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P O R T F Ó L I O D E

A R G U M E N T O S
Turma: 3B05
Constituição investigada: 1937
Aspecto analisado: Executivo
Gustavo de Cristo Santos
Stella Ferreira Schleier
Vicenzo Carlim de Sousa
Integrantes:

AUGUMENTOS PARA O DEBATE


Autor(a) do argumento: Gustavo de Cristo Santos

ARGUMENTO 1: A Constituição Brasileira de 1934 criava prerrogativas que limitavam


significativamente o poder do Executivo, ou seja, ela impedia que o Presidente da República
governasse de forma equilibrada e mais adequada. O aparelhamento governamental que fora
estabelecido não se adequava às exigências do bem-comum e da vida nacional. Pelo contrário,
a organização política e a distribuição das funções dificultavam a expansão e o progresso da
nação, como também mitigavam os movimentos e estratégias políticas. Assim, a eficiência e o
rendimento das propostas e ações político-sociais diminuíram drasticamente.

ARGUMENTO 2: O regime da Constituição de 1934, de fato, proporcionou a separação dos


Três Poderes em Executivo, Legislativo e Judiciário, além de lhes garantir maior autonomia,
embora assegurasse o predomínio do Legislativo. Todavia, o Poder Legislativo, representado
na forma da Câmara dos Deputados, mostrou-se, em algumas instâncias, pouco eficaz e
irremediavelmente inoperante. Muitas iniciativas impreteríveis e de suma necessidade nacional
encontravam-se aguardando deliberação, ultimação e promulgação, como por exemplo: o
Código das Águas, o Código de Minas, o Código do Ar, o Código Penal, o Código do Processo,
os projetos da Justiça do Trabalho, a criação dos Institutos do Mate e do Trigo, entre outros.
Logo, na Constituição de 1937, percebe-se que há uma proeminência do Poder Executivo,
visando ao funcionamento eficiente e de bom grado dos órgãos e instituições políticas. Para
tal, as funções do Legislativo passaram a ser exercidas pelo Executivo (uma vez que o Poder
Legislativo foi extinto) e a centralização política possibilitou o fortalecimento do poder do
presidente e, consequentemente, melhor realização e administração dos projetos políticos.

ARGUMENTO 3: A Constituição de 1937 foi concebida com o intuito de fortalecer o governo


pelo reforçamento do Poder Executivo, sem, no entanto, estabelecer um poder pessoal e
absoluto. A partir disso, é importante destacar que é errônea a concepção de que o governo
Vargas pós-Constituição de 1937 é um regime fascista. Getúlio Vargas não integrava um
partido político. Além disso, o Estado Novo não se assemelhou aos excessos totalitários do
fascismo europeu na composição do aparelho repressivo governamental. Por conseguinte,
pode-se afirmar que o regime de 1937 no Brasil não resultou da tomada do poder por algum
movimento revolucionário, nem teve um partido como sustentáculo.

Autor(a) do argumento: Stella Ferreira Schleier

ARGUMENTO 1: Durante a década de 1930, o mundo presenciou a formação de diversos


partidos políticos e a construção de ideologias de caráter refratário aos processos
democráticos. Especialmente no Brasil, o contexto social, histórico e político da época
caracterizava-se pela expansão da influência do pensamento comunista e pela acentuação da
rivalidade entre diferentes facções político-sociais antagônicas. A situação vivida no Brasil era
de puro caos, desordem e irresponsabilidade nos âmbitos sociais e políticos. As competições
políticas ameaçavam acarretar uma guerra civil. Isso significava que a constituição vigente já
havia perdido seu valor prático. Dessarte, o reforço do poder central, promovido de pela
Constituição de 1937, fez-se mister a fim de garantir a segurança e manutenção da democracia
e das instituições brasileiras, as quais estavam à mercê de possíveis e imediatos perigos, dada
a virulência dos antagonismos políticos.

