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Fisiologia do SNA

Prof. Ms.Andrine Navarro


SNC
• Todos os estímulos do nosso ambiente causam, nos seres
humanos, sensações como dor e calor. Todos os sentimentos,
pensamentos, programação de respostas emocionais e
motoras, causas de distúrbios mentais, e qualquer outra ação
ou sensação do ser humano, não podem ser entendidas sem o
conhecimento do processo de comunicação entre os
neurônios.
SNC
SINAPSE QUÍMICA

• A maioria das sinapses utilizadas para transmissão do sinal no


sistema nervoso central da espécie humana são as sinapses
químicas, que sempre transmitem esse sinal em uma direção,
ou seja, possuem uma condução unidirecional.
• Essa é uma característica importante desse tipo de sinapse,
permitindo que os sinais atinjam alvos específicos.
• Esse evento se inicia com a secreção de uma substância
química chamada neurotransmissor, que irá atuar em
proteínas receptoras presentes na membrana do neurônio
subsequente, promovendo a excitação ou inibição.
SNC
As substâncias neurotransmissoras mais conhecidas são:
 acetilcolina,
 norepinefrina,
epinefrina,
histamina,
ácido gama-aminobutírico,
glicina,
 serotomina e
glutamato.
SNC
SNA

Regula processos corpóreos que não estão


sob a dependência direta do controle
voluntário.
Ex: manter respiração; frequência cardíaca;
produção de urina
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SNA

NEUROTRANSMISSORES

ACETILCOLINA NORADRENALINA
PARASSIMPÁTICO SIMPÁTICO 7
Componente central do SNA

HIPOTÁLAMO : Controla homeostasia interna e


estabelece padrões comportamentais

NEURÔNIOS: transmissão de informações via


neurotransmissores ou mediadores químicos, no
sentido de SINTETIZAR; ARMAZENAR; LIBERAR;
UTILIZAR E INATIVAR.
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SINAPSE

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Vesículas pré sinápticas

• Responsável pela liberação do neurotransmissor


• Existem 3 tipos de vesículas intra axonais
1- Agranulares – associadas a acetilcolina
2- Granulares pequenas – liberam noradrenalina
3- Granulares grandes – liberam noradrenalina;
serotoninas ou outros.
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NEUROTRANSMISSORES

Substância química liberada pela terminação nervosa.


Interação com seus receptores, estimulando ou
inibindo a célula.
FUNÇÃO:
• contração e relaxamento muscular
• secreção ou inibição de substâncias (via glândula)
• Estimula produção de enzima; hormônios
• Regulam o SNC
• Regulam nossos movimentos; comportamento; vida afetiva

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NEUROTRANSMISSORES

EXEMPLOS DE ALGUNS:
• ACETILCOLINA
• NORADRENALINA
• DOPAMINA
• ADRENALINA
• GLICINA GAMA AMINOBUTÍRICO (GABA)
• ENDORFINAS
• SEROTONINAS
• SUBSTÂNCIAS P

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Sistema Nervoso Autônomo
Sistema Nervoso Autônomo
• Enerva a maioria dos tecidos.
• Mantém o equilíbrio interno do corpo.
• Estimula a musculatura lisa, cardíaca e glândulas.
• Involuntário
• Medular e ganglionar
Sistema Nervoso Autônomo
Sistema Nervoso Autônomo
SNA

• SIMPÁTICO • PARASSIMPÁTICO
– ADRENÉRGICO – COLINÉRGICO
– TORACOLOMBAR – CRANIOSSACRAL
– CATABÓLICO – ANABÓLICO
– SISTEMA DE – SISTEMA DE
DESGASTE CONSERVAÇÃO
Sistema Nervoso Autônomo
SIMPÁTICO:
• Gânglios
• Neurotransmissores
• Receptores
• Sistema de desgaste
• Luta ou fuga
– Taquicardia
– Midríase
– Broncodilatação
– Glicogenólise
– Sudorese
– Parada na digestão
– Aumento da FR
• Resposta geral
Sistema Nervoso
Autônomo
Parassimpático
• Gânglios
• Neurotransmissores
• Receptores
• Sistema de conservação
• Descanso
• Funcional
• Resposta local
ORGÃO SIMPÁTICO PARASSIMPÁTICO
Íris Dilatação da pupila(midríase) Constrição da pupila(miose)

Glândula lacrimal Vasoconscrição; Secreção abundante.


