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iconografia
LA PRIMAVERA, SANDRO BOTTICELLI
Índice
Introdução ............................................................................................................................... 2
Contextualização histórico-iconográfica do tema ........................................................... 3
Desenvolvimento do tema .................................................................................................... 5
Esquema compositivo: .................................................................................................... 6
Clóris e Zéfiro: .................................................................................................................. 8
Flora: ................................................................................................................................. 10
Vénus: ................................................................................................................................ 11
Cupido:.............................................................................................................................. 13
As 3 graças: ....................................................................................................................... 15
Mercúrio: .......................................................................................................................... 17
Conclusão:............................................................................................................................... 21
Bibliografia: ........................................................................................................................... 22
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2
Introdução
Neste trabalho decidi analisar uma das minhas obras favoritas, Alegoria da primavera, de
Sandro Botticelli, pois tem uma vasta análise iconográfica que me despertava um enorme
interesse em conhecer, por isso, fui atrás. Primeiro explico a contextualização histórica, de
seguida explico a obra em geral para logo de seguida parto para a abordagem de cada
personagem em especifico
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3
1
Ana pinto; Fernanda Meireles; Manuela Cernadas Cambotas; (2019), Ideias & Imagens, História da
Cultura e das artes 10º na, Porto Editora, pp. 228-230
2
Letícia Ducheiko, (2015), A Primavera de Botticelli segundo a metodologia de análise de imagem de
Panofsky,Estudante de Artes visuais da UEPG- http://astro.ufes.br/aprimavera-botticelli- acedido a
20-06-2020
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4
3
Ibid, Letícia Ducheiko, pag. 3
4
Enrique Valdearcos Guerrero (2020?) , Comentário la primavera Botticelli, Historia del
Arte- file:///C:/Users/Utilizador/Downloads/La_Primavera_Botticelli.pdf-acedido a 15-06-
2020
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5
Desenvolvimento do tema
Para conseguir analisar esta obra vamos primeiro explicar a obra em geral e depois
desmembra-la por partes.
A obra Primavera, ou Alegoria da primavera, tem imensas interpretações iconográficas,
inúmeras teorias que foram escritas relativamente á interpretação desta obra, tanto em
revistas, livros, imprensas, etc.… Assim sendo, vi me obrigada a ter que optar por explicar
apenas algumas, nomeadamente aquelas que, a meu ver, eram mais coerentes e faziam
mais sentido.
1. casamento do Médici
2. paixoneta do Lorenzo (neoplatónico (?))
3. meses do ano
4. cidade estado dividida
5. divina comedia de dante
A história da pintura não é muito conhecida, parece ter sido encomendada por um
membro da família Médicis. É provável que Botticelli se tenha inspirado nas odes
de Poliziano para realizar esta obra. As referências às Odes de Horácio e aos Fastos de
Ovídio, sempre foram episódios não forçosamente interrelacionados. Desde 1919 a pintura
faz parte da coleção da Galeria Uffizi, em Florença, Itália. 7
5
La Gallerie Degli Uffizi- Obras de arte, La Primavera Botticelli -
https://www.uffizi.it/en/artworks/botticelli-spring - acedido a 23-06-2020
6
Paola Petri Ortiz, A primavera. Sandro botticelli. Análise iconográfica, CEU, Universidad San Paulo
(disponível em:
HTTPS://WWW.ACADEMIA.EDU/31388943/LA_PRIMAVERA._SANDRO_BOTTICELLI._AN%C3%A1LISIS_IC
ONOGR%C3%A1FICO – acedido a 18-06-2020 )
7
Ida Aranha, Setembro (2011), ALEGORIA DA PRIMAVERA SANDRO BOTTICELLI, saber cultural,
disponível em http://www.sabercultural.com/template/obrasCelebres/Botticelli-Sandro-Alegoria-
da-Primavera.html), acedido a 13-06-2020
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6
Odes de Poliziano
Fastos de Ovídio´
Odes de Horácio
Lucrécio
Esquema compositivo:
A composição baseia-se numa visão central, da qual a figura de Vénus constitui o eixo e o
centro. O grupo de Flora com Zéfiro e o das Graças com Mercúrio situam-se formando
“alas” à sua direita e à sua esquerda. A curva formada pelos ramos das árvores cria um arco
em cima da Deusa. Para melhor se compreender esta composição das formas e figuras, a
imagem abaixo (fig 3) complementa o anteriormente dito.9
8
Ibid, Paola Petri Ortiz, pag. 5
9
A primavera, Botticelli- renascimento-pintura.blogs.sapo.pt/476.html- acedido a 14-06-
2020
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7
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8
Clóris e Zéfiro:
Aqui podemos ver a forma como se abre a cena na pintura, o
rapto de Clóris por Zéfiro.
