Disciplina: Linguística Geral Discente: Ana Paula Ester Oliveira e Viviane Vitória Gelsomini
Análise do filme: “A chegada”
No início do filme, a linguista e doutora Louise comunica que para a tradução
ser efetiva, o objeto ( fala) implica necessariamente na interpretação do meio ( a língua dos alienígenas ), sem a interação direta entre os dois, poderia ter ruído na comunicação, sem ter o devido conhecimento da língua falada pelos extraterrestres. Os heptapodes também tem uma linguagem diferente, que não tem uma relação entre sua forma falada e escrita. Dessa forma, eles se comunicam fazendo círculos com as “ mãos.” O processo de alfabetização se apresenta também a partir da linguagem não- verbal, quando a protagonista faz gestos e ações para que os alienígenas entendam o que os humanos querem dizer, isso é mostrado por exemplo, na cena em que ela coloca a mão sob o vidro para cumprimentar, e o personagem Ian anda para que eles consigam dar sentido a palavra “ walk”, enquanto ele caminha. Em contato com os alienígenas, é utilizado, com ênfase, o método gramático cognitivo-funcional para o diálogo de terráqueo e “aliens”, incorporando a aplicação dessa metodologia no sentido “abdutivo-analógico”, pois há a busca de conclusão, partindo do pressuposto de qual seria o propósito deles, por meio da alfabetização de interpretação dos sinais, indícios e mímicas dentro desse contexto social. O signo linguístico da palavra “arma” pode ocasionar um ruído de comunicação, como foi ressaltado pela linguista, com a amplitude de significados da língua inglesa e os heptapodes, pelo viés de uma outra cultura, não sabem distinguir o sentido da arma para a ferramenta. Por exemplo, pode- se inferir também a possibilidade da relação de troca para possíveis contribuições de ambas partes no todo. Outro ponto importante é colocarmos a questão do conhecimento de mundo, onde é importante temos um repertório pessoal da nossa leitura de mundo, para que possamos assim realizar a leitura da materialidade da palavra de forma efetiva, assim na cena em que a protagonista Louise explica para o coronel que é preciso ter certeza de que os alienigenas entendem o que é uma pergunta e tambem explicar a diferença entre o propósito de alguém e o propósito coletivo , bem como entender o sentido de ‘propósito’ que representa ‘intenção’. Assim eles precisam ter um conhecimento suficiente de linguagem para os humanos entenderem a resposta deles. Analisando sob a tese do estruturalismo no processo de alfabetização, Louise tenta entender os elementos e sistema da língua dos alienígenas, na hipótese de Sapir-Whorf a língua é fundamental para a maneira que vamos enxergar o mundo, logo é preciso que Louise procure entender a linguagem construída pelo grupo dos heptapodes, e o que constrói sentido para eles de acordo com a visão de mundo deles. O ruído na comunicação foi uma problemática evidente a partir do ponto que causou uma guerra civil generalizada internas, e entre países, desfazendo alianças. Inclusive, a China declarou guerra por ter interpretado fora de contexto. A “arma”, anteriormente confundida como uma forma de ameaça, pela óptica dos Heptapodes, são como um presente da língua originária destes povos. Que, ao fazer a leitura ( compreensão) desse idioma, começa a entender como funciona a linha temporal, é uma ortografia não linear. Portanto, seria possível aprender essa visão de mundo. A hipótese de Sapir-Whorf, no filme: “A chegada” altera a percepção de espaço-tempo sob a perspectiva gramatical e de linguagem no sentido mais amplo, a medida que se imerge a decodificação da cultura do desconhecido, portanto, implica a visão de mundo e de pensamento em forma de sonhos futurísticos, a partir disso, ela compreende o ponto de vista extraterrestre.