Você está na página 1de 13

SETOR MINERAL

1. Estrutura institucional do setor mineral brasileiro

A produção mineral brasileira é, toda ela, oriunda da iniciativa privada. Última empresa
estatal: Vale do Rio Doce, privatizada em 1979. Hoje Vale.

Apesar da produção mineral ser privada, o bem mineral pertence à União, de acordo
com a Constituição Federal de 1988. Por ser bem da União, a extração do minério pela
iniciativa privada se dá por meio de uma concessão, permissão ou licença, dependendo
do regime em que se dará a extração.

Cabe à União o estabelecimento das políticas para o setor, a gestão dos recursos
minerais, a normatização, a fiscalização da atividade e o conhecimento geológico do
território nacional.

Principais órgãos do setor mineral

 Ministério de Minas e Energia (1960)

Tem como competências estabelecer políticas nacionais de geologia, de exploração e de


produção de recursos minerais e energéticos; a política nacional de mineração e
transformação mineral; Ademais, é responsável por instituir diretrizes para o
planejamento dos setores de minas e de energia; diretrizes para as políticas tarifárias -
elaboração e aprovação das outorgas relativas aos setores de minas e energia;

 Agência Nacional de Mineração

Tem como funções básicas o planejamento da exploração mineral e o aproveitamento


dos recursos minerais, assegurando, controlando e fiscalizando o exercício das
atividades de mineração, além de regular o uso dos recursos minerais de domínio da
União, observando a utilidade pública e o interesse nacional, garantindo racionalidade
do aproveitamento dos bens minerais, da concessão do subsolo, reparabilidade
financeira e estrutural à sociedade e a sustentabilidade do meio ambiente.

 Instituto Brasileiro de Mineração

Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) -  Vinculado à Presidência da


República, possui a atribuição de propor ao Presidente da República políticas nacionais
e medidas para o setor.

2. Tributação
Os recursos minerais são bens públicos de propriedade do Estado e para conceder o
direito de uso exclusivo de bens minerais de sua propriedade, o Estado exige, como
contrapartida, pagamento por esse direito.

Esses tributos específicos sobre as atividades de mineração variam de acordo com a


etapa do empreendimento e são arrecadados nas esferas federal, estadual e municipal.
Ressaltam-se ainda os encargos para o licenciamento ambiental, etapa crucial para o
início ou continuidade das atividades minerárias.

Na esfera federal, a maior quantidade de tributos exclusivos da mineração é na fase de


pesquisa, e todos de responsabilidade da ANM.

De competência estadual, além do ICMS incidente para qualquer mercadoria e serviço,


existe a TFRM1 exclusiva para mineração.

 A CFEM

A CFEM (Compensação Financeira pela Exploração Mineral), estabelecida pela


Constituição de 1988, em seu Art. 20, § 1º, é devida aos Estados, ao Distrito Federal,
aos Municípios, e aos órgãos da administração da União, como contraprestação pela
utilização econômica dos recursos minerais em seus respectivos territórios.

Possui natureza de royalty. Não é um tributo. É uma compensação. O recurso utilizado


deve ser voltado para a preservação ambiental e do desenvolvimento local.

A compensação é dividida entre União (10%), Estados (15%) e municípios (75%, sendo
60% para os municípios onde ocorrer a produção e 15% para aqueles que são afetados
pela produção) (Lei 13.540/2017). Os recursos são preferencialmente aplicados em
projetos que, direta ou indiretamente, revertam em prol da comunidade local, na forma
de melhoria da infraestrutura, da qualidade ambiental, da saúde e educação.

1
A TFRM tem como finalidade custear as atividades dos órgãos públicos que atuam junto ao setor de
mineração, e foi regulamentada pelo Decreto 45.936, de 24 de março de 2012.
Compete à ANM baixar normas e exercer fiscalização sobre a arrecadação da
Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais - CFEM.

