que corresponde ao período
mais crítico da estiagem, que se estende entre agosto e dezembro. Durante o período
de estiagem, no sertão, as chuvas são praticamente inexistentes e são verificadas as
temperaturas mais elevadas, o que ocasiona a interrupção dos cursos dos rios, a
vegetação acaba por murchar e animais morrem de fome e sede.
O poema cita ainda as “obras-de-arte” do DNOCS, Departamento Nacional de
Obras Contra a Seca, que teve grande atuação no século passado, sendo responsável
por obras faraônicas no sertão nordestino, como açudes para o represamento de água
das chuvas, como forma de combate à seca. O DNOCS também foi responsável pela
criação de estradas, implantação de energia elétrica, pontes, etc. Vejamos como o
poema aborda essas temáticas:
RÉQUIEM
Nestes verões jaz o homem
79
Uma das produções literárias piauienses analisada foi a obra “Rio Subterrâneo”
do escritor Orlando Geraldo Rêgo de Carvalho. O. G. Rêgo de Carvalho, como é
conhecido, nasceu e viveu sua infância na cidade de Oeiras, que foi a primeira capital
do Estado do Piauí, entre os anos de 1972 e 1852. O romance “Rio Subterrâneo”,
segundo Lima, além de ser o mais importante do escritor, é “uma das obras-primas
da moderna ficção da língua portuguesa, (...) um romance autobiográfico, enigmático
e labiríntico” (2013, p. 150 e 151).
No primeiro dos seis capítulos da obra, é contada a estória de Lucínio, filho de
José e Marieta. Lucínio tem um pai doente, e esse estado doentio do pai acaba por
ser algo perturbador para o personagem principal. Por esse motivo, Lucínio vaga pelas
margens do Rio Parnaíba. O Rio Parnaíba é um marco da fronteira entre os estados
80
Figura 5: Imagem da Paróquia Nossa Senhora da Vitória, que faz parte do Conjunto Histórico
e Paisagístico de Oeiras-PI.
82
Fonte: Iphan11
Fonte: Iphan12
11
Disponível em: < http://www.ipatrimonio.org/?p=20396#!/map=38329&loc=-7.017472999999991,-
42.131344,17> Acesso em 28 de fevereiro de 2020.
12
Disponível em: < http://www.ipatrimonio.org/?p=20396#!/map=38329&loc=-7.017472999999991,-
42.131344,17> Acesso em 28 de fevereiro de 2020.
83
que essas classes sociais sofriam por parte da parcela social detentora de maior poder
aquisitivo. (SILVA, 2003)
O personagem principal era Pau de Fumo, homem oriundo de família tradicional
da capital, mas que, por azar do destino, acabou se entregando à vida criminosa, indo
por fim morar no bairro Palha de Arroz. Pau de Fumo passou a praticar os furtos
depois que ficara órfão, praticando os delitos para a subsistência dele e de sua família,
retrato de muitos que naquele bairro residiam. Em um de seus delitos, Pau de Fumo
acaba preso, e, quando passava a noite na cadeia, viu, pela janela da sua cela, mais
um dos incêndios criminosos que frequentemente aconteciam no bairro. Quando
enfim é libertado, o protagonista acaba por descobrir que as chamas que avistara da
sua cela consumiram o barraco onde ele e sua família residia, e sua filha caçula não
havia sobrevivido.
Dentre outros temas denunciados por Fontes Ibiapina no romance, é abordado
o quão tradicional era a sociedade teresinense à época, permeada por muitos valores
patriarcais e preconceituosos, que buscavam normatizar a sexualidade feminina e
corroborar com a injustiça social praticada contra a vida daqueles que viviam
marginalizados, às margens do Rio Parnaíba.
Palha de Arroz é uma obra muito rica, por aliar ficção e realidade. É também
uma fonte histórica, geográfica, que denuncia a violação de direitos de uma parcela
da sociedade teresinense do século XX, podendo ser utilizada como metodologia de
ensino em várias áreas do conhecimento.
87
O FIM
REFERÊNCIAS
ALARCÃO, Isabel. Professores reflexivos em uma escola reflexiva. 8ª. Ed. São
Paulo: Cortez, 2011.
BRASIL, Assis. Beira Rio Beira Vida. Teresina: Fundação Quixote, 2012.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. Disponível em:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNC C_20dez_site.pdf. Acesso em:
22 de dezembro de 2017.
CASTELO BRANCO, Francisco Gil. Ataliba, o Vaqueiro. 11ª ed. Teresina: Quixote,
(s/d).
DIAS, C. M. M. O Piauí que o Brasil não Vê: História, Arte e Cultura. In:
Apontamentos para a história cultural do Piauí; vários autores, Teresina:
Fundação de Apoio Cultural do Piauí – FUNDAPI, 2003, p. 215-237.
ENNES, Ernesto. As Guerras nos Palmares: Subsídios para a sua História. São
Paulo/Rio de Janeiro/Recife/Porto Alegre: Cia. Editora Nacional, 1938.
FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. 32. ed. São Paulo: Companhia
Editeis Nacional, 2003.
LIMA, Luiz Romero. Presença da literatura piauiense. 13ª ed. Teresina. 2013.
OLANDA, D.A.M. & ALMEIDA, M.G. de. A geografia e a literatura: uma reflexão.
Geosul, Florianópolis, v.23, n.46, p 7-32, jul./dez.2008.
SOUZA, Priscila de Moura. Entre História e Ficção: a Parnaíba de Beira rio beira
vida. In: Anais do XVI Encontro Regional De História Da Anpuh. Rio de Janeiro,
2014.
ANEXOS
95
LÍNGUA PORTUGUESA1
Objetivos Gerais:
Apreender textos (verbais e não verbais) em diferentes níveis de compreensão,
demonstrando a capacidade de analisá- Ios em seus aspectos formais, lógico-semânticos e
Iinguísticos.
