Martin Heidegger foi um filósofo fenomenológica
alemão cujas ideias revolucionaram a
filosofia do século XX. Seu pensamento
centra-se na reflexão sobre a existência
humana e o sentido do ser. Aqui estão
alguns dos principais pontos de sua
filosofia:
Crítica à metafísica tradicional:
Heidegger critica a tradição metafísica do
pensamento ocidental, que concebe o ser
como um ente entre outros entes. Ele
propõe uma nova abordagem para entender
o sentido do ser no contexto da existência
humana.
Dasein e Ser-no-Mundo: Introduz o
conceito de Dasein, que se refere ao ser-aí
humano, enfatizando sua capacidade de
questionar e compreender o ser. O ser
humano não é apenas um ente, mas um
ser-no-mundo, existindo em uma relação
íntima com seu ser e com o mundo ao seu
redor.
Temporalidade e Mortalidade:
Destaca a importância da temporalidade na
existência humana, enfatizando que a morte
é fundamental para a compreensão do ser.
O Dasein é caracterizado pela sua finitude e
pela constante realização de suas
possibilidades de ser, que se completam
apenas com a morte.
Crítica à Era Moderna: Critica o
pensamento calculante da era moderna, que
busca controlar e objetificar o mundo,
desconsiderando a complexidade e a
totalidade das experiências humanas.
Pensamento Reflexivo: Propõe um
pensamento reflexivo que se volta para o
sentido da existência, buscando
compreender as experiências humanas em
sua totalidade e complexidade.
Perspectiva Fenomenológica
Existencial: Sua perspectiva
existencial procura
iluminar o modo como nos encontramos na
concreção fática do mundo, reconhecendo
as implicações e as possibilidades de ser
que se abrem no próprio acontecimento do
existir.
Esses pontos fundamentais da filosofia
de Heidegger influenciaram não apenas a
filosofia, mas também campos como
psicologia, literatura e ciências sociais,
contribuindo significativamente para a
compreensão da condição humana.
Crítica à metafísica tradicional:
Heidegger rejeita a visão da metafísica
tradicional, que tende a conceber o ser
como uma entidade isolada entre outras
entidades. Ele argumenta que essa visão
reducionista do ser ignora a verdadeira
natureza da existência humana e sua relação
íntima com o mundo. Em vez disso,
Heidegger propõe uma compreensão mais
profunda do ser, que leva em consideração
a existência concreta e o contexto humano.
Dasein e Ser-no-Mundo: O conceito
central de Dasein é fundamental na filosofia
de Heidegger. Dasein refere-se à maneira
única pela qual os seres humanos existem
no mundo. Não apenas seres que existem,
mas seres que estão sempre em um
processo de tornar-se. Heidegger enfatiza
que a compreensão do ser humano só pode
ser alcançada considerando sua existência
concreta e sua interação constante com o
mundo ao seu redor.
Temporalidade e Mortalidade:
Heidegger argumenta que a temporalidade é
uma característica essencial da existência
humana. O ser humano está sempre situado
em um tempo específico, marcado por um
passado que influencia o presente e molda o
futuro. Além disso, Heidegger destaca a
importância da mortalidade na
compreensão do ser. A consciência da
finitude da vida influencia profundamente
as escolhas e as ações humanas, dando
significado e urgência à existência.
Crítica à Era Moderna: Heidegger
critica a visão da era moderna que reduz o
mundo a um conjunto de recursos a serem
explorados e controlados pelo homem. Ele
argumenta que essa mentalidade
"calculadora" obscurece a verdadeira
natureza do ser e aliena os seres humanos
de sua própria essência. Em vez disso,
Heidegger defende uma abordagem mais
reflexiva e contemplativa, que reconheça a
complexidade e a singularidade de cada
experiência humana.