São obrigadas ao pagamento da CFEM as seguintes pessoas jurídicas ou físicas:

I - o titular de direitos minerários que exerça a atividade de mineração;

II - o primeiro adquirente de bem mineral extraído sob o regime de permissão de lavra


garimpeira;

III - o adquirente de bens minerais arrematados em hasta pública; e

IV - a que exerça, a título oneroso ou gratuito, a atividade de exploração de recursos minerais


com base nos direitos do titular original.

As alíquotas da CFEM observam o limite de 4% e incidem:


I - na venda, sobre a receita bruta da venda, deduzidos os tributos incidentes sobre sua
comercialização;
II - no consumo, sobre a receita bruta calculada, considerado o preço corrente do bem mineral,
ou de seu similar, no mercado local, regional, nacional ou internacional, conforme o caso, ou o
valor de referência, definido a partir do valor do produto obtido após a conclusão do respectivo
processo de beneficiamento; 
III - nas exportações, sobre a receita calculada;
IV - na hipótese de bem mineral adquirido em hasta pública, sobre o valor de arrematação; ou
V - na hipótese de extração sob o regime de permissão de lavra garimpeira, sobre o valor da
primeira aquisição do bem mineral.

Alíquota de Alíquota de Alíquota de Alíquota Alíquota de 1%


3,5% 3% 2% de 1,5%

Rochas, areias, cascalhos, saibros


Bauxita, Diamante e e demais substâncias minerais
manganês, demais quando destinadas ao uso
Ferro Ouro
nióbio e sal- substâncias imediato na construção civil;
gema. minerais. rochas ornamentais; águas
minerais e termais.

O pagamento da Compensação Financeira é efetuado mensalmente, até o último dia útil


do segundo mês subsequente ao fato gerador, devidamente corrigido.

Distribuição da arrecadação da CFEM

A distribuição da CFEM será feita de acordo com os seguintes percentuais e critérios:


I - 7% (sete por cento) para a entidade reguladora do setor de mineração;
II - 1% (um por cento) para o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(FNDCT);
III - 1,8% (um inteiro e oito décimos por cento) para o Centro de Tecnologia Mineral (Cetem);
IV - 0,2% (dois décimos por cento) para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama), para atividades de proteção ambiental em regiões impactadas pela
mineração;
V - 15% (quinze por cento) para o Distrito Federal e os Estados onde ocorrer a produção;
VI - 60% (sessenta por cento) para o Distrito Federal e os Municípios onde ocorrer a
produção;
VII - 15% (quinze por cento) para o Distrito Federal e os Municípios, quando afetados pela
atividade de mineração e a produção não ocorrer em seus territórios, nas seguintes
situações:
a) cortados pelas infraestruturas utilizadas para o transporte ferroviário ou dutoviário de
substâncias minerais;
b) afetados pelas operações portuárias e de embarque e desembarque de substâncias
minerais;
c) onde se localizem as pilhas de estéril, as barragens de rejeitos e as instalações de
beneficiamento de substâncias minerais, bem como as demais instalações previstas no
plano de aproveitamento econômico;

A CFEM em Minas Gerais

Dos 853 municípios de Minas Gerais, 480 arrecadam a CFEM por exercerem atividades
de produção mineral. Dentre esses, os que mais recolhem estão, em sua maioria, no
Quadrilátero Ferrífero, região de Belo Horizonte, seguida pelas regiões Barbacena e
Ipatinga.

Existem ainda os municípios que arrecadam CFEM por serem afetados pela mineração.
No período de junho de 2018 a abril de 2019, a ANM registrou 158 municípios
considerados afetados em Minas Gerais, o que correspondeu a 18,5% do total do
Estado, com tendência de crescimento.

