Você está na página 1de 7

5/5/2018 Habilidade motora especializada: desenvolvimento motor nos esportes

Anúncio fechado por 
Tentaremos não exibir esse anúncio novamente
Anúncio fechado por 
Não exibir mais este anúncio Anúncio? Por quê? 

Habilidade motora especializada: desenvolvimento motor nos
esportes
Habilidad motriz especializada: el desarrollo motor en los deportes
Motor skill advanced: motor development in sports

*Mestrando em Ciências do Movimento Humano Rafael Gambino Teixeira*
*Graduação Educação Física Keila Ruttnig Guidony Pereira**  
  ***Dra. Educação Física Mônia Tainá Cambruzzi Coutinho**
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(Brasil)
Nadia Cristina Valentini***  
rafa.gambino@yahoo.com.br

 
Resumo
                    O  objetivo  deste  trabalho  é  analisar  o  processo  ensino­aprendizagem  e  como  se  processa  o  desenvolvimento  das  habilidades  motoras  nas  diferentes
modalidades  esportivas.  Fazem  parte  deste  estudo,  as  modalidades  individuais  Tênis  e  Natação  e  as  modalidades  coletivas  do  Basquetebol,  Futsal  e  Voleibol.
Considera­se  a  necessidade  de  que  antes  de  introduzir  ao  ensino  técnico  dos  fundamentos,  é  necessário  trabalhar  a  técnica  geral  de  condução  do  esporte,  com  a
finalidade de preparar seus praticantes para um desenvolvimento produtivo de suas habilidades evidenciando o melhor domínio da técnica propriamente dita.
          Unitermos: Desenvolvimento­motor. Habilidades especializadas. Esportes.
 
Resumen
          El objetivo de este estudio es analizar el proceso de enseñanza­aprendizaje y cómo se maneja el desarrollo de las habilidades motoras en diferentes deportes.
  Parte de este estudio, los deportes individuales de tenis y natación y los deportes colectivos de baloncesto, fútbol sala y voleibol. Se considera necesario que antes de
introducir la enseñanza de las técnicas, es necesario trabajar la técnica general de la realización de este deporte, con el fin de preparar a sus profesionales para el
 
desarrollo productivo de sus habilidades que muestran un mayor dominio de la técnica en sí.
          Palabras clave: Desarrollo motor. Habilidades especiales. Deportes.
 
Abstract
          The aim of this study is to analyze the teaching­learning process and how it handles the development of motor skills in different sports. Part of this study,
individual sports Tennis and Swimming and the collective sports of Basketball, Futsal and Volleyball. It is considered necessary that before introducing the teaching of
technical reasons, it is necessary to work the general technique of conducting the sport, in order to prepare its practitioners for a productive development of their skills
showing a better command of the technique itself.
 
          Keywords: Development­engine. Specialized skills. Sports.
 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires ­ Año 16 ­ Nº 157 ­ Junio de 2011. http://www.efdeportes.com/

1 / 1 
 
Introdução

        Quando  tratamos  de  habilidades  de  movimento  especializado,  falamos  da  associação  dos  movimentos  maduros  e  refinados  e  de
movimentos complexos e específicos adaptados para as exigências específicas de uma atividade recreativa, do dia­a­dia e principalmente
de uma prática desportiva. Mas muito mais do que isso, do que a combinação demovimentos, a prática desportiva desenvolve uma série
de  habilidades  motoras  e  psicossociais  que  ajudam  os  seus  praticantes  não  só  no  contexto  do  jogo,  mas  fora  dele,  com  atitudes  de
determinação, vontade, paciência, disciplina, coragem, flexibilidade e respeito entre outras. Os praticantes acabam por desenvolver uma
resposta motora eficaz e soluções rápidas a situações cotidianas (SILVA, 2003; GALLAHUE, 2005).

