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Vida e Bibliografia
No ano de 1915, Heidegger se torna assistente de Husserl, recém chegado a Freiburg. Desde
então, os dois trabalharam e desenvolveram aspectos da Fenomenologia. Em seguida,
Heidegger se torna apto para o magistério na Universidade de Freiburg e exerce docência na
Universidade de Marburg por 5 anos, onde publicou sua obra mais conhecida: Ser e Tempo
(1927). Quando retorna novamente para Freiburg e sucede a Husserl.
O ser humano é um ente ontologicamente privilegiado porque em seu existir está em jogo o
seu próprio ser. (Martin Heidegger em Ser e Tempo, 1927)
Fenomenologia: isso designa uma ciência, uma conexão de disciplinas científicas; mas a
fenomenologia designa, igualmente e acima de tudo, um método e uma atitude do pensar: a
atitude do pensar especificamente filosófica, o método especificamente filosófico. (Husserl,
2020, p 75)
Para Husserl, o princípio de todos os princípios é que toda intuição originariamente doadora é
uma fonte legítima de conhecimento. Sendo assim, através das ações da consciência,
descobre-se a real intenção da consciência. Em outras palavras, quando conclui-se o ato de
pensar, já se está unido ao pensamento. Enquanto isso, Heidegger vai a contraposto afirmando
que é necessário permitir que os fenômenos se relevem propriamente, sendo a descrição da
ação o único modo de acesso ao Fenômeno.
Além da intuição doadora, os pensadores entram em mais um desacordo na reflexão
fenomenológica. Em Ser e Tempo, Heidegger afirma que para compreender o ser é necessário
também compreender a tradição, a história, o tempo que formou o Ser. Dessa forma, para
Martin, a hermenêutica se faz essencial para a Fenomenologia. O que vai de desencontro a
Husserl, que a defende como ciência das coisas que se dão a ver, não levando em conta a
historicidade mas apenas a reflexão da consciência.
Hermenêutica e Existencialismo
Martin Heidegger entendia que não apenas Husserl, mas todos os outros pensadores que
vieram antes dele, haviam negligenciado a investigação a respeito do ser da intencionalidade e
do ser em geral. Sendo assim, aos poucos, ele caminhou para o solo das raízes da existência
humana e seu comportamento, buscando entender a vida a partir dela mesma. Para o
existencialista, embora o sentido do ser seja uma questão ontológica, ela precisa surgir da
investigação de um ente. Dessa forma, a hermenêutica do ser-humano retrata o ser individual,
enquanto o Dasein busca o ser-aí, o ser-no-mundo. O propósito da investigação de Heidegger é
retornar para a questão originária dos homens e das coisas, permitindo superar a barreira
superficial das substâncias e do sujeito e, através disso, compreendermo-nos como já nos
compreendemos.
Por isso, para Heidegger, a questão do Ser passa pela interpretação do ente. Ressaltando
novamente, então, a importância do ser levar a si mesmo em consideração, desconstituindo-se
da compreensão monótona do cotidiano.
O Tempo e a Angústia
Dessa maneira, a Angústia surge como a condição que leva o homem de volta para seu estado
original, o tirando de sua posição óbvia e o conduzindo para uma apropriação do seu ser.
Além disso, Heidegger diz que o fim do ser-no-mundo é a morte. Dessa forma, uma reflexão
saudável a cerca desse processo de angústia pode auxiliar na compreensão do fim da vida
humana por parte dos Enfermeiros, despertando a atenção para a realização de cuidados
paliativos de qualidade e uma despedida digna como direito do paciente.
Referências