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FACULDADE

CURSO DE TEOLOGIA (EAD)


TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO EM TEOLOGIA

Reflexão sobre a Fé na frase Paulina:


"TUDO POSSO NAQUELE QUE ME FORTALECE" (FP 4.13)

COTIA
2020
ISAIAS TEIXEIRA DE OLIVEIRA

Reflexão sobre a Fé na frase Paulina:


"TUDO POSSO NAQUELE QUE ME FORTALECE" (FP 4.13)

Trabalho de Conclusão de Curso de


BACHAREL EM TEOLOGIA apresentado a
Faculdade ESTÁCIO DE SÁ. Orientado pela
Professora CLAUDIA DE FREITAS LOPES
SOARES MACHADO DA SILVA

COTIA
2020
ISAIAS TEIXEIRA DE OLIVEIRA

Reflexão sobre a Fé na frase Paulina:


"TUDO POSSO NAQUELE QUE ME FORTALECE" (FP 4.13)

Trabalho de Conclusão de Curso de BACHAREL EM TEOLOGIA apresentado a Faculdade


ESTÁCIO DE SÁ. Orientado pela Professora CLAUDIA DE FREITAS LOPES SOARES
MACHADO DA SILVA

BANCA EXAMINADORA

__________________________________

PROF.

FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ
ORIENTADOR

__________________________________

PROF.

FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ

__________________________________

PROF.

FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ
DEDICATÓRIA

Primeiro a Deus, o todo poderoso, que me tem


dado foça e dedicação para que eu consiga essa
oportunidade maravilhosa e única na minha
vida. Ao meu pai, meu velho, um exemplo de
serenidade e persistência, senhor Davi Teixeira;
a minha mãe senhora Izabel Anália, meu grande
exemplo de luta, uma guerreira que sempre me
amou, sempre acreditou em mim, tinha muitos
sonhos à meu respeito, uma profeta diária dos
desejos maternais em minha vida, e sei, com a
absoluta certeza, que esse momento seria
motivo de grande orgulho para ela; A minha
família, meu tudo; minha esposa Cleia e meus
filhos; Isaque, Tiago, Mateus e Gabriel. Aos
meus irmãos Daniel e Rute.

Dedico esse trabalho.


AGRADECIMENTOS

Ao todo poderoso Deus Pai pela dádiva de


estarmos nesse momento fazendo parte de uma
minoria que consegue acesso a conquistas
semelhantes; à Jesus Cristo que nos tem dado a
esperança de vencer e alcançarmos esse
objetivo através do seu exemplo e do calvário;
ao Espirito Santo por ser a fonte de toda
inspiração e a sabedoria que nos ensina a
direção correta do sucesso. Aos professores e
professoras, por sua dedicação ao ensino; Aos
funcionários da Faculdade Estácio de Sá, pela
disposição com que servem; Aos meus amigos
e aos meus irmãos membros das Assembleias
de Deus VIDA E PAZ COM CRISTO; à minha
esposa, filhos, pais, irmãos, cunhado, cunhada,
sobrinhas e sobrinho; Muito obrigado!

Á todos vocês que me ajudaram a chegar até


aqui.

Obrigado.
OBJETIVO

Este trabalho tem por objetivo estudar os


desafios da fé na frase paulina “tudo posso
naquele que me fortalece” (Filipenses 4-
13) e fazer um apanhado geral da fé e seus
conceitos em uma visão mais ampla na
sociedade.
METODOLOGIA

Para realização desse trabalho foi feito um


levantamento bibliográfico, através de livros,
revistas, dados oficiais publicado na internet,
dentre outros. De posse dessas informações
procurou-se dar um tratamento direcionado para o
assunto, separando-os de acordo com o tema do
trabalho. A partir desse apanhado passamos para
digitalização procurando sempre enfatizar a fé e
seus conceitos em uma visão geral.
SUMÁRIO

1. Introdução:

2. Fé, Religião e Ciência:

3. Fé, Razão e Teologia

4. Fé como Expressões na Sociedade:

5. A Fé Manifesta na Frase Paulina:


"Tudo posso naquele que me fortalece" Fp 4.13

5.1 Um Apanhado Histórico e Motivacional da Carta Aos Filipenses:

5.2 A Fé Manifesta no Contexto da Frase Paulina:


"Tudo posso naquele que me fortalece" (Fp 4.13)

5.3 Como a Fé manifesta no contexto da frase Paulina "Tudo posso naquele que me fortalece"
(Filipenses 4.13) pode estar sendo aplicada nos dias atuais.

5.4 Como a Fé manifesta no contexto da frase Paulina "Tudo posso naquele que me fortalece"
(Filipenses 4.13) deveria ser aplicada nos dias atuais.

6. Considerações finais:

7. Fontes de bibliográficas:
1. Introdução:

“A palavra FÉ tem sua origem no palavra


“fide” (latim) é a adesão de uma
forma incondicional a uma hipótese ou crença
onde a pessoa passa a considerar como sendo
uma verdade absoluta sem exigência a qualquer
tipo de prova ou critério objetivo para
verificação. É considerada uma absoluta
confiança que se deposita em uma ideia ou em uma
fonte de credibilidade. A fé até pode se relacionar
de uma forma mesmo que semântica com
os verbos crer, acreditar, confiar e apostar.
Embora acreditar, confiar e apostar não
necessariamente exprimam o sentimento de fé,
uma vez que pode trazer uma possibilidade
discreta de dúvida parcial como de um possível
engano. A relação da fé com os outros verbos,
consiste em nutrir um sentimento de afeição, ou
até mesmo amor, por uma hipótese a qual
se acredita, ou confia, ou aposta ser verdade”(
FERREIRA, A. B. H).

A fé é uma essência entusiasmante, profunda e com bases bem solidas nas sociedades entre
os povos antigos e atuais. A maioria dos humanos fizeram no passado ou fazem nesse presente
uso constante da fé, seja de forma voluntária / consciente ou de forma involuntária
/inconsciente. Nessa nossa pesquisa o leitor observará que a fé é uma força extraída do intimo
que se manifesta no ser humano através de uma orientação, impregnando e dominando a menti
e o ambiente externo social, se manifestando visível através dos símbolos. Em alguns poucos
casos, bem especifico, a fé também pode ser vista como uma pratica ou uma ação com prazo
de validade, ou seja, algo bem temporal.
Uma das principais características da fé é a inibição das contradições, ou seja, a fé não
permite, à princípio, a implementação da dúvida. Uma vez dotada de fé em algo ou em algumas
manifestações de fenômenos, se entra em oposição aos pensamentos que irão contradizer seu
entendimento naquele momento, mesmo que a versão oposta tenha uma fonte analítica
cientifica a implementação fica comprometida e será negada naquele momento pelo adepto da
fé. Por mais embasada, cientificamente e/ou culturalmente que a parte contrária esteja não
obterá sucesso no convencimento e/ou ao contraditório. Nesse estágio a fé enraizada
popularizada é intrínseca, com profunda característica de crença social. O adepto possuído
dessa fé corta toda possibilidade da controvérsia, ou seja, é impossível, ao mesmo tempo,
duvidar de algo ou fenômeno, se tem uma crença fundamentada através da fé nesse algo ou
nesse fenômeno.
2. Fé, Religião e Ciência:

É fato inquestionável, existe uma contradição entre crença e racionalidade, porém é de


suma importância observarmos que essa contradita nasce e se torna fato quando a fé entra
em sema. A bem da verdade, não se consegue evoluir um pensamento cientifico para um
maior acumulo de conhecimento real dos fatos se a fé do pesquisador desenvolvi uma crença
no objeto de campo dessa pesquisa racional. É comum, e até razoável, não podendo ser
ignorado em hipótese alguma que o ser humano pode desenvolver um sentimento de fé com
aprofundamento radical, podendo gerar verdadeiras crenças em relação a pessoas, a objetos,
a ideologias, a pensamentos filosóficos, a sistemas, a regras, a paradigmas popular social e
histórico, a propostas ou dogmas de uma determinada religião. É de suma importância
intender que esses sentimentos não terão suas bases solidificadas em realidades racionais
que possam ser comprovadas por métodos científicos. Isto não porque a fé seja desmerecida
ou rejeitada pela classe cientifica, mas devido não haver formas e métodos racionais para
que se chegue a uma alegação desenvolvida dentro de uma lógica real e cientifica. Portanto
é um princípio fundamental se intender que a fé embora tenha sua importância, ela não é
reconhecida pela comunidade cientifica como um parâmetro legítimo de reconhecimento
ou avaliação da verdade de um postulado. A fé, em dado momento, pode até ser considerada
uma espécie de crença popular individual ou comunitária, sempre com origem e bases
enraizadas nas experiências dos relacionamentos interpessoais e ancoradas nas heranças dos
antepassados que são passadas de pais para filhos e podendo sobreviverem centenas e
milhares de anos, independente da religião ou de outras culturas. Ou seja, a religião e
algumas outras culturas subsistem exatamente por causa da fé em execução na mente dos
indivíduos. Neste caso a fé é o ingrediente substancial invisível que alimenta os indivíduos
e chaga à saciedade trazendo vida ao irreal e ao improvável, mesmo que apenas no
raciocínio individual das pessoas, porém sempre é retransmitida de forma eloquente pelos
seus adeptos conquistando um espaço enorme ao ponto de gerar disperso ao racional.

Importante ressaltar que a fé pode ganha um cenário perfeito na imperfeição ou decadência


das necessidades humanas. Ela pode se manifestar de diversas formas e pode estar ligada a
muitas questões para atender as necessidades humanas (como na busca de um porto seguro
em momentos de crises existenciais e esses motivos podem aparecer em âmbito global e em
causas nobres ou causas simples, e estritamente pessoais e egoístas). Sobretudo, sempre
será nítido em meio a essas manifestações acompanhadas de fé o desprovimento de uma
lógica racional dentro das realidades cientificas. A intenção do adepto nesse aspecto é a
busca de uma solução através da fé em uma crença lendária, sempre antiga, já vivida,
testemunhada e retransmitida por representantes considerados mestres. O adepto da crença
na busca do resultado pode ser considerado um aprendiz, a princípio aparece como uma
pedra bruta carregada de fé. Sempre num cenário perdido, tentando se encontrar. A crença
tem o papel fundamental de desvendar no aprendiz uma essência extraída naquela fé
existente. Daí começa-se um desmontar do racional lógico, pedaço por pedaço, sem perder
de vista e sempre alimentando a fé existente. Nesse momento de fragilidade é descoberto
todas as fraquezas e medos existentes no adepto. Para então poder trabalhar através da fé a
crença. Normalmente os ensinos tendem a trabalhar a crença através da fé de uma forma
contundente, levando o adepto a nunca mais se esquecer daquele momento. Neste cenário
de incertezas e dificuldades humana surgem as frases de efeito para um pensamento positivo
de fé na geração da crença. Segundo a fé, a crença planejará o meu futuro e trará soluções
para imperfeições ou decadências humana. A fé baseada na experiencia vivida vai eternizar
a crença que nunca desaparecerá. Quando a crença captar a mente do adepto é porque a fé
está cumprindo com toda a sutileza a sua missão. Lógico, com grandes e pequenos detalhes
que só a fé com sua magnitude pode emitir. A ideia é que a fonte eterna da crença chamada
fé nunca seca e sacia sempre às pessoas abnegadas. A fé também tem na visão dos adeptos
uma relação íntima com a felicidade. A ideia de uma crença baseada em uma fé pode
mostrar que pessoas espiritualizadas se dizem mais satisfeitas do que aquelas que não se
consideram como tal. Segundo os adeptos de fé em uma crença quem não acredita em nada
pode ter mais propensão ao pessimismo porque faz uma leitura objetiva da vida, sem crer
em algo divino que mude as coisas. Por outro lado, a certeza da existência de uma
recompensa divina muda a vida das pessoas. E não é questão somente de otimismo. Tem
algo pragmático aí. A crença gerada pela fé pode estimular algo essencial para o ser humano
como: um espírito de comunidade. nesta fase os adeptos normalmente não estão sozinhos,
o que ajuda nos problemas da vida. É nítido que as crenças ajudam as pessoas a superar
choques ou a pelo menos não se desesperar tanto com os tropeços da vida. É perceptível, a
queda no indicador de bem-estar é bem menor entre os que tem uma crença gerada pela fé.
Teoricamente a crença gerada pela fé oferece uma ‘proteção’ contra os vitupérios da vida.
Na hora do aperto, a ideia de comunidade, traz aos adeptos uma visão de que há sempre
alguém para estender a mão. Outro aspecto bem visível e comentado entre os adeptos de
uma crença é que as pessoas sem fé são menos felizes do que aquelas que têm fé.

Algumas especulações podem até veem a fé, a religião e a ciência como inimigas em guerra
pela liderança da nossa cultura moderna. Outras veem a fé, a religião e a ciência como
aspectos da vida totalmente separados e independentes e em dados momentos podendo a ter
de partilhar ideias. No entanto, é importante observar que a ciência não é a única fonte dos
fatos, a religião, em dados momentos, alimentada pela fé, vai além do reino dos valores e
da moral. Na verdade, a religião, alimentada por essa fé, pode ter um impacto positivo sobre
a ciência, como ocorreu no desenvolvimento da moderna ética médica. Muitos cientistas do
passado, por exemplo, eram cristãos devotos, assim como o são alguns líderes no meio
científico de hoje. Por outro lado, a ciência também pode melhorar a fé dos crentes na
religião. Os que tem a sua fé enraizada em uma crença se alegram em descobertas científicas
que vão de encontro com suas teorias. A ciência e a fé podem dialogar, mesmo vivendo em
extremos, sempre terão coisas a dizer, uma à outra. Uma vez que, a ciência se preocupa com
a busca da verdade, e a fé se preocupar em alimenta a uma crença fundamentada.

Os participantes do debate entre fé, religião e ciência empregam diversas estratégias,


dependendo do que procuram – confronto ou harmonia. Uma série de considerações mostra
que a independência entre fé, religião e ciência se dará no populismo de forma muito
discreta, isso no que se diz respeito ao convencimento. “Como?” e “Por quê?” são questões
que podem ser levantadas simultaneamente e, muitas vezes, ambas devem ser consideradas
se quisermos obter uma compreensão adequada da realidade. Fé, Religião e Ciência são três
importantes fundamentos da sociedade humana. Ambas possuem uma influência, direta ou
indireta, na vida das pessoas. No entanto, o que se consolidou no senso comum é que existe
um conflito irreconciliável instalado entre fé, religião e ciência. Tal antagonismo tem
publicidade corriqueira. É notada, por vezes, uma abordagem reducionista do assunto, e,
assim, perpetuam-se imagens prejudiciais ao progresso desses campos do saber, portanto
um atraso para a civilização como um todo. Ao se estudar o desenvolvimento científico ao
longo da história, é inevitável considerar sua relação com o pensamento religioso, ou com
os sistemas de crença religiosa, ou ainda com as instituições religiosas. Por isso, esse
trabalho vem discutir a relação entre ciência e fé, sob uma perspectiva histórica. Busca-se,
também, compreender nesses termos a possibilidade de haver progresso em ambas; fé,
religião e ciência, numa realidade de relativo equilíbrio e, talvez até, de intercâmbio mais
produtivo. Foram realizadas pesquisas na literatura geral sobre o tema a fim de se conhecer
o estado da arte desse debate. A partir da leitura e seleção sistemática dos dados recolhidos,
e a classificação e organização das informações coletadas, reuniu-se diversas visões sobre
o assunto para contribuir na reflexão do tema e mostrar que a discussão é abrangente. Foi
possível concluir que a teoria de conflito não traduz a contento o que historicamente se
evidencia.