ARGUMENTO 2: Outra situação presente na conjuntura pós-Constituição de 1934 era a


permanência e predomínio das particularidades de ordem local sobre os interesses nacionais.
Portanto, era preciso que se restaurasse a autoridade nacional, antes que a condição política
do período conduzisse a nação brasileira à desintegração. A distribuição das
responsabilidades entre os diversos poderes e das atribuições legais não levou em
consideração, primordialmente, o interesse geral, pois os interesses personalistas e dos
estados mais notórios exerciam grande influência na prática política. Em contrapartida, as
medidas destinadas a privilegiar as conveniências particulares não deixaram de ter andamento
e aprovação pelo Poder Legislativo. Por isso, muitas das propostas receberam veto do Poder
Executivo, já que eram totalmente contrárias ao proveito nacional. Partindo disso, a
centralização do poder era pensada em prol do aumento da eficiência do Estado e da
eliminação da influência de grupos privados, dentre eles as oligarquias regionais, que
participavam majoritariamente nos processos decisórios nacionais. Somente assim, seria
possível fazer com que os interesses nacionais se sobrepusessem aos particulares e locais.

ARGUMENTO 3: A manutenção e a conservação do governo pautado na Constituição de 1934


configuraria uma irresponsabilidade com a população brasileira, uma vez que o aparelho
político era inadequado e dispendioso. A Constituição de 1937 criou uma nova estrutura legal,
porém, ao mesmo tempo, não modificou aquilo que era considerado essencial e substancial
pela opinião pública: a forma democrática, o processo representativo e a autonomia dos
Estados foram mantidas, segundo os princípios tradicionais da federação brasileira. Ainda que
em meio a um período de enorme gravidade na história brasileira, a Constituição de 1937
propôs-se a solucionar as problemáticas que não foram resolvidas pela Constituição de 1934
e, em alguns casos, até mesmo agravadas.

Autor(a) do argumento: Vicenzo Carlim de Sousa

ARGUMENTO 1: A Constituição Brasileira de 1934, de caráter deliberadamente liberal, não


se aplica, de modo apropriado e harmonioso, à sociedade brasileira. Segundo o sociólogo
brasileiro Oliveira Vianna, o Brasil apresenta um profundo dilema quanto à possibilidade da
aplicação do liberalismo. De acordo com sua concepção, não há sistema político liberal sem
uma sociedade liberal. Por sua vez, o Brasil não apresenta uma sociedade liberal, mas sim
autoritária e parental. Desta maneira, se fosse desenvolvido um sistema político liberal no
Brasil, ele não apresentaria desempenho adequado e produziria resultados contrários aos
pretendidos. Além disso, observa-se que não há um trajeto natural pelo qual a sociedade
brasileira possa progredir do estágio em que se encontra até tornar-se liberal.
Consequentemente, não é factível implantar no Brasil um sistema político (como promovido
pela Constituição de 34) que não se relaciona ao meio social.
ARGUMENTO 2: A organização constitucional brasileira de 1934, elaborada de acordo com
os moldes clássicos do liberalismo e do sistema representativo, tornou os interesses privados
vulneráveis e enfraqueceu o Poder Executivo. Outrossim, a Constituição de 1934 estava
antedatada quando comparada ao espírito do tempo e ao contexto ao qual ela estava inserida,
pois ela direcionava suas propostas a uma realidade que há certo tempo já não existia mais,
em virtude das mudanças no cenário mundial, além dos abalos da crise global. Por isso, a
Constituição de 1937 tinha como um de seus pilares a concentração do poder político nas
mãos do presidente da República, para que não enfraquecesse e anemizasse o poder público
como estava fazendo a de 1934.
ARGUMENTO 3: A organização constitucional de 1934, moldada segundo o liberalismo
político, apresenta uma tendência de conferir às assembleias grande importância no processo
de decisão estatal. Entretanto, como já apresentado em outros argumentos anteriormente por
meio de evidências históricas, seria insuficiente a ação principal e única do Poder Legislativo,
sendo preciso concentrar o poder no Executivo. Portanto, as funções e atribuições legislativas,
em especial no que tange à economia e à sociedade, deveriam se deslocar dos parlamentos
independentes para os conselhos técnicos acumulados no poder Executivo central. Além do
mais, a descentralização política é uma das formas menos aconselháveis de se tratar a
federação brasileira, uma vez que poderia resultar em situações fatais, como separatismo,
coronelismo, regulismo etc. e porque o modelo democrático liberal permitiria que a
irracionalidade fosse transferida para as esferas decisórias estatais.

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