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Instituição: Faculdade Nove De Julho

Disciplina: Estágio Profissionalizante Supervisionado - Intervenções Clínicas


Docente: Camila Machado De Oliveira
Discente: Ana Vitória Dias Bassan

FICHAMENTO DE RESUMO
Referência

D.W WINNICOTT. Tudo começa em casa. Trad Paulo Sandler. 1ª edição. UBU
Editora, 2021. E-book.

O presente fichamento abordará as questões mais relevantes, em formato de


resumo, do capítulo 1 (O conceito de indivíduo saudável) do livro “Tudo começa
em casa” do pediatra e psicanalista Winnicott.

O objetivo do capítulo 1 é abordar de maneira aprofundada e detalhada ao longo


do texto sobre a saúde, desde a saúde do bebê até a saúde do indivíduo adulto,
passando por elementos do id e do ego, pelo conceito de maturidade, de dependância,
questões sociais, entre outras coisas.

O texto se inicia com o autor dizendo que não é possível avaliar o indivíduo sem
levar em conta o seu lugar na sociedade, e juntamente disso, faz uma conexão com o
conceito de maturidade individual.

A maturidade individual direciona rumo á independência, mas não se


desvencilhando completamente, pois o autor afirma que 100% de independência
seria prejudical, podendo o indivíduo ficar isolado a ponto de se sentir solitário e sem
vulnerabilidade. “Se há vida, há dependência, seja da família, de uma clínica
psiquiátrica, uma enfermeira, entre outros”.

Ao longo do texto, o autor detalha mais a questão de saúde associando ela a


maturidade, onde conceitua a saúde como a maturidade que o indíviduo possui, ou
seja quanto mais maturidade adquirir, passando pelas fases de desenvolvimento de
forma suficientemente boa, mais saudável ele será.

É importante ressaltar que o ambiente suficientemente bom começa com a alta


adaptação da mãe ás necessidades do indivíduo ainda bebê, o que é facilitado pelo
que o autor chama de “preocupação materna primária”.

O autor descreve a mãe saudável como aquela que ao longo do tempo diminui a
adaptação de acordo com as necessidades que o bebê apresenta, o incentivando a
experimentar reações frente á frustação.

Um conceito importante que o autor traz ao longo do texto, é sobre o trauma, que
segundo ele, significa a “quebra de continuidade na existência de um indivíduo”,
continuidade no sentido de existir do self, de se sentir real, de ser, o que pode se
estabelecer ao longo do tempo, como uma característica da personalidade do
indivíduo.
Ao longo do texto, é visto sobre o ambiente facilitador, aonde é enfatizada a
importância da inclusão das funções paternas, que complementam as funções da mãe,
categorizando a função da família, de maneira complexa á medida que a criança
cresce, introduzindo o princípio de realidade, ao mesmo tempo em que é permitido a
criança viver a sua fase de criança.

Em relação ás zonas erógenas, que são indispensáveis quando se fala em fases do


desenvolvimento, é importante ressaltar que desde a primeira metade do século de
Freud, toda declaração de saúde precisava ter base no estágio que o id se encontrava,
de acordo com a predominância das zonas erógenas, o que permance sendo válido.

A hierarquia das zonas erógenas se iniciam com a predominância oral, após anal,
seguida pela uretral, onde em sequência vem o estágio fálico/exibicionista, e por fim
a fase genital, na qual a fantasia inclui todas as coisas que pertencem ao sexo adulto,
passando pelas zonas érogenas e se desenvolvendo, a criança saudável atinge o
período de latência (estágio de desenvolvimento psicossexual).

Prosseguindo com a fase das zonas érogenas, o desenvolvimento, é importante


citar sobre a etapa da adolescência, onde alguns pais encontram dificuldades e
desafios com seus filhos, sendo considerado algo comum da idade, mas é importante
ressaltar a ideia que é suscitada no capítulo, onde “o adolescente não deve ser curado
como se fosse um doente”, sendo uma parte importante da avaliação da saúde, o que
não anula o fato de que possa surgir doenças no período da adolescência.

Em relação á imaturidade vivenciada de forma mais intensa na adolescência, o


autor descreve que ocorre “uma desilusão pessoal com o mundo dos adultos, que lhes
parece essencialmente um mundo de compromissos, de falsos valores e de
digressões¹ infinitas em relação ao tema central”.