3. Competências da União, dos estados e dos municípios;

A mineração é uma atividade de interesse nacional, utilidade pública, caracterizada pela


rigidez locacional, como definido no artigo 2º, I e II, e inciso I do parágrafo único do
Decreto Federal nº 9.406/2018 (Regulamento do Código de Mineração — RCM).
Do ponto de vista econômico, segundo notícias recentes, a mineração corresponde a
quase cinco por cento do produto interno bruto nacional. Sobre a CFEM, é importante
lembrar que ela é arrecadada pela União, mas o maior percentual de suas receitas é
destinado aos municípios onde ocorre a atividade de mineração ou são impactados por
ela (65%, por força dos artigos 1º, II e 2º, VI e VII da Lei 8.001/1990).

Compete à União, de acordo com o Código de Mineração vigente, administrar os


recursos minerais, a indústria de produção mineral e a distribuição, o comércio e o
consumo de produtos minerais.
Art. 20, CF/88. São bens da União:
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;
 Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;

Disposições da constituição sobre a mineração:


A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais de energia
hidráulica, somente poderão ser efetuados mediante autorização ou concessão da União,
no interesse nacional, por brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras e que
tenha sua sede e administração no País, na forma da lei, que estabelecerá as condições
específicas quando essas atividades se desenvolverem em faixa de fronteira ou terras
indígenas.

É assegurada a participação ao proprietário do solo nos resultados da lavra, na forma e


no valor que dispuser a lei. A autorização de pesquisa será sempre por prazo
determinado, e as autorizações e concessões previstas neste artigo não poderão ser
cedidas ou transferidas, total ou parcialmente, sem prévia anuência do poder
concedente.

Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente
degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na
forma da lei. 

4. Produção e transformação mineral no Estado

Produção mineral brasileira

Os estados do Pará e de Minas Gerais são os com maior valor de produção mineral
comercializada. Juntos, contam com 87% do comércio de minérios do país2.

2
Anuário Mineral Brasileiro, 2022.
<https://www.gov.br/anm/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/serie-estatisticas-e-economia-
mineral/anuario-mineral/anuario-mineral>.
Produção mineral brasileira – Dados recentes

A produção mineral brasileira caiu 12% em 2022 com recuo da demanda da China (1,05
bilhão de toneladas), enquanto a receita total da indústria de mineração do país caiu
26%, para R$ 250 bilhões. Com a pandemia de Covid-19, houve redução dos preços de
minério de ferro, principal exportado pelo país.

Em 2021, o Brasil exportou 357,7 milhões de toneladas de minério de ferro, contra


341,6 milhões de toneladas no ano anterior. Juntos, minério de ferro, ouro e cobre
responderam por 91,8% das exportações em dólares.

Os principais destinos do minério de ferro do Brasil foram China (68%), Malásia (6,4%)
e Japão (3,6%). O principal produto importado pelo setor foi carvão metalúrgico, com
aumento de 25% em toneladas. Os principais países supridores desse produto foram
Colômbia (27%), Estados Unidos (26%) e Austrália (24%)3.

Produção mineral em MG

A produção mineral do Estado de Minas Gerais é diversificada em termos de bens


minerais explorados, com predominância na participação de substâncias metálicas frente
as não metálicas. Em 2018, por exemplo, a produção de substâncias metálicas foi de
92% e de não metálicas aproximadamente 8% do total. Entre 2000 e 2018, o ferro
sempre apresentou participação majoritária, entre 64,1 e 87,8%, na Produção Mineral de
Minas Gerais seguindo trajetória ascendente.

Quadrilátero ferrífero

3
https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2022-02/producao-do-setor-mineral-cresce-7-em-
2021-e-faturamento-aumenta-62
Dentre todas as commodities, o minério de ferro tem lugar representativo, com mais de
80% do valor total da produção extrativa total do Estado e, ainda, é um dos principais
produtos em valor de exportação e arrecadação do país.