Analisar textos literários relacionados a seu contexto histórico-cultural, demonstrando a
1ª SÉRIE
capacidade de identificar os seus elementos formais, estéticos e estilísticos.
1. LEITURA
Tipologia de Texto: descritivos, narrativos, dissertativos (expositivos e argumentativos).
Gêneros de Texto: Ficcionais: gêneros jornalísticos (entrevista, notícia, reportagem,
artigo, ensaio, crônica, anúncio, charge, etc) e gêneros virtuais (blog, flog, e-mail, chat,
hipertexto). Não-ficcionais: notícias, reportagens, artigos, crônicas, propagandas, charges,
textos informativos.
Competência textual: Análise e compreensão, interpretação de textos verbais e não
verbais; informações centrais e periféricas dos textos; inferência; fatores de coesão e
coerência; relações lógico-semânticas no texto; recursos expressivos do texto; modos de
elaboração e articulação do texto; efeitos de sentido das funções e figuras de linguagem;
intertextualidade e análise comparativa entre textos.
Linguagem e gramática: Linguagem oral versus linguagem escrita; funções da
linguagem; variações linguísticas. Fonologia/Fonética: aplicação dos conhecimentos de
fonética e fonologia na ortografia, na distinção entre as modalidades oral e escrita, na
variação linguística e em recursos expressivos da língua.
Morfossintaxe: estrutura e formação da palavra; flexão nominal e verbal; concordância
nominal e verbal (casos regulares); classes de palavras (com ênfase no verbo, substantivo,
adjetivo e advérbio) emprego e função.
Sintaxe: Estruturas sintáticas: palavra, sintagma, frase,
107
2ª SÉRIE
1. LEITURA
Tipologia de texto: descritivos, narrativos, dissertativos (expositivos e argumentativos).
Gêneros de Texto: Ficcionais: gêneros jornalísticos (entrevista, notícia, reportagem,
artigo, ensaio, crônica, anúncio, charge, etc) e gêneros virtuais (blog, flog, e-mail, chat,
hipertexto). Não-ficcionais: notícias, reportagens, artigos, crônicas, propagandas, charges,
textos informativos. Não-ficcionais: correspondências, editoriais, notícias, reportagens,
artigos, crônicas, propagandas, charges; textos informativos; discurso político e religioso.
Competência Textual: Análise e compreensão, interpretação de textos verbais e não
verbais; informações centrais e periféricas dos textos; inferência; fatores de coesão e
coerência; relações lógico-semânticas no texto; recursos expressivos do texto; modos de
elaboração e articulação do texto; relação entre tese e argumentos; paráfrases e resumos de
textos; efeitos de sentido das funções e figuras de linguagem; aspectos ideológicos
presentes nos textos; intertextualidade e análise comparativa entre textos;
108
3ª SÉRIE
1. LEITURA
Tipologia de Texto: Descritivos, narrativos, dissertativos. (expositivos e argumentativos).
Gêneros de Texto: Ficcionais: gêneros jornalísticos (entrevista, notícia, reportagem,
artigo, ensaio, crônica, anúncio, charge, etc) e gêneros virtuais (blog, flog, e-mail, chat,
hipertexto). Não-ficcionais: notícias, reportagens, artigos, crônicas, propagandas,
charges, textos informativos. Não·ficcionais: correspondências, editoriais, notícias,
reportagens, artigos de divulgação científica, propagandas, charges, textos instrutivos e
normativos; discurso político e religioso.
Competência textual: Análise e compreensão, interpretação de textos verbais e não
verbais; informações centrais e periféricas dos textos; inferência; fatores de coesão (a
substituição através de pronomes e a conexão através de conjunções) e coerência; relações
lógico-semânticas no texto; recursos expressivos do texto; modos de elaboração e
articulação do texto; indução e dedução; relação entre tese e argumentos; paráfrases,
paródias e resumos de textos; efeitos de sentido das funções e figuras de linguagem;
aspectos ideológicos presentes nos textos; intertextualidade e análise comparativa entre
textos, incluindo textos de épocas diferentes.
Linguagem e gramática: Linguagem oral versus linguagem escrita; funções da
linguagem; variações linguísticas (sociais, geográficas, temporais e registros). Avaliação
e justificativa de uso de expressões linguísticas das modalidades não hegemônicas;
Avaliação do uso de estruturas linguísticas quanto a sua adequação ao padrão formal da
língua. Fonologia/Fonética: aplicação dos conhecimentos de fonética e fonologia na
ortografia; na distinção entre as modalidades oral e escrita; na variação linguística; e em
recursos expressivos da língua.
Morfossintaxe: estrutura e formação da palavra; flexão nominal e verbal; concordância
e regência nominais e verbais; classes de palavras - quadro geral. Aplicação da
morfossintaxe à leitura e à produção de textos.
Sintaxe: Estruturas sintáticas: sintagma oracional; período; processos sintáticos
(coordenação e subordinação entre termos e orações, paralelismo sintático, inversão,
intercalação). Em prego das conjunções e pronomes relativos. Correlação entre forma e
110
APÊNDICES
113
I. ASPECTOS GERAIS:
a) Título da produção literária:
______________________________________________________________
b) Autor(a):
______________________________________________________________
c) Editora:
_______________________________________________________________
d) Ano de publicação:
_______________________________________________________________
e) Período literário ao qual a produção literária pertence:
_______________________________________________________________
II. PERSONAGENS:
a) Personagem principal e/ou personagens principais.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
b) Personagens secundários:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
III. TEMPO:
a) Quando ocorrem os acontecimentos narrados?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
114
IV. ESPAÇO:
a) Onde se passam os acontecimentos narrados?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
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