Pouco efeito sobre a secreção.

Glândulas salivares Vasoconscrição; secreção Vasodilatação; secreção fluída e


viscosa e pouco abundante. abundante.

Glândulas sudoríparas Secreção copiosa Ausência de inervação.


( fibras colinérgicas )

Músculos eretores dos Ereção dos pelos. Ausência de inervação.


pelos

Coração Aceleração do ritimo Diminuição do ritmo cardíaco;


cardíaco; Constrição das coronárias.
Dilatação das coronárias.

Brônquios Dilatação Constrição

Tubo digestivo Diminuição do peristaltismo e Aumento do peristaltismo e


fechamento dos esficteres. abertura dos esficteres.
ORGÃO SIMPÁTICO PARASSIMPÁTICO

Bexiga Pouca ou nenhuma ação. Contração da parede


promovendo o esvaziamento.

Genitais masculinos Vasoconstrição; ejaculação. Vasodilatação; ereção.

Glândula supra-renal Secreção de adrenalina Nenhuma ação.


( através fibras pré-ganglionares)

Vasos sanguíneos dos Vasoconstrição***(α) Nenhuma ação; inervação


possivelmente ausente.
troncos e das
extremidades
Molécula transmissora Derivada de Local de síntese

Acetilcolina Colina SNC, nervos parasimpáticos

Serotonina
Triptofano SNC, células cromafins do trato digestivo, células entéricas
5-Hidroxitriptamina (5-HT)

GABA Glutamato SNC

Glutamato SNC

Aspartato SNC

Glicina Espinha dorsal

Histamina Histidina Hipotálamo

Metabolismo
Tirosine Medula adrenal, algumas células do SNC
da epinefrina

Metabolismo da
Tirosina SNC, nervos simpáticos
norepinefrina

Metablolismo da
Tirosina SNC
dopamina

Adenosina ATP SNC, nervos periféricos

ATP nervos simpáticos, sensoriais e entéricos

Óxido nítrico, NO Arginina SNC, trato gastrointestinal


Neurotransmissão
Adrenérgica
Recordando...
• Os impulsos nervosos são transmitidos nas sinapses através da
liberação de neurotransmissores.
• Quando um impulso nervoso ou potencial de ação alcança o fim
de um axônio pré-sináptico, as moléculas dos
neurotransmissores são liberadas no espaço sináptico.
• Os neurotransmissors constituem um grupo variado de
compostos químicos.
Transmissão Sináptica
• A transmissão sináptica refere-se à propagação dos impulsos
nervosos de uma célula nervosa a outra.

• Isso ocorre em estruturas celulares especializadas, conhecidas


como sinapses--- na qual o axônio de um neurônio pré-
sináptico combina-se em algum local com o neurônio pós-
sináptico.
Sinapse
Neurônios Adrenérgicos
• Os neurônios adrenérgicos liberam como neurotransmissor a
noradrenalina