Os atributos de Clóris:
Grinalda de flores
Flores em redor
Lebre Figure 5 Clóris e Zéfiro na "La Primavera"
Quem é Zéfiro: Este é considerado o vento do Oeste, o vento cortante de março. A lenda
descreve-o como um vento primitivamente violento, que destruía tudo com o seu sopro
indomável, arrasava plantações, provocava naufrágios e causava grande danos aos homens.
Contudo, uma enorme paixão o transformou numa criatura meiga, o seu amor por Clóris,
transformando o seu vento em algo benéfico, por exemplo, em vez de destruir as flores
com o seu sopro, fazia com que o pólen das flores voasse e assim fecundar mais flores. 10
Atributos de zéfiro:
Aparece a soprar
Junto de Clóris
10
Lucia de Belo Horizonte, (2011), Mitologia Grega -
http://eventosmitologiagrega.blogspot.com/2011/06/zefiro-o-vento-das-brisas-
suaves.html- Acedido a 22-06-2020
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9
11
‘k9Wind, Edgar.(1998) Los misterios paganos en el Renacimiento. Alianza Editorial,
Madrid.
12
Vítor Manuel Guimarães Veríssimo Serrão,(2017) Ainda a Iconologia de Aby Warburg.: as
célebres pinturas de Botticelli, Teoria da Historia da arte, Flul Letras Lisboa-
https://fenix.letras.ulisboa.pt/courses/thart-4-283923108077430/sumarios?p=5- acedido a
19-06-2020
13
Homero Moreno, El contenido mitológico en “La Primavera” de Sandro Botticelli
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10
Flora:
Quem é Flora: é a Deusa romana da primavera e das flores. Seu
nome é a origem das palavras “flor”, e também pode ser relacionado
com as palavras “prosperar”, “florescendo”, “abundante” e “fresco”
e “florescendo”. Ele também é comumente usado para designar o
reino das plantas. Ela é a responsável pela potência da natureza,
aquela que faz florir as árvores e preside a “tudo que floresce”.
Flora é uma das Deusas mais antigas e vista com muito respeito
pelo povo romano pois dela dependiam muitos outros Deuses. Era
através dela que as vinhas davam uvas fazendo Baco jorrar. Era ela
quem garantia o florescer das oliveiras, fazendo Roma prosperar. 14
Figure 9 Flora na "La Primavera"
Atributos de Flora: São muito parecidas ás de
Clóris
Grinalda de flores
Rodeada de flores
Mel
Coelhos
Lebres
Borboletas
Abelhas
Vestida com roupas leves de primavera
A segurar flores Figure 10 Pormenor do vestido de Flora
15
Clare Gibson (2020), como aprender símbolos: guia rápido sobre simbologia da arte,
Editora Senac, São Paulo.
