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Wallace0219,+11+ +Claudete+Coutinho+Costa
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Mestranda em Ciências da Religião na Faculdade Unida de Vitória. E-mail: amadaclaudete@yahoo.
com.br.
1
FOWLER, James. Estágios da Fé: a Psicologia do Desenvolvimento Humano e a Busca de Sentido. São Leopoldo:
Editora Sinodal/EST-IEPG, 1992, p. 278.
2
FOWLER, James. Introdução Gradual à Fé. In concilium (194) 4: Teologia Prática – Transmitir a Fé à Nova Geração.
Petrópolis: Vozes, 1984, p. 66.
Revista In Totum, v. 4, n. 2, 2017 45
voltados especialmente para cada faixa etária, subdivididas em: teologia para crianças, teologia para
adolescentes e teologia para meia idade, além de possibilitar a comparação entre os diferentes
estilos e estágios da fé individuais ou em grupo.3
Em relação ao estágio zero, a Fé Indiferenciada, o autor argumenta que as primeiras
imagens de Deus começam a se formar nesta fase. Ressalta ainda Fowler que, “estas pré-imagens se
formam em grande parte antes da formação da linguagem, antes dos conceitos e em um estágio que
coincide com a pré-consciência humana”.4 Pode se afirmar assim que a força de fé que impulsiona o
ser humano nasce neste momento da vida.
Dando sequência, quando o autor fala dos aspectos da Fé Intuitivo-Projetiva pode se
destacar que o período em questão compreende a faixa etária dos quatro aos dez anos da criança e
nota se a necessidade de “símbolos, cultura, linguagens e interação social para o desenvolvimento
da fé, de modo que o ser humano, inclusive quando criança, também é importante para participar na
construção social que busca na fé o sentido da vida”5. É um período intenso de descobertas e
aprendizado, crucial para a sustentabilidade dos estágios que virão a seguir na vida do indivíduo.
No campo da Fé Mítico-Literal que é o último estágio de formação da fé em crianças,
Fowler sustenta que “este estágio marca as habilidades da criança de começar a questionar suas
imagens de fé e contrapõe as mesmas com os ensinos passados pelos adultos, testando assim pela
primeira vez sua capacidade de juízo correlacionando suas percepções e pensamentos com o mundo
que a cerca.”6 A figura de Deus ganha uma maior amplitude e as crianças começam a selecionar o
que lhes é transmitido, quer seja pelos seus pais ou pela comunidade em que a criança está radicada
culturalmente e socialmente.
Nesta fase, a criança já adentrando na adolescência começa a “analisar sua própria
existência e a sociedade em que está inserida, avaliando assim a distinção entre a realidade e o
mundo imaginário.”7 Com esta fase de desenvolvimento termina o ciclo infantil e começa a
caminhada rumo ao amadurecimento dos aspectos da fé desenvolvidos até aqui pelo indivíduo.
De acordo com Fowler a Fé Sintético-Convencional chega de mãos dadas com a
adolescência e sua principal característica é “o começo da autoanálise comparativa, onde a
comparação com o outro se dá geralmente impulsionada pelas amizades e relacionamentos afetivos
mais próximos e característicos dessa faixa etária.”8 Neste estágio é importante ressaltar também a
importância da figura dos pais, que podem ter muita influência na formação dos parâmetros morais
e religiosos do jovem em questão.
O principal resultado nesta fase segundo o autor é a criação de uma autoimagem que possa
ser vinculada à imagem de Deus nos seus bons atributos e comparada com os demais integrantes do
círculo pessoal do adolescente, buscando com isso fundamentar ainda mais suas crenças e
convicções religiosas.
A Fé Individuativo-reflexiva que vem a seguir se caracteriza pela chegada da fase adulta da
fé na vida do indivíduo. Este tipo de estágio da fé se apresenta principalmente pela necessidade da
pessoa em fazer escolhas de forma autônoma. Escolhas estas, que, por conseguinte, refletem em
geral nos julgamentos de valor religioso e ético do grupo social em que a pessoa está inserida e
também na autocrítica de suas ações.
O autor ressalta também que “muitos grupos religiosos reforçam assim de modo
semelhante, uma sistema assumido de fé mantendo a pessoa na dependência de uma autoridade
externa e derivando disso é gerada uma identidade de grupo.”9 Esta relação grupo-indivíduo,
3
DELFINO, Silas do Carmo. A Fé: similaridades e contrastes nas definições de fé de Paul Tillich e James W. Fowler.
Belo Horizonte: PUC-MG, Revista eletrônica correlatio nº 16, 2009, p. 151.
4
FOWLER, James. Teologia e Psicologia no Estudo do Desenvolvimento da Fé. In Concilium, Petrópolis: Vozes,
1982, p. 117.
5
ALMEIDA, Odete Líber de. Liturgia com Crianças. São Leopoldo: EST, 2003, p. 34 e 35.
6
FOWLER, 1982, p. 118.
7
MOTA, Sílvio Gonçalves. As Fronteiras da Fé na Criança: descobrindo as relações sócio-religiosas da espiritualidade
infantil. São Bernardo do Campo: Universidade Metodista, 2005, p. 2 e 3.
8
FOWLER, 1992, p. 131.
9
FOWLER, 1992, p. 151.
Revista In Totum, v. 4, n. 2, 2017 46
10
FOWLER, 1992, p. 157.
11
FOWLER, 1992, p. 169.
Revista In Totum, v. 4, n. 2, 2017 47
do fato de prestar uma inestimável contribuição científica para a análise e o desenvolvimento das
pesquisas nas áreas da teologia, pedagogia e da psicologia na sociedade atual.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Odete Líber de. Liturgia com Crianças. São Leopoldo: EST, 2003.
DELFINO, Silas do Carmo. A Fé: similaridades e contrastes nas definições de fé de Paul Tillich e
James W. Fowler. Belo Horizonte: PUC-MG, Revista eletrônica Correlatio nº 16, 2009.
FOWLER, James. Teologia e Psicologia no Estudo do Desenvolvimento da Fé. In Concilium,
Petrópolis: Vozes, 1982.
FOWLER, James. Introdução Gradual à Fé. In concilium (194) 4: Teologia Prática – Transmitir a
Fé à Nova Geração. Petrópolis: Vozes, 1984.
FOWLER, James. Estágios da Fé: a Psicologia do Desenvolvimento Humano e a Busca de Sentido.
São Leopoldo: Editora Sinodal/EST-IEPG, 1992.
MOTA, Sílvio Gonçalves. As Fronteiras da Fé na Criança: descobrindo as relações sócio-
religiosas da espiritualidade infantil. São Bernardo do Campo: Universidade Metodista, 2005.