• No sistema simpático, a noradrenalina, portanto, é o


neurotransmissor dos impulsos nervosos dos nervos
autonômicos pós-ganglionares para os órgãos efetuadores.
Neurônios Adrenérgicos
Noradrenalina
• Síntese
• Estocagem
• Liberação
• Ligação ao receptor
• Remoção da NA
Cotecolaminas
Síntese da Noradrenalina
• A noradrenalina é formada a partir do aminoácido tirosina, de
origem alimentar, que chega até aos locais da biossíntese,
como à medula adrenal, às células cromafins e às fibras
sinápticas através da corrente sanguínea.
• A tirosina é transportada para o citoplasma do neurônio
adrenérgico através de um carregador ligado ao sódio (Na+).
Síntese da Noradrenalina
• A enzima tirosina hidroxilase transforma a tirosina em DOPA
(diidroxifenilalanina).
• A DOPA é transformada em dopamina através da enzima dopa
descarboxilase (também denominada L-amino-descarboxilase ácida
aromática), sendo, então, a DOPA descarboxilada para se
transformar em dopamina.
• A dopamina recebendo a ação da enzima dopamina-beta-
hidroxilase, transforma a dopamina
• em noradrenalina
Síntese da Noradrenalina
• Na medula da adrenal, a noradrenalina é metilada para
produzir adrenalina; ambas são estocadas na células
cromafin.
• A estimulação na medula da adrenal libera 80% Ad e 20%
NA.
Síntese da Noradrenalina
Estocagem da NA
• Armazenadas em vesículas pré sinápticas
(terminal adrenérgico e varicosidades).
• A NA fica ligada a ATP e proteínas (diminuir
difusão – evita destruição enzimática –
complexo inativo), até liberação por estímulo
Liberação da NA
• Um potencial de ação que chega a terminação nervosa
(despolarização – aumenta permeabilidade ao cálcio)
desencadeia um influxo de cálcio do extracelular para o
citoplasma do neurônio.
• Este aumento de cálcio faz com que as vesículas
intraneuronais se fundam com a membrana celular e
permitam a extrusão do seu conteúdo na fenda sináptica.
• Esta liberação é bloqueada por fármacos como a
guanetidina.
Liberação da NA
Ca2+

PA X(-) NA
AMPc 2 NA R

RESPOSTA
Ca2+
NA
NA NA NA
NA COMT
NA

RESPOSTA
NA NA
NA NA
MAO NA R
NA
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NA NA
Ligação aos Receptores
• A NA liberada das vesículas difusas sinápticas
cruza a fenda sináptica e liga-se ao receptor
pós-sináptico no órgão receptor ou no
receptor pré-sináptico do nervo terminal.
• Ocorre um evento em cascata dentro da célula,
resultando na formação do segundo
mensageiro intracelular
• Receptores adrenérgicos usam ambos, os
sistemas de segundo mensageiro: AMPc e/ou
IP3 e DAG para transmitir o sinal para dentro
do órgão efetor.
Após ligação aos receptores
• Depois que interage com seus receptores, situados na células
pós-sináptica e na célula pré-sináptica, o neurotransmissor
adrenérgico deve ser inativado rapidamente. Se isso não
acontecesse, haveria excesso de sua ação, destruiria a
homeostase e levaria a exaustão do organismo.
• A inativação da noradrenalina dois processos: enzimático e
recapitação.
Enzimático
• As enzimas Monoamina oxidase (MAO), e, a Catecol-O-
metiltransferase (COMT) inativam a noradrenalina.
• A MAO é uma enzima desaminadora que retira grupamento NH2
de diversos compostos, como noradrenalina, adrenalina,
dopamina, serotonina. A MAO localiza-se nas mitocôndrias dos
neurônios, e, em tecidos não neurais, como o intestinal e o
hepático, e, oxida a noradrenalina transformando no ácido
vanilmandélico
Ca2+

PA X(-) NA
AMPc 2 NA R

RESPOSTA
Ca2+
NA
NA NA NA
NA COMT
NA

RESPOSTA
NA NA
NA NA
MAO NA R
NA
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NA NA
Enzimático
 A COMT, abundante no fígado, transforma a noradrenalina em
compostos metametilados, metanefrina e normetanefrina. A
COMT regula principalmente as catecolaminas circulantes.
 As terminações nervosas adrenérgicas têm a capacidade também
de recapturar a noradrenalina através da fenda sináptica,
mediante um sistema metabólico transportador, sendo
armazenada novamente nas vesículas pré-sinápticas, também
através de outro sistema de transporte.
Neurotransmissão
Colinérgica
Efeitos Ach

No sistema cardiovascular, a ACh é responsável por:


• Vasodilatação;
• Redução da frequência cardíaca;
• Diminuição da força de contração cardíaca;
• Queda da condução nervosa no nodo sinoatrial e nodo atrioventricular.

Na mente, a ACh desempenha um importante papel nas funções


cognitivas, como, por exemplo, a aprendizagem.

