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Ação
1. O título – Os Maias
1.1. As três gerações
1.2. A intriga secundária e a intriga principal
1.3. A crónica de costumes e a intriga principal
1.4. A estrutura trágica
Nos primeiros capítulos da obra, através de uma longa analepse, o narrador faz
a descrição exaustiva do Ramalhete, a residência do protagonista, Carlos da Maia, em
Lisboa, situada nas Janelas Verdes (Santos-o-Velho). É o primeiro contacto com a
família Maia: ficamos a conhecer, em traços largos, Caetano da Maia e seu filho,
Afonso da Maia (avô de Carlos) cujas ideias liberais são contrapostas ao
conservadorismo da família e da mulher (Maria Eduarda Runa); segue-se a história da
partida da família para Londres, da educação de Pedro da Maia, filho do casal, do
casamento deste com Maria Monforte (a “negreira”) e do suicídio de Pedro após a fuga
da mulher que o abandona, levando consigo a filha e deixando-lhe o filho, Carlos, cuja
educação vai ficar a cargo do avô, Afonso.
Os Maias
Caetano da Maia
A estrutura trágica
O incesto
“[…] Em Os Maias, de Eça de Queirós, o incesto entre Carlos e Maria Eduarda conduz à
2. As corridas no hipódromo
[pp. 312 – 341]
•Visão caricatural da sociedade lisboeta, que Ega pretende traçar na sua comédia com o
significativo título O Lodaçal.
•Critica-se a imitação inadequada de modas estrangeiras que dão a todo o evento um ar
de provincianismo snob.
4.2. A Tarde
[pp. 571-579]
Quando, mais tarde, Ega vê Dâmaso com Raquel Cohen, desejando vingar-se, manda
publicar a carta de Dâmaso no jornal A Tarde.
A sua visita à redação deste jornal é oo momento em que se evidenciam os vícios mais
degradantes do jornalismo nacional: a parcialidade e a dependência política em troca de
contrapartidas económicas.
Personagens
1. As personagens da intriga
• Afonso da Maia
• Maria Eduarda Runa
• Pedro da Maia
• Maria Monforte
• Carlos da Maia
• Maria Eduarda
• João da Ega
• Guimarães
Pedro da Maia
Filho de Afonso e Maria Eduarda Runa, criado num ambiente beato, teve como tutor o
padre Vasques. Com uma aparência frágil, demonstra, desde muito novo, instabilidade
emocional e uma índole nervosa.
Quando conhece Maria Monforte, apaixona-se profundamente e, contra a vontade do
seu pai, casa com ela. Desta união nascem duas crianças: Maria Eduarda e Carlos Eduardo.
A sua esposa enamora-se de um napolitano, Tancredo, com quem acaba por fugir,
levando a filha do casal.
Desesperado, Pedro retorna a casa do seu pai, com o seu filho, Carlos. Nessa noite, suicida-
se.
Maria Monforte
É conhecida em Lisboa como a “negreira”, alcunha pejorativa que lhe foi atribuída pelo
facto de o seu pai ter sido comandante de um navio de transporte de escravos. É uma mulher
fútil, sensual e deixa-se influenciar pela literatura romântica que contribui, em grande parte,
para o seu carácter romanesco.
Carlos da Maia
Protagonista da obra é um cosmopolita. Destaca-se pela sua sensualidade e pelo bom
gosto, gostando de se rodear de luxo. Por onde passa, suscita paixões, acabando por se tornar,
em Lisboa, amante da condessa de Gouvarinho. Inevitavelmente, porém, virá a apaixonar-se
por Maria Eduarda. Apesar de ter sido educado para ser capaz de enfrentar todas as
contrariedades, a sua vida fracassa em grande parte: absorvido por uma vida social e amorosa
que o levará à perda das suas motivações adota o diletantismo e o dandismo como formas de
vida, dispersando-se por inúmeros interesses (as armas, os cavalos, o bricabraque, a literatura,
a medicina), mas sempre apenas pelo prazer e pelo gosto dos ambientes sofisticadamente
elegantes e requintados.
Maria Eduarda
Frequentemente associada a uma deusa, pela sua beleza e elegância, entra na sociedade
lisboeta pela mão de Castro Gomes, de quem é amante. Tem uma filha, Rosa, de uma relação
anterior com Mac Gren, e acabará sendo Madame de Trelain, no final da obra.
João da Ega
É o companheiro e confidente de Carlos da Maia e o responsável pela sua apresentação
à sociedade lisboeta. Tal como Carlos, é um dândi e um diletante, sendo, no entanto, muito
Raquel Cohen
Mulher romântica que, embora amando o marido, se entrega com paixão a uma relação
adúltera com Ega.
Jacob Cohen
Diretor do Banco Nacional, Jacob é o marido de Raquel Cohen. Homem muito influente,
prepotente, demonstra ser cínico e indiferente ao destino do país.
Craft
Ega apresenta-o a Carlos da Maia.
