Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Figura 1. Estrutura das membranas biológicas. Observe em azul os carboidratos que formam o
glicocálice, em rosa a bicamada de fosfolipídios, em verde proteínas transmembrana (Fonte:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Schematic_diagram_of_a_natural_biomembrane_of
_a_cell.svg)
Se a substância for apolar, será hidrofóbica, o que significa que se dissolve bem em
lipídios. Como a membrana plasmática é lipídica a substância apolar passa através da
membrana sem problemas, se difundindo entre os fosfolipídios, mas se ela for
hidrofílica não será tão fácil. As substâncias hidrofílicas precisam das proteínas que
estão inseridas na membrana para poder atravessar a barreira hidrofóbica da
membrana.
Os que são contra gradiente precisam gastar energia metabólica para vencer o
gradiente e são chamados de transporte ativo. Quando está a favor do gradiente, o
transporte é chamado passivo, por não usar energia metabólica, mas apenas a energia
cinética das moléculas que se agitam espontaneamente.
O gradiente é a força motriz que gera o movimento, uma vez que foi acumulada
energia potencial na geração desse gradiente.
Gradiente significa diferença ou variação. Você deve ter ouvido já sobre o delta (Δ),
letra grega que representa variação de temperatura, de pressão, etc. A diferença de
concentração de uma substância entre dois pontos, é chamado de Gradiente de
Concentração (Figura 2). Quando se considera o transporte através da membrana, a
diferença de concentração entre um lado e outro dessa membrana vai estabelecer o
gradiente de concentração.
Figura 6. Movimento aleatório das moléculas é a força motriz. O movimento aleatório das
moléculas faz com que elas se choquem e se movam em qualquer direção. Ao se chocarem com
outras podem mudar de direção.
7). Neste momento não há mais gradiente, por isso não haverá fluxo resultante e o
sistema atinge o equilíbrio eletroquímico, ou equilíbrio de difusão. As moléculas
continuam se movendo aleatoriamente e continuará havendo fluxo para os dois lados
igualmente, por isso o fluxo resultante é zero.
Figura 7. Fluxo de solutos movido pelo gradiente, até que não exista mais diferença de
concentração entre os dois lados, quando o fluxo será igual para os dois lados (Fonte:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Simple_Diffusion.png)
Outros fatores que favorecem a difusão são a área disponível para a difusão e a
temperatura, já que esta leva a um aumento da agitação das moléculas e sua energia
cinética que é a força motriz deste transporte. Como a difusão ocorre movida pelos
choques entre as moléculas que acabam se empurrando através de uma determinada
membrana, quando a área por onde elas devem passar for muito pequena, muitas delas
poderão ficar de fora. Normalmente, a área não é um fator limitante da difusão através
das membranas, mas em situações patológicas pode se tornar importante.
Não incluindo este último fator, podemos organizar os demais fatores nesta fórmula
simplificada da lei de Fick
Figura 10. Transporte mediado. Pode ser contra ou a favor de gradiente, usando uma proteína
facilitadora do transporte. A difusão simples não é mediada. (Fonte: Pré-Fisiologia- UFRGS).
Figura 11. Transporte mediado. O transporte mediado usa uma proteína facilitadora do
transporte; quando ocorre saturação dessas proteínas transportadoras se atinge o transporte
máximo. A difusão simples não depende de transportadores e é diretamente proporcional à
concentração do soluto. (Fonte: Pré-Fisiologia- UFRGS).
Figura 12. Difusão facilitada. A favor de gradiente eletroquímico (Fonte: Pré-Fisiologia- UFRGS).
Figura 14. Tipos de canais. Os canais podem ser abertos ou precisarem de um estímulo para
abrir (Fonte: Pré-Fisiologia- UFRGS).
• Osmose: A osmose nada mais é do que um tipo especial de difusão. Nesse tipo
de transporte, o soluto não se move, mas, sim, o solvente, que, nesse caso, é a
água. Ela ocorre entre dois meios aquosos que são separados por uma
membrana semipermeável. A água pode passar pela membrana por difusão
simples, mas esse transporte é muito lento. Então, a água usa proteínas
transportadoras chamadas de aquaporinas, para atravessar a membrana com
maior velocidade e quantidade (Figura 15).
Isso pode parecer estranho porque até agora falamos que o transporte passivo
ocorre do lado mais concentrado para o menos concentrado, ou seja, a favor do
gradiente. É o que temos aqui, a quantidade de água livre é maior no lado que tem
menos solutos, e ela se desloca de onde tem mais água livre para onde tem menos.
Observe na Figura 16. O compartimento da esquerda tem menos solutos e mais água
livre, enquanto o lado direito da membrana possui mais solutos e menos água livre. Isso
ocorre pois onde há mais solutos a água livre diminui porque ela tende a rodear os
solutos e interagir com eles, formando uma capa de hidratação.
Figura 17. Osmose. Passagem de água por uma membrana semipermeável, que não permite a
passagem do soluto. A água se desloca para o lado mais concentrado e seu volume aumenta
(Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:0307_Osmosis_cleaned.jpg ).
Esse movimento de água para o lado com mais solutos é chamado de fluxo
osmótico, aumentando o volume de água nesse compartimento. Esse aumento do
volume de água gera uma pressão chamada de pressão hidrostática, que se opõe ao
fluxo osmótico (Figura 18.4). A pressão hidrostática que interrompe o fluxo osmótico,
por ser igual em magnitude e em sentido contrário ao fluxo, é uma medida da pressão
osmótica.
Na prática, nunca vamos medir a pressão osmótica, a mesmo que você for
pesquisar em um laboratório especializado, mas esse raciocínio é importante para
entender o fluxo de água e seu controle.
Observe na Figura 18 (1) um recipiente com água dividido por uma membrana
semipermeável. Por ser permeável à água, ela se distribui igualmente nos dois lados da
membrana. Em (2) vemos que no compartimento da esquerda foi adicionado soluto,
mas como a membrana não é permeável a ele, o soluto não pode passar para o outro
lado. No recipiente (3) vemos que mais água flui para o lado que contém o soluto,
aumentando o volume de água nesse compartimento e diminuindo o volume no lado
direito da membrana. Embora ocorra fluxo de água em ambos os sentidos, o fluxo
resultante é em direção ao compartimento com mais solutos.
Por fim, vamos falar sobre o transporte ativo, ou seja, aquele que demanda gasto de
energia e ocorre contra gradiente.
● Transporte ativo
Esse gradiente de concentração do íon sódio vai ser usado por transportadores
que podem carregar mais de um soluto nos transportes chamados de acoplados. Então,
o íon sódio está a favor de seu gradiente e carrega outro soluto que está contra seu
gradiente. Quando os dois solutos são transportados para o mesmo lado da membrana,
chamamos de simporte ou cotransporte e quando estão sendo transportados para lados
diferentes chamamos de contra-transporte ou antiporte. Quando apenas um soluto é
transportado, chamamos de uniporte, podendo ser passivo ou ativo (Figura 20).
Figura 20. Transporte acoplado. Observe o gradiente de cada um para saber se o transporte
está contra ou favor do gradiente, sendo ativo ou passivo, respectivamente (Fonte: Pré-
Fisiologia-UFRGS).
Transporte vesicular
Você já deve ter ouvido falar na fagocitose. É parecido com a exocitose, mas na
fagocitose estamos falando de um movimento para dentro da célula. Neste caso
chamamos de endocitose (Figura 22). A fagocitose é um tipo de endocitose em que uma
partícula grande é englobada pela célula. Literalmente a partícula é comida, engolida
pela célula (fago=comer).