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Há duas modalidades de documentos escritos (363º CC):

Os documentos autênticos são os documentos exarados, com as formalidades legais, pelas


autoridades públicas, nos limites da sua competência ou, dentro do círculo de atividade que
lhe é atribuído, pelo notário ou outro oficial público provido de fé pública;

Estes documentos têm força probatória plena, ou seja, fazem prova plena dos factos que
referem como praticados pela autoridade ou oficial respetivo, assim como dos factos que neles
são atestados com base nas perceções da entidade documentadora – art.371º CC.

 Exemplos de documentos autênticos: EP, Sentença.

Esta força probatória dos documentos autênticos só pode ser ilidida com base na sua falsidade
(art.372º CC), ou seja, só goza de força probatória os acontecimentos, as vicissitudes vistas
e/ou ouvidas pelo notário.

Vamos supor que se lavra uma escritura entre vendedor A e comprador B e notário diz “no dia
x perante mim, no meu cartório, que se situa na rua tal compareceu A e B” - se notário o diz
ninguém pode pôr em causa, a não ser que se prove que aquele individuo não é notário
nenhum. Só goza da força probatória os acontecimentos vistos pelo notário.

São documentos particulares todos os outros documentos.

Estes documentos têm alguma força probatória, mas não é plena.


Os documentos particulares devem ser assinados pelo seu autor, ou por outrem a seu rogo, se
o rogante não souber ou não puder assinar (art.373º, nº 1 CC).
Para o Doutor caso o autor não saiba assinar não deve apor a impressão digital do indicador da
mão direito no documento particular.
O art.51º Código do Notariado fala em “instrumento” não em documento particular. Para o
Doutor, este artigo vale para os documentos autênticos (lavrado por notário) – mas esta é a
minoria doutrinária.
A letra e a assinatura do documento, ou só a assinatura, têm-se por verdadeiras se estiverem
reconhecidas presencialmente, nos termos das leis notariais (art.375º, nº 1 CC).
O documento particular, com reconhecimento notarial, faz prova plena quanto às declarações
atribuídas ao seu autor (art.376º, nº 1 CC).
Segundo o art.377º CC os documentos particulares podem ser autenticados (por quem tem
legitimidade para tal) nos termos das leis notariais, ou seja, documentos com um termo de
autenticação (+ solene). Neste caso passam a ter a força probatória dos documentos
autênticos, mas não os substituem quando a lei exija documento desta natureza para a
validade do ato.
Quando os advogados autenticam documentos encontram-se dotados de fé pública.
A grande diferença entre documentos autênticos e particulares é que os documentos
autênticos têm força probatória plena, os documentos particulares não têm força probatória
plena. Tem força probatória plena porque são lavrados por autoridades publicas que tem mais
obrigações e têm de se comportar bem. Um conservador do registo predial não pode ir para os
aliados de calções todo maluco, têm de ter recato, tem deveres acrescidos, tem de transmitir
confiança.

Segundo o art.35º Código do Notariado os documentos lavrados pelo notário, ou em que ele
intervém, podem ser:
a) Autênticos: quando exarados pelo notário nos respetivos livros ou em instrumentos
avulsos, e os certificados, certidões e outros documentos análogos por ele expedidos.
b) Autenticados: os documentos particulares confirmados pelas partes perante o notário.
c) Ter o reconhecimento notarial: os documentos particulares cuja letra e assinatura oi
só assinatura, se mostrem reconhecidas pelo notário.
Os DPA são apenas os previstos no art.22º do Decreto-Lei nº16/2008, portanto este ativo não é
taxativo. Também podem ser celebrados por DPA os contratos de mútuo superiores a
25.000,00€ e contratos promessa de compra e venda ao qual as partes atribuam eficácia real.

O único registo que protege o promitente comprador é a promessa de alienação com eficácia
real (depois de registada dai ter eficácia real). É um contrato promessa de compra e venda que
deve ser celebrado por EP ou DPA.

Segundo o art.36º, nº1 Código do Notariado são exarados nos livros de notas:

a) Os testamentos públicos;
b) Os atos para os quais a lei exija escritura pública; ou
c) Os interessados queiram celebrar por essa forma.
CASO NÃO SE RESPEITE A FORMA: nulidade

São exarados em instrumentos fora das notas os atos que devam constar de documento
autêntico, mas para as quais a lei não exija ou as partes não pretendam a redução a escritura
pública. Ex: 116º CN

São exarados no próprio documento a que respeitam ou em folha anexa termos de


autenticação e reconhecimentos.

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