A religião talvez seja uma das matrizes e organização social que mais se beneficie da fé.
Haja vista que, em si tratando de alguém dotado de uma fé que foi enraizada por um
processo cultural recebida como herança genuína, fica mais fácil o engajamento dentro de
uma lealdade religiosa. Todas as religiões tem suas bases sobre crenças, isto significa que
suas mensagens consideradas verdades devem ser pregadas e mantidas através de algo
existente e/ou convincente. Não importando a religião e/ou a sua prática, cada uma tem sua
forma de aplicar seus ensinamentos através de vias concretas aos seus seguidores a
acompanhá-los. A aplicação da fé na vida de um religioso pode significar um compromisso
pessoal no relacionamento com Deus e com sua religião. Nesse caso podemos entender que
esse tal religioso traz a aplicação da fé para um sentido de fidelidade e compromisso apesar
dos pesares. Esse compromisso é visto e é manifestado na sociedade para que fique
demonstrado o seu apresso e fidelidade a Deus e a sua religião. Esse compromisso pode ser
voluntário ou até mesmo imposto por alguém superior ou por algumas culturas de
seguimentos familiares. Ao analisarmos o judaísmo perceberemos que para muitos judeus,
o Talmud revela uma forma de aliança sensível entre Deus e os israelitas. Para muitas
pessoas, a fé, ou falta dela, é uma parte importante das suas identidades no mundo celular
de suas vidas. Para tanto existem grandes debates entre o crer e o não crer, criando até
mesmo classes de pessoas e organizações sociais. Os religiosos racionais, e também os não
religiosos, porém, pessoas racionais apontam a fé como algo fora da realidade ou algo
irracional. Para eles, a atitude de crer/credo fica exclusivo ao que é diretamente
demonstrado por lógica ou evidência, tornando inapropriado o uso da fé como um bom
guia. Embora haja críticas ao uso da fé pelos ditos racionais, fica evidente, claro e visível
nas suas discussões religiosas, principalmente quando se esgota todas as explicações
racionais para sustentar a sua crença. Quando se chega no momento em que se esgota todas
as justificativas para manutenção religiosa, geralmente, os ditos racionais, tendem a aceitar
a “fé” como justificativa válida e honrosa mesmo que não à mencione e à valorize. A
aceitação se dá devido a ênfase dessa hipótese ser bastante impreciso, e sempre associado á
uma boa atitude ou qualidade positiva. Essa atitude também não é incomum entre
alguns cientistas, com destaque para os teístas; embora a ciência, ao menos como estipulada
pelo método científico, estabeleça um método de trabalho que exclui a fé e os credos como
explicações válidas para fenômenos e evidencias naturais. Em ciência as ideias devem
ser testáveis e por tal falseáveis, e o status de verdadeiro atrelado a uma ideia é mantido
apenas durante a ausência de fato ou evidência científica contraditórios; e obrigatoriamente
mediante a existência de fato(s) ou fenômeno(s) científicos que impliquem corroboração.
Seria possível um modelo único capaz de esclarecer, de um modo semelhante, o
relacionamento entre a fé, religião e ciência? Parece bem improvável. Para começar, ambas
são empreendimento altamente complexos. Além do mais, ambas existem em constante
fluxo. Fato é, ao menos em um âmbito coeso, podemos dizer que não há um
relacionamento eficaz entre a fé, religião e ciência. Assim, há boas razões para crer que a
abordagem mais segura ao investigar fé, religião e ciência seria simplesmente descrever a
complexidade dessa relação.
3 Fé, Razão e Teologia

O objetivo é explicitar, de algum modo, as relações entre fé e teologia, no atual


