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O PAPEL DOS EDUCADORES, DO GOVERNO E DA FAMÍLIA NO ACOLHIMENTO E 18 DE MAIO | DIA NACIONAL


PROMOÇÃO DA CRIANÇA COM DIAGNÓSTICO DE TRANSTORNO.
FALA
DO COMBATE À EXPLORAÇÃO
SEXUAL CONTRA CRIANÇAS

G C R IVA
Nos últimos anos, presenciamos um estado epidêmico de transtornos psicológicos que vem afetando crianças e E ADOLESCENTES
adolescentes no mundo inteiro. Desde que se iniciou o processo de inclusão nas escolas em nosso país, percebemos a
dificuldade de muitos docentes em lidar com pessoas com diagnósticos. Também percebemos o medo e dificuldade
de alguns pais e familiares em aceitar o transtorno do filho, seja por falta de informação sobre o tema, sejam por FEITO PARA A
preconceitos já enraizados na sociedade. Por tal motivo, é fundamental que o governo em todas as suas esferas COMUNIDADE
comece a capacitar com maior intensidade os educadores e toda a linha docente que está envolvida com DESTAQUE
essas crianças, para proporcionar a elas um ambiente mais seguro e, de fato, inclusivo, para que possam,
aliadas aos tratamentos adequados, garantir seu direito ao desenvolvimento pleno e saudável.
SEXUALIDADE PROTEGIDA: UM DIÁLOGO CUIDADOSO E CONSTANTE
Mas para que o trabalho do educador tenha bons resultado, é fundamental a inclusão da família, que precisa
ser participante neste processo, considerando que escola e família são os principais meios sociais em que as O Maio Laranja iniciou, mês de combate ao abuso, Uma das formas de fazer isso é fazendo higiene
crianças convivem e, portanto, elas precisam ser grandes parceiras, através do diálogo e colaboração Escola violência e à exploração sexual infantojuvenil. do corpo, bem como, vestindo as roupas íntimas
e família que entram em atritos, que não buscam uma comunicação assertiva e contínua, além de fragilizar o vínculo, Vamos falar de um assunto que auxilia muito e não deixar partes mais particulares à mostra
comprometem todo um trabalho criado em prol do desenvolvimento pedagógico e afetivo desta criança que precisa na temática que esse mês importante nos como: pênis, vulva, bumbum ou seios”.
de cuidados diferenciados. A escola precisa conhecer o ambiente familiar dessa criança, o contexto que ela vive, as convida: sexualidade protegida. Uma das formas
privações que pode estar sofrendo, as dificuldades dessa família, quem são seus cuidadores e seus familiares. A escola que podemos enfrentar e prevenir abusos Outra forma de proteção é: falamos os nomes dos
precisa interagir não apenas com a criança, mas com a sua família. Ao mesmo tempo, a escola precisa receber é conversando sobre sexualidade de forma órgãos sexuais como eles são. Assim, como as
capacitações, orientações, e conteúdos dos governos aos quais esteja associada. Finalmente, é também constante e cuidadosa. Para isso, temos que mãos, braços, pernas, é necessário falar o nome
dever dos governos a conscientização e sensibilização da sociedade, para que desta forma possamos entender algumas coisas. Dentre elas: o que é dos órgãos sexuais de forma correta: pênis e vulva.
sexualidade? Como falar de forma adequada, sem Isso evita confusões na hora de relatar tanto para
quebrar tabus relacionados aos transtornos mentais.
erotizar ou mesmo cometer abusos em crianças e os pais quanto para médicos algum tipo de dor
adolescentes? ou incômodo. Além de ser um fator de proteção
no que diz respeito a prevenção à abusos. Muitos
COM VOCÊS A NOSSO CONVITE ESPECIAL Segundo a OMS (Organização Mundial de abusadores usam termos ambíguos, como
Saúde), “a sexualidade é vivida e expressa “pirulitinho” e “pepeca”, para fazer associações
CANTINHO DA ESCUTA ATENCIOSA SEMINÁRIO UM TRATO PELOS BONS TRATOS! em pensamentos, fantasias, desejos, crenças, maldosas e confundir crianças, principalmente.
Dia 25/05 às 14:00 no Teatro do Nazinha atitudes, valores, comportamentos, práticas,
Um espaço todo produzido e construído por doações papéis e relações”. É super educativo e saudável fazer comentários
dos nossos funcionários que doaram recursos financeiros Entrevistas com psicólogos, mães, Muitos acreditam que conversar sobre sexualidade do tipo: “filho(a), a mamãe ou o papai só toca no
e memórias afetivas de sua infância para que pudéssemos educadores e profissionais da rede é falar de genitalidade (órgãos sexuais). seu pênis ou sua vulva – quando for dar banho, de
criar um ambiente facilitador do diálogo e da compreensão de proteção sobre os dados das Contudo, engana-se quem pensa que sexualidade forma rápida, enquanto você ainda não sabe se
