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Curso de Graduação em Engenharia de Bioprocessos e

Biotecnologia

Fisiologia Vegetal

Relatório 2
Prática - Perda de água pelos vegetais.

Aluna:
Danili Teixeira Piedade de Oliveira
Docente Responsável:
Gisela Ferreira

Abril/2023
Sumário

Introdução 3
1. Materiais e Métodos 3
2. Resultados e Discussões 4
3. Conclusão 8
Referências 9

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Introdução

A perda de água pelos vegetais, também conhecida como transpiração, é um


processo vital para a sobrevivência das plantas. A transpiração ocorre quando a água se
evapora e é liberada por meio das folhas e outras partes das plantas, sendo influenciada
por fatores ambientais, como temperatura, umidade relativa do ar, vento e luz solar. A
perda excessiva de água pode ser prejudicial para as plantas, levando à desidratação e à
morte. Para evitar isso, as plantas têm mecanismos de controle da transpiração, como a
abertura e fechamento dos estômatos das folhas, que regulam a entrada e saída de água.
Além disso, a perda de água pelas plantas pode ocorrer na forma de vapor, isto é,
por transpiração, ou na forma líquida denominada de gutação, a qual tem um pequeno
valor se comparado com a transpiração. Dessa forma, a transpiração nas folhas vai
depender do gradiente de pressão de vapor ou da concentração de vapor de água entre
os espaços de ar da folha e o ar externo.

1. Materiais e Métodos

➢ Para o experimento de Medidas da transpiração pela pesagem, foi utilizado os


seguintes aparatos:
● Balança sensível;
● Folhas vegetais;
● Cronômetro

Foi escolhida uma planta qualquer, a qual foi pesada em uma balança sensível e
seus valores foram anotados de 30 em 30 minutos, em um intervalo de 2 horas e
colocados na tabela.

0 minutos 30 minutos 60 minutos 90 minutos 120 minutos

➢ Para o experimento Transpiração através de papel de cloreto de cobalto, foi utilizado


os seguintes aparatos:

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● Lâminas de Histologia;
● Papel de cloreto de cobalto;
● Folhas vegetais;
● Pinça;
● Prendedor.

Com um pinça foi retirado dois pedaços de papel tratados com cloreto de cobalto, e
estes foram inseridos respectivamente nas faces (superior e inferior) da folha e em
seguida cobriu-se rapidamente com a lâmina histológica, uma em cada face. As lâminas
foram fixadas com prendedor, de forma que o papel ficasse bem ajustado, dessa maneira
isolando-as da umidade atmosférica.
O papel de cloreto de cobalto é azul quando seco e torna-se gradualmente rosa
quando exposto a uma atmosfera unida.

2. Resultados e Discussões

➢ Medidas da transpiração pela pesagem:

Esse experimento nos permite avaliar a taxa de transpiração das plantas. Após a
retirada da folha da planta foi realizada a primeira pesagem e em seguida durante 30
minutos ficou exposta a luz de um refletor, até a próxima pesagem. As demais pesagens
foram realizadas do mesmo modo de 30 em 30 minutos, podemos observar os valores
na tabela a seguir.

Tabela 1: Massa da folha pelo tempo.


0 minutos 30 minutos 60 minutos 90 minutos 120 minutos

58 mg 44 mg 39 mg 37 mg 35 mg

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Gráfico 1: Massa em relação ao tempo de uma pequena folha.

A partir do gráfico e da tabela é possível observar que ao passar do tempo a


massa da folha diminui. Quando a folha é arrancada da planta ocorre a perda de água
devido à interrupção do fluxo de água contínuo que normalmente ocorre dentro da planta.
Nesta situação o suprimento de água foi interrompido, ou seja, a transpiração contínua,
mas não houve mais água sendo fornecida para a folha. Isso leva à perda de água pela
folha, que pode ser visível na forma de murchamento ou secagem da folha. Além disso, a
superfície da folha exposta ao ar também pode aumentar a evaporação da água presente
nos estômatos aumentando a perda de água, pois quando uma planta é arrancada,
inicialmente ocorre a transpiração cuticular, que é a perda de água por evaporação através
da camada de cera que recobre as folhas e outras partes da planta. Essa camada de cera é
chamada de cutícula e é uma barreira contra a perda de água. Quando a planta é
arrancada, a cutícula continua a permitir que a água evapore, mesmo que a planta já não
esteja mais viva, por outro lado a transpiração osmótica cessa rapidamente, uma vez que
as células vegetais perdem sua integridade e sua capacidade de manter um equilíbrio
osmótico adequado. Portanto, foi evidenciado por meio do experimento que a folha
perdeu massa em forma de água por meio da transpiração cuticular.

➢ Transpiração através de papel de cloreto de cobalto

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Figura 1: Folhas submetidas ao papel de cloreto de cobalto, observando a parte adaxial (face
superior) e abaxial (face inferior) da folha.

