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Técnico em administração

Medicina e segurança do trabalho:


conceitos, objetivos, princípios. CIPA e
Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho
(SESMT): conceito, finalidade, requisitos
legais para implantação, principais ações
realizadas; programas de prevenção de
acidentes
A Medicina e Segurança do Trabalho é uma área muito importante, pois visa
garantir que os trabalhadores estejam saudáveis e aptos para o desempenho de
suas atividades, sendo que o trabalho é o que garante o sustento das pessoas, é
dele que podemos adquirir a nossa alimentação, comprar bens materiais, manter a
nossa moradia, fazer viagens, entre tantas outras opções de necessidades
básicas e lazer.

Diariamente são contabilizados muitos acidentes do trabalho e profissionais


param de exercer as suas atividades em decorrência de lesões desenvolvidas no
ambiente do trabalho.

Os custos gerados com a compra de EPC (equipamento de proteção


coletiva), EPI (equipamento de proteção individual), exames médicos, ginástica
laboral e programas de qualidade de vida, são na realidade investimentos.

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As empresas precisam das pessoas e essas pessoas precisam estar


saudáveis para que possam desempenhar as suas atividades com qualidade e
atingindo os objetivos propostos pelas empresas.

É comum as empresas realizarem campanhas internas que divulgam que a


saúde e a segurança devem estar em primeiro lugar. Na verdade, a segurança
deve fazer parte da cultura organizacional (que estudamos na UC 1), ela precisa
ser algo da prática rotineira das pessoas e há diversas empresas que adotam essa
postura em todos os seus processos.

A palavra-chave da medicina e segurança do trabalho é a prevenção, ou


seja, é fundamental evitar que os acidentes aconteçam, assim como o
desenvolvimento das doenças.

Nesse contexto, percebemos que temas como qualidade de vida, ergonomia,


EPIs, CIPA, condições e conforto no ambiente de trabalho estão relacionados com
a saúde e segurança no trabalho, certo?

Mas quem são os profissionais capacitados para colocar em prática ações


prevencionistas, de qualidade de vida e bem-estar no ambiente de trabalho?

A CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e o SESMT –


Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho.

CIPA e SESMT

CIPA – Comissão Interna de Prevenção de


Acidentes

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A CIPA é a comissão que tem representantes dos empregados e do


empregador e atua na prevenção de acidentes e doenças relacionadas com o
trabalho.

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As atribuições da CIPA estão citadas no item 5.16 da NR-05:

a. identificar os riscos do processo de trabalho, e


elaborar o mapa de riscos, com a participação do
maior número de trabalhadores, com assessoria
do SESMT, onde houver;

b. elaborar plano de trabalho que possibilite a ação


preventiva na solução de problemas de
segurança e saúde no trabalho;

c. c) participar da implementação e do controle da


qualidade das medidas de prevenção
necessárias, bem como da avaliação das
prioridades de ação nos locais de trabalho;

d. realizar, periodicamente, verificações nos


ambientes e condições de trabalho visando a
identificação de situações que venham a trazer
riscos para a segurança e saúde dos
trabalhadores;

e. realizar, a cada reunião, avaliação do


cumprimento das metas fixadas em seu plano de
trabalho e discutir as situações de risco que foram
identificadas;

f. divulgar aos trabalhadores informações relativas


à segurança e saúde no trabalho;

g. participar, com o SESMT, onde houver, das


discussões promovidas pelo empregador, para

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avaliar os impactos de alterações no ambiente e


processo de trabalho relacionados à segurança e
saúde dos trabalhadores;

h. requerer ao SESMT, quando houver, ou ao


empregador, a paralisação de máquina ou setor
onde considere haver risco grave e iminente à
segurança e saúde dos trabalhadores;

i. colaborar no desenvolvimento e implementação


do PCMSO (Programa de Controle Médico e
Saúde Ocupacional) e PPRA (Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais) e de outros
programas relacionados à segurança e saúde no
trabalho;

j. divulgar e promover o cumprimento das Normas


Regulamentadoras, bem como cláusulas de
acordos e convenções coletivas de trabalho,
relativas à segurança e saúde no trabalho;

k. participar, em conjunto com o SESMT, onde


houver, ou com o empregador, da análise das
causas das doenças e acidentes de trabalho e
propor medidas de solução dos problemas
identificados;

l. requisitar ao empregador e analisar as


informações sobre questões que tenham
interferido na segurança e saúde dos
trabalhadores;