Perspectiva Fenomenológica
Existencial: A fenomenologia existencial de
Heidegger busca revelar as estruturas
fundamentais da experiência humana. Ele
convida os indivíduos a olharem para além
das aparências superficiais e a explorarem
as camadas mais profundas de significado e
autenticidade em suas vidas. Essa
abordagem fenomenológica permite uma
compreensão mais rica e matizada da
existência humana, abrindo espaço para
uma reflexão mais profunda sobre o sentido
da vida e a busca pela autenticidade.
Esses aspectos da filosofia de
Heidegger oferecem uma visão profunda e
abrangente da condição humana, desafiando
as noções convencionais de ser e
convidando os indivíduos a explorarem o
significado mais profundo de suas vidas.
Além dos aspectos destacados
anteriormente, há outros pontos importantes
na filosofia de Heidegger que contribuem
para uma compreensão mais completa de
seu pensamento:
Técnica e Tecnologia: Heidegger
examina criticamente o papel da técnica e
da tecnologia na sociedade moderna. Ele
argumenta que a visão instrumental do
mundo, na qual tudo é considerado como
um recurso a ser explorado em prol da
eficiência e do progresso, obscurece a
verdadeira natureza do ser. A tecnologia,
para Heidegger, não é apenas um conjunto
de ferramentas, mas uma forma de revelar e
moldar o mundo de acordo com certas
perspectivas e interesses.
Linguagem e Ser: Heidegger atribui
grande importância à linguagem como uma
forma de revelar o ser. Ele argumenta que a
linguagem não é apenas um meio de
comunicação, mas também uma maneira
pela qual os seres humanos revelam e
compreendem o mundo ao seu redor. A
linguagem não é apenas um instrumento
neutro, mas está enraizada em uma
compreensão prévia do ser, influenciando
profundamente a maneira como
interpretamos e nos relacionamos com a
realidade.
Ser-com-o-Outro: Heidegger
desenvolve a ideia de "ser-com-o-outro"
para descrever a relação dos seres humanos
com os outros. Ele argumenta que os seres
humanos não existem isoladamente, mas
sempre em relação com os outros. Essa
relação não é apenas uma questão de
interação social, mas também uma
dimensão fundamental da existência
humana, que molda nossa compreensão de
nós mesmos e do mundo.
História e Destino: Heidegger examina
a relação entre história e destino na
formação da identidade humana. Ele sugere
que nossa compreensão do ser é moldada
pela tradição e pela história, que nos
lançam em um caminho particular de
desenvolvimento e realização. Ao
reconhecer nossa conexão com o passado e
nossa responsabilidade pelo futuro,
podemos começar a compreender mais
profundamente nossa própria existência e
nosso lugar no mundo.
Arte e Poiesis: Heidegger valoriza a
arte como uma forma de revelar o ser de
maneiras que transcendem a linguagem e o
pensamento conceitual. Ele argumenta que
a arte, através de sua capacidade de criar e
expressar significados profundos, nos
permite vislumbrar aspectos do ser que de
outra forma permaneceriam ocultos. A
poesia, em particular, é vista por Heidegger
como uma forma privilegiada de acesso ao
ser, que nos convida a contemplar o
mistério e a maravilha da existência
humana.
Angústia e Autenticidade: Heidegger
discute a angústia como uma experiência
fundamental que revela a finitude e a
singularidade da existência humana. Ele
argumenta que é na angústia que nos
confrontamos com a nossa própria
mortalidade e com a responsabilidade de
fazer escolhas autênticas. Ser autêntico,
para Heidegger, significa confrontar essa
angústia e assumir a responsabilidade por
nossas próprias vidas, em vez de nos
conformarmos com as expectativas e
normas sociais.
Temporalidade e Historicidade:
Heidegger enfatiza a importância da
temporalidade na compreensão da
existência humana. Ele argumenta que
somos seres temporais, cuja existência é
moldada pela passagem do tempo e pela
nossa inserção na história. A historicidade
do ser humano implica que estamos sempre
situados em um contexto temporal
específico, influenciado pelas tradições,
valores e eventos históricos que nos
precederam.