O papel de cloreto de cobalto é comumente utilizado como indicador de


umidade do ar, e pode ser utilizado para demonstrar a transpiração das plantas. Nesse
sentido, após o posicionamento dos aparatos foi possível observar a mudança de
coloração do papel. A face abaxial (inferior) da folha foi observado uma coloração mais
rosa em relação à face adaxial (superior), nota-se então que a transpiração ocorreu com
maior intensidade na face abaxial.
A maioria dos estômatos, pelos quais ocorrem as trocas gasosas e a perda de
água durante a transpiração, estão localizados na face abaxial. No entanto, em certas
espécies de plantas, os estômatos podem estar presentes em ambas as faces da folha, e a
distribuição da transpiração pode ser mais uniforme.
Uma folha exposta ao sol geralmente apresenta uma velocidade de transpiração
maior do que uma folha na sombra. Isso ocorre porque a luz solar aumenta a taxa de
fotossíntese e, consequentemente, a produção de açúcares na planta. Esses açúcares são
convertidos em energia para a planta, mas também são utilizados para a síntese de
outros compostos, incluindo os solutos orgânicos dissolvidos na seiva. Isso aumenta a
pressão osmótica na planta, que é equilibrada pela absorção de água pelas raízes e sua
translocação para as folhas. Quando a água chega às folhas, ela é perdida para a
atmosfera por meio da transpiração.
Assim, em condições de luz solar intensa, a taxa de fotossíntese é maior, o que
leva a uma maior demanda por água e, consequentemente, a uma maior taxa de
transpiração. Em contraste, em condições de sombra, a taxa de fotossíntese é menor, o
que resulta em uma menor demanda por água e, consequentemente, em uma menor taxa
de transpiração. No entanto, é importante destacar que outros fatores ambientais, como
a umidade relativa do ar, a temperatura e a disponibilidade de água no solo, também
podem influenciar significativamente a taxa de transpiração das folhas.

➢ Gutação

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Figura 2: Processo de Gutação.
Fonte: Google imagens.

A gutação é o processo pelo qual as plantas absorvem água do solo através de


suas raízes e a transportam para as folhas. Este processo ocorre principalmente em
plantas herbáceas, especialmente durante períodos de alta umidade e baixa transpiração.
A água é liberada das folhas através de estruturas especiais chamadas
hidatódios. Os hidatódios são pequenos poros nas pontas das veias das folhas, onde a
água pode ser eliminada diretamente para o ambiente externo sem passar pelos
estômatos. Esse processo ocorre quando a pressão interna da planta é maior do que a
pressão atmosférica, o que faz com que a água seja forçada a sair pelos hidatódios.
A gutação geralmente ocorre durante a noite ou nas primeiras horas da manhã,
quando a umidade do ar é alta e a transpiração da planta é baixa. Esse processo é
importante para a sobrevivência das plantas, pois permite que elas obtenham água
mesmo quando as condições de transpiração são desfavoráveis.

➢ Abertura Osmótica

Neste experimento utilizou-se a cola super bond que foi adicionada na folha, em
seguida desgrudou-se da folha e foi adicionado na lâmina para ser visualizado
posteriormente no microscópio. Observou-se na planta a ausência ou a presença de
estômatos e se este estava aberto ou fechado, tendo em vista que o número de estômatos
varia conforme a espécie vegetal considerada. Portanto, observou-se que a folha
apresentou maior quantidade de estômatos na parte abaixal .

➢ Planta coberta por um saco plástico

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Figura 3: Planta coberta por um saco plástico sem furos.

Em outro experimento foi realizado em plantas na parte de fora da sala de aula.


Foram colocados sacos plásticos em uma das ramificações de algumas plantas e presos
com prendedores. Estas plantas ficam normalmente expostas ao sol (embora no dia do
experimento estivesse com clima chuvoso), o experimento foi repetido na aula seguinte.
Quando uma planta é colocada dentro de um saco plástico sem furos, ocorre um
aumento da umidade e do calor dentro do saco, criando uma espécie de estufa. No
ambiente dentro do saco plástico, a umidade aumenta, e isso pode diminuir a taxa de
transpiração da planta. Isso ocorre porque a diferença de concentração de vapor de água
entre o interior e o exterior do saco plástico é menor do que em um ambiente externo
normal, reduzindo a perda de água por transpiração. Portanto, a umidade alta dentro do
saco pode reduzir a perda de água pela planta.

3. Conclusão

O estudo da evapotranspiração é importante por refletir para avaliar a saúde das


plantas, melhorar a eficiência da irrigação, planejar culturas e avançar a pesquisa
científica em fisiologia vegetal.

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Referências

Notas de aulas.

Kerbauy, G. B. Fisiologia vegetal. Disponível em:


<https://www.bibliotecaagptea.org.br/agricultura/biologia/livros/FISIOLOGIA%20VEG
ETAL%20-%20GILBERTO%20BARBANTE%20KERBAUY.pdf >. Acesso em: 29 de
março de 2023.

Marenco, R. A. Lopes, N. F. Fisiologia Vegetal. Fotossíntese, Respiração, Relações


Hídricas e Nutrição Mineral. 3º Edição. Viçosa, MG, Ed. UFV, 2009.

Taiz, L. Zeiger, E. Moller, I. Murphy, A. Fisiologia e Desenvolvimento Vegetal. 6º


Edição. Porto Alegre: Artmed, 2017.

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