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m. requisitar à empresa as cópias das CAT


(Comunicado de Acidente do Trabalho) emitidas;

n. promover, anualmente, em conjunto com o


SESMT, onde houver, a Semana Interna de
Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT;

o. participar, anualmente, em conjunto com a


empresa, de Campanhas de Prevenção da AIDS.

Agora que já sabemos as atribuições da CIPA, vamos aprender a


dimensionar o número de profissionais que as empresas precisam ter para
constituir essa comissão, bem como o número de membros da CIPA.

A CIPA deve ser constituída por estabelecimento e deverão mantê-la as


empresas consideradas públicas, privadas, sociedades de economia mista, órgãos
da administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações
recreativas, cooperativas, entre outras, desde que admitam trabalhadores como
empregados.

Antes de iniciarmos o dimensionamento, é importante observamos as


seguintes questões:

Os representantes dos empregadores serão designados por eles


mesmos.

Os representantes dos empregados serão eleitos através de


voto secreto.

O mandato dos membros eleitos para a CIPA terá a duração de 1


ano, sendo permitida uma reeleição.

Se por caso, a o estabelecimento não se enquadrar, a empresa


deverá designar um responsável pelo cumprimento da NR.

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Para realizar o dimensionamento é necessário saber o número de


funcionários e a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) de uma
empresa.

Vamos observar um exemplo.

Uma empresa com 500 funcionários com CNAE 10.13-9.

Com estes dados devemos consultar o Quadro II, que integra a NR05.
Primeiramente devemos localizar o número do CNAE da empresa.

Figura 1 - Quadro II da NR05

Com os dados fornecidos sabemos agora que o CNAE 10.13-9 faz parte do
grupo C2 – empreendimentos na área de alimentos.

A partir dessa informação, devemos consultar o Quadro I, conhecido como


Dimensionamento de CIPA. Na coluna Grupos, localizamos as linhas relativas ao
grupo C2 e cruzamos com a informação da coluna que corresponda ao número de
empregados no estabelecimento, neste caso “301 a 500”, já que em nosso
exemplo constam 500 empregados.

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Figura 2 - Quadro I da NR05

Obtivemos como resultado final para o dimensionamento da CIPA desta


empresa 05 funcionários efetivos e 04 funcionários suplentes. Esse número deve
ser atendido considerando 09 indicados pelo empregador e 09 eleitos pelos
empregados. Ou seja, serão 18 funcionários para o dimensionamento da CIPA.

Além disso, outras questões relevantes em relação a CIPA e a NR5 devem


ser observadas:

Obtivemos como resultado final para o dimensionamento da CIPA desta


empresa 05 funcionários efetivos e 04 funcionários suplentes. Esse número deve
ser atendido considerando 09 indicados pelo empregador e 09 eleitos pelos
empregados. Ou seja, serão 18 funcionários para o dimensionamento da CIPA.
 
Além disso, outras questões relevantes em relação a CIPA e a NR5 devem ser
observadas:

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O empregador designará entre seus representantes o Presidente da


CIPA, e os representantes dos empregados escolherão entre os
titulares o vice-presidente. A posse deverá ser realizada no primeiro
dia útil após o término do mandato anterior.

Deverá ser indicado pelos membros da CIPA um secretário e um


substituto. Esta indicação deverá ser de comum acordo entre todos
os membros da CIPA.

Empossados os membros da CIPA, a empresa deverá protocolar em


até dez dias, na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho,
cópias das atas de eleição e de posse e o calendário anual das
reuniões ordinárias.

Todas as informações em relação à CIPA estão disponíveis na Norma


Regulamentadora 05 que pode ser consultada no site do Ministério do Trabalho e
Previdência Social.