        Para  Gallahue  (2005),  a  fase  de  desenvolvimento  das  habilidades  motoras  especializadas  apresenta  três  estágios:  (1)  Estágio  de
transição  (estágio  de  aprender  a  treinar)  Este  estágio  é  caracterizado  pelas  primeiras  tentativas  do  indivíduo  de  refinar  e  associar
habilidades  de  movimento  maduro.  Nesse  estágio  de  transição  ou  de  aprender  a  treinar,  futuros  atletas  aprendem  como  treinar  para
obter  melhor  habilidade  e  performance.  Para  a  maioria  das  crianças  de  8  a  12  anos,  este  é  um  período  crítico,  durante  o  qual  as
habilidades  de  movimento  fundamental  maduro  são  refinadas  e  aplicadas  aos  esportes  e  jogos  da  cultura.  (2)  Estágio  de  aplicação
(estágio  de  treinar  a  treinar)  Durante  o  estágio  de  aplicação,  o  indivíduo  torna­se  mais  consciente  de  seus  dotes  e  limitações  físicas
pessoais e, assim, dirige seu foco para determinados tipos de esportes, tanto em ambientes competitivos quanto recreacionais. A ênfase
está em aprimorar a proficiência, e; (3) Estágio de aplicação ao longo da vida (estágio de treinar para competir/participar) No estágio de
aplicação ao longo da vida – treinar para competir/participar ­ os indivíduos geralmente reduzem o alcance de suas buscas atléticas pela
escolha de algumas atividades para se engajar regularmente em situações competitivas, recreativas ou do dia­a­dia.

        Baseado  nesta  classificação  podemos  afirmar  que,  aprendizagem  desportiva,  seja  em  qualquer  modalidade  esportiva,  deve  ser
trabalhada  em  etapas  e  cada  etapa,  deve  estimular  no  aluno,  o  prazer,  o  interesse  e  tornar­se  significante  na  trajetória  esportiva  do
mesmo (BUDINGER, 1982). Para haver um bom desenvolvimento da aceitação e melhor aprendizagem das atividades físicas, deve existir
um  programa  relacionado  com  os  interesses  dos  indivíduos  que  participam  dessas  atividades  (MACHADO,  1997).  Ambientes  de  ensino

http://www.efdeportes.com/efd157/desenvolvimento-motor-nos-esportes.htm 1/7
5/5/2018 Habilidade motora especializada: desenvolvimento motor nos esportes

que  enfatizam  os  interesses  dos  alunos  e  promovem  uma  aprendizagem  significativa  e  contextualizada,  fortalecem  a  motivação  dos
mesmos  para  aprender,  criando  oportunidades  para  os  mesmos  tornarem­se  aptos  à  prática;  terem  o  controle  sobre  seu  corpo  e
movimentos; desenvolverem a autoconfiança e a segurança para transitar nas mais diversas atividades físicas e esportivas (VALENTINI;
TOIGO,  2006;  PÍFFERO,  2007).  Nesta  mesma  linha,  na  necessidade  de  contribuir  com  estratégias  efetivas  para  uma  abordagem
pedagógica,  Berleze  (2008),  considera  a  importância  de  utilizarmos  estratégias  de  intervenções  educacionais  necessárias  para  a
consolidação de mudanças nas habilidades das crianças, reforçando a motivação das mesmas; proporcionando desafios adequados para
todas; guiando as crianças a persistirem na prática das atividades propostas; o que conseqüentemente conduz a novas aprendizagens; a
conquistas de novas habilidades e a perceberem­se mais competentes. Em sua pesquisa sobre percepções de competência, Stein, Fisher,
Berkey & Colditz (2007) identificaram que a prática sistemática de atividade física,  bem como seu aumento causam  impacto positivo e
importante  na  auto­percepção,  percepção  atlética  e  social  de  meninos  e  meninas  inseridos  no  esporte  Outro  estudo  interventivo,  com
ênfase no ensino da dança, utilizando­se de estratégias motivacionais como as citadas anteriormente promoveu aprendizagem e ganhos
significativos nas crianças a ele inserido, acarretando mudanças positivas no desempenho motor, concretizando sua participação efetiva
na prática da modalidade (SOUZA; BERLEZE; VALENTINI, 2008).