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11
Vénus:
Atributos de Vénus16:
Rosa
Murtas
Pombas
Joias
Espelho
Cabelo ruivo
Figure 12 Vénus na "La
Primavera"
Conseguimos identificar Vénus, não só pelo cabelo ruivo, pela presença de murtas ( fig 14
e 15) ( estas estão associadas á paz pois eram utilizadas para rituais de purificação) ou pelo
facto de por cima estar cupido, seu filho, mas também pela joia que ela tem ao peito. Mas
não é apenas uma joia qualquer, existe uma teoria de que Vénus se poderá associar a duas
figuras, a celestial e a natural. Normalmente associasse esta primeira (celestial) a uma
figura nua, e a natural a uma vestida. Podemos então interligar outra pintura de Sandro
Botticelli O nascimento de venus , com esta (La Primavera) , no sentido em que na do
nascimento, Vénus aparece nua e assim intrepertariamos que seria a celestial e então, a da
Primavera a natural. Contudo, existe a hipotese destas duas estarem conectadas atraves de
um elemento que Botticeli adicionou. Mas como? Como se sabe, a Vénus deste outro
quadro nasce da espuma do mar numa concha que a leva á terra, assim, esta joia que venus
contem em primavera poderia ser uma referencia á concha e por isso á teoria de Vénus
celestial que nascera dos genitais de urano e da espuma do mar. 17
16
Andreas Prater, (2007), Venus ante el espejo: Velázquez y el desnudo, CEEH
17
Ibid, Paola Petri Ortiz, pag. 5
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12
18
Ibid Homero Moreno, pag.9
19
Ibid Vítor Manuel Guimarães Veríssimo Serrão, pag 9
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13
Cupido:
Atributos de Cupido20:
Sempre nu
Com asas
Criança
Por vezes venda nos olhos Figure 17 Cupido na "La Primavera"
Arco
Aljava cheio de setas ardentes
tocha
Cupido é também representado também como criança deste a época helenística. Mas e
porque é que está vendado? A maioria das interpretações consiste na metáfora de que o
amor é cego e que a beleza do amor pode ser encontrada em qualquer lugar e em qualquer
pessoa. O amor e a sua ideia de que nos pode atingir sem qualquer aviso prévio, e isso é
análogo ao cupido nos atingir cegamente com uma flecha. 22
Em primavera, conseguimos ver que esta personagem esta a apontar para uma das graças,
mais especificamente a graça do meio, esta graça aparece de costas para nós enquanto esta
olha fixamente para Mercúrio. Cupido ao disparar, cego, desencadeia as flechas como o
fogo da Paixão, na direção da Graça central (fig.19). Aqui emerge um princípio conversor,
em que a energia do Amor Divino desencadeia na Alma a procura da Verdade. E, de facto,
o olhar da Graça central vira-se para Mercúrio (fig 19), última figura desta historia,
mensageiro dos Deuses, líder das Graças e intérprete dos segredos, que, afastando com o
seu caduceu as nuvens da obscuridade, conduz o intelecto na contemplação da luz
escondida da Beleza intelectual. Uma tão sublime interpretação plástica do ideal do Amor
e da Beleza, tal como o concebia o Humanismo florentino, dificilmente voltaria a ser
20
cupido (mitologia) in Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2020. [consult. 2020-
06-22 19:37:20]. Disponível na Internet: https://www.infopedia.pt/$cupido-(mitologia)- acedido
a 22-06-2020
21
Ibid Homero Moreno, Pag. 9
22
Smarthistory, vídeo no youtube, disponível em
https://www.youtube.com/watch?v=qwZn852brII
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14
23
Ibid Vítor Manuel Guimarães Veríssimo Serrão, pag 9
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15
As 3 graças:
Quem são as 3 graças: De acordo com a mitologia grega, as
Três Graças são divindades da Beleza que moram no Olimpo e
oferecem felicidade aos homens e deuses. Seus nomes são:
Aglaia, Eufrosina e Tália. Simbolizam respetivamente a
claridade, a alegria e o florescer. Atribui-se às Graças influência
nos trabalhos do espírito e nas obras de arte. Fazem companhia
a Atena, Afrodite, Eros e Dionísio.
24
Bárbara Lopes Buarque (2018) , as três graças- https://www.barbaralopesart.com/post-
unico/2018/10/23/As-Tr%C3%AAs-Gra%C3%A7as- acedido a 23-06-2020
25
Nogueira, A. F. (2019). A Antiguidade Greco-Latina Na Comunicação E Na Arte
Contemporâneas -O Exemplo Das "Três Graças". Perspectivas Luso-Brasileiras Em Arte E
Comunicação, Vol 2., Pp 254, 258
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16
Ao alto, sobre a cabeça da Deusa, um cupido, que, tal como referimos anteriormente, aponta
para uma das ninfas ás cegas, que supões se que aponte para a do meio26
Se parámos para observar vemos que estas se relacionam com uma dança, conseguimos
entender isso se repararmos na forma expressiva e suave como se movimentam.
