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O bebé nasceu às 9h e vai ser testado às 14h.

Os pais chamam-se Marta e Miguel e o


recém nascido chama-se Rafael.
A mãe não conseguiu idealizar a aparência física do filho, mas considera que já conhecia a
sua personalidade antes da nascença (provavelmente calmo ser for parecido à mãe). Rafael
começou logo por dar alguns sinais como pontapés. Na ecografia mostraram-se algumas
preocupações com uma assimetria nos ventrículos da criança, mas não se mostram
preocupados à nascença, pois parece que estava tudo bem.
Passando para a observação em si, esta irá servir descobrir o temperamento e a
personalidade do Rafael.
No início da observação a entrevista centra-se na família e não no bebé. O objetivo inicial
é criar uma relação significativa com o sistema familiar, percebendo o contexto do
nascimento da criança, o modo de vida dos pais e as suas expectativas e criar uma relação de
empatia entre os pais e o pediatra de modo a levar os pais a confiar no processo.
Quando a relação com a família parece ser bastante sólida passamos à segunda fase, em
que passamos a dar mais atenção ao bebé.

Primeira observação: saber se o bebe esta em sono profundo ou superficial (observar os


movimentos dos olhos: como existe movimento o sono é superficial). Esta observação
demora 2 minutos. O bebé está no estado 2.

Modulo de habituação
1. Habituação à luz

Captar se o bebé tem reação. Vê-se que a sua mão mexe ligeiramente. Enquanto a
mão mexe temos de esperar que ele volte ao estado de repouso. O bebé aproxima a mão da
cara ou da boca de forma a gerir o stress da situação.

2. Habituação ao som

O bebé teve uma reação discreta: abriu os olhos, mexeu braços e cabeça e deitou a
língua para fora - tem uma estratégia bem definida.

Chupar a língua constantemente ajuda-o a manter-se controlado - sensibilidade


perioral bastante acentuada, o que o ajuda a controlar a situação. Enquanto o bebé se estiver a
mexer não se repete o som, só quando ele voltar ao repouso.
Repetiu-se o estímulo e ele voltou a ter reação discreta por menos tempo e assim
sucessivamente.

Consegue durante algum tempo ignorar o estímulo negativo mas acaba por começar a
chorar.

Módulo Motor-Oral

O observador transporta bebé para cima da cama e despe-lhe as meias. Os braços têm
reação muito mais suave do que as pernas, principalmente o esquerdo, que demora mais
tempo a reagir.

3. Preensão plantar pé

Preensão plantar: a base dos pés é estimulada, com um dedo contra a planta do pé, de
modo a ser possível observar a flexibilidade - mostra que os dedos dos pés trabalham para
segurar o estimulo.

. Resposta ao Teste Babinski 


Os dedos abrem quando se passa uma vareta na planta dos dedos até ao calcanhar e do
calcanhar até aos dedos.

2.3. Ankle Clonus


Pressionando a planta, o pé do bebé empurra a mão do observador na direção contrária à
força. 
Causa flexão do pé contra a mão e resistência na coxa e joelho para contrariar o
movimento.

Módulo Tronco

4. Preensão palmar

Preensão palmar com o dedo sobre a mão, pressionando a superfície palmar. Os dedos
do bebé fecham para segurar a mão do observador.

Módulo Motor-Oral

5. Reflexo de sucção

O observador introduz o dedo na boca do bebé para avaliar reflexo da sucção.


Quando o dedo sai estimula o canto esquerdo e o bebé abre a boca e deita a língua de fora
num total de 3 vezes. É um bebé muito capaz de procurar a fonte de alimento. 

Sensibilidade perioral: permite desencadear o interesse do bebé na procura do estímulo.


Bebé depois desencadeia o reflexo da sucção. 

(*) quando isto é visível, significa que o bebe tem uma sensibilidade perioral muito
elevada.

Quando o observador pressiona a testa do bebé, os braços sobem. 


