Faculdade de História Disciplina de História Contemporânea I Docente Fabiano Vilaça
Estudo Dirigido: THOMPSON, E. P. A formação da classe operária inglesa. Tradução de
Denise Bottman. São Paulo: Paz e Terra, 1997, vol. III; p. 303 a 411.
Aluno Gabriel Lopes Ruiz
Matrícula 201810165811 Turma 2
realizado em 2021 Formação da classe trabalhadora e o Movimento do Operariado inglês.
Os anos subsequentes da revolução industrial coincidindo com as
reverberações da revolução Francesa, alteraram todo o panorama geral do trabalho ao redor da Europa. Como consequência desses dois eventos houve a ascensão da burguesia enquanto classe dominante e o surgimento de uma nova classe oriunda da exploração causada por esse novo modo de produção, o capitalismo industrial. A década de 20 do século XIX (uma década de aparente calmaria politica, no qual a efervescência causada pela revolução francesa, tinha “esfriado”) foi crucial para o desenvolvimento de uma consciência de classe, com importantes reivindicações por uma liberdade de impressa e revogação das leis de Associação. ‘ Foi nesse período que os sindicatos surgiram ganhando notoriedade e importância. Os sindicatos e as cooperativas de trabalhadores estimulou a criação de centro de educação voltados a própria classe trabalhadora. Desenvolvendo uma cultura letrada do próprio proletariado e do campesinato inglês, fato este que estimulou o surgimento de periódicos voltado para as classes trabalhadoras. E assim houve um ciclo virtuoso que estimulava a criação de um pensamento crítico entre os trabalhadores. Outro fator a ser mencionado era o autodidatismo causado por esse aumento da produção entre os próprios trabalhadores. E foi através desse desenvolvimentismo intelectual classista que os trabalhadores entenderam seu papel na sociedade inglesa, reconhecendo sua condição de exploração perante aos donos dos meios de produção e também a ausência de representatividade na politica institucional. A religiosidade detinha um importante papel de controle e alienação da classe trabalhadora, por isso suas autoridades foram alvos de questionamentos por parte dos movimentos sociais, porém é de se destacar que mesmo com uma relação conflituosa entre o movimento trabalhista e o clero inglês a moral cristã era extremamente difundida entre os trabalhadores. Apesar dos anos 20 serem característicos da constituição do movimento trabalhista, foi na década seguinte (anos 30) que ,efetivamente, os trabalhadores adquiriram uma consciência de suas condições econômicas e politicas, aumentando ainda mais a tensão entre as classes sociais. Houve também um aprofundamento das disputas no campo do saber e da liberdade de expressão. Foi durante esse período que ascenderam midiaticamente figuras como Carlile(Jornalista radical que lutou para a expansão da liberdade de impressa e Cobbet (também jornalista e membro do parlamento britânico, defensor dos camponeses). Foi nesse período também que a teoria Owenista ganhou enorme proporção entre as classes trabalhadoras. O Owenismo foi um movimento social (derivado das teses de Robert Owen) que buscavam melhores condições sociais, econômicas e politicas para os trabalhadores. Esse movimento acreditava que a exploração e a desigualdade social se extinguiriam através de reformas, mantendo a mesma estrutura social, buscado uma conciliação com as classes dominantes. Este movimento teve sua importância, pois ele foi uma importante ferramenta de conscientização de classe, e também foi mais aceitável para as elites pois não estimulava a radicalização das reivindicações trabalhista. Entretanto ele sofreu críticas severas, por conta desse ideal reformista e ao longo prazo se mostrou falho com relação ao seu objetivo de superação da desigualdade e a busca por melhores condições de vida para os trabalhadores E foi por esta impossibilidade de obterem resultados práticos que ficaram conhecidos como socialistas utópicos, principalmente por Marx e Engels e todos os socialistas científicos e anarquistas, pois para estes é somente através da revolução e rompimento com toda a superestrutura capitalista que a desigualdade social é capaz de ser extinta. Todo essa pujança e efervescência vividas na Inglaterra tendo como protagonista o movimento operário e trabalhista no geral foi fundamental não só na obtenções de maiores direitos sociais aos trabalhadores, mas na criação de uma identidade comum entre os trabalhadores, formando assim uma consciência de classe.