Tal como podemos observar na imagem acima (fig. 22) A Graça ao centro é, pelo seu
vestuário e ausência de adornos, a castidade (que deve corresponder, muito provavelmente
a Algalia). Vejamos a simplicidade do vestuário e a simplicidade das pregas da túnica, em
evidente contraste com as suas companheiras. Por outro lado, o rosto apresenta uma
expressão triste e melancólica enquanto a Voluptas (provavelmente a Talia) exibe vistoso
penteado, com serpenteantes tranças, uma joia sumptuosa no peito, e túnica a acentuar as
curvaturas do corpo. É a energia voluptuosa. A terceira graça, a Pulchritudo,
(provavelmente a Eufrosina) é a mais atrativa e exibe com orgulho a sua beleza. A sua joia
é mais modesta e os cabelos não esvoaçam, serpenteantes, mas exibem um penteado
cuidado menos espetacular que o da Voluptas. O facto de as Três Graças se apresentarem
vestidas com túnicas e não nuas, como acontece em pinturas de outros mestres em épocas
mais tardias, decorre uma vez mais de autores clássicos como Horácio e Séneca. A Horácio
se deve a gestualidade e o facto de não olharem, de modo exibicionista para o exterior. (Fig.
22)
As coreografias de dança podem ser alusões a literatura clássica como Séneca. Estes
atributos e gestualidade, que decorrem de fontes literárias “reforçam o sentido da acção”
(Wind). “Enquanto a “verde” Castitas e a “abundante” Voluptas avançam uma para a outra,
a Pulchritudo mantém-se pura e serena no seu esplendor, aliando-se à Castidade,
agarrando-a pela mão e unindo-se à Voluptas num gesto florido” (Wind).
Os movimentos corporais e elegantes na colocação das mãos entrelaçadas, faz com que a
mão de voluptas e pulchirblaba fiquem unidas com um formato de coroa sobre a castidade,
fazendo com que elas próprias iniciem o amor e, consequentemente, a tríade que
acompanha Vénus.
26
Ibid Vítor Manuel Guimarães Veríssimo Serrão, pag. 9
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17
A posição em que Botticelli as coloca é muito semelhante à que Séneca nos descreve, no
De Beneficiis, I, 3, 2-10, texto em que este autor apresenta algumas justificações para que
assim seja: por exemplo, as Três Graças fazem uma roda, com as mãos entrelaçadas, porque
a gentileza (ou benefício, dádiva – beneficium) forma uma cadeia que retorna a quem
começa; ou, as vestes são transparentes, porque “as gentilezas querem ser vistas”19 (I, 3,
5).27
No entanto, uma das poses mais comuns das Três Graças (e que prevalece na arte helenística
e romana, não porque fosse um cânone, como já se percebeu, mas porque, por alguma razão,
a harmonia conseguida nesta representação agradou e foi sendo perpetuada) é a que
apresenta as duas figuras da ponta a olharem de revés ou de lado, e a central de costas para
quem observa. Podem ter na mão flores ou frutos. 28
Mercúrio:
Quem é Mercúrio: Na mitologia Grega é chamado de Hermes. Este é um Deus
romano da riqueza, da sorte, da fertilidade, do sono, da magia, das viagens, das
estradas, do comercio, da linguagem e dos ladrões. É considerado o mensageiro
dos deuses (devido à sua rapidez), em especial de Júpiter, que lhe pôs
asas na cabeça e nos calcanhares, para poder executar as suas ordens ainda com
maior rapidez. Era também grande conhecedor de música. Foi ele quem roubou
os rebanhos, as armas e a lira de Apolo. 29
Atributos de Mercúrio: como foi referido a cima, este estava encarregue de levar
as mensagens aos deuses. Desta forma relutaram alguns atributos,
nomeadamente:
Bolsa
Sandálias ou Botas com asas
Capacete com asas
Caduceu
Figure 23 Mercúrio
na "La Primavera"
27
Ibid Vítor Manuel Guimarães Veríssimo Serrão, pag. 9
28
Ibid, Paola Petri Ortiz, pag. 5
29
Mercúrio (mitologia) in Infopédia . Porto: Porto Editora, 2003-2020. Disponível na
Internet- https://www.infopedia.pt/$mercurio-(mitologia)- acedido a 22-06-2020
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18
30
Os editores da Encyclopaedia Britannica, Caduceu-
https://www.britannica.com/topic/thyrsus- acedido a 22-06-2020
31
Smarthistory, pag 13
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19
O caduceu que este levanta é para dispensar as nuvens, afastando-as do éden e assim poder
chegar a primavera e por esta mesma razão consiste um símbolo de concordância da paz.