Os receptores neuronais de ACh encontram-se espalhados no sistema


nervoso central e sistema nervoso periférico, onde atuam como receptores
inotrópicos (que de acordo com a tradução da terminologia inglesa significa
canais iônicos de abertura ligante-dependente), uma das duas grandes
classes de receptores transmembrana.
1) Síntese da Acetilcolina
É sintetizado no citosol do neurônio a
partir da coenzima A (mitocôndria) e da
colina (fenda sináptica).

Coenzima A Colina

Catalizada pela O acetil transferase

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Acetilcolina
A biossíntese desse neurotransmissor por parte dos neurônios
colinérgicos se dá pela acetilação da colina, catalisada pela enzima
colina-acetiltransferase (CAT), com acetil coenzima A (acetil-CoA)
funcionando como doador de grupos acetil.
2) Estocagem da Acetilcolina

• Armazenadas em vesículas pré sinápticas


(terminal axônico).

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3) Liberação de Acetilcolina:
• Ocorre um potencial de ação ou impulso
nervoso que chega a terminação nervosa
levando a despolarização
• aumenta permeabilidade ao cálcio -
desencadeia um influxo de cálcio do
extracelular para o citoplasma do neurônio –
leva a liberação Ach.
• Este aumento de cálcio faz com que as
vesículas intraneuronais se fundam com a
membrana celular e permitam a extrusão do 66

seu conteúdo na fenda sináptica.


4. Ligação com o receptor:
• A Ach liberada das vesículas difusas sinápticas
cruza a fenda sináptica e liga-se ao receptor
(colinérgicos; colinomiméticos; coliniceptores)
pós-sináptico no órgão receptor ou no receptor pré-
sináptico do nervo terminal.
• Ex: Nicotínicos ou N colinérgicos
Muscarínicos ou M colinérgicos

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5. Remoção da Acetilcolina
A remoção da acetilcolina pode se dar por três caminhos:

1. Difundir-se fora do espaço sináptico e entrar na


circulação.
2. Ser metabolizada pela acetilcolinesterase. (Colina + Ác.
Acético.)
3. Ser recaptada.

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Receptores
• Nicotínicos

• Muscarínicos
Receptores nicotínicos
• Receptores nicotínicos:
Os receptores nicotínicos são canais iónicos na membrana
plasmática de algumas células, cuja abertura é
desencadeada pelo neurotransmissor acetilcolina,
fazendo parte do sistema colinérgico.

O seu nome deriva do primeiro agonista seletivo


encontrado para estes receptores, a nicotina, extraída da
planta Nicotiana tabacum. O primeiro antagonista
selectivo descrito é o curare (d-tubocurarina).
Transmissão Colinérgica
Receptores nicotínicos

Divididos em três classes principais:


• Muscular = são confinados à junção
neuromuscular esquelética
• Ganglionar = responsáveis pela transmissão nos
ganglios simpáticos e parassimpáticos
• Do SNC = encontram-se disseminados no
cérebro e são heterogêneos quanto a sua
composição
Receptores Nicotínicos
• Atuação sobre o receptor do tipo ganglionar:
• Carbacol: instrumento experimental.
• Trimetafan: uso clínico, porém raro.
• Principal efeito sobre sistema cardiovascular.
• Redução da pressão arterial na cirurgia e em emergências.
• Ação curta
Receptores Nicotínicos
• Atuação sobre o receptor do SNC
• Mecamilamina:
• Inicialmente utilizada para redução da PA (1950).
• Adesivos contra dependência nicotínica.
• Estudos para uso de adesivos para o tratamento de
alcoolismo.
Receptores Muscarínicos
• São receptores metabotrópicos acoplados a proteínas G,
presentes no corpo humano e animal.
• São estimulados pela acetilcolina, desencadeando uma
cascata intracelular que é responsável pelas respostas ditas
"muscarínicas“.
• Devem o seu nome à muscarina, um fármaco presente no
cogumelo Amanita muscaria que activa selectivamente estes
receptores.
• O seu antagonista clássico é a atropina, produzido, por
exemplo, pela planta Atropa belladonna.
Receptores Muscarínicos
• Receptores muscarínicos:
• 5 receptores distintos
• M1: neurais
• M2: cardíacos
• M3: glandulares/ musculares lisos
• M4 e M5: SNC
• Papel funcional não está bem elucidado.

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