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PRINCÍPIOS IMPORTANTES do método montessori

1. MENTE ABSORVENTE

como pais, podemos moldar o comportamento e atitude desejados para nossos filhos, cercá-
los de beleza e da natureza, falar com eles usando uma linguagem rica e proporcionar
experiências memoráveis, sabendo que desde o nascimento estão absorvendo todas essas
coisas, as quais se tornarão uma parte indelével1 deles.

2. Tendências humanas

Quando entendemos no que as tendências humanas padrão estão guiando o comportamento


do nosso bebê, conseguimos perceber e interpretar melhor suas necessidades e agir
adequadamente. Certas tendências evidentes desde a infância são:

Orientação

Os bebês têm necessidade de se familiarizar com seu entorno e com o que está acontecendo à
sua volta.

A voz e os batimentos cardíacos da mãe — que ele já ouvia dentro do útero — são marcos
familiares, ou pontos de referência, que o ajudam a se orientar em seu novo entorno. As mãos
do bebê são outro marco familiar, pois ele tocava seu rosto e mexia os braços e as pernas
quando estava no útero, de modo que elas podem acalmá-lo. Muitas vezes, privamos o bebê
dessas referências ao colocar luvas ou “empacotá-lo”, impedindo a livre movimentação delas.

À medida que cresce, o bebê vai adquirindo esses elementos norteadores, mas a presença e a
voz da mãe são marcos durante toda a sua infância.

Ordem

Para ajudá-los, devemos manter os ambientes em ordem e criar rotinas e elementos


norteadores para que saibam onde estão e o que irá acontecer a seguir. Deve haver um lugar
para tudo — um lugar para se alimentar, para dormir, para cuidados físicos, para se
movimentar e brincar e até um lugar fixo para objetos no ambiente.

Comunicação

Até a maneira com que o tocamos é uma forma de comunicação e uma mensagem para ele.
Também devemos prestar atenção, ouvir e buscar entendê-lo quando se comunica, a fim de
atender às suas necessidades.

Exploração e Atividade

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Indelével: que não se pode apagar ou desaparecer.
Cabe a nós proporcionar oportunidades para essa exploração, disponibilizando objetos, tempo
necessário para que os decifre e tornando o ambiente seguro.

Resolução de Problemas

Talvez você duvide que um bebê possa resolver problemas, mas ele faz isso alcançando um
brinquedo, se não o colocarem em sua mão, ao invés de ser direcionado a eles. Para reforçar
essa tendência no bebê, devemos fornecer oportunidades para que ele brinque e explore à
vontade.

Repetição

A repetição é uma tendência humana que nos permite dominar habilidades. Ao observar
bebês repetindo uma ação, ao invés de supor que estão entediados ou tendo dificuldades, o
correto é lhes dar tempo e chance para praticar a repetição.

3. Períodos sensíveis

O bebê sente uma atração ou interesse irresistível por alguma coisa, seja uma ação/habilidade
ou um determinado aspecto do ambiente. Em geral, é possível reconhecer quando ele está em
um período sensível, pois demonstra um interesse intenso e constante por algo específico.

Alguns dos períodos sensíveis na infância são:

Ordem: nós providenciamos marcos ou pontos de referência que ajudam a criança a absorver
a ordem. Tais pontos de referência podem ser auditivos (um som ou uma canção) ou até
olfativos (um odor que avisa à criança que é hora de dormir ou de comer).

Movimentos: desde o nascimento, as crianças estão em um período sensível à movimentação.


Ao longo de várias etapas intermediárias, elas aprendem a alcançar, segurar, rolar, engatinhar,
sentar, fica em pé e andar.

Linguagem: devemos conversar com os bebês usando linguagem rica e bonita. Ao invés de
falas sem sentido ou palavras imaginárias, usamos as palavras mais belas que sabemos,
nomeamos objetos que o bebê vê, contamos o que está acontecendo ao redor dele e também
ouvimos e reconhecemos quando ele se comunica, mediante sons e balbucios.

4. Observação

Ao observar o bebê, começaremos a ver essas características atuando e poderemos captar o


que pode estar acontecendo com ele interiormente. A observação realmente é a chave para
aplicar o método Montessori, pois nos ajuda a conhecer nosso bebê e a agir adequadamente.

A observação nos permite:

Entender e acompanhar o desenvolvimento do bebê: Ele consegue explorar livremente? Ele


está tendo oportunidades para repetir?
Notar os esforços e as habilidades do bebê: como está usando os sentidos para interagir com
o ambiente? Observando com os olhos? Colocando na boca? Tocando? Testando? Tentando
modificar? Suas ações são intencionais? Quais intenções ele pode ter?