Ainda sobre a adolescência, quando esse estágio é finalizado, os adolescentes


passam por uma fase de começarem a se sentir reais, adquirindo um senso de self e
senso de ser, o que o autor define como “saúde”, e completa dizendo “Do ser vem o
fazer, mas não pode haver fazer antes do ser”.

Ao longo do aprofundamento das ideias no capítulo, o autor explica que quando


há imaturidade na vida instintiva, há riscos de ocorrerem doenças na personalidade,
no caráter ou no comportamento do indivíduo.

Na questão do indivíduo na sociedade, é concebida a ideia de que o principal para


obter saúde, é que o homem ou a mulher sintam que estão vivendo a própria vida,
assumindo responsabilidades pelas ações e não ações, que tenham a capacidade de
assumir o crédito pelo sucesso e culpa pelos erros e falhas, assim de maneira
resumida, é como se o indivíduo estivesse passando da dependência para a
independência ou para a autonomia.

Retomando a fase do bebê, agora na questão social, o ambiente que proporciona


um segurar (“holding” em termos Winnicottianos), bom o suficiente, é onde o bebê é
capaz de realizar o ”desenvolvimento pessoal de acordo com suas tendências
herdadas”, resultando na continuidade da sua existência, que se transforma em senso
de existência, de self até chegar na autonomia.

Dentro dos primeiros estágios de desenvolvimento, é importantíssimo reforçar a


importância da integração, que é o que leva o bebê “a uma categoria pessoal unitária,
ao pronome pessoal “eu”, ao número um”, o que torna possível o “eu sou” que dá
sentido ao que o indivíduo realiza. No quesito saúde, aqui ainda cabe citar o que
autor coloca como um fato, sendo o contínuo desenvolvimento emocional um indício
de saúde, em sua visão.

Pensando na integração, é importante olhar também para o fenômeno da


desintegração que geralmente se apresenta na doença esquizoide, onde a organização
patológica de defesas no indíviduo é projetada para alertar justamente sobre o que
está ocorrendo, a desintegração (a desconexão com o próprio corpo, com o self, o
“eu”).

Falando sobre a parceria psicossomática, o autor expõe a ideia de que o uso do


corpo e de suas funções são desfrutadas de maneira ideal por por crianças e
adolescentes. Sobre o processo de relação de objeto, o autor explica que pode ser
encarada do mesmo jeito que a coexistência psicossomática. Nessa relação, o
processo de amadurecimento traz um impulso ao bebê a se relacionar com objetos, e
isso só pode ocorrer quando o ambiente fornece segurança e é suficientemente bem
apresentado ao bebê.

Rumo ao fim do capítulo, é apresentada a ideia das três vidas que a pessoa
saudável experimenta, sendo a primeira a vida no mundo, onde as relações
interpessoais constituem auma chave até mesmo para o uso do ambiente humano. Na
segunda, apresenta-se a vida da realidade psiquíca pessoal (interna), aqui a riqueza
está relacionada com aquilo que a pessoa carrega por dentro, sua profundidade,
ficando ainda mais interessante com criatividade, com sonhos. E a terceira vida esta
relacionada á área de experiência cultural, que está presente desde as primeiras
brincadeiras com a criança que a conduz á um domínio de herança humana,
incluindo artes, história, ente outros. Essa terceira vida é “parte da realidade
compartilhada”.

Por fim, o próprio autor compartilha suas conclusões resumidas, sendo as mais
importantes, o conceito de saúde como ausência de doença psiconeurótica, o vínculo
da saúde e amadurecimento que resultam na maturidade, a importância dos processos
de amadurecimento referentes ao ego, os conceitos de integração, parceria
psicossomática e relação do objeto, relatar os que conseguem alcançar a saúde apesar
das primeiras desvantagens, a nomeação das três áreas que o ser humano vive e o
autor fecha com a ideia de que não é somente a sociedade que depende das saúde dos
membros para ser saudável, mas também os seus padrões são uma duplicação dos
padrões daqueles que a compõem.

¹: Ato ou efeito de se afastar, ir para longe do lugar onde estava; divagação, etc.

Palavras Chaves: Saúde; Indivíduo; Desenvolvimento; Ambiente; Dependência.

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