A Questão do Ser: Central para a
filosofia de Heidegger é a questão do ser,
que ele considera como o tema fundamental
da filosofia. Ele critica a tradição filosófica
ocidental por negligenciar essa questão em
favor de investigações sobre entes
individuais. Para Heidegger, compreender o
ser não é apenas uma questão de teoria, mas
uma busca existencial por sentido e
significado na vida humana.
Desconstrução da Metafísica:
Heidegger busca desconstruir a tradição
metafísica da filosofia ocidental, que ele vê
como uma tentativa de reduzir o ser a entes
individuais e categorias conceituais. Ele
argumenta que essa abordagem limita nossa
compreensão do ser, obscurecendo sua
verdadeira natureza e significado. Em vez
disso, Heidegger propõe uma abordagem
mais fenomenológica e existencial, que
busca revelar o ser na sua totalidade e
complexidade.
O Conceito de Ser-no-Mundo:
Heidegger desenvolve o conceito de
"ser-no-mundo" para descrever a maneira
pela qual os seres humanos estão imersos e
interconectados com o mundo ao seu redor.
Ele argumenta que não existimos
separadamente do mundo, mas somos
sempre parte integrante dele, envolvidos em
uma rede complexa de relações e
significados. Ser-no-mundo implica uma
compreensão mais profunda da nossa
própria existência como seres situados e
contextualizados dentro de um horizonte de
significado compartilhado.
Tecnologia e Enquadramento:
Heidegger aborda a questão da tecnologia e
sua influência na compreensão do ser
humano e do mundo. Ele argumenta que a
tecnologia não é apenas um conjunto de
ferramentas ou dispositivos, mas uma
forma de revelar e enquadrar o mundo de
uma maneira específica. A tecnologia, para
Heidegger, tende a reduzir as coisas a
meros recursos para serem explorados,
obscurecendo sua verdadeira essência e
significado.
A Linguagem como Casa do Ser:
Heidegger considera a linguagem como
fundamental para a compreensão do ser
humano e do ser em si. Ele argumenta que é
através da linguagem que o ser se revela e
se manifesta, e que nossa compreensão do
mundo é mediada pela linguagem que
usamos para descrevê-lo. A linguagem não
é apenas um meio de comunicação, mas
uma estrutura que molda nossa experiência
e compreensão do ser.
A Questão da Verdade: Heidegger
oferece uma abordagem única para a
questão da verdade, argumentando que a
verdade não é simplesmente uma
correspondência entre nossas
representações mentais e a realidade
externa. Em vez disso, ele vê a verdade
como um processo de desvelamento ou
revelação que ocorre na interação entre o
ser humano e o mundo. A verdade, para
Heidegger, está enraizada na experiência da
existência e na maneira como nos
relacionamos com o mundo ao nosso redor.
A Noção de Cuidado: Heidegger
introduz a noção de "cuidado" (Sorge)
como uma forma fundamental de
ser-no-mundo. Ele argumenta que o
cuidado não se refere apenas à preocupação
com as necessidades físicas ou materiais,
mas a uma atitude mais ampla de
preocupação com o ser e o bem-estar do
mundo como um todo. Cuidar envolve uma
abordagem responsável e atenciosa para
com as coisas e pessoas com as quais nos
relacionamos, reconhecendo nossa
interconexão e interdependência com elas.
A Crítica à Modernidade: Heidegger
critica a visão de mundo moderna, que ele
vê como dominada por uma mentalidade
tecnocrática e orientada para a produção.
Ele argumenta que essa mentalidade
obscurece a verdadeira natureza da
existência humana, reduzindo-nos a meros
agentes econômicos ou consumidores. Em
vez disso, Heidegger defende uma
abordagem mais reflexiva e contemplativa
da vida, que reconhece a importância do ser
e da autenticidade na busca por sentido e
significado.
