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Pontifícia Universidade Católica RJ

Aluna: Nayra Aguiar de Souza

FICHAMENTO DO TEXTO “TEAM 10 PRIMER”

Referência bibliográfica do texto

SMITHSON, Alison. Team 10 Primer. Cambridge, Massachusetts, MIT Press, 1968.


p.20-21. Tradução: Yasmin Martins Silva e Francesco Bosch. Revisão: Ana Luiza Nobre

Perfil biográfico do autor

O autor do texto é o arquiteto Aldo Van Eyck que nasceu em 1918, em Driebergen,
Holanda. Estudou na Academia Real de Artes Visuais, em Haia, e também estudou
arquitetura no Instituto Federal de Tecnologia da Suíça em Zurique, onde se familiarizou
com a vanguarda internacional. Os seus projetos mais conhecidos são, o Orfanato
Municipal de Amsterdam (1955-60), a Igreja Pastoor Van Ars em Loosduinen (1963-69), o
pavilhão provisório de escultura em Sonsbeek (1965-66) e PREVI housing, em Lima, Peru
(1969-72). Ele construiu a Hubertus House - uma só casa para pais e filhos - durante sua
parceria com a Bosch Theo (1971-82) quando eles também foram responsáveis pela
renovação urbana e por alguns dos novos edifícios no distrito de Nieuwmarkt em
Amsterdam. Trabalhando com sua esposa Hannie a partir de 1983, construíram o edifício
ESTEC para a Agência Espacial Europeia, em Noordwijk (1984-89), a Igreja Protestante
para a Comunidade Moluccana, em Deventer (1991-92), e o Edifício Escritório do Auditor
em Haia (1992-97). Ele lecionou na Academia de Arquitetura de Amsterdã de 1954 a 1959
e foi professor na Universidade de Tecnologia de Delft de 1966 a 1984. Como também foi
editor da revista de arquitetura Forum de 1959 a 1963 e em 1967. Os seus principais artigos
são "A medicina da reciprocidade timidamente ilustrada 'e' passos configurativos na direção
de uma disciplina", ambos publicados na Revista Fórum, quando ele fazia parte do conselho
editorial. Foi membro do CIAM e co-fundador do “Team 10” em 1954. Van Eyck deu
palestras por toda a Europa e América do Norte, propondo a necessidade de rejeitar o
funcionalismo e atacar a falta de originalidade na maioria dos modernismos do pós-guerra.
Ele recebeu a medalha de ouro real da RIBA em 1990 e em 1994 ele e sua esposa foram
homenageados com o BNA-kubus da Holanda. Aldo Van Eyck morreu em Loenen, Holanda,
aos 80 anos, em 1999.
Contextualização

O XI CIAM em Otterlo, Holanda, que ocorreu em setembro de 1959, ficou conhecido pelo o
fim do CIAM e ascensão do TEAM 10. Os atritos entre os arquitetos participantes e
membros do CIAM (Congresso Internacional da Arquitetura Moderna) evidenciaram a
ausência de um acordo sobre o significado de conceitos básicos defendidos pelo
Movimento Moderno. Nesse debate, princípios simplificadores da Carta de Atenas foram
contraditados pela busca do equilíbrio entre forma física e necessidade psicológica e social
das pessoas.

Conceitos fundamentais elaborados pelo autor no texto

Os conceitos-chave do texto elaborados pelo autor são: determinismo, inovação tecnológica


movimento moderno e contemporâneo.

Tese/argumento central

A questão de uma arquitetura determinista, que evidencia a tecnologia e é puramente


mecânica e decorativa é criticada pelo autor. Aldo Van Eyck acredita que a linguagem que
os arquitetos desenvolveram, depois do período de pioneirismo ter chegado ao fim,
corresponde de forma única consigo própria e por razão disso é “essencialmente estéril e
acadêmica – literalmente abstrata”. E por isso, é necessário uma abordagem mais eficiente
para a arquitetura a fim de resolver as adversidades ambientais que o nosso tempo
imprime. Contudo, esses problemas não permanecerão os mesmos, mas eles dizem
respeito ao mesmo homem, e portanto esclarece um indício para uma investigação.