A Província Mineral do Quadrilátero Ferrífero tornou-se a região mais bem conhecida


de todo o Brasil, do ponto de vista geológico, em função dos seus recursos minerais,
especialmente devido às suas jazidas auríferas e de minério de ferro de alto teor.

o Quadrilátero Ferrífero continua responsável por aproximadamente 70% da produção


nacional bruta de minérios de ferro.

Exportação de minérios e produtos siderúrgicos

Em 2018, o minério de ferro, por ser o principal produto vendido ao exterior, foi
responsável por uma receita de US$7,3 bilhões, o equivalente a 30% de todas as
exportações do Estado

O ouro foi o segundo bem mineral mais exportado por Minas Gerais em 2018, com uma
receita de US$1,22 bilhão, o que representou 5% das exportações.

As, as exportações mineiras são reforçadas pelo nióbio que é o terceiro bem mineral
com maior participação no Estado. Em 2018, o metal gerou uma receita de cerca de
US$24,7 milhões

Ressalta-se que alguns dos bens minerais mais relevantes para a economia mineira são
majoritariamente exportados após serem submetidos a processos de transformação.

Exportadores de minerais de MG
Os principais países exportadores são a China (que alcança 50% das exportações do
estado), a Holanda (7%), o Reino Unido (7%) e Omã (4%). Entre os outros 84 países
responsáveis por 21% das exportações minerais de Minas Gerais, encontram-se
importantes parceiros comerciais, como Estados Unidos, Canadá e Índia.

Importações de minerais em MG

O estado também exporta minérios, principalmente carvão mineral (8% do total). De


2000 a 2009, as participações das importações minerais apresentaram tendência de
elevação que foi encerrada com a crise de 2009. A partir de então, as importações
minerais tiveram menor variação, oscilando entre uma participação de 8,8 e 14,4% do
total importado. As exportações, contudo, são maiores do que as importações, gerando
saldo positivo para a balança comercial do estado.

Os principais países que exportam produtos minerais para MG são: Estados Unidos
(carvão mineral e enxofre), Peru (zinco), Austrália (carvão mineral), Colômbia (carvão
mineral), Canadá (carvão mineral), Moçambique (carvão mineral) e Rússia (carvão
mineral).

Perfil das empresas do setor

A indústria da mineração é formada, predominantemente, por micro e pequenas


empresas, embora os gigantes do ramo tenham maior visibilidade junto à opinião
pública.

A maioria das empresas de grande porte atuam na produção de minerais metálicos.


Pequenas e microempresas atuam mais na produção de minerais industriais, agregados
minerais para a construção civil, gemas e metais preciosos de depósitos secundários.
Há, também, considerável informalidade em alguns setores, como na produção de areia,
argila para cerâmica vermelha, pedras coradas / gemas, ouro aluvionar, entre outros.

Minas Gerais, por ser o maior Estado minerador do país, possui o maior número de
empreendimentos minerários, respondendo por 27,2% do total de empregos formais
gerados diretamente pela atividade extrativa mineral (212 mil) no ano de 2018.

Empregos gerados em MG

O setor mineral sempre foi responsável por gerar uma quantidade considerável de
empregos e massa salarial no Estado. A extração do minério de ferro é a principal
atividade da mineração em Minas Gerais, motivo pelo qual concentra o maior número
de empregos (33,0 mil) e valores de massa salarial (R$152,1 milhões).

Sob o ponto de vista regional, a distribuição dos empregos gerados pela indústria
extrativa mineral, concentra-se, majoritariamente, na região de Belo Horizonte, onde se
localizam as principais minas de minerais metálicos em atividade do Estado. A região
de Patos de Minas também se destaca pela geração de empregos na extração de minerais
metálicos. Por outro lado, nas outras regiões os empregos são provenientes,
principalmente, da extração de minerais não metálicos.

Dos 20 municípios com maior número de empregos formais na atividade minerária em


Minas Gerais, 14 estão nas regiões de Belo Horizonte e Barbacena, com destaque para
Congonhas e Nova Lima.