cenário cultural. Evidentemente trata-se de um tema demasiado amplo e complexo que,
como tal, já indica os limites desta reflexão. Portanto, já de início, precisamos abordá-lo
numa ótica exclusivamente teológica, a saber, a partir da própria fé cristã em busca de uma
maior inteligência e vivência. Podemos formular nosso objetivo numa questão: o que
fornece a fé que justifica distinguir a reflexão teológica? Por outro lado, este enfoque que
concebe a teologia na unidade do doutrinal e do ético, da explanação e da vivência, do
conceito e da mística. A cultura atual constitui para muitos de nossos contemporâneos sério
obstáculo para admitir um transcendente que responda pelo sentido último da realidade
existente e pela orientação básica que devem imprimir a sua existência. Pode-se intender
esta situação como uma cultura ainda não aberta, imanente, na qual a preocupação maior é
a realização plena do ser humano sem recurso algum a uma realidade que seja superior a
inteligência. Este desfecho vem de civilizações antepassadas e resultou de uma evolução
que, do ponto de vista sociocultural, teve seu início no ocidente com o fim da cristandade,
com o advento das ciências experimentais, com a autonomia do poder civil, e mais próximo
de nós, com o pluralismo cultural e religioso, com o desaparecimento das cosmovisões, com
a emergência do individualismo hedonista, do relativismo cultural e da hegemonia
esmagadora do fator econômico na vida social. Esta situação é agravada por certa
racionalidade de cunho empírico-formal para a qual só existe a realidade que pode ser objeto
de experiência científica. Consequentemente desaparece da cultura, sobretudo,
universitária, a temática sobre Deus, confinada exclusivamente ao âmbito da fé individual.
A teologia neste marco pode ser entendida como a inteligência da fé. O
entendimento de fé aqui vem em seu sentido bíblico, a saber, a atitude de alguém que
fundamenta sua vida em Deus, deixe que Ele dela disponha, considera-O como o absoluto
de sua existência. Fé implica assim uma opção, uma entrega livre da própria existência, uma
confiança mais central do que o conhecimento que dela podemos haurir, a saber, uma
confiança em Alguém que me ama e quer minha felicidade. Daí a certeza experimentada no
interior da própria entrega. Crer em Deus é, portanto, firmar-se em Deus. Esta atitude
implica que a razão é incapaz de atingir o sentido último da realidade, que este sentido não
pode ser obtido por meio de arrazoados científicos, já que se situa numa outra ordem por
ser algo que está subjacente, possibilitando nossas reflexões e nossas atividades. E como
todo ser humano deve se posicionar diante de decisões fundamentais, consequentemente
todo ser humano precisa crer de alguma maneira. Se não podemos fabricar este sentido
último que tudo sustenta, então devemos acolhê-lo como dom, como o que vem de fora, que
já nos foi dado, confiando-nos a ele. Aceitar o que fundamenta e dá sentido à nossa
existência é acolher o logos, a razão, a verdade, pois a fé não é uma entrega cega ao
irracional, já que possui sua razoabilidade. Não se trata de um conhecimento que desfaça o
mistério, e sim de um entendimento que busca maior luz no interior da própria entrega na
fé. Portanto, aquele que crê procura iluminar, esclarecer e aprofundar o que lhe oferece a
revelação de Deus na história. E esta reflexão o teólogo sempre a realiza a partir de sua fé
pessoal, pois a teologia, mais ainda do que as ciências humanas, não pode prescindir do
sujeito, pois nunca se trata de um conhecimento impessoal. Além disso, na opção da fé está
implicada a totalidade do que crê já que ela parte do mais íntimo da pessoa, onde se
encontram unidas suas diversas faculdades (inteligência, vontade, afetividade, memória),
portanto devidamente presentes no ato de fé. Se alguma destas ideias se apresentam como
a totalidade então haverá certamente uma deformação da fé autêntica, pois esta última
implica sempre o compromisso e o envolvimento de toda a pessoa. Se tivermos presente
que Deus se revela enquanto salvação e realização plena do ser humano, enquanto constitui
sua felicidade última, Ele se manifesta atraindo o ser humano todo para si, como sentido e
fim último de sua existência. Esta atração divina presente na revelação de Deus atinge o ser
humano em sua totalidade de tal modo que sua resposta na fé a este gesto divino implica
seu conhecimento, sua liberdade e sua afetividade que, por estarem enraizadas no mais
íntimo da pessoa, elas se condicionam mutuamente. Sabemos já como a inteligência humana
é influenciada pela liberdade e pela afetividade. Igualmente a liberdade é iluminada pela
inteligência e estimulada pela afetividade. Deste modo a resposta do que crê consiste na “fé
que opera pelo amor” (Gl 5,6), é uma resposta livre a um amor prévio que a possibilita e
dinamiza, de tal forma que a caridade que a informa realiza o dinamismo inerente à fé.
Portanto por se tratar de Deus que não pode ser objeto de conhecimento, este amor prévio
desencadeia uma atração, um instinto, uma intuição, que possibilita a própria fé. E é
exatamente na opção de fé, a saber, na entrega confiante à atração divina, que a claridade
da verdade cristã brilha para a inteligência. O objetivo, entretanto, é explicitar o que oferece
a mais o exercício da própria fé e que não é conseguido em sua ausência, naqueles que se
ocupam com as mesmas verdades reveladas. nesse aspecto podemos concordar que a ação
de Deus acontecia não posteriormente, mas no interior mesmo da opção de fé. Cabe-se
observar a fé em um comparativo e ligação; o amor, com tudo o que implica, afetiva ou
emotivamente, orienta interiormente o próprio dinamismo do conhecimento, fazendo-o
perceber o que outros que dele carecem não podem ver. Quem ama consegui ver esse
universo com novos olhos e quanto mais ama melhor percebe novos aspectos do que
conhece. Ainda em um âmbito comparativo, porém de ligação buscando uma lógica entre
amar e fé, veremos que a intuição é nascida da experiência e não de um raciocínio, embora
possa ser explicitada. A vivência do amor acarreta um crescimento da inteligência. Nesta
perspectiva a fé pode ser vista e sentida pelo que crer. Como acompanhado pode ser
chamado de “conhecimento simpático”. Daí uma melhor percepção da credibilidade e da
própria verdade de fé por parte daqueles que vivem mais autenticamente sua própria fé,
sejam eles simples ou doutos, pois aqui tem papel decisivo a obediência à ação do Espírito
Santo. Se o principal fruto do Espírito é o amor (Gl 5,32), então quem ama conhece a Deus
(1Jo 4,7). E como Paulo afirma que “ninguém conhece o que é de Deus a não ser o Espírito
de Deus” e como nós “recebemos o Espírito que vem de Deus para conhecermos os dons
que Deus nos concedeu” (1Cor 2,11s), uma verdade melhor praticada é melhor conhecida.
Porém o élan da fé, enquanto decorrente da atração divina na comunicação de si ao ser
humano, não se dirige simplesmente a um mistério sempre inalcançável e inexprimível, pois
a fé cristã se fundamenta em última instância em Jesus Cristo. Pois essa autocomunicação
é a do Deus de Jesus Cristo pela ação do Espírito Santo enquanto Espírito de Cristo.
Consequentemente a opção de fé é sempre intrinsecamente crítica, não pode prescindir da
pessoa de Jesus Cristo como sua revelação e mediação histórica. Vejamos como explicitar
essa afirmação. A pessoa de Jesus Cristo revelou um relacionamento peculiar com Deus a
quem invocava como seu Pai, ao qual orientava sua vida e ao qual obedecia. Este é também
o relacionamento do Filho eterno do Pai, já que Jesus Cristo é o único acesso que temos ao
interior da Trindade. A geração eterna do Filho indica haver na Trindade alguém distinto
do Pai, que pode sair de Deus e se encarnar salvaguardando a transcendência de Deus. Esta
verdade possibilita toda a criação fundamentada em Cristo e, de modo especial, o ser
humano, criado à imagem do Filho eterno de Deus para assumir em sua existência o mesmo
relacionamento filial com Deus. Consequentemente o amor do Pai pela humanidade tem
seu fundamento no amor eterno do Pai por seu Filho, no qual somos amados. A revelação
divina é sempre através de Cristo. Mas pela mesma razão, tendo sido criados em Cristo e
tendo nele nossa matriz, nossa fé enquanto entrega total a Deus também é intrinsecamente
crística. Trata-se da vertente objetiva da fé que não consiste apenas num sinal ou num
simples indício ou traço de Deus, como podemos inferir da natureza ou de eventos
históricos, mas de uma “figura histórica” que sintetiza em si a realidade da opção de fé.
Poderíamos dizer mais. A pessoa de Jesus Cristo pelo que ela é e se manifestou na história
já interpela e atrai a si todo ser humano levando-o a sua realização plena na vivência
autêntica da fé no Pai e comprovada no amor a seu próprio semelhante. Mencionemos ainda,
para completar o quadro, que Jesus Cristo em sua entrega filial ao Pai sempre foi animado
pelo Espírito Santo. Este mesmo Espírito Ele nos prometeu e enviou para que possamos
conformar nossa vida com a sua na entrega filial ao Pai. Com outras palavras, só Deus pode
nos fazer chegar a Deus. Esta afirmação ganha mais força quando temos presente que a
encarnação do Filho eterno do Pai não elimina a inacessibilidade da transcendência de Deus
para o ser humano. Pois o que foi criado não pode ser considerado divino sem mais. Pode,
isto sim, assinalar a presença de Deus entre nós, apontar para o transcendente, remeter o ser
humano ao mistério. Assim foi Jesus Cristo em sua pessoa e em sua vida a revelação única
e definitiva do Pai na história, mas enquanto Ele é Deus só é acessível em sua identidade
(1Jo 1,1) através da fé acionada pelo Espírito Santo (1Cor 12,3), a qual permite um crescente
“conhecimento interno” de Jesus Cristo. Da encarnação do Filho decorrem todas as demais
realidades que sinalizam a presença ativa, salvífica, amorosa de Deus em nossa história: a
Palavra de Deus, os sacramentos, a comunidade eclesial, o testemunho da caridade
conhecimento interno tanto porque atinge o centro da pessoa quanto porque vai além do
relato evangélico. O conhecimento interno tanto porque atinge o centro da pessoa quanto
porque vai além do relato evangélico. Vivida, as espiritualidades, a própria teologia,
realidades que não têm sentido em si mesmas, pois seu sentido é serem ultrapassadas ao nos
remeter ao Transcendente. Daí a necessidade absoluta do olhar da fé para que elas sejam o
que devem ser. Devido ao olhar da fé estas realidades não só nos levam a Deus, não só são
sinais que mediatizam a imediatidade de Deus nos que creem, mas ainda desvelam
existencialmente na fé vivida novos aspectos do Mistério. Assim vemos como não podemos
separar a característica subjetiva da característica objetiva da fé sob pena de cairmos num
mero psicologismo. Mesmo buscando uma maior inteligência da ação salvífica de Deus na
história em vista de melhor comunica-la às sucessivas gerações de cristãos, também a
reflexão teológica não termina em si mesma, mas enquanto remete ao Transcendente ela só
chega à sua realização última ao conduzir à imediatidade de Deus todos aqueles que a ela
se dedicam. Se considerarmos a mística em seu sentido amplo de busca de Deus acionada
pelo próprio Deus, então devemos afirmar que toda verdadeira teologia é também mística,
como igualmente toda verdadeira mística é teológica. Pois Deus em sua transcendência não
pode ser objeto do conhecimento e da vontade humana, mas sim Alguém que desencadeia
um dinamismo na inteligência e na liberdade para mais O conhecer e O desejar. Tarefa da
teologia é procurar explicitar e tematizar com conceitos historicamente condicionados,
incompletos, sujeitos a aperfeiçoamentos e correções, a busca que nunca se detém, pois se
encontra Deus buscando-o sempre.
4. Fé como Expressões na Sociedade:

A fé pode ser interpretada de outras formas entre as pessoas na sociedade e no


mundo jurídico assumindo diferentes ideias que podem se afastar, mesmo que
parcialmente, do significado original da palavra a depender do contexto quando
empregadas pelo discurso coloquial ou técnico.

a) Má-fé: Quando uma situação é gerada com segundas intenções, neste caso, no intuito
de prejudicar o indivíduo, ou um grupo de indivíduos. Esse agir intencional gera
desconforto e prejuízos, e tem interesse de prejudicar alguém. Pode acontecer também
em processos jurídicos e é conhecido como litigância de má-fé.

