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No texto de Sousa ( Sousa, 2008, p. 3-7 ) no que diz respeito aos fenómenos pré-jornalísticos
no antigo mundo, é possível encontrar uma análise sobre os fenômenos pré-jornalísticos nas
diferentes épocas históricas. No mundo antigo, foram identificados relatos de caráter
informativo que precedem o jornalismo como o conhecemos hoje. Um desses exemplos são as
Actas romanas, que eram publicações oficiais que registravam decisões, anúncios e
acontecimentos políticos e sociais importantes. Consideradas os primeiros "jornais" da história,
as Actas romanas tinham como objetivo transmitir informações à população.
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Outros exemplos de fenômenos pré-jornalísticos no mundo antigo incluem as epístolas, que
eram cartas escritas por autoridades ou pessoas influentes contendo informações sobre eventos
importantes ou relevantes, e as inscrições em monumentos, que serviam como registros
públicos. Além disso, existiam ainda os arquivos pessoais de escritores, filósofos e líderes
religiosos, que desempenhavam uma função semelhante aos arquivos de jornalistas modernos,
contendo informações documentais e relatos de acontecimentos importantes.
Seguindo a linha de raciocínio de Jorge Pedro Sousa ( Sousa, 2008, p. 20-34 ) A historiografia
é uma modalidade de relato que contribuiu significativamente para a génese do jornalismo.
Desde a antiguidade, acredita-se que a história deva servir de exemplo para as gerações futuras
e que a escrita é uma ferramenta fundamental para a preservação da memória coletiva. Com o
passar do tempo, o jornalismo foi adotando técnicas e recursos da narrativa histórica para a
construção de reportagens e notícias. Além disso, outras modalidades de relato, como a crônica
e a reportagem, também contribuíram para o desenvolvimento do jornalismo. A crônica, por
exemplo, é um gênero que permite ao autor explorar as suas experiências pessoais para ilustrar
eventos e situações cotidianas. Já a reportagem, por sua vez, permite ao jornalista investigar
fatos e produzir uma narrativa mais completa e aprofundada. De forma geral, a história e outras
modalidades de relato ajudaram a criar um sentido de continuidade entre o passado, presente e
futuro, influenciando positivamente o desenvolvimento do jornalismo.
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As actas romanas: primeiros “ jornais “
De acordo com o autor ( Sousa, 2008, p. 34-44 ) As Actas Romanas foram um dos primeiros
registros oficiais da história da Roma Antiga, e de certa forma, podem ser consideradas os
primeiros jornais. Consistiam em registros escritos do que acontecia no Senado Romano e
incluíam ações legais, discussões políticas e decisões tomadas em relação ao império.
As Actas Romanas eram lidas publicamente e distribuídas em todo o império, tornando-se uma
forma de informação pública que moldava a opinião dos cidadãos. Elas eram escritas em latim,
língua oficial do Império Romano, mas traduções eram feitas para outras línguas para atender
a uma população mais diversificada.
A existência das Actas Romanas pode ser considerada uma precursora da imprensa moderna,
pois representou um marco importante na comunicação de informações em escala nacional.
Muitos dos princípios jornalísticos que conhecemos hoje, como a objetividade e a busca pela
verdade, tiveram origem nas práticas adotadas nas Actas Romanas. Portanto, é correto afirmar
que esses registros influenciaram significativamente o desenvolvimento do jornalismo.
Sobre o assunto em causa, o autor ( Sousa, 2008, p. 44-45 ) analisa a existência de fenômenos
pré-jornalísticos na Idade Média, nos quais a divulgação de informações já era uma prática
constante, mesmo antes da criação dos meios de comunicação modernos. O autor destaca a
relevância desses fenômenos para a construção do que seria o jornalismo atual e para a evolução
da forma como a sociedade busca informações. São exploradas diferentes formas de
comunicação, como cartas e relatos orais de testemunhas oculares de eventos, além de destacar
a influência das igrejas e monastérios na disseminação de informações. O autor evidencia a
importância histórica do jornalismo e da informação para a humanidade desde tempos antigos.