Normalmente só se faz no fim do exame, mas há bebes que no início se mostram mais
enérgicos, competentes do ponto de vista motor, etc.

6. Reflexo de busca

Mexe nos cantos, em cima e em baixo da boca (reflexo de busca) 

Módulo Tronco

7. Despir

O bebé esta a ser despido. Esta situação de ser despido é stressante para ele e começa a
chorar. O observador deixa de lhe tocar e começa a falar com os pais. Quando o observador
começou a falar com os pais, o bebé parou de chorar; ou seja, o bebe e particularmente
sensível ao diálogo entre os adultos – é sensível à interação social. O bebé interessa-se pela
linguística dos adultos. Leva à conclusão de que as suas competências sociais estão
desenvolvidas.

leve choro rápido

Caixinha com som outra vez (apercebe-se do som, não chora) 

Módulo da Habituação

8. Habituação ao som outra vez


leve choro rápido

Caixinha com som outra vez (apercebe-se do som, não chora) 

Módulo de Interação Social

9. Orientação auditiva inanimada

Com o bebé já despido, o observador vai buscar o estimulo auditivo inanimado (uma caixa
com coisas lá dentro) e tenta captar a atenção do bebé. O bebé vira-se para a esquerda e para
a direita, consegue procurar a fonte do estimulo, mas não foca a sua atenção muito tempo.

10. Orientação visual inanimada

O bebé segue a bola vermelha, mas perde-a. O bebé tem mais capacidades do que está a
apresentar neste momento. Conclui-se que deve estar em estado 4.

11. Orientação auditiva animada

O observador tenta captar a atenção do bebé com a voz: o bebé segue a fonte do estimulo,
mas perde-o. Com trabalho consegue recuperar a concentração no estimulo. 
Repete-se este estimulo várias vezes ate conseguir encontrar o “melhor desempenho”. 

Repetimos o estimulo apenas com a face do experimentador e novamente com a face e a


voz. É visível que o bebé consegue captar o estimulo.

Tem de se repetir isto tudo mais para a frente pois o bebé não está a dar o seu melhor.

12. Orientação visual e auditiva animada

Módulo Tronco

13. Puxar para sentar


O observador puxa o bebé para sentar. Reação da cabeça: ao subir, a cabeça não ficou
esquecida, mas quando já está sentado, fica caída para a frente. O bebé começa a chorar, e
este item tem que ser interrompido.

O observador vira o bebé de barriga para baixo, deitado sobre a sua mão direita e a mão
esquerda pressiona costas do bebé. Está à procura de manchas brancas nas costas do bebé,
que indicam que ele está stressado. Para aparecerem manchas brancas é porque a pele ficou
mais vermelha, o que significa que a pele teve mais afluxo de sangue - o sangue tem agora
uma distribuição diferente: a quantidade de sangue diminui na circulação interna e passa para
a circulação externa. 
Se aparecerem manchas brancas quando se pressiona o dedo, a mancha afasta-se, portanto,
o sangue está mesmo na circulação externa. 

(*) esta reação é mais um mecanismo de combate do que defesa.

3.8. Reflexo de Galanteador


Também aqui se observa que o observador passa os dedos nas costas do bebé numa linha
vertical de cima para baixo para ver qual o reflexo da encurvação. Quando o bebé é
estimulado assim, espera-se que o tronco do bebé consiga reagir, encurvando para o lado em
que esta a ser estimulado.

14. Reflexo de apoio plantar

Reflexo “Standing”
Ocorre assim que se apoia o bebé, agarrando-o pelas axilas, e se dá alguma suspensão e
eles esticam as pernas.

3.6. Reflexo da Marcha Automática


O observador coloca o bebé na posição vertical, segurando-o debaixo dos sovacos e
fazendo algumas oscilações para cima e para baixo. Vê-se que as pernas do bebé sobem e
descem alternadamente e, mais ainda, percebemos que também se nota que há duas flexões:
joelhos e tornozelos (o que permite que os pés colaborem também). 
Cada vez que os joelhos fletem, os pés também fletem, o que faz com que o movimento do
bebé se adeque perfeitamente à marcha automática.