    Assim, entende­se que a criança tem o direito de desenvolver suas aptidões através de um processo de treino que seja orientado a
partir das suas motivações e percepções, colaborando para que posteriormente desenvolva hábitos saudáveis para toda a vida (BERLEZE,
2008; JUCHEM, 2006).

        Nesta  perspectiva,  este  estudo  busca  verificar  como  se  processa  o  desenvolvimento  das  habilidades  motoras  nas  diferentes
modalidades  (tênis;  natação;  futsal;  basquetebol  e;  voleibol)  bem  como  o  processo  metodológico  na  elaboração  do  treino  destes
esportes.

Desenvolvimento motor nos esportes

Tênis

        O  desenvolvimento  do  Tênis,  nada  mais  é  do  que  o  aprendizado  dos  golpes  ou  fundamentos,  a  aquisição  dos
movimentos básicos a fim de propiciar ao atleta ou aprendiz, um menor gasto de energia na execução destas habilidades
em uma partida da modalidade. Porém, o ensino do Tênis para crianças, deve ser dado com uma linguagem simples, assim
como  as  correções.  Os  primeiro  anos  do  Tênis  devem  ser  formativos,  de  aprendizado,  a  criança  passa  por  muitas
“aventuras” nesta fase inicial e os objetivos a serem alcançados são muitos e interessantes.

    Nesta fase, o aluno ainda não é capaz de imaginar uma jogada e suas conseqüências, mas precisa ter objetivos definidos
em  suas  tarefas  para  avaliar  sua  performance  e  efetuar  seus  golpes  (SILVA,  2003).  O  objetivo  desse  período  seria,
portanto, aprender como aplicar, de forma adaptada, as habilidades em uma diversidade de situações. Nessa perspectiva,
esse é um período em que a experiência motora individual é um fator de extrema relevância sobre mudanças que ocorrem.
Além  disso,  a  cultura,  a  família  e  as  condições  sociais  também  influenciam  as  habilidades  especializadas  praticadas  pela
criança (VALENTINI; TOIGO, 2006).

    As  habilidades  a  serem  ensinadas  no  Tênis  são:  (1)  os  golpes  de  fundo  (direita  e  esquerda),  estimular  o  controle  da
direção, profundidade e troca de empunhaduras entre eles; (2) voleios (direita e esquerda), trabalhar o controle de direção
e  profundidade,  também  com  a  troca  de  empunhaduras  além  de  estimular  o  voleio  de  bolas  altas  e  baixas;  (3)  smash,
controle  de  direção  e  empunhadura;  (4)  saque,  empuhadura,  capaz  de  sacar  de  aproximadamente  ¾  da  quadra;  (5)
deslocamentos  gerais.  Cada  habilidade  deve  ser  ensinada  em  uma  situação  de  aprendizagem  diferenciada,  buscando
sempre estimular no aluno o prazer do jogo (BUDINGER et al, 1982).

    O sucesso na aprendizagem depende de uma série conjunta de fatores como, por exemplo, a qualidade da prática, o
feedback  adequado,  as  avaliações  consistentes  e  os  exercícios  condizentes  com  os  níveis  de  desempenho  dos  alunos
(PÍFFERO, 2007).

Natação

http://www.efdeportes.com/efd157/desenvolvimento-motor-nos-esportes.htm 2/7
5/5/2018 Habilidade motora especializada: desenvolvimento motor nos esportes

    A Natação é uma atividade habitualmente estruturada em um desporto que objetiva principalmente, registros de tempos
cada  vez  mais  inferiores  através  de  um  treinamento  metódico  individualizado  e  específico  com  o  domínio  das  técnicas,
conhecimento  de  ritmo  além  de  boa  preparação  física  (SANTOS,  1996).  Porém,  no  ensino  da  Natação,  não  é  mais
admissível reduzir seu objetivo a um conceito puramente mecanicista que busque exclusivamente, desempenhos imediatos.

