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Fichamento Quentin Skinner – cap.

3 O teórico da liberdade

Um príncipe não pode ser


cruel em demasia, pois isso
pode garantir-lhe soberania,
mas

Um príncipe
não pode ser
cruel em
demasia, pois
isso pode
garantir-lhe
soberania,
mas
Um príncipe não pode ser cruel em demasia, pois isso pode garantir-lhe
soberania, mas não a glória. No entanto, por diversas vezes o será necessário
ser. Como agir frente a isso? Parecendo ter as qualidades necessárias de um
príncipe, sendo um grande simulador e dissimulador. Cícero, assim como os
moralistas, acreditavam que não se pode chegar a glória duradoura através da
hipocrisia, e condenavam este ato. Mas novamente Maquiavel o defendia, e
não só isso: dizia que é fácil um príncipe manter sua hipocrisia, já que 1) a
mentalidade dos cidadãos é simples, e tendem a acreditar no que veem e 2)
que para avaliar um príncipe até os mais sagazes são forçados a acreditar no
que veem, já que poucos conhecem ou convivem com o príncipe em sua
intimidade.Sobre a liberalidade: este constitui um vício e não uma virtude. O
príncipe deve agir a princípio com avareza, pois aos poucos o povo verá sua
liberalidade. Cícero, por sua vez, pensava que a avareza é o pior vício que um
príncipe pode ter.Para Sêneca, o príncipe deve ser muito clemente e
demonstrá-lo, mostrando o quando não gosta de fazer as punições e o quanto
foram graves os delitos que a motivaram. Novamente Maquiavel discorda,
dizendo que nem sempre a clemência levará a cidade à ordem, e que muitas
vezes evitar ser cruel no início causará em ser bem mais cruel depois, ou então
à ruína.
Discordam também quando ao temor: para Cícero, é melhor ao príncipe ser
amado do que temido, ao que para Maquiavel, é mais seguro ser temido que
amado. Ainda para Maquiavel, mesmo que todas as características boas sejam
de fato parte da virtù, e que um governante que as despreze caia em vícios, ele
não deve temer ter esses vícios se eles o ajudarem a governar. Cícero dizia
que a circunspecção (ato de saber ser prudente e sábio) era a característica
essencial. Mas Maquiavel reagia com indiferença, falando que se o príncipe
puder evitar seus vícios é melhor, mas se não o puder deve passar por cima
deles sem se preocupar.

AS LEIS E A LIDERANÇA

‘’(...) não é demais esperar que, de tempos em tempos, uma cidade possa ter
boa Fortuna de encontrar um líder cujas ações, como as de um grande pai
fundador, exibam um alto grau de virtú espontânea.’’ (p.81). Isto é, mesmo que
as circunstâncias da cidade estejam corrompidas em determinado momento,
Maquiavel declara que o príncipe pode agir sem ‘’maldade’’ ou sem a
‘’necessidade de manipular’’ determinado meio. Se existisse essa cidade sem
estar arruinada de corruptos e corrompidos, o resultado seria uma república
eterna.
Dessa forma, como se tem mais dificuldade de gerar cidadãos e líderes com a
virtú espontânea, a maneira mais eficiente de conduzi-los a agirem de forma
virtuosa é criar-lhes o medo.

A PREVENÇÃO DA CORRUPÇÃO
‘’

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