Ser-para-a-Morte: Heidegger introduz
o conceito de "Ser-para-a-Morte"
(Sein-zum-Tode) como uma característica
essencial da existência humana. Ele
argumenta que a consciência da própria
mortalidade é o que nos permite viver uma
vida autêntica e significativa. Ao confrontar
a finitude da existência, somos levados a
questionar o sentido de nossas ações e
escolhas, buscando viver de forma mais
genuína e comprometida.
A Questão da Autenticidade: Um tema
central na filosofia de Heidegger é a busca
pela autenticidade na existência. Ser
autêntico envolve assumir a
responsabilidade por nossas escolhas e
ações, reconhecendo nossa liberdade e
poder de transformação. Significa viver de
acordo com nossos valores e compromissos
mais profundos, em vez de seguir padrões
impostos pela sociedade ou pela cultura.
A Temporalidade da Existência:
Heidegger destaca a importância da
temporalidade na compreensão da
existência humana. Ele argumenta que o ser
humano não existe apenas no presente, mas
está sempre projetando-se para o futuro e
reinterpretando o passado. A temporalidade
é fundamental para nossa experiência do
mundo, moldando nossas expectativas,
esperanças e memórias.
A Noção de Mundo: Para Heidegger, o
mundo não é simplesmente um conjunto de
objetos físicos ou fenômenos, mas um
contexto de significados e relações no qual
nos encontramos imersos. Ele desafia a
visão tradicional de mundo como algo
externo a ser conhecido e dominado,
propondo uma compreensão mais profunda
e enraizada na nossa experiência vivida.
A Hermenêutica da Existência:
Heidegger adota uma abordagem
hermenêutica para a compreensão da
existência humana, enfatizando a critica profundamente a visão de mundo da
importância da interpretação e da
compreensão na nossa relação com o
mundo. Ele argumenta que a verdade não é
algo dado ou absoluto, mas sim algo que
emerge na interação entre o ser humano e o
mundo, através de um processo contínuo de
interpretação e significação.
Angústia e Inautenticidade: Heidegger
discute a experiência da angústia como
reveladora da nossa condição mais
profunda. A angústia nos confronta com o
vazio e a falta de sentido da existência,
levando-nos a questionar nossas escolhas e
identidade. Ele contrasta essa experiência
com a inautenticidade, que ocorre quando
evitamos confrontar nossa própria finitude
e nos perdemos em preocupações triviais e
superficiais.
A Linguagem como Casa do Ser:
Heidegger atribui grande importância à
linguagem como o meio pelo qual
compreendemos e nos relacionamos com o
mundo. Ele argumenta que a linguagem não
é apenas um instrumento de comunicação,
mas também molda nossa compreensão da
realidade e influencia nossa forma de ser.
Ao explorar a linguagem, podemos acessar
dimensões mais profundas da nossa
existência e do mundo ao nosso redor.
O Conceito de Cuidado (Sorge):
Heidegger desenvolve o conceito de
"cuidado" (Sorge) como uma estrutura
fundamental da existência humana. O
cuidado envolve nossa preocupação
constante com nosso próprio ser e com o
mundo ao nosso redor. Estamos sempre
envolvidos em projetos e cuidados,
buscando realizar nossas possibilidades de
ser e garantir nosso bem-estar e o dos
outros.
A Crítica à Modernidade: Heidegger
modernidade, caracterizada pelo domínio
da técnica e pela alienação do ser humano
em relação à sua própria essência. Ele
argumenta que a busca pelo controle e pela
eficiência leva à desvalorização da
experiência autêntica e à perda do sentido
do ser. Ao invés disso, ele propõe uma volta
ao questionamento e à reflexão sobre o
sentido da existência.
O Legado de Heidegger: Apesar das
controvérsias em torno de sua vida pessoal
e de suas conexões com o nazismo, o
legado filosófico de Heidegger continua a
exercer uma influência significativa sobre
diversos campos do conhecimento,
incluindo a filosofia, a teoria crítica, a
psicologia e a literatura. Sua abordagem
fenomenológica e existencial continua a
inspirar novas gerações de pensadores a
refletir sobre as questões fundamentais da
existência humana.