    Para Damasceno (1992) a metodologia da natação, hoje, deve proporcionar a relação entre o prazer, o desenvolvimento
e  a  técnica,  oferecendo  meios  para  que  seus  praticantes  possam  trabalhar  questões  motoras,  sociais  e  cognitivas,
principalmente, se o trabalho for realizado com crianças. A criança tem uma maneira bem particular de encarar o esporte,
suas  estruturas  motoras,  físicas  e  mentais  ainda  não  estão  preparadas  para  aceitar  as  atividades  demasiadamente
sistemáticas,  regras  rigorosas  ou  imposições  duras  de  treinadores.  Nesta  fase,  as  atividades  devem  estar  voltadas
principalmente  para  a  utilização  do  próprio  corpo,  suas  capacidades  e  possibilidades,  com  regras  simples,  sem  caráter
competitivo, visando o seu desenvolvimento (CHAVES, 1985). Se ensinarmos exercícios que são precoces, poderemos gerar
no aluno, a frustração e conseqüentemente, sua desistência no desenvolvimento de atividades físicas.

    O desenvolvimento harmonioso da criança depende também da quantidade e da qualidade dos estímulos proporcionados
pelo  meio  ao  qual  está  inserido.  Para  um  desenvolvimento  completo,  a  criança  deve  estar  envolvida  constantemente  em
atividades que propiciem o maior número de movimentos possíveis, em ambientes diversos (GALLAHUE; OZMUN, 2003). O
meio líquido, tem a possibilidade de oferecer diversas formas de movimento, colaborando para que a criança possa estar
em  contato  com  uma  diversidade  de  habilidades.  Nas  experiências  aquáticas  surgirão,  por  exemplo,  relações  sociais,
através  de  jogos  e  brincadeiras,  estímulos  visuais,  sonoros,  táteis  e  sinestésicos,  através  das  cores,  do  ambiente,  dos
materiais utilizados, das vozes e do suporte do professor. Combinando movimentos fundamentais com estímulos na água,
há um maior e melhor desenvolvimento motor das crianças (BLAKSBY, 1995).

    Estudos sobre o ensino da Natação e o desenvolvimento humano, apontam grandes relações entre a técnica dos nados e
a evolução de capacidades coordenativas, gestos e formação de esquemas corporais, maturação emocional e social e, com
o desenvolvimento de toda personalidade, principalmente a infantil (JUNIOR; DUNDER, 2002; KLEMEN, 1982).

        A  Natação  age  como  um  pré­estimulo  motor,  pois,  colabora  para  o  desenvolvimento  de  aspectos  como:  habilidades
motoras; coordenação motora fina e grossa; equilíbrio; noções espaciais; lateralidade e; desenvolvimento sensório motor.
Antes mesmo de a criança conseguir realizar movimentos mais complexos fora da água, dentro dela fica muito mais leve,
possibilitando a execução destas tarefas (BARBOSA, 1999).

Futsal

    A prática desportiva do Futsal, sem sombra de dúvida, é a que mais se desenvolve em todo o país. Por todos os cantos
do  Brasil,  em  escolas,  nas  ruas,  nos  clubes  encontramos  crianças  correndo  atrás  da  bola,  o  que  demonstra  a  grande
aceitação  da  modalidade  (MELO;  MELO,  2007).  A  difusão  deste  esporte  fez  com  que  sua  penetração  na  sociedade  fosse
então, de grande alcance, podemos observar na prática que o Futsal Praticado pelas crianças principalmente em programas
de  iniciação  esportiva,  se  iguale  muito  ao  modelo  de  esporte  de  competição  institucional.  O  aluno  aspira  o  perfil  do
campeão e atleta e busca em seu professor, a figura do treinador (VOSER, 1999).

        O  trabalho  de  iniciação  para  as  crianças  requer  cuidados  especiais.  A  infância  é  a  melhor  fase  para  a  aprendizagem
motora, porém, tudo o que acontecer com as crianças nesse período vai marcá­las para o resto da vida (VOSER, 1996). A
iniciação esportiva do Futsal é um processo de ensino­aprendizagem mediante o qual o indivíduo adquire e desenvolve as
técnicas básicas para o desporto.