Segundo o autor ( Sousa 2008, p. 45-52 ) As crônicas medievais foram fontes preciosas de
informação sobre a história da época. Elas eram escritas por cronistas que viveram durante o
período medieval e descreviam os eventos e acontecimentos que testemunharam ou ouviram
falar. Essas crônicas foram escritas em latim e, na maioria das vezes, eram encomendadas por
líderes políticos e religiosos. Na reportagem, Jorge Pedro Sousa, deixa destacada a importância
dessas crônicas para o estudo da história da música medieval. Por meio delas, é possível ter
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acesso a informações sobre as canções e os instrumentos que eram utilizados na época, além de
detalhes sobre a vida dos músicos e a importância da música em diferentes contextos sociais.
Algumas das crônicas mais famosas são as de Dom Afonso V e de D. João I, de Frrnando
Lopes ,relativas ao rei de Portugal.
O livro de Jorge Pedro Sousa ( Sousa, 2008, p. 52-54 ) destaca outros dispositivos pré-
jornalísticos medievais além dos manuscritos e crônicas, como as cartas e os relatos de viagens.
As cartas, que eram enviadas pelos nobres e clérigos, eram importantes para criar uma rede de
alianças e também para tratar de assuntos políticos e religiosos. Já os relatos de viagens, como
os de Marco Polo, eram utilizados para relatar as descobertas de novas terras e culturas, além
de propagar o cristianismo. Tais dispositivos contribuíram para o desenvolvimento da
informação escrita e da circulação de notícias no período medieval.
No século XVIII, surgiu a "gazeta", que se caracterizava por dar mais espaço à política e à
economia, além de trazer novidades sobre acontecimentos internacionais e nacionais. Já no
século XIX, com o desenvolvimento urbano e a popularização da educação, apareceram os
jornais diários e os periódicos especializados, como os voltados para a moda, a cultura e as
artes. Esses fenômenos pré-jornalísticos contribuíram para a formação do jornalismo como o
conhecemos hoje, tornando-o uma ferramenta importante para a formação da opinião pública e
para o debate político.
Sobre as folhas volantes, ocasionais ou avulsas, o autor ( Sousa, 2008, p. 58-68 ) discorre sobre
a história dessas publicações impressas sem período definido de circulação. Elas eram utilizadas
como meio de divulgação de notícias, ideias, opiniões e até mesmo de propaganda. Apesar de
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terem perdido espaço para os jornais, a autoria anônima e a independência editorial das folhas
volantes representavam uma ameaça ao controle do poder na época em que surgiram. Além
disso, elas eram uma forma de expressão da cultura popular e resistência política. O autor traz
uma perspectiva histórica sobre o tema e sua importância no contexto social e político da época.
De forma breve, sobre o sistema tipográfico, o autor ( Sousa, 2008, p. 68-70 ) aborda a invenção
da prensa de tipos móveis por Johannes Gutenberg em meados do século XV e suas
consequências para a cultura e sociedade da época. A impressão em massa permitiu a produção
de livros de forma mais rápida e barata e, assim, contribuiu para a disseminação do
conhecimento e da educação. Além disso, o surgimento da imprensa teve um papel fundamental
na disseminação de ideias e na formação de opiniões, resultando em grandes mudanças sociais,
culturais e políticas. O autor traz uma análise histórica sobre o impacto da invenção de
Gutenberg na história da humanidade.
Conclusão
A história do jornalismo no Ocidente é marcada por diversos momentos importantes desde sua
origem no século XVII, culminando em uma média moderna e abrangente, que inclui desde
jornais impressos até as mais recentes tecnologias digitais. Durante sua história, o jornalismo
passou por diversas fases, desde a introdução de técnicas de impressão cada vez mais
sofisticadas na época em que surgiram os primeiros jornais, passando pela consolidação como
um importante meio de comunicação popular, até chegar à era digital, em que ainda se encontra
em constante evolução. Ao longo dos séculos, o papel do jornalismo evoluiu de ser um veículo
de informação para ser uma fonte de entretenimento, mas também de denúncias, vigilância e
cobertura de eventos importantes. O jornalismo no Ocidente enfrentou desafios como censura,
utilização para fins políticos e até mesmo a ameaça de desaparecimento, mas ainda assim,
continua a ser um instrumento essencial para fomentar a responsabilidade social, a
transparência e a democracia em todo o mundo.
Referências bibliográficas
Sousa, Jorge Pedro. ( 2008 ). Uma história breve do jornalismo no Ocidente. Universidade
Fernando Pessoa e Centro de Investigação Media & Jornalismo.