Esta personagem representa o ideal do homem. É um inglês rico e culto, que usufruiu,
tal como Carlos, de uma educação britânica. “Afonso […] começara logo a sentir uma estima
elevada por aquele gentleman de boa raça inglesa […] cultivado e forte, de maneiras graves, de
hábitos rijos, sentindo finamente e pensando com retidão.”[p. 186]
“Madrugador”, “grande no xadrez”, Afonso considera-o “deveras um homem”. [p. 186]
Cruges
Maestro e pianista, Cruges é amigo de Carlos como o fora, anteriormente, da sua mãe,
Maria de Monforte. Íntimo do Ramalhete, é, de acordo com a obra, “um diabo adoidado,
maestro, pianista, com uma pontinha de génio”. Possui uma “grenha crespa que lhe ondulava
até à gola do jaquetão”.
Apesar da genialidade que lhe reconhecem, mostra-se desmotivado, pois não encontra
na sociedade lisboeta quem se interesse pelo seu trabalho. Diz ele: “Se eu fizesse uma boa
ópera, quem é que ma representava?”
Dâmaso Salcede
Fisicamente gordo e balofo, provinciano, mesquinho, bajulador e cobarde é a
personagem mais repugnante da obra. Simboliza o que há de pior na sociedade portuguesa da
época: tem uma visão deturpada da vida e de si próprio, defende valores sociais imorais, não
respeitando os outros nem se fazendo respeitar.
Eusebiozinho
Influenciável, cobarde e fraco, socialmente ignorado, personifica as vítimas da educação
à portuguesa tradicional, norteada por uma moralidade caduca e retrógrada.
Palma Cavalão
Proprietário do jornal A Corneta do Diabo, representa o jornalismo imoral, corrupto, de
escândalo. Cria e elimina artigos por dinheiro. É baixo, gordo e sem caráter.
Conde de Gouvarinho
Ministro e par do Reino, membro da nobreza, revela-se nostálgico, misógino, inculto,
demonstrando consequentemente a incompetência dos políticos.
Guimarães
Tio de Dâmaso que conhecera a mãe de Carlos em Lisboa. É ele quem entrega a Ega a
caixa que contém os documentos reveladores da verdadeira identidade de Maria Eduarda,
desencadeando, assim, a desgraça que se abate sobre a família Maia.
Sousa Neto
Representante da administração pública, Sousa Neto é um figurante e personagem-tipo
da burocracia. “Oficial superior de uma grande repartição do Estado”, “Da Instrução Pública”,
revela falta de cultura e mediocridade intelectual. O narrador, ironicamente, apresenta-o
“cheio de curiosidade inteligente”a perguntar a Carlos da Maia se “em Inglaterra havia
tambémliteratura”.
Não é capaz de ter um diálogo consequente, quer devido à falta de conhecimentos sobre
personagens e temas da época, como Proudhon e o socialismo utópico, quer por formação
preconceituosa e ignorância que o leva a afirmar (acerca das “páginas de Proudhon sobre o
amor”) que não sabia “que esse filósofo tivesse escrito sobre assuntos escabrosos”.
Steinbroken
Steinbroken é apresentado como conde, diplomata e ministro da Finlândia. Torna-se
amigo de Afonso da Maia e íntimo do Ramalhete depois de pretender alugar umas cocheiras e
de as ter recebido como oferta.
Steinbroken é um homem “muito fino, um gentleman, entusiasta da Inglaterra, grande
entendedor de vinhos, uma autoridade no whist.”; é também especialista em canto, como
todos os da sua família, e “levara parte da sua carreira ao piano”. No fim da obra, Carlos da
Maia é informado por Ega que Steinbroken se tornou “Ministro em Atenas”, na Grécia.
Espaço
1. Espaço físico
2. Espaço social
Sintra
[pp. 218-251]
Local idílico surge como contraponto à urbanização de Lisboa. Para as classes altas do
século XIX representava o ócio, o contacto com a Natureza.
Maria Eduarda visita Sintra na companhia de Castro Gomes e de Dâmaso. Tomando
conhecimento desse facto, Carlos convida Cruges para um passeio a esse local. Contudo, não
consegue encontrá-la.
Lisboa
Local onde o ócio e a degradação moral imperam, Lisboa é o símbolo da decadência
nacional.
Portugal, simbolizado através da sua capital, é um país culturalmente estagnado e
politicamente amorfo.
Os espaços mais relevantes da cidade são o cenário d’Os Maias: o Aterro, o Teatro da
Trindade, o S. Carlos, o Hipódromo, o Hotel Central e o Hotel Aliança.
Depois de uma viagem pela Europa, após a conclusão do curso de Medicina, Carlos
regressa a Portugal e instala-se no Ramalhete, propriedade da sua família nesta cidade.
A Vila Balzac
A “Vila Balzac”, situada na Graça, é a casa e o retiro amoroso de Ega.
A denominação que Ega dá a este local reflete a sua dualidade literária e a sua
personalidade contraditória pois, tal como o escritor francês, também este se divide entre o
Romantismo e o Realismo.
A cor predominante do interior da casa é o vermelho, o que denuncia a dimensão
dissoluta da vida de Ega.
A ausência de decoração na sala remete para a faceta intelectual desta personagem.
Tempo
Educação
Um dos temas mais marcantes n´Os Maias é a educação.
Ao longo da obra vemos o contraponto entre dois tipos de educação:
• educação portuguesa;
• educação inglesa.
EQUILÍBRIO CLÁSSICO