Serviço especializado em Engenharia de


Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT)
As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração direta
e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados
regidos pela CLT, manterão, obrigatoriamente, os serviços em engenharia de
segurança e medicina do trabalho (SESMT), com a finalidade de promover a
saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho.

O papel dos profissionais de saúde e segurança

A legislação trabalhista prevê na NR 4 os serviços especializados em


engenharia de segurança e medicina do trabalho (SESMT), informando quais
serão os profissionais de segurança e saúde e quais formações devem possuir
para a atuação nas questões de segurança e saúde do trabalho.

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Veja a seguir esses profissionais.

Médico do Trabalho

Formação:

Médico portador de curso em nível de pós-graduação


em Medicina do Trabalho ou portador de certificado de
residência médica em área relacionada á saúde do
trabalhador.

Engenheiro de Segurança do Trabalho

Formação:

Engenheiro, Arquiteto portador do curso em nível de


pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho.

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Enfermeiro do Trabalho

Formação:

Enfermeiro que possui especialização em nível de pós-


graduação em Enfermagem do Trabalho.

Técnico em Segurança do Trabalho

Formação:

Profissional com registro no Ministério do trabalho.


Profissional formado em nível Técnico.

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Auxiliar/Técnico em Enfermagem do Trabalho

Formação:

Profissional com formação técnica em enfermagem e


curso complementar em Enfermagem do Trabalho.

Agora vamos ver o que compete aos profissionais integrantes do SESMT


quanto às funções.

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Figura 3 - Funções dos profissionais do SESMT

O dimensionamento do SESMT vincula-se à gradação do risco da atividade


principal e ao número total de empregados do estabelecimento.

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É importante lembrar que o dimensionamento do SESMT possui


características diferentes, dependendo do tipo de empresa e de sua configuração
física.

Para realizar o dimensionamento é necessário saber a Classificação


Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) de uma empresa e o número de
funcionários.

Vamos observar um exemplo.

Empresa com 325 funcionários e CNAE: 01.13-0.


Com estes dados devemos consultar o Quadro I, que integra a NR04.

Figura 4 - Quadro I da NR 04

Com os dados fornecidos sabemos agora que o CNAE 01.13-0 tem o Grau
de Risco 3, indicado pela coluna GR.

A partir dessa informação, devemos consultar o Quadro II, conhecido como


Dimensionamento do SESMT. Na coluna Grau de Risco, localizamos a linha
relativa ao grau 3 e cruzamos com a informação da coluna que corresponda ao

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número de empregados do estabelecimento, neste caso “251 a 500”, já que em


nosso exemplo constam 325 empregados.

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Figura 5 - Quadro II da NR 04

Portanto, verificamos através do Quadro II, que é obrigatória a contratação


de 02 Técnicos em Segurança do Trabalho em nossa empresa.

Outra questão importante em relação aos Serviços Especializados em


Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho é que deverão ser
registrados no órgão regional do MTb. O documento de solicitação deste registro
deve conter as seguintes informações:

1. Nome dos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em


Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho;

2. Número de registro dos profissionais na Secretaria de Segurança e


Medicina do Trabalho do MTb;

3. Número de empregados da requerente e grau de risco das


atividades, por estabelecimento;

4. Especificação dos turnos de trabalho, por estabelecimento;

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5. Horário de trabalho dos profissionais dos Serviços Especializados em


Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho.

Referências bibliográficas
http://www.mtps.gov.br/seguranca-e-saude-no-
trabalho/normatizacao/normas-regulamentadoras
(http://www.mtps.gov.br/seguranca-e-saude-no-trabalho/normatizacao/normas-
regulamentadoras). Acesso em 06/04/2016

ROSSETE, Celso Augusto. Segurança e Higiene do Trabalho. 1º edição.


São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014.
http://segurancadotrabalhonwn.com/o-que-e-sesmt/
(http://segurancadotrabalhonwn.com/o-que-e-sesmt/). Acesso em: 20/04/2016

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