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Roteiro 

para Visita Domiciliar e Entrevista Familiar 
O  roteiro para a  visita domiciliar e as orientações dos registros a serem realizados, a seguir  apresentado, deve 
ser apenas um guia que deve ser ajustado a cada situação particular. 
Informações para antes da visita domiciliar: 
● Ir  alimentado  e tendo  bebido  água  antes  para  evitar tais  necessidades  (evita  dar  trabalho  e  despesas  às 
famílias; evita também outros constrangimentos à família). 
● Colher  dados  dos  profissionais  que  compõem  a  Equipe  de  Saúde  que  acompanha  a  família   (nome  do 
médico, enfermeiro, agente, etc.);  
● Saber o objetivo do Trabalho do Agente de Saúde (Entrevista antes de ir a casa da família); 
● Descrição detalhada do motivo das visitas domiciliares (por que o agente de saúde visita aquela família e o 
que/quem  ele  acompanha  na   família).  Há  quanto  tempo  acompanha  a  família a ser  visitada?  Quando a 
visitou pela última vez? 
Atitudes Básicas na Visita Domiciliar: 
1. Apresentar­se.  Explicar  que  está  fazendo  um  trabalho  junto  à  Equipe  de  Saúde  com   o  objetivo   de 
conhecer as famílias acompanhadas por ela. 
2. Usar  uma  linguagem  simples,  não  muito  formal  e  nem   íntima.   Procurar  deixar a  família  bem  à vontade, 
permitindo às pessoas falarem, mas conduzir delicadamente o assunto.  
3. Respeitar  as  opiniões,  comportamentos,  traços  culturais e conhecimentos  da família. Não  demonstrando 
surpresa   ou  desaprovação.  Não  procurando  corrigir  ninguém   (quando  necessário,  apresentar 
discretamente ao Agente de Saúde). 
4. Anotar  apenas  o  necessário,  explicando  que   anota  as  informações   da  família. As  anotações  devem  ser 
como rascunho, deixando para após a visita a realização do relatório final. 
5. Não  prometer ajuda de  qualquer  forma (quando interessado, após a  visita, conversar com o Agente de 
Saúde e o professor sobre o assunto). 
6. Não aceitar quaisquer benesses. 
7. Quando  estiver   com  alguma  dúvida  ou   não  souber  responder  a  alguma  pergunta,  solicitar  a   ajuda  do 
Agente  de Saúde. Enfatizar  que ainda não é  médico e que o Agente de Saúde poderá levar  as dúvidas ao  
médico. 
 
O Registro de Dados ou Informações: 
Obs.: estas informações não precisam ser colhidas na ordem apresentada abaixo. 
1. Dados de identificação:  
a. Data;  hora  de  início e  de  término da  visita; Preecher CADASTRO  INDIVIDUAL  e DOMICILIAR do 
E­SUS; 
b. Nome do usuário entrevistado; 
c. Endereço completo com ponto de referência no bairro; 
d. Identificação dos componentes do domicílio (CADASTRO INDIVIDUAL); 
e. Descrição do domicílio (CADASTRO DOMICILIAR); 
f. Dados de Morbidades (CADASTRO INDIVIDUAL). 
2. Dados observacionais (descritivos) da família e dos sujeitos visitados: 
a. Retratos  dos  sujeitos: aparência física; maneira de  vestir; estilo  de falar  e agir (procurar aspectos 
particulares das pessoas que as diferenciem); 
b. Descrição do  espaço  físico  (usar  desenhos  a lápis  do espaço e  do  arranjo  da mobília ­ descrição 
usando TODOS os  sentidos; outra  opção seria fotografar  (com  a devidia autorização  da  família ­ 
TERMO  DE  IMAGEM)  para  depois  fazer  esta  descrição  por  escrito   ­  OBJETIVO:  ter  uma 
compreensão  se  o  ambiente  do  domicílio  oferece  riscos  ou  é  de  alguma  forma  insalubre  em 
termos que afete a saúde daquelas pessoas; 
c. Relato  de  acontecimentos  particulares; listagem  de quem  esteve  envolvido  no acontecimento,  de  
que maneira e qual  a natureza  da ação ­  POR EXEMPLO: acidentes  domésticos; problemas  com 
infestações (ratos,  escorpiões, etc).; casos de violência (tiros em paredes), ou ainda que envolvam 
pessoas específicas como queda de idosos. 
3. Dados sobre como está a saúde dos familiares: 
a. Condições ou Situações de Saúde que a prórpia família identifica: 
i. Reconstrução  dos  diálogos:  conversas  e  depoimentos  (usar  paráfrases  e  citações  na  
íntegra); 
ii. Questionário Auto­referido de Condições ou Situações de Saúde. 
4. Dados sobre o que estão fazendo em relação aos problemas de saúde apresentados: 
a. Descrição detalhada de atividades e de comportamentos; 
b. Perguntar sobre freqüência às consultas médicas, hospitalizações, morte na família. 
5. Dados sobre o serviço de saúde oferecido à comunidade: 
a. Reconstrução  dos  diálogos:  conversas e depoimentos (usar paráfrases e citações na  íntegra) com 
foco no serviço da Atenção Primária; 
HISTÓRIA DA DOENÇA DO PACIENTE EM FOCO NA FAMÍLIA* 