No caso específico, litigância de má-fé, precisa demostrar que que houve alteração da
verdade com a intenção de induzir o juiz ao erro. Tal engano há de ser analisado segundo
o contexto em que inserido. E, da simples leitura das contrarrazões de apelação
apresentadas pelo recorrente, infere-se tratar-se de erro grosseiro, perceptível de plano,
inclusive porque citadas as páginas do trecho destacado, de modo que dele não se pode
extrair uma conduta propositadamente dirigida a falsear os fatos, com a intenção de
induzir o julgador em erro. A litigância de má-fé traz em si a noção de que deve ser
punida a parte que atua com a intenção de prejudicar a outra, não sendo possível
considerar a inexatidão de argumentos como má-fé.

b) Boa-fé: intende-se por boa-fé quando alguém tem uma conduta honrosa de boas
práticas, agindo dentro do possível para honrar compromissos e deveres. a boa-fé fica
visível quando esse alguém faz o possível para cumprir seus deveres e compromissos
na sociedade. Ou seja, quando é honrada, honesta, não engana, não age com dolo.
A boa-fé apresenta-se ainda sob duas modalidades no direito civil brasileira: subjetiva
e objetiva. 1) A boa-fé subjetiva diz respeito à ignorância do sujeito acerca da existência
do direito do outro, ou, então, à convicção justificada de ter um comportamento
conforme o direito. É a boa-fé de crença. Por seu turno, a boa-fé objetiva é regra de
conduta das pessoas nas relações jurídicas, principalmente obrigacionais. Interessam as
repercussões de certos comportamentos na confiança que as pessoas normalmente neles
depositam. Confia-se no significado comum, usual, objetivo da conduta ou
comportamento reconhecível no mundo social. A boa-fé objetiva importa conduta
honesta, leal, correta. 2) A boa-fé objetiva, por dizer respeito à conduta obrigacional
típica, é a dimensão externa da boa-fé em geral. Diferentemente, a boa-fé subjetiva
importa demonstração da dimensão interna, pois resulta da crença real e concreta da
pessoa na existência do direito pretendido ou na ignorância de obstáculo jurídico a este.
demonstra o exemplo de como se age entre pessoas honestas, e sem nenhuma fraude,
ainda que reconhecesse que a maior questão era saber o que seja bem agir e ser pessoa
honesta. A boa-fé objetiva, em nosso sistema, tem suas raízes mais remotas na
experiência da fides, que é um dos conceitos mais fecundos da experiência romana.
Consistia no dever de honestidade, e, também, na confiança de uma parte sobre a retidão
de conduta da outra.
c) Fé pública: tem muito a ver com a lealdade naquilo que é público, seria uma presunção
legal de autenticidade, baseado na verdade ou na legitimidade de uma ação originada de
uma autoridade ou de um funcionário no exercício de suas funções devidamente
autorizados. Tudo o que for registado possui fé pública. O registador age em nome
do Estado quando usa a expressão dou fé, significando que o afirmado, transcrito e
certificado é verdadeiro. Visa a proteger o terceiro que contrata confiando no que a
registo pública. Em sentido geral, esse princípio possibilita que o terceiro realize, de
boa-fé, um negócio oneroso, passando a ter a presunção de segurança jurídica. É bem
comum no meio jurídico, a fé pública é uma autenticação da verdade dada aos atos
de um servidor. Ela afirma a certeza e a verdade dos registros que o tabelião e o
oficial de registro efetuam e as certidões que despacham nesta condição.
Autenticidade é a característica de algo cuja exatidão ou verdade são incontestáveis.
Desta forma, o documento tem uma força especial executiva que não pode ser
contestada. Tal incontestabilidade é dada pelo estado aos atos provindos da
autoridade pública, porque apenas o poder pode garantir ou obrigar sua execução.
Dentre os documentos objeto de fé pública estão as certidões de nascimento, de
casamento, de óbito, de inexistência de feitos ajuizados em face do vendedor, de
débitos de tributos imobiliários, conjunta negativa de débito relativo aos tributos
federais e a dívida ativa da União, negativa de débitos da receita federal, de débitos
rurais e previdenciários, imposto causa mortis e Inter vivos, além de guias de
pagamentos e recolhimentos de vários impostos e taxas.

d) Dar fé (dou fé) entre os populares e também no meu jurídico pode significar um termo
de garantia onde se assegura e transmite confiança. Em termos gerais, significa "afirmar
como verdade", "testificar", "autenticar", "prestar testemunho autêntico". Da mesma
forma, a expressão botar fé expressa o sentimento de confiança, reconhecimento e
aceitação.
5. A Fé Contida na Frase Paulina
"Tudo posso naquele que me fortalece" (Filipenses 4.13)

6.1 Um Apanhado Histórico e Motivacional da Carta Aos Filipenses.

A cidade Filipos possivelmente era conhecida como Canides (que significava


cidades das fontes), era uma cidade que ficava ao norte da Grécia, que Filipe II da
Macedônia, pai de Alexandre Magno, conhecido como O Grande, agregou ao seu reino,
dando-lhe o seu próprio nome. Tinha como atividade econômica gerando a sobrevivência
de seus habitantes às minas de ouro e de prata. Era um povoado que pertencia a Roma,
portanto uma colônia romana onde a partir de 42 a.C., era comum militares aposentados se
estalarem na região, principalmente após Otaviano ter empreendido e vencido a batalha da
Ásia. A região era vista como favorita pelos poderosos porque tinha estrada onde ligava o
Oriente ao Ocidente, conhecida como estrada calçada chamada de via Egnatia. Assim
passou a se desenvolver rapidamente e receber privilégios chamado de Jus Italicum (que
significa direito italiano). A partir dessa conquista sua administração começa imitar criando
suas bases administrativas na administração de Rona. Paulo chega a Filipos provavelmente
entre os anos 49 ou 50, com Timóteo, Silvano e Lucas, durante sua segunda viagem
missionária, realizada possivelmente no período de 49-52. Nesse local encontra outras
religiões com origem do oriente como; o ocultismo, o ocultismo ao imperador romano
obrigatório e todas as colônias romanas. Daí a motivação de Paulo ao escrever essa carta,
foi agradecer o auxílio enviado pela comunidade de Filipos, anunciar a visita de Timóteo e
explicar a razão da volta de Epafrodito, advertir a comunidade sobre a divisão interna
causada pelo espírito de competição e egoísmo de alguns, preveni-los contra os pregadores
judaizantes e também relembrar aos cristãos de Filipos que a autenticidade do Evangelho
está na cruz de Cristo. A comunidade de Filipos é pequena, fica cerca de treze quilômetros
do porto, uma pessoa pode atravessá-la a pé em dez minutos e é circundada por uma muralha
de uns três quilômetros. Tem inscrições em latim por todo lado, mas os habitantes entendem
o grego. Filipos foi a primeira cidade a ser evangelizada na Europa. Não possuíam sinagoga,
mas apenas um lugar de oração, perto do rio. Lídia, mulher asiática, natural de Tiatira,
comerciante de púrpura e crente em Deus, que Paulo batizou, fazia parte desse grupo. Um
grupo de mulheres exerceu importante papel na comunidade. Nessa Igreja de Filipos
distinguem-se duas mulheres, “Evódia e Síntique”, líderes e colaboradoras na luta lado a
lado com os homens pelo Evangelho. A comunidade formada era predominantemente de
origem pagã. A comunidade estava muito unida a Paulo. Houve ajuda ao Apóstolo, mas ele
insistia e perseverava no trabalho. Quando os filipenses souberam que Paulo fora preso, em
Éfeso ou em Roma, organizaram uma coleta e pediram para Epafrodito entregar a Paulo.
Epafrodito, porém, ficou doente e quando melhorou Paulo o reenviou a Filipos, com essa
Carta. A comunidade ocupa o coração de Paulo e Deus mesmo é testemunha de seu bem-
querer e sua ternura. Paulo além de doutrinar a comunidade, também se preocupa com as
necessidades humanas como amizade, afeto, gratidão, auxílio mútuo, problemas pessoais,
boa acolhida. A Carta aos Filipenses, bem como as cartas aos Efésios, aos Colossenses e a
Filemon são chamadas de “Epistolas do Cativeiro”. A Filipense, possivelmente, foi escrita
em Roma. No entanto, poderia ter sido escrita em algum outro cativeiro. “O pretório”
(Praetorium), de Fl 1,13, não assegura que Paulo tenha escrito a Carta em Roma, pois esse
termo também designava tenda ou residência dos governadores romanos. O mesmo se diga
da “casa de César” (4,22). O cativeiro pode, pois, ter sido em Éfeso, onde passou dois anos.
Se a carta foi escrita em Éfeso seria dos anos 56-57. Paulo afirma que suas prisões foram
úteis para que ele pregasse o Evangelho. Há indícios que a carta não foi escrita de uma só
vez. Isto porque se forem observados alguns aspectos como: a “saudação e gratidão pelas
ofertas da comunidade para Paulo na prisão”; o “agradecimento aos Filipeses pela
cooperação no Evangelho, do empenho na fé, do verdadeiro Evangelho e dos companheiros
de luta e caminhada”; “o caminho da salvação e a maturidade cristã”