15. Reflexo de gatinhar

Quando deitamos o bebé de barriga para baixo basta darmos um pequeno apoio na base
dos pés, empurrando, e vê-se que ele progride com muita facilidade. 

Colocamos o bebé de barriga para cima. Vê-se que quer chorar outra vez, por isso o
observador começa outra vez a conversar com os pais e mais uma vez ele acalma.

Módulo vestibular

16. movimento defensivo

Com o bebé deitado de barriga para cima, o observador tapa a sua cabeça com uma peça
de vestuário e vemos que as mãos e a cabeça se movimentam: presença de movimentos de
defesa.

17. Reflexo tónico do pescoço

O bebé está deitado de barriga para cima e o observador vira a cabeça do bebé para o lado
esquerdo e vê-se que a perna esquerda do bebé estica. Faz-se o contrário: vira a cabeça do
bebé para o lado direito e a sua perna direita estica.

. Reflexo de Moro
O bebé está seguro pelo observador numa posição entre a horizontal e vertical: sem deixar
cair o tronco, o observador deixa a cabeça do bebé cair abruptamente e observa a reação dos
seus braços - estes abrem, esticando-se para a frente como se fossem agarrar algo. Também
pode ser entendido como movimento de defesa.

Módulo tronco
3. Módulo de Itens do Tronco
3.9. Desvio Tónico da Cabeça e dos Olhos, e Nistagmo
O bebé é movimentado cerca de 90º para a direção direita e ele vira a cabeça e os olhos
para o lado direito em que esta a ser movimentado. É movimentado para a esquerda e ele vira
a cabeça e os olhos para a esquerda.

3.10. Resposta às Carícias (Cuddliness)


O observador avalia se o bebé tem capacidade para se adaptar ao corpo humano, primeiro
junto ao tronco do observador e depois na vertical, mais especificamente a curvatura do
ombro e do pescoço. O bebé mostra esta capacidade: quando está na vertical, em contacto
com o corpo, parece sentir-se confortável. É visível o rastreio horizontal.

Módulo de Interação Social

18. Orientação inanimada auditiva

Voltando ao teste da voz para testar se a capacidade de atenção melhorou. 

O bebé começa a chorar, e o observador testa quatro manobras para ele se acalmar: 1)
mostra a cara, 2) coloca a mão sobre a barriga, 3) agarra os braços do bebé e junta-os com a
sua mão, 4) usa a voz, fala com ele.

O observador testa a reação do bebé à voz da mãe. Ela começa a falar e o bebé vira-se em
direção à sua voz.
Repetem-se os estímulos de interação social para ver se o bebé tem um melhor
desempenho.

19. Orientação visual e auditiva animada


20. Orientação visual inanimada

Movimentando a bola vermelha, vemos que a concentração visual melhorou.

Testa-se a Imitação
O bebé faz um esforço para conseguir imitar, deitando a língua de fora (também pode
abrir a boca ou puxar os lábios para fora).

Nota: a língua funciona quase como um motor de funcionamento para o bebé, é


constantemente usada para a sua autorregulação, como forma de se acalmar, e controlar, etc.

No fim volta-se a vestir o bebé. Esta ultima parte é novamente dedicada ao sistema
familiar.

O pediatra coloca a língua de fora e o bebe imita algum tempo depois (não faz parte
da escala, é um extra).

Estímulo vocal melódico e diversificado por parte da mãe é interessante para o bebé e
pode considerar-se que o acalma, por outro lado o pai não consegue reproduzir as
propriedades melódicas da mensagem.  

O facto de der a voz da mãe pode também ser um fator calmante para o bebe, no entanto é
independente do fator do estímulo vocal.

Pode isolar-se o fator melódico da voz.

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