    Na área da aprendizagem e do desenvolvimento, o Futsal está em uma situação feliz, por poder recorrer a uma oferta
rica  de  formas  de  jogos  e  utilização  de  habilidades.  A  prática  constante  de  habilidades  possibilita  ganhos  motores
significativos  levando  há  desempenhos  bem  sucedidos  para  as  respectivas  faixas  etárias  e  abrindo  espaço  para  o
desenvolvimento da tática (VALENTINI; TOIGO, 2006).

http://www.efdeportes.com/efd157/desenvolvimento-motor-nos-esportes.htm 3/7
5/5/2018 Habilidade motora especializada: desenvolvimento motor nos esportes

    Na prática, devemos propiciar, no ensino do Futsal, uma variedade de experiências motoras, bem como um contato com
vários tipos de objetos em diferentes espaços, iniciar o ensino com atividades simples e compatíveis com as possibilidades
de  realização,  elaboração,  interesse  e  prazerosas  para  seus  praticantes,  facilitando  sua  adaptação  e  incentivando­os  e
motivando­os  o  gosto  de  aprender,  participar  e  aperfeiçoar  (VOSER,  1999).  O  jogo  unido  com  a  prática  das  habilidades
motoras fundamentais propicia uma prática efetiva, levando a construção de padrões de movimento mais avançados onde a
proficiência  motora  garante  a  participação  ativa  nos  jogos  e  conseqüentemente  sofisticações  das  táticas  utilizadas  pelos
aprendizes  na  resolução  dos  problemas  motores  (VALENTINI;  TOIGO,  2006).  Silva,  Figueiredo,  Carvalho  &  Malina  (2008)
identificaram em seu trabalho, que o desenvolvimento de habilidades especializadas do basquetebol não foi interferido pela
idade, a experiência, o tamanho do corpo e do estágio da puberdade em jogadores adolescentes de 13 anos a 15 anos de
idade deixando claro que, a prática do Futsal, sendo observada como educacional, tem uma abrangência bem maior do que
somente ganhar e perder.

        O  Futsal  colabora  com  o  desenvolvimento  de  aspectos  que  vão  muito  além  de  seus  fundamentos  como:  a
conscientização  do  esquema  corporal;  equilíbrio;  lateralidade;  sociabilidade  e;  coordenação  geral,  capacidades  físicas  e
motoras desejáveis que caracterizam hábitos saudáveis que podem ser levados para toda vida (MELO; MELO, 2007; VOSER,
1996) .

Basquete

    Cada vez mais em nossa vida fica claro e evidente que o esporte, como um todo, se tornou uma necessidade individual e
social, uma influência cada dia mais marcante dentro de todas as atividades do homem. O esporte é um meio de se dar
forma  a  uma  fase  de  preparação  para  o  jogo  da  vida,  um  templo  de  saúde,  lazer  e  educação  (ALMEIDA,  1998).  Nesta
perspectiva, e com a vantagem de poder ser praticado em qualquer lugar (grama, terra, madeira, cimento) com qualquer
tempo,  o  Basquetebol  conquistou  rapidamente  seu  espaço,  primeiramente  entre  os  norte­americanos  e  hoje,  já  se
popularizou pelos quatro cantos do mundo, inclusive no Brasil (TEIXEIRA, 1997).

    No caso do Basquetebol, o contexto em que se desenvolve a atividade está determinado por características de uma série
de  elementos,  a  saber:  a  quadra,  a  bola,  os  colegas  e  adversários,  a  cesta  e  o  próprio  regulamento  de  jogo.  Esses
elementos  formam  parte  invariável  da  atividade  esportiva,  embora  as  diferentes  características  de  cada  um  deles  fazem
parte das diferenças entre os diversos esportes (GONZALES, 2008).

    A prática do Basquetebol ajuda no desenvolvimento motor, social e cognitivo de seus participantes, envolve o trabalho de
capacidades motoras, condicionantes e coordenativas. Todos esses aspectos relacionados formam um conjunto de fatores
que conduzem a modalidade a ser um esporte complexo e que exige altos níveis de preparação e condicionamento físico
para sua prática e que determina as funções e as características técnicas­desportivas do atleta no jogo e dentro da equipe
(De ROSE JÚNIOR; TRÍCOLI, 2005).