É possível notar algumas doutrinas como a comunhão fraterna entre a comunidade


e Paulo. Mesmo Paulo estando preso, nota-se nos acontecimentos dramáticos a esperança
para o anúncio do Evangelho autêntico, o verdadeiro Evangelho. Informa que os filipenses
deverão ser fiéis, se converterem a Cristo e exemplifica dando o próprio testemunho. Diz
que “eu conheço Cristo, a força da sua Ressurreição e a comunhão com os seus sofrimentos,
tornando-me semelhante a ele na sua morte, para ver se chegou até a Ressurreição dentre
os mortos” (3,10-11). Para incentivar os cristãos, Paulo menciona um hino a Cristo, servo
sofredor, mas que Deus fez Senhor de toda a Criação. Uma característica fundamental dessa
Carta é o tom de afeto e carinho que apresenta.

Se entende que a Carta aos Filipenses por si só é fortalecimento da fé e


encorajamento para o agir alegremente e em comunidade para o crescimento pessoal e do
próximo, inclusive por integrar a Sagrada Escritura. A afetuosidade de Paulo para com os
filipenses mostra a reciprocidade de confiança e trabalho conjunto. Os Filipenses entendem
que todo trabalho é comunitário. O testemunho pessoal de Paulo são palavras esclarecedoras
e incentivadoras para os Filipenses, pois ele diz que foi alcançado, conquistado por Cristo
Jesus. Diz que não se tornou perfeito, mas que persevera para continuar sendo merecedor
da salvação. Os Filipenses são Evangelizados na compreensão de que a vida da comunidade
depende da compreensão, da obediência da Palavra de Deus, a exemplo de Cristo, e não da
presença de dirigentes e líderes. Os Filipenses, na Evangelização do amigo irmão Paulo
Apóstolo, compreendem a necessidade de confessar que Jesus Cristo é o Senhor, para a
glória de Deus Pai. Eles entendem que Jesus Cristo é verdadeiramente homem e
verdadeiramente Deus. A Carta aos Filipenses mostra que Deus se compromete com a vida
de cada um dos pobres e oprimidos do mundo. Faz-nos reconhecer a nós mesmos e a
necessária humildade, para pedir a Deus, para sermos amorosos e sempre respeitarmos os
sentimentos e as situações de vida de nossos irmãos. Reconhecer que Deus é amor e
reconhecer que Ele é o Deus único e responsável pelo sucesso e a salvação de cada um de
nós. A Carta aos Filipenses é testemunho, reconhecimento, evangelização, e tomada de
decisão, é um agir, é um comprometimento contínuo, é engajamento comunitário, é manter-
se sempre vigilante. A Carta aos Filipenses é o dizer pessoal e comunitário “Tudo posso
naquele que me fortalece”, para poder ser afirmado Filipos, o verdadeiro testemunho da
vida cristã.
5.2 A Fé Manifesta no Contexto da Frase Paulina:
"Tudo posso naquele que me fortalece" (Fp 4.13)

Importante sempre reforçamos e voltarmos ao relato histórico do contexto que


nos leva a refletir nesse momento; Paulo chegou a Filipos por meio de uma visão “Passe
a macedônia e ajuda-nos”. Como já dissertado no apanhado geral da carta, esta foi a
primeira cidade da Europa evangelizada por Paulo em sua 2º viagem missionária. Este
povo provavelmente estava no coração de Paulo que por eles tinha um apreço especial.
Os trabalhos de Paulo por lá começou, como citado acima, com a conversão de Lídia e
sua família e teve o acréscimo da mulher de quem Paulo expulsou o espírito adivinhador
e do Carcereiro e sua Família. Nesta ocasião como já mencionado Paulo provavelmente
está preso em Roma, na ante-sala do martírio, próximo da sua condenação que resultaria
na sua decapitação por meio da sentença de Cesar. Apesar do cenário triste e fúnebre,
esta carta está entre as cartas mais alegres do novo testamento. É a carta que mais fala
de alegria. Isto porque faz parte das primícias da fé cristã, quem caminha com Jesus é
alegre, feliz em qualquer circunstância. Aqui a fé aparece e se instala como fundamental,
por se tratar de uma espécie de estado de espirito. Daí a fé nasce e sua força se mostra
para pessoa adepta que o importante não é o que ela enfrenta ou vivencia do lado de
fora, mas o que carrega do lado de dentro que representa a fonte da sua alegria e
felicidade.
Aqui podemos perceber uma “fé” que é capaz de moldar o seu adepto
completamente ao ponto de trazer a uma adaptação para uma vida inteira de satisfação,
independente das circunstancias vividas. É nítido nesse pensamento que o indivíduo
poderá tranquilamente ter uma vida feliz, desde que, consiga administrar e entender
através da sua crença os motivos que o levaram e/ou geraram seus momentos de
conquistas e seus momentos de sucessos, bem como, intender os motivos que o levaram
e/ou geraram seus momentos de tribulações e seus momentos de fracassos e derrotas.
Pouco importa para o adepto possuído dessa “fé” se seus momentos vividos foram bons
ou ruins, desde que, ele entenda que são reais, dignos e legais, ou seja, esses momentos
tem sua origem geradas por Deus para que se viva um propósito do criador nessa
dimensão. Entretanto, é perceptível que o próprio Paulo tinha consciência da
necessidade das vicissitudes da vida, afirmando que através da “fé” em Cristo "...a
tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência,
esperança” (Romanos 5.3 e 4) e que todos os filhos de Deus deveriam ser "...pacientes
na tribulação..." (Romanos 12.12). Nas palavras que antecedem o texto em comento,
Paulo disse aos irmãos filipenses o seguinte: ...aprendi a viver contente em toda e
qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em
todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de
abundância como de escassez" (vv. 11 e 12). A fé contida por traz dessa visão paulina
não e apenas um ingrediente utilizado para vencer o fracasso é se manter no sucesso.
Mas também é um forte ingrediente para trazer o saber viver no fracasso e suporta seus
traumas de forma administrável. Segundo Francis Davidson¹, “Houve duas razões
principais que induziram o apóstolo a escrever aos filipenses. A primeira, para
hipotecar-lhes sua gratidão pelo fato de eles, simpatizando com seu apostolado e
partilhando de suas aflições, lembrarem-se de enviar-lhe algumas dádivas por
intermédio de Epafrodito, um de seus membros (Fil. 4:10-18). A segunda, para corrigir
algumas pequenas desordens existentes no seio da igreja”. Nas palavras do saudoso
Merril Frederick Unger², “...Seu tema é a adequação de Cristo a todas as experiências
da vida – privação, perseguição, dificuldades, sofrimento e também prosperidade e
popularidade. Cristo dá alegria e triunfo venha o que vier, desde que a ele se conceda
o centro da vida”. Portanto, Paulo escreveu palavras de fé motivadoras aos seus leitores,
em meio à intensa tribulação a que estava condicionado no momento! Sempre voltando
e analisando criteriosamente o contexto literário e histórico, pode-se concluir que a
expressão paulina “Tudo posso naquele que me fortalece” (Filipenses 4.13) não
acoplada apenas uma fé que diz respeito ao “poder de conquistar todas as coisas”, mas
sim, uma fé que lhe traria “poder de enfrentar e suportar todas as situações em Cristo”.
David H. Stern³ comenta o referido texto bíblico da seguinte forma: “O cristianismo é
acusado de estimular tanto o ascetismo quanto a ganância. Portanto sabemos que
ensino destes versículos, baseados em experiência pessoal (detalhada em 2Co 11:21-
33), é o de que o Messias oferece poder através da fé para se enfrentar tanto a escassez
quanto a fartura, na verdade o poder para todas as coisas. A importância do verso 13 é
encontrada no fato dessa capacidade de Paulo lutar com as adversidades da vida não ter
sido alcançada por meio da autossuficiência (como os estoicos ensinavam), mas através
da suficiência em Cristo. Este fortalecimento foi parte da experiência cristã contínua de
Paulo e estava fundamentado em sua união com Cristo através da “fé”. Podemos
intender, sem dúvida alguma, que a expressão paulina “Tudo posso naquele que me
fortalece” (Filipenses 4.13), é uma das maiores expressões de fé para aplicação prática
na vida diária de cada cristão adepto, pois ensina a confiar no Deus Eterno em quaisquer
situações, acreditando que Ele, embora não livre seus filhos de sofrer dificuldades na
vida, outorga poder para enfrentá-las e suportá-las sempre.