Efetivamente, com a sua aparição normalmente se vem abaixo qualquer
discordância. Foi este o deus que separou as serpentes que lutavam entre
si. Também podemos partir do principio que o afastar das nuvens se possa
interpretar como um esforço para dispensar a ignorância e aprimorar os
conhecimentos da luz. O facto de este ter uma arma mostra nos que
mercúrio igualmente nos protege dos intrusos que estão mais além do
terreno concreto e que são os nossos próprios monstros internos que
devoram e se convertem- por usar os recursos que o quadro evoca- em
ligeiras e inofensivas nuvens passageiras a aterradores furacões. Assim, é
Mercúrio que tá encargue de resguardar o jardim de Vénus desses
fenómenos que ocorram, nomeadamente, o nosso coração e as nossas
ideias32
Figure 28 tentativa de
fazer a silhueta do
Resumindo os textos de Wind e as fontes clássicas, conclui-se que Mercúrio, caduceu
o guia das Três Graças, é simultaneamente quem conduz ao mais além,
simbolizado na pintura pelas nuvens. Curiosamente, esse mais além pode ser “lido” como
a morte, identificável no seu manto pelo símbolo neoplatónico das múltiplas chamas
invertidas (divinus amator). Mercúrio assume aqui uma multiplicidade de funções e
significados que estabelecem o relacionamento não só com os grupos citados, mas também
com a deusa Vénus.
De todas estas funções, a que mais se aproxima do significado do grupo das Três Graças
será a da divindade que atinge o “mais além”. E não por acaso, Botticelli representou a
Castidade ( graça central) de costas para o observador, dirigindo o olhar para o mais além
representado no poder de Mercúrio, seu guia e companheiro. Será ele que romperá as
nuvens e permite acesso à luz divina.
“não é possível compreender totalmente a composição da pintura, nem completamente o
papel de Mercúrio, até que se observa a simetria de composição entre esta divindade e
Zéfiro”. Edgar Wind 33
Ambiente:
32
Ibid Homero Moreno, pag.9
33
Ibid Vítor Manuel Guimarães Veríssimo Serrão, pag. 9
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menos 138 espécies de plantas diferentes foram identificadas, todas retratadas com
precisão por Botticelli, talvez usando herbários. A atenção aos detalhes confirma o
compromisso do artista com esta peça, o que também é evidente na pura habilidade com
que a tinta foi aplicada. 34
As laranjas representadas na arvore também tem significado, diz se que estas estão ligados
á família Médicis, o que faz sentido, uma vez que foi essa família que encomendou a obra.
As laranjas eram chamadas de "mala medica" e acreditavam-se que tivessem propriedades
terapêuticas, então a família Médicis de Florença as adotou como parte de sua
iconografia. Médicis significa médico em italiano, e a mala medica é um jogo de palavras
perfeito que também tem significado por meio dessa conexão médica.
Também se afirma que é aos Médicis a que se deve o bosque de laranja, este, representa o
jardim de Hespérides, no entanto, costuma se falar de que as maças douradas das
Hespérides são na verdade identificadas como maças, limões ou laranjas, pois a palavra
latina pomum é um nome genérico para fruta.
Para além disso, a laranja são um emblema dos Médicis devido ás frutas douradas que
rodeavam as esferas de escudo da família. Também se pode considerar um jogo de palavras,
mais especificamente entre nome latino da planta cítrica Citrus Medica e os Médicis. 35
34
Ibid La Gallerie Degli Uffizi, pag.5
35
Ibid, Paola Petri Ortiz, pag. 5
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Conclusão:
Após a conclusão deste trabalho fui capaz de entender que por mais que a obra ainda tenha
o seu significado complexo da sua composição como mistério, a pintura é uma celebração
de amor, paz, prosperidade e um ligar capaz de nos deixar a interpretar o que queremos,
claro, baseando os factos que nos permitam interpretar de forma correta, ou seja com base
em fatos, argumentos, neste caso atributos, iconografia e iconologia. Assim, somos capazes
de elevar a arte a um patamar muito maior, permitindo disfrutar a obra de formas diferentes.
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22
Bibliografia:
Andreas Prater, (2007), Venus ante el espejo: Velázquez y el desnudo, CEEH~
Gibson. C (2020), como aprender símbolos: guia rápido sobre simbologia da arte, Editora
Senac, São Paulo.
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23
https://www.academia.edu/31388943/La_Primavera._Sandro_Botticelli._An%C3%A1lisis_ic
onogr%C3%A1fico – ACEDIDO A 18-06-2020
Pinto. A ; Meireles. F ; Cambotas M; (2019), Ideias & Imagens, História da Cultura e das
artes 10º na, Porto Editora, pp. 228-230
PÁGINA 23