        Nas  crianças,  o  Basquetebol  auxilia  também,  em  características  psicomotoras  e  de  coordenação,  colabora  no
desenvolvimento de percepção espaço temporal; coordenação multimembros; coordenação óculo­manual; destreza manual;
estabilidade braço­mão e; precisão. No treinamento com crianças, a prática dos fundamentos do Basquetebol é importante,
dado que não é possível prever com exatidão as características físicas desses jovens na idade adulta (GONZALES, 2008).

    Na pedagogia do Basquetebol há cinco pontos presentes na educação das crianças que todos devem ter conhecimento
para  o  bom  andamento  do  trabalho  com  este  público.  São  eles:  (1)  os  movimentos  humanos  (capacidades  físicas  e
motoras); (2) inteligência múltipla (diversas formas de relacionamento); (3) aspectos psicológicos (motivação, percepções,
etc.); (4) princípios filosóficos  (valores  de  comportamento)  e;  (5)  aprendizagem  social  (laços  afetivos).  O  Basquetebol  na
infância  auxilia  no  espírito  de  iniciativa,  de  equipe  e  no  controle  emocional,  por  tanto  utilizado  na  educação  física,  por
exemplo, desenvolve o movimento e os valores da criança (DAIUTO, 1991).

Vôlei

http://www.efdeportes.com/efd157/desenvolvimento-motor-nos-esportes.htm 4/7
5/5/2018 Habilidade motora especializada: desenvolvimento motor nos esportes

    Nas últimas décadas, o esporte que mais se popularizou foi, sem sombra de dúvida, o voleibol. Os títulos mundiais, os
títulos olímpicos, no circuito mundial de praia e o certificado ISSO 9001 em gestão esportiva mostra a realidade do voleibol
brasileiro. Hoje o Brasil é reconhecido como o país mais  evoluído  do  mundo  na  modalidade.  As  conquistas  internacionais
das nossas seleções, o espaço na mídia ocupado por esse esporte, o surgimento dentro dele de novos ídolos e o sucesso
em termos de marketing esportivo, transformaram a modalidade no segundo esporte dos brasileiros.

    O voleibol é um dos esportes mais procurados atualmente, seja para lazer, seja para manter a saúde, seja para competir.
O ensino do voleibol se dá em aspectos importantes, no desenvolvimento da técnica, as atribuições do esporte envolvem os
fundamentos:  toque,  manchete,  saque,  ataque  e  defesa,  além  de  visar  às  relações,  a  formação  e  aos  aspectos  sociais
gerais dos indivíduos bem como à participação e as relações humanas (BOJIKIAN, 1999; SUVOROV; GRISHIN, 1990).

    No campo desenvolvimentista, o voleibol possui objetivos que vão além do simples  exercício  de  gestos  e  movimentos


técnico táticos. Existe sim, todo um envolvimento educacional, um vínculo entre o estudo e a vida, o fortalecimento da livre
iniciativa e da autoconfiança, além é claro de auxiliar na formação bio psicosocial do indivíduo a ele exposto. (SUVOROV &
GRISHIN,  1990).  Aplicação  de  métodos  de  ensino  no  voleibol  implica  no  desenvolvimento  de  importantes  características
como sociabilidade, senso crítico, auto controle e semelhantes.

Considerações finais

        O  ensino  das  habilidades  especializadas  deve  respeitar  a  seqüência  de  desenvolvimento  das  crianças,  não  devemos  transformar  o
esporte  ou  a  prática  de  uma  simples  atividade  física  numa  experiência  frustrante  e  nunca  é  demais  lembrar  que  a  criança  não  é  um
adulto  pequeno.  As  ambições  da  criança  quando  praticam  esporte  são  jogar,  brincar  e  se  divertir,  não  tendo  muitas  vezes  noções  de
equipe,  coordenação  motora  e  capacidade  para  interagir  com  os  outros  colegas  em  busca  de  um  objetivo  comum,  como  vencer  ou
entender uma estratégia. A prática de atividades desportivas com crianças exige a compreensão dos profissionais que as orientam para a
compreensão  de  que  começar  cedo  no  esporte  não  é  o  mesmo  que  começar  precocemente  o  treinamento  e  a  competição.  Praticar
esportes na infância se constitui num pressuposto imprescindível não apenas para o desenvolvimento ideal como também para a criação
de condições ótimas para o rendimento de alto nível e mesmo para uma vida ativa e saudável (ARENA; BÖHME, 2000).