Regimes de exploração de substâncias minerais

A atividade mineral, conforme o tipo de substância, uso e destinação, segue etapas


diferentes préestabelecidas pela ANM (com exceção do petróleo e derivados e dos
minerais radioativos, como urânio), que legisla sobre o uso do subsolo em território
nacional.

Principais processos referentes ao regimes de exploração em MG:

 Autorização de pesquisa (20.070)


 Requerimento de pesquisa (4.603)
 Requerimento de lavra4 (3.987)
 Disponibilidade (3.273)
 Registro de licenciamento (2.595)
 Concessão de lavra (2.044)

4
A lavra, segundo o código brasileiro de mineração pode ser definido como  o conjunto de operações
que possuem o objetivo de aproveitar industrialmente uma jazida. Dessa forma, a lavra mineral vai
desde a extração até os processos utilizados para realizar o beneficiamento do minério.
1 - Regime de Concessão de Lavra

Possui validade com prazo indeterminado (até exaurir a jazida), desde que o minerador
cumpra suas obrigações legais ao longo deste tempo. o. É concedido por portaria, pelo
Ministério de Minas e Energia (MME), ou outorgado pela ANM.

1. Autorização de pesquisa mineral: Trabalhos necessários à definição da jazida,


sua avaliação e a determinação da exequibilidade do seu aproveitamento
econômico. Obtido por meio de Alvarás de Pesquisa, concedidos pela
ANM/MG.
2. Título de Concessão de Lavra: É outorgado mediante conclusão dos trabalhos
exploratórios; quando constatada a existência de jazida, cujo aproveitamento
seja viável economicamente; mediante aprovação do relatório final, que o
demonstre, e do licenciamento ambiental. Cabe ressaltar, que o exercício das
atividades de lavra é privativo de empresa autorizada a funcionar como
companhia de mineração.

2 - Regime de Permissão de Lavra Garimpeira (PLG)

Depende de uma portaria do Diretor-Geral da ANM. Possui validade determinada: cinco


anos, podendo ser renovada várias vezes.

Este tipo de regime tem por objeto o aproveitamento econômico de qualquer depósito
que possa ser lavrado, dispensando a fase de pesquisa mineral prévia.

As atividades de garimpagem são restritas ao aproveitamento de substâncias minerais


(tais como: ouro, diamante, cassiterita, columbita, tantalita, wolframita, rutilo, quartzo,
gemas e etc., em forma de “cata”).

O exercício legal da atividade de garimpagem só é possível mediante a outorga de


permissão de lavra garimpeira, sendo expedida de acordo com as normas exigidas para
este regime. A PLG pode ser requerida por brasileiro ou por cooperativa de garimpeiros;
esta última autorizada a funcionar como empresa de mineração.

3 – Regime de licenciamento

Apenas o proprietário do solo (superficiário), ou quem ele autorizar, pode explorar os


recursos minerais de emprego imediato na construção civil. O limite máximo da área
pela ANM é de 50 ha. Este regime não necessita passar por pesquisa mineral e suas
etapas consectárias; sendo permitido somente para agregados da construção civil.

4 – Regime de registro de extração

O registro de extração é restrito a substâncias de emprego imediato na construção


civil, por órgãos da administração direta ou autárquica da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, para uso exclusivo em obras públicas, por eles
executadas diretamente.

Impactos ambientais da mineração

1. Desmatamento

É realizada a retirada da vegetação original, sendo o primeiro impacto ambiental da


mineração.

2. Poluição

A poluição afeta as águas, os solos e a atmosfera. É oriunda do uso de explosivos e


demais ações que gerem a condição. O solo fica contaminado com os produtos químicos
e torna-se infértil. A água também fica contaminada.

3. Erosão

A erosão gera o assoreamento dos rios. Geralmente o material retirado do solo vai para
o leito dos rios.