das nossas crianças. Não ficou lindo e afetuoso? violências contra crianças em se restringi a isso. levar sozinho(a)”. “Se qualquer outra pessoa tocar
Você também pode doar uma memória afetiva sua em você de uma forma que não goste pode pedir
vespasiano e estratégias afetivas
e melhorar nosso cantinho. Uma forma de proteção é compreender a para parar e falar não, você sabia? Em seguida,
para exercer os bons tratos.
complexidade do termo sexualidade. Sexualidade conte imediatamente para a mamãe, papai ou
Chama a gente no zap 987989098 é desde um abraço respeitoso, cumprimento de quem mais confia”.
Venha e garanta sua fitinha mão para aqueles que não são de abraçar, um
da proteção!! cafuné carinhoso na cabeça e uma cosquinha Diante de indagações do porquê dessas falas,
brincalhona com amamos nos divertir, até, na como pais e responsáveis, podemos apenas dizer:
idade certa, o início da vida sexual com uma todos temos o direito de saber como nos proteger
pessoa que amamos e desejamos assumir um e falar não para o que nos incomoda.
compromisso.
Em caso de dúvidas, leia livros, revistas e procure
FOTO: EDITORA CAQUI
Saber como falar também protege. Muitos pais sites confiáveis sobre o assunto.
perguntam: “como falar de sexualidade com
meus filhos?”. Falar com os filhos: “filho(a), lavou Mizael Silva, Psicólogo Clínico – CRP/MG:
o pênis ou a vulva direito? Filha(o), não ficamos 04/32692
pelados na frente de outras pessoas. Ficamos sem
(INSERIR AQUI MARCA roupas somente para tomar banho”. Isso é falar
sobre sexualidade. Responder perguntas: Por que
GCRIVA/ PREFEITURA E não pode ficar pelado? “Porque nosso corpo deve
CMDCA) ser cuidado e protegido.
OS EFEITOS DA NEGLIGÊNCIA NO COMPORTAMENTO E
AFINAL, QUE CULPA TENHO EU? DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Dizem que quando um problema não tem dono, ele não tem solução! ATENÇÃO!!!!!! Me proteja! Me cuide! Me ame! É a urgente chamada do momento!
Que se o problema é de todo mundo, ele não é de ninguém, logo, não haverá responsáveis pela solução.
Apesar de ser difícil de ouvir isso, me parece uma dura verdade. Um pedido de socorro de muitas crianças e adolescentes que sofrem com a omissão dos seus responsáveis, em suas funções
de “zelar pelos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à
Há quantos anos nós convivemos com crianças vítimas de uma infinidade de abusos e não conseguimos resolver essa cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária” Conforme ECA – Lei nº 8.069 de 13
situação? Você já sabia que elas aparecem em primeiro lugar como público que mais sofre violências? E pior, sabia que de Julho de 1990 – Art.4º.
em mais 90% das vezes essas violências acontecem dentro de casa? E olha que algumas violências são muito difíceis de
mensurar, e, por isso, sequer são contabilizadas, como a negligência. Aliás, sobre a negligência, tem gente que confunde A omissão, falta de atenção e ausência de proteção, para os cuidados com nossas crianças e adolescentes, caracteriza-
com abandono. Sei que não é seu caso, querido leitor, mas não custa a gente usar essa oportunidade para diferenciar, se uma negligência, portanto uma violação de direitos, que desencadeia sérios impactos no comportamento e
não é mesmo?! Abandono é o ato de deixar para trás, ocorre quando quem deveria cuidar vai embora e deixa a criança desenvolvimento das crianças. Para melhor compreensão e entendimento de todos, a negligência pode ser identificada
aos cuidados de outros familiares ou de terceiros, você encontra crianças abandonadas por seus familiares em orfanatos, como física, emocional e educacional: a negligência física, apresenta impactos no atraso do desenvolvimento, baixa
em casas de avós, de tios, nas ruas, entre outros. Negligência é o hábito de ignorar, de agir com indiferença, de não imunidade, aumento da propensão a doenças infecciosas, má nutrição, ocasionada pela falta de higiene, cuidados com
prestar atenção, de não ouvir, não abraçar, não cuidar, não alimentar, não brincar, não higienizar, e outros “nãos”. Tanto o a saúde, falta de alimentação; a negligência emocional, apresenta impactos direto no comportamento das crianças e
abandono quanto a negligência são violências muito cruéis e que causam muitos danos no cérebro e nas emoções das adolescentes, como agressividade, ideação suicida e de destruição, dificuldade de aprendizagem, consumo de drogas