 "Dasein" é um termo da filosofia
existencialista, especialmente associado ao
pensamento de Martin Heidegger. É uma palavra
alemã que literalmente significa "ser lá", “ser aí”
ou "existência". Heidegger utiliza esse termo para
se referir à forma como os seres humanos existem
no mundo, foi utilizado por filósofos anteriores a
Martin Heidegger, mas foi ele quem o popularizou
e lhe deu um significado particularmente distinto
em sua filosofia.
Antes de Heidegger, o termo era usado em
contextos variados na filosofia alemã, muitas vezes
com um significado mais geral de "existência" ou
"ser". No entanto, Heidegger deu ao termo um
significado mais específico e complexo em sua
obra "Ser e Tempo", publicada em 1927.
Para Heidegger, o Dasein não se refere
simplesmente à existência de qualquer ser, mas
especificamente à existência humana. Ele utiliza o
termo para destacar a singularidade da experiência
humana de existir, enfatizando aspectos como
temporalidade, preocupação, relação com o mundo
e com os outros. Heidegger oferece uma nova
perspectiva sobre o que significa ser humano.
Para Heidegger, Dasein não é apenas um
objeto de estudo, mas uma abordagem para
compreender a experiência humana de existir. Ele
argumenta que a compreensão do Dasein é
fundamentalmente diferente da compreensão de
objetos ou coisas no mundo, porque o Dasein é
capaz de se relacionar com seu próprio ser de uma
maneira que objetos não podem.
O Dasein é caracterizado por sua capacidade
de se projetar para o futuro, de se preocupar com
seu próprio ser, e de se encontrar imerso em um
mundo de significados e relações. Ele argumenta
que a compreensão do Dasein envolve uma análise
da maneira como os seres humanos se relacionam
com o tempo, com os outros e com o mundo ao seu
redor.
Existência Autêntica e Inautêntica:
Heidegger faz uma distinção entre existência
autêntica e inautêntica. Na existência inautêntica, o
Dasein está imerso na banalidade cotidiana,
seguindo as normas e expectativas sociais sem
questionamento. Na existência autêntica, o Dasein
se confronta com a sua própria mortalidade e
finitude, assumindo responsabilidade por suas
escolhas e vivendo de acordo com seus próprios
valores.
Temporalidade: Para Heidegger, o Dasein
está sempre envolvido em sua relação com o
tempo. Ele argumenta que a compreensão do
tempo é fundamental para entender a existência
humana. O Dasein está sempre projetado para o
futuro, preocupado com as possibilidades que se
abrem diante dele. Além disso, ele está sempre
imerso no passado, que influencia sua
compreensão do presente e suas possibilidades
futuras.
Ser-no-Mundo: Heidegger descreve o Dasein
como "ser-no-mundo". Isso significa que o Dasein
não é uma entidade isolada, mas está sempre
imerso em um contexto cultural, social e histórico.
O Dasein existe em um mundo de significados e
relações, e é através dessas relações que ele forma
sua compreensão de si mesmo e do mundo ao seu
redor.
Angústia: Heidegger também discute a
angústia como uma experiência fundamental do
Dasein. A angústia surge quando o Dasein se
confronta com a sua própria finitude e a falta de
significado inerente ao mundo. É através da
angústia que o Dasein pode se confrontar com sua
existência de forma autêntica, reconhecendo sua
própria liberdade e responsabilidade.
 Esses são apenas alguns aspectos do
complexo conceito de Dasein na filosofia de
Heidegger. Ele é central para a compreensão da
existência humana e da forma como nos
relacionamos com nós mesmos, com os outros e
com o mundo ao nosso redor.
Linguagem e Compreensão do Ser:
Heidegger argumenta que a linguagem
desempenha um papel fundamental na
compreensão do ser. Para ele, a linguagem não é
apenas um meio de comunicação, mas molda nossa
compreensão do mundo e de nós mesmos.