5.3 Como a Fé manifesta no contexto da frase Paulina "Tudo posso naquele que
me fortalece" (Filipenses 4.13) pode estar sendo aplicada nos dias atuais.

É perceptível, transportando para nossos dias, que a fé empregada nessa frase


Paulina tem ganhado tipos. Ou seja, há um tipo “Real Prático”, que está bem claro como
revelado no contexto, e um tipo “Força de Expressão” sendo este último o mais utilizado
na nossa realidade atual.
Esse texto é um, dos muitos outros textos paulinos, que estão são desvirtuados
nos citados e aplicados completamente fora de seu contexto literário e histórico para
embasamento de ideias que envolvem a pregação do chamado "evangelho pragmático
de “fé", onde as tribulações da vida são vistas como "maldições". É claro e objetivo o
entendimento, nas palavras a seguir transcritas, de que a expressão contida no referido
texto diz respeito à capacidade que Paulo tinha recebido do Senhor Jesus, o Cristo,
através da “fé”, para enfrentar todas as adversidades da vida: o verso 13 revela a
principal fonte do contentamento de Paulo: “Posso todas as coisas, naquele que me
fortalece”. Este contexto do verso 13 pode ser frequentemente transgredido, e está
verdade pode ser colocada a serviço de extravagâncias caprichosas.
Essa expressão: “tudo posso naquele que me fortalece” é bem conhecida e
utilizada por adeptos da fé cristã atual, pode ser utilizada em cânticos, orações e
recitações em reuniões, porém muitos, ou, a maioria dos adeptos modernos não tem uma
ideia real do que essa expressão significa de fato e o contexto em que essas palavras
foram ditas. Muitos usam esta expressão como uma espécie de “mantra de fé”, palavras
mágicas que tem o poder de afastar sofrimentos, doenças, adversidades e problemas na
vida. Porém a expressão quer dizer muito mais, ou seja, estão distantes da realidade e
do que Paulo quis dizer com esta expressão. Se entende que este texto pode falar de
alguém que conseguiu transpor os limites da fé teórica passando a viver uma fé prática.
A fé teórica é bem comum entre as pessoas, independente da religião, ela está
bem enraizada no dia-a-dia e aparece como impactante sempre discursiva, dogmática,
de recitação, chavões e palavras de efeito bem elaboradas. Já a fé chamada pratica, não
tão comum nos dias atuais, pois ela se sustenta diante das adversidades dando suporte a
fim de que o adepto permaneça de pé independente das contrariedades. Uma fé que
resiste a realidade por mais dura que seja, sem retroceder ou desanimar. É claro que há
um processo para implementação da fé pratica. Entretanto, esta passagem mais cedo ou
mais tarde precisa acontecer na caminhada do adepto. Portanto é necessário que haja
um trabalho de conscientização para que se transporte a fé teórica para uma fé prática,
ou seja, o agente passará do discurso de fé para uma conduta de fé, comportamento de
fé e ações de fé. E para isso ele vai aproveitar tudo que puder a fim de forjar um caráter
e firmeza.

5.4 Como a Fé manifesta no contexto da frase Paulina "Tudo posso naquele que
me fortalece" (Filipenses 4.13) deveria ser aplicada nos dias atuais.

Após pesquisas e análises sobre a fé em um âmbito geral, refletindo sobre a frase


Paulina "Tudo posso naquele que me fortalece” (Felipenses 4-13) e em seu contexto
histórico social, podemos concluir que antes do adepto de uma crença, gerada pela fé,
se apropriar dessa frase como aplicação pessoal ou como base de sua própria crença
deveria intender no mínimo três colocações:

a) Não significa que jamais enfrentará provações, mas a fé levará o adepto a intender que
jesus estará com ele nas diversas circunstancias. (V.10). É claro que os seguidores do
cristianismo em Filipos foram instrumentos de Jesus, através da fé, para auxiliar Paulo
em suas necessidades. Aqui há um argumento fortíssimo, é preciso Paulo perceber,
através da fé, que Jesus sempre estará com ele independente do que possa acontecer. Ou
seja, Jesus se manifesta naquele momento através de um auxílio, gerada pela fé dos
seguidores, para alimentar a necessidade gerada pela fé de Paulo. Aqui a crença se
fortalece pois se entende que através dessa fé compartilhada Jesus pode se manifesta de
diversas formas e maneiras. O que realmente é preciso nesta visão é estar atento, é abrir
os olhos a multiforme maneira que Jesus tem através da fé para ajudar e mostrar que
está presente. Ora nessa ideia Jesus vai dar palavras, enviar pessoas, trabalhar nos
bastidores, mudar roteiros etc... Há dois grandes problemas que afetam diretamente a
pessoa que se posiciona como adepto e de fé em nossa realidade. Principalmente quando
ela passa por adversidades: 1) A primeira afeta fortemente a percepção, há uma falha no
arquivamento da memória da fé. Intende-se que a fé teórica tende a aflorar nessa
situação a princípio, e a pessoa não consegue enxergar saídas. Neste momento sabe-se
que é preciso recorrer ao arquivo da memória de fé e rever situações reais vividas, seja
por ela, ou seja por outros, para assim voltar obter a reconstrução do encorajamento. 2)
A segunda é a tendência de querer impor ou definir um jeito ou uma ação abstrata
através da fé para agir e conquistar o que se pretende. Importante perceber que na visão
paulina a fé por se só não é mágica milagrosa, ela precisa de realidades incontestáveis
para se manifestar, são as chamadas obras (em nosso texto os seguidores do
cristianismo em Filipos vão gerar benefícios para atender a demanda de Paulo, através
da fé, e Paulo será beneficiado, que consequentemente, terá sua fé alimentada por uma
ação dos cristão de Felipos).