crianças. Aliás, causam sérios danos em qualquer um, imagine numa criança! Certamente, querido leitor, você já deve ter e álcool, dificuldade de socialização, aumento de índices de criminalidade juvenil, ocasionada pela falta de suporte
experimentado essa dor, consegue imaginar conviver com ela diariamente? afetivo e ausência da figura de referência, necessários para seu crescimento e desenvolvimento; e como complemento,
e de extrema importância, a negligência educacional, que apresenta impactos direto na aquisição de conhecimentos
Dito isso, voltemos à nossa busca pelo culpado, quem seria o dono do problema da violência contra as crianças? Quem intelectuais, baixo rendimento escolar, dificuldade de aprendizagem, déficit de atenção, entre outros transtornos globais
está falhando? Quem deveria resolver e está se omitindo? Ou estaria fazendo de propósito? Se esse é o caso, quem do desenvolvimento, alto índice de abandono escolar, ocasionada pela falta de adesão ao ambiente escolar, sendo esta,
deveria intervir? Fato é que a nossa Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente respondem a esses uma responsabilidade prioritária daqueles que devem zelar pelos direitos da criança e do adolescente.
questionamentos declarando que: “é dever do Estado, da Família e da Sociedade garantir às crianças os seus direitos e
protegê-las”. Assim, te pergunto: se houvesse um tribunal onde as crianças fossem os juízes e promotores, você seria Diante de tantos impactos negativos observados, provocados pela negligência, fica o convite, seja presente na vida da
absolvido ou culpado pelo crime de violências contra as crianças? Bom, é horrível ter de admitir isso, mas confessemos: sua criança e adolescente! Proteja! Cuide! Ame! Atente-se a qualquer sinal de negligência!
somos todos culpados! E, o primeiro passo para a solução de um problema é nos sentirmos responsáveis pelo problema, Denuncie! Disque 100!
o segundo passo é reconhecer nossos erros é o terceiro passo é agirmos em busca da solução. Certa vez, um casal
apaixonado perguntou à Madre Tereza de Calcutá: - madre, como podemos tornar o mundo melhor? Ela respondeu a
eles: - vão pra casa e amem sua família! E que assim seja, que amemos nossas crianças, ainda que não tenhamos sido PRESENTES DE DEUS
amados como deveríamos, porque nós somos quebradores de ciclos ruins e vamos fazer a diferença para esta geração. E
aí? Vamos sair dessa condenação? Há 11 anos, recebi um presente de Deus.
A chegada das gêmeas Gabi e Juju, sendo que uma foi diagnosticada com síndrome de Down e por isso a nossa
Se a violência estiver acontecendo na hora, ligue 190 e chame a polícia. parentalidade é chamada de atípica. Parentalidade atípica diz respeito aos pais cujos filhos têm um desenvolvimento
Se você suspeita da violência, ligue no conselho tutelar da sua região, ou disque 100. que foge do esperado, do atípico, do padrão considerado normal. Foi um momento de grande surpresa e tensão, além
Amemos nossas crianças! Elas são maravilhosas. da síndrome Gabi veio com problemas cardiopatas, que precisou ser operada oito meses depois do seu nascimento.
Com Gabi toda família se desdobrou para uma busca de novos conhecimentos sobre a síndrome de Down. Aprendemos
“deixai vir a mim todas as crianças, pois a elas pertence o reino dos céus”. o verdadeiro sentido da palavra amor: doação, compreensão, cumplicidade e respeito a limitação do ser humano.
(TATYANA GURGEL) Buscamos vários especialistas para acolher da melhor forma
a nossa pequena Gabi. Que até nos dias de hoje se fazem necessário para
o melhor desenvolvimento e aprendizagem, para que ela cresça, com
habilidades e autonomia respeitando o seu processo. Com o apoio dos
profissionais aprendi a lidar melhor com a situação em que me
encontrava. Anos depois recebi o convite para ser diretora da creche,
onde encontro com varias crianças de inclusão, diversas patologias.
Com o meu histórico, posso contribuir e apoiar as mães atípicas
que buscam por este apoio.

Gentileza em ouvir os relatos faz toda diferença para as demandas


e cobranças diárias. Ser gentil também com palavras, está sempre
disponível para conversar quando necessário e quiserem, ser boa ouvinte
e sem julgamentos. E esse milagre se estendeu para que essa experiência
fosse vivida e dividida na minha gestão como diretora escolar, sempre
em busca de novos conhecimentos para melhor atendê-los.

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