O Dasein é essencialmente linguístico, pois é
através da linguagem que ele é capaz de interpretar
o mundo e atribuir significado às suas
experiências. No entanto, Heidegger também
adverte que a linguagem pode nos levar à
compreensão superficial do ser, encobrindo sua
verdadeira natureza.
Ser e Tempo: O conceito de Dasein é central
em "Ser e Tempo", a obra principal de Heidegger.
Neste livro, ele investiga a questão do ser a partir
da perspectiva do Dasein, explorando as estruturas
ontológicas que caracterizam a existência humana.
Heidegger propõe uma análise fenomenológica do
Dasein, buscando compreender suas diferentes
dimensões, como a temporalidade, a preocupação,
a autenticidade e a mortalidade.
Morte e Finitude: A mortalidade é uma
preocupação central na filosofia de Heidegger. Ele
argumenta que é através do reconhecimento da
nossa própria finitude que somos levados à
autenticidade. A consciência da morte nos
confronta com a urgência de viver uma vida
autêntica, assumindo responsabilidade por nossas
escolhas e agindo de acordo com nossos valores
mais profundos.
Cuidado e Solicitude: Heidegger também
discute a importância do cuidado e da solicitude na
existência humana. O Dasein está sempre
envolvido em cuidar de si mesmo e dos outros,
formando relações de solicitude que são
fundamentais para a nossa compreensão do ser. O
cuidado não é apenas uma questão prática, mas
uma dimensão existencial que revela nossa
conexão com os outros e com o mundo ao nosso
redor.
Esses são alguns dos aspectos centrais do
conceito de Dasein na filosofia de Heidegger. Ele
representa uma abordagem radicalmente diferente
da existência humana, destacando a importância da
temporalidade, da linguagem, da autenticidade e da
finitude na nossa compreensão do ser.
Autenticidade e Inautenticidade: A distinção
entre autenticidade e inautenticidade no Dasein é
um tema recorrente na filosofia de Heidegger. A
existência inautêntica é caracterizada pela
alienação do ser, onde o Dasein se perde nas
normas e expectativas sociais, vivendo uma vida
superficial e não examinada. Por outro lado, a
existência autêntica é marcada pela consciência da
própria finitude, pela responsabilidade pelas
escolhas e pela busca de significado genuíno na
vida.
Cotidianidade e Transcendência: Heidegger
argumenta que a cotidianidade é uma dimensão
essencial da existência humana. O Dasein está
imerso na rotina e na banalidade do dia a dia, mas
também é capaz de transcender essa cotidianidade
através da busca por significado e autenticidade. A
transcendência é uma característica distintiva do
Dasein, permitindo-lhe ir além das limitações da
existência imediata e buscar horizontes mais
amplos de compreensão e realização.
Ser-com-os-Outros: Uma das características
fundamentais do Dasein é sua relação com os
outros. Heidegger desenvolve o conceito de
"ser-com-os-outros" para descrever essa dimensão
da existência humana. O Dasein não existe
isoladamente, mas está sempre envolvido em
relações intersubjetivas com os outros. Essas
relações são essenciais para a nossa compreensão
do ser, pois moldam nossa identidade e
influenciam nossas escolhas e comportamentos.
 A Questão do Sentido do Ser: Heidegger
argumenta que a questão fundamental da filosofia é
a questão do sentido do ser. Ele sugere que ao
invés de buscar respostas definitivas, devemos nos
engajar numa investigação fenomenológica do ser,
explorando as estruturas ontológicas que
constituem a nossa experiência de existir. O Dasein
é o ponto de partida dessa investigação, pois é
através dele que podemos acessar a compreensão
mais profunda do ser.
O conceito de Dasein destaca a singularidade
da experiência humana de existir e a importância
de compreender essa experiência como algo
fundamentalmente diferente da simples existência
de objetos no mundo.