Identificar períodos sensíveis: qual é o atual interesse dele? O que está constantemente
buscando, repetindo e em que está investindo sua concentração?

Detectar e eliminar obstáculos para o desenvolvimento do bebê: quais são os obstáculos para
que possa se movimentar, comunicar e agir? O que pode estar atrapalhando sua
independência?

Saber quando ajudar e que tipo de ajuda oferecer: A observação nos ajuda a entender os
comportamentos, necessidades e tendências do bebê, e nos dá uma diretriz de como agir em
relação a eles. Por exemplo: um bebê que iniciará a transição de saída do quarto dos pais para
o seu próprio quarto, pode se sentir incomodado por não conhecer o novo local, para que isso
aconteça de forma tranquila observe as necessidades dele e os objetos de marco, passe mais
tempo com ele acordado no novo local, para que ele conheça e identifique, coloque uma foto
próxima ao bebê para que ele consiga vê, utilize todos os elementos sensoriais (cheiro, visão,
audição) para que essa transição ocorra de modo prazeroso para ele.

 Enquanto estamos a observar, é aconselhável se manter o mais invisível possível, para


que o bebê aja sem se dar conta da nossa presença.
 Quando observamos, começamos a reconhecer as capacidades surpreendentes do
bebê, e surge o impulso de elogiá-lo imediatamente, mas na medida do possível, o
ideal é observar sem interferir nem atrapalhar o seu foco.

ALGUMAS COISAS PARA OBSERVAR NO BEBÊ

MOVIMENTOS:

 Reação física a estímulos visuais ou auditivos;


 Movimentos por reflexo; movimentos intencionais.

HABILIDADES MOTORAS FINAS

 Como segura e mantém objetos;


 Quais dedos e qual mão usa;
 Como segura um chocalho ou colher;
 Quais habilidades motoras finas está praticando (como usar a preensão em pinça ou
dedos contra a palma da mão).

HABILIDADES MOTORAS GROSSAS

 Como ele fica em pé ou se senta;


 Como ele anda — distância entre as pernas ou movimentos com os braços;

Equilíbrio;

 Se ele escolhe atividades motoras grossas;


 Se o ambiente ajuda ou atrapalha seus movimentos.

COMUNICAÇÃO
 Sons que emite para se comunicar;
 Sorrir;
 Chorar — intensidade, volume, duração; Linguagem corporal;
 Como se expressa; Contato visual durante conversas;
 Linguagem usada;
 Como reage à comunicação.

DESENVOLVIMENTO COGNITIVO

 Em que está interessado;


 O que está praticando e aprendendo a dominar;
 As atividades que consegue concluir;
 Quanto tempo passa com uma atividade;
 Quantas vezes repete uma atividade ou a explora de outra maneira.

DESENVOLVIMENTO SOCIAL

 Interações com os outros — irmãos, outros bebês/crianças e adultos;


 Se ele observa os outros;
 Como ele pede ajuda;
 Se ele inicia interações;
 Como os outros reagem às tentativas dele;
 Como ele reage a pessoas desconhecidas.

DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL

 Quando ele chora, sorri e dá gargalhadas;


 Como ele é consolado ou se consola;
 Como ele reage a estranhos;
 Como ele lida com momentos de separação;
 Como ele reage a contrariedades.

ALIMENTAÇÃO

 O seio ou a mamadeira, incluindo quantidade ou duração;


 O que e quanto come;
 Como esses horários são/foram estabelecidos;
 Quem o alimenta;
 Como para de se alimentar;
 Se é passivo ou ativo — se precisa ser alimentado ou se alimenta-se sozinho;
 Se é estimulado ou ensinado a comer sozinho;
 Já na fase dos alimentos sólidos, quais alimentos são oferecidos e com qual
frequência;
 Reação dos adultos a tentativas de se alimentar, se comunicar e posições corporais.

SONO

 Ritmo de sono/vigília;
 Rotina noturna;
 Como adormece;
 Qualidade do sono;
 Posição durante o sono;
 Como volta a acordar — duração do processo e humor quando acorda.

INDEPENDÊNCIA

 Relação simbiótica com a mãe e outros membros da família;


 Se há ajudas ou obstáculos para adquirir mais independência.

VESTUÁRIO

 Se as roupas ajudam ou atrapalham os movimentos e a independência;


 Se tenta pôr ou tirar as roupas;
 Se expressa preferências pelas roupas.

AUTO-OBSERVAÇÃO

 Registre sua comunicação — o que você diz e como interage com ele;
 O que lhe ocorre quando o observa;
 Como você reage se ele não come ou dorme;
 O que você diz quando ele não faz algo que você queria ou que reprova.

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