Resumo

Um pensamento comum determinista, podendo chamá-la de onda euclidiana, predominava


na sociedade. Essa onda falsificou o comportamento e a visão dos homens, o que eles
faziam e sentiam. Contudo, alguns homens, a maioria deles pintores, poetas, filósofos e
cientistas, mudaram o curso dessa onda para o fim de uma corrosão determinista na
superfície da realidade.
Picasso, Klee, Mondrian e Brancusi; a Joyce, Le Corbusier, Schönberg, Bergson e
Einstein, foram responsáveis por movimentar essa ruptura e expandir o universo exterior e
interior. A sociedade, porém, continuava no antigo ímpeto, desmerecendo a descoberta
desses homens. E pior do que isso, aplicaram esse método de maneira puramente
tecnológica, mecânica e decorativa, negando a essência da descoberta; e evidenciando
apenas o que lhe permite mover-se com maior eficácia, segurança e lucratividade,
evidenciando em suma o progresso. “Os arquitetos traíram a sociedade ao trair a essência
do pensamento contemporâneo. Ninguém pode realmente viver no que eles inventaram,
apesar deles pensarem que sim.”, de acordo com o autor do texto.
A partir disso, se faz necessário resgatar uma ideia não-euclidiana, uma ideia
contemporânea em relação a todas as nossas dificuldades, sociais e políticas, econômicas
e espirituais. Ela, sozinha, pode resolvê-las, e portanto é tempo de unir o velho ao novo, de
se conectar e redescobrir as qualidades arcaicas da natureza humana, qualidades
atemporais. Logo, descobrir uma nova arquitetura, uma arquitetura realmente
contemporânea, uma arquitetura que lida com a adversidade do tempo, mas com um
mesmo homem, “fazendo as mesmas coisas de uma maneira diferente, sentindo o mesmo
diferentemente, reagindo diferentemente ao mesmo”.

Interlocução

O autor cita estas personalidades no texto: Picasso, Klee, Mondrian e Brancusi; a Joyce, Le
Corbusier, Schönberg, Bergson e Einstein. E também dialoga com correntes de
pensamento moderno e contemporâneo.

Trechos mais significativos

“Mas a sociedade continua seguindo a velha onda, fazendo pouco caso do que esses
homens descobriram; pior ainda, aplicando de maneira puramente tecnológica, mecânica e
decorativa, não a essência das suas descobertas, mas aquilo que, dentro delas, lhe permite
mover-se com maior eficácia, segurança e lucratividade.” - Página 1.
“Quando é que os arquitetos vão deixar de afagar a tecnologia como um fim em si mesma,
parar de correr aos tropeções atrás do progresso? Quando é que eles vão realmente se unir
a essa revolta e parar de roer as bordas de uma grande ideia?” - Página 1.
“É chegado o momento de unir o velho ao novo; de redescobrir as qualidades arcaicas da
natureza humana, as suas qualidades atemporais.” - Página 1 e 2.
“Descobrir de novo significa descobrir algo novo. Traduza isso em arquitetura e você terá
uma nova arquitetura – uma arquitetura realmente contemporânea.” - Página 2.
“Os arquitetos modernos vêm insistindo continuamente naquilo que é diferente em nossa
época, e o fazem a ponto de perderem contato com o que não é diferente, com aquilo que
é, essencialmente, sempre o mesmo.” - Página 2.
“É tudo tão óbvio: precisamos desenvolver uma ferramenta mais rica – uma maneira mais
eficiente de abordagem – para resolver os problemas ambientais que o nosso tempo coloca.
Esses problemas não permanecerão os mesmos, mas eles dizem respeito ao mesmo
homem, e essa é a nossa pista.” - Página 2.
Bibliografia consultada

CRONOLOGIA DO URBANISMO, Aldo Van Eyck. Disponível em:


http://www.cronologiadourbanismo.ufba.br/biografia.php?idVerbete=205&idBiografia=32>
Acesso: 27.maio.2020.

CRONOLOGIA DO URBANISMO, Congresso de Otterlo – Fim dos CIAM. Disponível em:


http://cronologiadourbanismo.ufba.br/apresentacao.php?idVerbete=1560> Acesso:
27.maio.2020.

ARCHDAILY, Clássicos da Arquitetura: Amsterdam Orphanage / Aldo Van Eyck.


Disponível em:
https://www.archdaily.com.br/br/office/aldo-van-eyck> Acesso: 27.maio.2020.

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