4. Destino dos rejeitos

A atividade de mineração gera muitos rejeitos. Esses resíduos ficam em um local


separado pelas barragens de contenção, que precisam ser constantemente observadas
para que os resíduos não ultrapassem os seus limites, para que não ocorra um
rompimento. A água carregada dos poluentes deve ser destinada a algum lugar. O que
fazer com os rejeitos?

5. Rompimento de barragens de rejeitos de minérios

2015 – Mariana e 2019 – Brumadinho. Contaminou grandes áreas ambientais.

6. Poluição sonora

As constantes explosões geram ruídos que afetam todo o ecossistema local.

O que fazer para solucionar estes problemas? Criação de políticas mais rígidas para as
empresas mineradoras e aqueles que praticam a mineração ilegal. Respeito à legislação
vigente. Proteção de terras indígenas e quilombolas.

Lei nº 22381, de 05/12/2016

Dispõe sobre a política estadual de diversificação


produtiva dos municípios mineradores e dá outras
providências.
O GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS, o Povo do Estado de Minas
Gerais, por seus representantes, decretou e eu, em seu nome, promulgo a seguinte lei:

Art. 1º – Fica instituída a política estadual de diversificação produtiva dos municípios


mineradores, com a finalidade de promover o fortalecimento da economia local por
meio do incentivo à diversificação das atividades econômicas desses municípios.

Art. 2º – Será classificado como minerador o município que atender a pelo menos duas
das seguintes condições:

I – integrar associação a que se refere o § 1º do art. 253 da Constituição do Estado;

II – receber repasses do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de


Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicação – ICMS –, na forma do percentual específico previsto no § 2º do art. 253
da Constituição do Estado;

III – receber quota-parte da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos


Minerais – Cfem –, nos termos do § 1º do art. 20 da Constituição da República e do
inciso IX do art. 3º da Lei Federal nº 8.876, de 2 de maio de 1994.

Art. 3º – São objetivos da política estadual de diversificação produtiva dos municípios


mineradores:

I – a diversificação produtiva;

II – o fortalecimento da economia local;

III – o incremento do bem-estar da população;

IV – a melhoria dos indicadores de qualidade ambiental.

Art. 4º – São diretrizes da política estadual de diversificação produtiva dos municípios


mineradores:

I – o incentivo à diversificação produtiva;

II – o estímulo ao aumento da produtividade dos fatores econômicos;

III – a relação de complementariedade na atuação do poder público e da iniciativa


privada;

IV – o respeito à livre iniciativa e à livre concorrência.

Art. 5º – São instrumentos da política estadual de diversificação produtiva dos


municípios mineradores:
I – a pesquisa e o desenvolvimento de estatísticas e de tecnologias voltadas para o
fomento da diversificação produtiva;

II – o fomento e o financiamento de atividades de diversificação produtiva;

III – a assistência técnica;

IV – o investimento em programas de qualificação e capacitação que priorizem


demandas específicas de cada tipo de diversificação produtiva.

Art. 6º – O Estado apoiará a criação de centros gestores de políticas de apoio à


diversificação produtiva nos municípios mineradores.

Parágrafo único – O centro gestor de políticas de apoio à diversificação produtiva nos


municípios mineradores desenvolverá suas atividades com a cooperação dos agentes
produtivos empresariais, das organizações de trabalhadores e de instituições públicas ou
privadas sem fins lucrativos prestadoras de serviços de apoio a arranjos produtivos
locais.

Art. 7º – Fica acrescentado ao art. 2º da Lei nº 16.296, de 1º de agosto de 2006, o


seguinte inciso VII:

“Art. 2º – (...)

VII – diversificar a estrutura produtiva do município que se desenvolva em torno de


atividade mineradora.”.

Art. 8º – Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Palácio Tiradentes, em Belo Horizonte, aos 5 de dezembro de 2016; 228º da


Inconfidência Mineira e 195º da Independência do Brasil.

Você também pode gostar