HISTÓRIA DA DOENÇA / PROBLEMA 
1. Quanto tempo você está com este problema?  
2. Como foi a primeira vez que percebeu isso?  
3. Como a família e amigos reagiram às mudanças que você estava passando?  
4. Quem primeiro sugeriu que você procurasse ajuda médica?  
5. Quantos médicos e outros profissionais da saúde estiveram envolvidos no seu atendimento? Como 
elas foram úteis? Não foram úteis?  
6. Que testes ou procedimentos foram necessários para diagnosticar este problema? Você já foi 
internado? Quais medicamentos está tomando?  
7. Qual o seu entendimento sobre o estado atual da sua saúde?  
IMPACTO DA DOENÇA SOBRE O INDIVÍDUO  
1. Como seu funcionamento/atividades diário mudou?  
2. O que você mais sente falta de antes de você estar doente?  
3. O que você aprendeu com essa doença que tem sido útil para você?  
4. O que você acha que vai acontecer com a doença no futuro?  
5. Como sua visão do futuro mudou?  
6. O que você espera?  
IMPACTO DA DOENÇA SOBRE A FAMÍLIA  
1. Que mudanças ocorreram na família desde que a doença começou?  
2. Como os membros da família lidam com essa dificuldade?  
3.  Você fala sobre a doença como a família? 
4. Quem tem sido mais afetado? ​Menos afetados?  
5. Quem tem a maior responsabilidade de cuidar do familiar doente? ​Como é que o principal cuidador 
obtém suporte?  
6.  ​Em geral, como vocês apóiam um ao outro? Como vocês expressam emoções?  
7. Será que essa experiência lembra você ou sua família de outras dificuldades que a família tinha 
enfrentado?  
8. Como você se sente com o modo que a família está lidando? Existe alguma coisa que a família 
poderia fazer diferente?  
SIGNIFICADO DA DOENÇA E OS RECURSOS DA FAMÍLIA  
1. Porque você acha que a doença tem ocorrido?  
2. Quanto tempo você acha que isso vai durar?  
3. Há momentos em que a doença parece mais forte do que você ou a família? Há momentos em que 
você ou a família parece ​mais forte do que a doença? 
4. Você ou sua família têm crenças religiosas ou espirituais sobre esta doença? ​Em caso afirmativo, 
quais são eles?  
5. Quais são os pontos fortes de sua família? ​O que mantém você animado?  
 
*Modifcado de David Hatem, MD, Workshop, International Conference on Communication in Health Care, 
Chicago, Illinois, October 2005. 
Fonte: Kathleen A. Culhane­Pera, Jeffrey M. Borkan. ​Multicultural Medicine​. In: Walker P, Barnett E, editors. 
Immigrant medicine. Philadelphia: Saunders; 2007. 
 
 
 
 
 
 
 

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