b) Não significa que não se tenha necessidades na vida, mas que com a fé manifesta nas
obras se pode adaptar-se a qualquer situação (V.12). Importante observarmos que Paulo
através da fé se mostra adaptável a situações. Os escritos paulinos trazem-nos que a vida
de Paulo foi marcada por sofrimentos. Atos 14:22 (Enfrentou muitas tribulações); II Cor
2: 4 (derramou muitas lagrimas); II cor 11:23-28 (Sofreu três naufrágios; um
apedrejamento; 5 vezes recebeu 39 açoites; Apanhou 3 vezes com Vara; várias vezes
ficou sem dormir, passou fome, sede e frio etc. Intendemos baseado nos escritos
paulinos que a fé de Paulo no Evangelho era um componente fortíssimo que o capacitava
a enfrentar a vida de peito aberto e o levava a adaptar-se a qualquer situação por mais
adversa que fosse (Hab 3:17-19). Portanto dar-se a entender que a fé vai nos mostrar e
nos fazer se adaptar a um Deus bem diferente. Ou seja, um Deus que não superprotege
seus filhos, os tornando dependentes, fracos, incapazes de lidar com frustrações e perdas
na vida. Esse Deus permite que seus filhos passem por situações e circunstâncias difíceis
para que se tornem pessoas de fibra, resilientes que saibam transformar impactos em
impulsos, crises em oportunidades de crescimento.

c) Não significa que jamais se tenha ou se passe por crises, mas que o fé manifesta nas
obras ajudará a superar todas elas – A fé ainda demonstra aos seus adeptos que o plano
de Deus não é que não se enfrentem problemas, sofrimentos e crises, mas ela faz o crente
perceber a força que nela, em Deus, se tem para enfrentar qualquer crise. Com a fé
alicerçada, e em Jesus, Paulo vai demonstrar que não é preciso temer e que não é preciso
contornar. Podendo assim atravessar obstáculos com a força de Deus, gerada através da
fé. Em se tratando de fé, é importante se aprender que nem sempre vai se obter ou vai
se dar explicações das situações que se passa na vida. Para tanto existem dezenas de
histórias e tragédias sem explicação. Entretanto, se a possível explicação do “por que”
é uma possibilidade, a certeza da compensação e da superação é uma realidade sempre
presente na vida daqueles que tem fé e acredita em algo.
6. Considerações finais:

É importante frisar que a discussão social sempre é merecedora de uma reflexão altamente
qualificada. Até que ponto se pode usar a fé como guia para tomada de decisões? As decisões
que se baseiam unicamente em um conteúdo de fé tendem a serem totalmente independentes
das de outras pessoas, gerando consequências potencialmente danosas para o indivíduo e para
a sociedade de que faz parte.
A fé é algo interessantíssimo, transmite um sentimento de poder ao ser humano e em dados
casos se manifesta como algo eficaz, produtivo e de respostas concretas. Porém é preciso saber
vivê-la, à exemplo do pensamento Paulino, com racionalidade e ação humana na busca do que
se pretende, para que não se ultrapassem as barreiras do mundo real e os limites humano.
A fé, à exemplo do amor, deve ter uma base de sustentação e ser manifesta dentro de
possibilidades, mesmo que distante.
Para que se haja o fogo se faz necessária uma faísca, mesmo que invisível. Para uma fé
racional tomando como base a visão Paulina é necessário no mínimo de uma ação lógica
humana.
A fé jamais será uma ciência, não se baseia em métodos de pesquisas cientificas com base
cem por cento racional. Porém no entendimento Paulino e apanhado geral fica perceptível a
importância da razão, mesmo que mínima, para a implementação da fé.
7. Fontes Bibliográficas:

FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p.
764. «Dicionário Priberam da Língua Portuguesa» (em portugês). Consultado em 27 de Fevereiro de 2015.
Russell, Bertrand. "Will Religious Faith Cure Our Troubles?". Human Society in Ethics and Politics. Ch 7. Pt 2.
Retrieved 16 August 2009. As ideias de Soren Kierkegaard a respeito da fé estão descritas no livro Temor e tremor.
J. RATZINGER, et Avenir, Paris, Mame, 1971, p. 33s. 7
BENTO XVI, Carta Apostólica Porta Fidei n. 7. 8
J. RATZINGER, Introdução ao Cristianismo, S. Paulo, Loyola, 2005, p. 54. 9 Ibid., p. 56-59. 10 Ch.
TAYLOR, ob. cit. p. 285s. 11 P. TILLICH, Dynamics of Faith, London, G. Allen&Unwin, 1957, p. 4. P.
TILLICH, ob. cit. p. 30; 39s. Daí a afirmação deste autor: “All decisions of faith are existential, not theoretical
decisions” (Ibid. p. 66). 13 Mas não uma afetividade indefinida, privada da razão e da verdade, como observa
J. RATZINGER, A Igreja e a Nova Europa, S. Paulo, Ed. Verbo, 2005, p. 75. 14
J. MOUROUX, L’experience chrétienne, Paris, Aubier, 1952, p. 256. 15 Ibid. p. 327. 16
H. DE LUBAC, Sur les chemins de Dieu, Paris, Cerf, 1983, p. 73. 17
M. BLONDEL, La philosophie de l’action et la crise moderniste, em: Id., Oeuvres completes, Tome II, Texte
établi et presente par Claude Troisfontaines, Paris, PUF, s/d, p. 113. 18 Ver
H. HOLSTEIN, Le théologien de la foi, RSR 53 (1965) p. 86-125. M. OSSA, Blondel et Rousselot: point de vue
sur l’acte de foi, RSR 53 (1965) p. 186-207, aqui p. 201. 20
H. DE LUBAC, Les chemins de Dieu, p. 131. 21 Ver A. V. FABRIZIANI, L’epistemologia di “Les yeux de la
foi”, tra induzione scientifica e ruolo cognitivo dell’”amore”, Gregorianum 96 (2015) p. 749-769, aqui p. 760s. 22
P. ROUSSELOT, Les yeux de la foi, RSR (1910), p. 241-259; 444-475, aqui p. 458-463. 23 Ibid. p. 464; LUBAC,
ob. cit. p. 130s
J. McDERMOTT, De Lubac and Rousselot, Gregorianum 78 (1997) p. 735-759, aqui p. 752s. 24
M. BLONDEL, ob. cit. p. 163. 25 Já observado por H. Bouillard, J. Alfaro e G. Colombo.
J.-B. LECUIT, Y a-t-il um désir naturel de Dieu? Revue d’Éthique et de Théologie Morale (2010) p. 57-81, aqui
p. 69. H. v.
BALTHASAR, La Gloire et la Croix I, Paris, Aubier, 1965, p. 149-153. 27 Ou como afirma mais incisivamente
BALTHASAR, ob. cit. p.151: “Dieu n’est connu que par Dieu”. 28
S. ARZUBIALDE, Ejercicios Espirituales de S. Ignacio. Historia y Análisis, Bilbao/Santander, Mensajero/Sal
Terrae, 20092 , p. 349:
Bíblia de estudo do pregador pentecostal – Sociedade Bíblica Brasileira 2016, almeida corrigida edição 4ª (At 16,12) (Fl 1,13
e 4,22) (At 16,1-40) (At 18,23-21,16) (At 16,16-24) (At 16,14-15) (At 16,13) (Fl 4,2-3) (At 16,11-40; 1Ts 2,2) (4,15; 2Cor
11,8-9) (1Cor 4,12; 9,15; 2Cor 11,7-9; 1Ts 2,9; 2Ts 3,7-9) (Fl 2,25-30) (Fl 1,7) (Fl 1,8) (Fl 2,19-30) (Fl 1,12-13; Ef 3,1; Ef 4,1;
Ef 6,20; Cl 1,24; Fl 1) (At 28,16.30-31) (2Cor 11,23; ver 1Cor 15,32; 2Cor 1,8) (Mt 27,27 nota; Mc 15,16; Jo 18,28-31 nota)
(At 19,1.8- 10) (Fl 1,12-18) (Fl 1,1-2 e 4,10-20) (Fl 1,3 e 4,2-9) (Fl 3,2- 4,21) (Fl 2,1-11) (Fl 3,2-11) (Fl 2,6-11) (Fl 4,13)
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