    Devido às variações desenvolvimentistas enormes no amadurecimento de criança para criança é impossível especificar uma idade para
cada  esporte,  isto  vêm  com  o  uso  da  observação  e  do  bom  senso  (PÍFFERO,  2007;  ZANINI,  2000).  É  muito  importante  escolher  a
atividade  apropriada  levando  em  conta  a  idade,  condição  física,  estágio  de  desenvolvimento  neuropsicomotor  e  nível  de  interesse  da
criança. Porém, antes de introduzir ao ensino técnico dos fundamentos, é necessário trabalhar a técnica geral de condução do esporte,
com a finalidade de preparar seus praticantes para um desenvolvimento produtivo de suas habilidades (FIEDLER, 1976). A técnica geral
seria a forma progressiva de se ensinar todos os elementos fundamentais para se alcançar o melhor domínio da técnica propriamente dita
(KAPLAN, 1975).

Referências

ALMEIDA, MB. Basquetebol: iniciação. Rio de Janeiro: Sprint, 1998.

ARENA, SS;  BÖHME,  MTS.  Programas  de  Iniciação  e  Especialização  Esportiva  na  Grande  São  Paulo.  Rev.  Paulista  de  Educação
Física, v.14, n. 2, p.184­195, 2000.

BARBOSA, J. Natação em Academia. In: Convenção Internacional de Esportes e Fitness. São Paulo. Anais, 1999.

BERLEZE,  A.  Efeitos  de  um  Programa  de  Intervenção  Motora,  em  crianças  obesas  e  não­obesas,  nos  parâmetros  motores,
nutricionais e psicossociais. Porto Alegre: UFRGS, 2008. TESE (Doutorado em Ciência do Movimento Humano)­Escola de Educação
Física, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2008.

BLAKSBY, BA; PARKER, HE; BRADLEY, S; ONG, V. Children´s readiness for learning front crawl swimming. The Australian Journal of
Science and Medicine in Sport. v. 27, n. 2, p.34­37, 1995.

BOJIKIAN, JCM. Ensinando Voleibol. Ed: Phorte LTDA. São Paulo, 1999.
http://www.efdeportes.com/efd157/desenvolvimento-motor-nos-esportes.htm 5/7
5/5/2018 Habilidade motora especializada: desenvolvimento motor nos esportes

BUDINGER H.; KLIPPEL P.; WEBER, K. Tênis para crianças. Rio de Janeiro: Ediouro, 1982.

CHAVES, RS. O Treinamento, a Especialização e a Competição para Crianças. Revista Sprint. v.3, n.2, p.74­77, 1985.

DAMASCENO, LG. Natação, Psicomotricidade e Desenvolvimento. Brasília: SDPR, 1992.

DAIUTO, M. Basquetebol: metodologia de ensino. São Paulo: Hemus, 1991.

FIEDLER, M. Voleibol Moderno. Ed: Stadium. Buenos Aires, 1976.

GALLAHUE,  DL;  OZMUN,  JC.  Compreendendo  o  Desenvolvimento:  Bebês,  Crianças,  Adolescentes  e  Adultos.  São  Paulo:  Phorte
Editora, 2003.

GALLAHUE, DL. Conceitos para Maximizar o Desenvolvimento da Habilidade de Movimento Especializado. Rev. da Educação Física /
UEM. V.6, n.2, p.197­202, 2005.

GONZALES, RH. O Treino dos Fundamentos Técnico­Desportivos dos Atletas de Basquetebol Infantil e Infanto­Juvenil: Um Estudo
Exploratório. Dissertação  (Mestrado  em  Ciência  do  Movimento  Humano)­Escola  de  Educação  Física,  Universidade  Federal  do  Rio
Grande do Sul, Porto Alegre: 2008.

JUCHEM,  L.  Motivação  à  prática  regular  de  atividades  físicas:  um  estudo  sobre  tenistas  brasileiros  infanto­juvenis.  Dissertação
(Mestrado em Ciências  do  Movimento  Humano)­Escola  de  Educação  Física  da  Universidade  Federal  do  Rio  Grande  do  Sul,  Porto
Alegre, 2006.

JUNIOR, OA; DUNDER, LH. Natação: treinamento fundamental. São Paulo: Manole, 2002.

KAPLAN, O. Voleibol Actual. Ed: Stadium, Buenos Aires, 1975.

KLEMEN, F. Ensino de Natação ao Principiante. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1982.

MACHADO, AA. Psicologia do Esporte: Temas Emergentes. Jundiaí: Ápice, 1997.

MELO, R; MELO, L. Ensinando Futsal. Rio de Janeiro: Sprint, 2007

PIFFERO, CM. Habilidades Motoras Fundamentais e especializadas, aplicação de habilidades no jogo e percepção de competência
de  crianças  em  situação  de  risco:  A  influência  de  um  Programa  de  Iniciação  ao  Tênis.  Dissertação  (Mestrado  em  Ciência  do
Movimento Humano)­Escola de Educação Física, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre: 2007.

ROSE JUNIOR, Dde; TRÍCOLI, V. Basquetebol: conceitos e abordagens gerais. In: Basquetebol: uma visão integrada entre ciência
e prática. Barueri: Manole, 2005.

SANTOS, CA. Natação: ensino e aprendizagem. Rio de Janeiro: Sprint, 1996.

SILVA,  MC;  FIGUEIREDO,  A;  CARVALHO,  HM;  MALINA,  R.  Maturity­associated  variation  in  sport­specific  skills  of  youth  soccer
players aged 13 – 15 years. European Journal of Sport Science, V. 8, n. 5, p. 277­285, 2008.

SILVA S. Tênis para crianças: Manual para pais, filhos e mestres. São Paulo: Via Lettera, 2003.

SOUZA, MC; BERLEZA, A; VALENTINI, NC. Efeitos de um Programa de Educação pelo Esporte no Domínio das habilidades Motoras
Fundamentais e Especializadas: Ênfase na Dança. Rev. da Educação Física / UEM. V.19, n.4, p.509­519, 2008.

SUVOROV, YP; GRISHIN, ON. Voleibol: Iniciação. Ed: Sprint. Rio de Janeiro, vol.1 e 2, 1990.

STEIN, C; FISHER, L; BERKEY, C; COLDITZ, G. Adolescent Physical Activity and Perceived Competence: Does Change in Activity
Level Impact Self­Perception? Journal of Adolescent Health. V.40, n.462, p. 462­e8, 2007.

http://www.efdeportes.com/efd157/desenvolvimento-motor-nos-esportes.htm 6/7
5/5/2018 Habilidade motora especializada: desenvolvimento motor nos esportes

TEIXEIRA, HV. Educação Física e Desportos. São Paulo: Saraiva, 1997.

VALENTINI,  NC;  TOIGO,  AM.  Ensinando  Educação  Física  nas  séries  iniciais:  Desafios  e  Estratégias.  Canoas:  Salles,  2ª  edição,
2006.

VOSER, RC. Iniciação ao Futsal: abordagem recreativa. Canoas: Ed. Ulbra, 1996.

VOSER, RC. Análise das intervenções pedagógicas em programas de iniciação ao futsal. Pelotas: R.C. Voser, 1999.

ZANINI, JJF. Viva Mais, Viva Melhor. Porto Alegre: La Salle, 2000.

Outros artigos em Portugués

 
Búsqueda personalizada
  
EFDeportes.com, Revista Digital · Año 16 · N° 157 | Buenos Aires, Junio de 2011  
© 1997­2011 Derechos reservados  

http://www.efdeportes.com/efd157/desenvolvimento-motor-nos-esportes.htm 7/7

Você também pode gostar