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MÚSICA
METODOLOGIA DO ENSINO DA
MÚSICA
Batatais
Claretiano
2017
© Ação Educacional Claretiana, 2015 – Batatais (SP)
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma
e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o
arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação
Educacional Claretiana.
780.7 M151m
ISBN: 978-85-8377-533-1
CDD 780.7
INFORMAÇÕES GERAIS
Cursos: Graduação
Título: Metodologia do Ensino da Música
Versão: dez./2017
Formato: 15x21 cm
Páginas: 136 páginas
SUMÁRIO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................... 9
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS............................................................................. 11
3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE................................................................ 13
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 14
5. E-REFERÊNCIAS................................................................................................. 15
Conteúdo
Estudo de propostas de métodos ativos em educação musical do século 20.
Abordagens pedagógicas de educadores musicais dos métodos ativos (de pri-
meira geração: Dalcroze, Kodály, Willems, Orff, Martenot e Suzuki; e de segun-
da geração: Meyer-Denkmann, Schaffer, Paynter, Self, Wuytack, Koellreuter,
Swanwick e Gainza) a partir de atividades musicais diversificadas. Encaminha-
mentos pedagógicos a partir das práticas musicais. Construção de atividades
musicais criativas para diversos contextos de atuação a partir do entendimen-
to dos princípios pedagógicos de cada uma das metodologias. Abordagem
e adaptações das propostas dos métodos ativos por alguns educadores mu-
sicais brasileiros. Modelos de vivência, prática e planejamento do educador
musical dentro de diferentes metodologias e correntes de pensamento. Ava-
lição na educação musical.
Bibliografia Básica
FONTERRADA, M. T. de Oliveira. De tramas a fios: um ensaio sobre música e educação.
São Paulo: Editora UNESP, 2008.
MATEIRO, T. ILARI, Beatriz (Orgs). Pedagogias em Educação Musical. Curitiba: Ibpex,
2011.
SWANWICK, K. Ensinando música musicalmente. São Paulo: Moderna, 2003.
Bibliografia Complementar
BRITO, T. A. Música na educação infantil: propostas para a formação integral da
criança. São Paulo: Peirópolis, 2003.
JORDÃO, G.; ALLUCCI, R. R.; MOLINA, S.; TERAHATA, A. M. A música na escola. São
Paulo: Allucci & Associados comunicações, 2012. Download gratuito disponível
em: <www.amusicanaescola.com.br>. Acesso em: 08 nov. 2016.
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CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
PAZ, E. A. Pedagogia Musical Brasileira no século XX. Brasília: Editora MusiMed, 2000.
PENNA, M. L. Música(s) e seu ensino. 2. ed. Porto Alegre: Sulina, 2010.
SCHAFER, M. O ouvido pensante. São Paulo: UNESP, 1991.
É importante saber
Esta obra está dividida, para fins didáticos, em duas partes:
Conteúdo Básico de Referência (CBR): é o referencial teórico e prático que deverá
ser assimilado para aquisição das competências, habilidades e atitudes necessárias
à prática profissional. Portanto, no CBR, estão condensados os principais conceitos,
os princípios, os postulados, as teses, as regras, os procedimentos e o fundamento
ontológico (o que é?) e etiológico (qual sua origem?) referentes a um campo de
saber.
Conteúdo Digital Integrador (CDI): são conteúdos preexistentes, previamente se-
lecionados nas Bibliotecas Virtuais Universitárias conveniadas ou disponibilizados
em sites acadêmicos confiáveis. É chamado "Conteúdo Digital Integrador" porque é
imprescindível para o aprofundamento do Conteúdo Básico de Referência. Juntos,
não apenas privilegiam a convergência de mídias (vídeos complementares) e a leitu-
ra de "navegação" (hipertexto), como também garantem a abrangência, a densidade
e a profundidade dos temas estudados. Portanto, são conteúdos de estudo obrigató-
rios, para efeito de avaliação.
1. INTRODUÇÃO
Prezado aluno, seja bem-vindo!
Iniciaremos o estudo de Metodologia do Ensino da Músi-
ca, no qual você terá informações iniciais sobre os métodos que
fundamentaram a educação musical como a conhecemos hoje.
Conforme avançar em seus estudos, você notará que pro-
curamos elaborar um conteúdo capaz de proporcionar o conhe-
cimento de importantes propostas para a educação musical,
além de apresentar fundamentos para o posicionamento crítico
e reflexivo do educador musical, aliando a teoria a algumas su-
gestões práticas.
Além disso, este material trará a você conceitos, ideias, re-
flexões e, especialmente, um embasamento científico para guiá-
-lo em suas reflexões sobre a prática de educação musical.
Por isso, para compreender uma das formas segundo as
quais aprendemos música, lançaremos mão de pressupostos
pedagógicos de educadores norte-americanos na chamada me-
todologia triangular de ensino de artes, que pode ser aplicada
também à música dentro de suas especificidades.
De acordo com a professora Ana Mae Barbosa, a quem
se atribui o resgate dessa metodologia para aplicação no Brasil
(SANTOMAURO, 2009), o ensino de arte deve contemplar três
etapas, ou seja, o professor deve propor atividades assentadas
em cada um dos três pilares: apreciação, reflexão e produção,
em outras palavras, fruição, contextualização e ação. Podemos
observá-los na Figura 1, a seguir:
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS
O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida e
precisa das definições conceituais, possibilitando um bom domí-
nio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conheci-
mento dos temas tratados.
1) Metodologias do ensino: são ideias, propostas e/ou
ferramentas de ensino que podem ou não estar em for-
ma de material escrito e que refletem o pensamento
de um pedagogo de acordo com sua realidade/tempo.
2) Apreciação musical: tal qual nas artes, a apreciação é
uma ação da música. No entanto, como a música não
é uma arte "palpável", a apreciação aqui se refere à
audição musical. A audição, muitas vezes, é confun-
dida com um momento de relaxamento ou como a
atividade mais passiva da aula de música. Contudo,
é importante lembrar dois aspectos apontados por
França e Swanwick (2002, p. 12): em primeiro lugar, o
ouvir é, na verdade, o resultado de um ativo proces-
so perceptivo, que envolve desde a percepção sonora
até a interpretação dos estímulos captados pelos ou-
vidos, reconfigurando a música na mente do ouvinte;
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FRANÇA, C. C.; SWANWICK, K. Composição, apreciação e performance na educação
musical: teoria, pesquisa e prática. Em Pauta, v. 3, n. 21, p. 5-41, 2002.
GILIOLI, R. Erudição nas escolas. Revista de História.com.br. 2011. Disponível em:
<http://www.revistadehistoria.com.br/secao/educacao/erudicao-nas-escolas>.
Acesso em: 24 out. 2016.
5. E-REFERÊNCIAS
ARTE NA ESCOLA. Boletim Arte na Escola: avaliação em Arte. São Paulo, n. 53, abr./jun.
2009. Disponível em: <http://www.readoz.com/publication/read?i=1017252>. Acesso
em: 2 ago. 2016.
MADALOZZO, T.; MADALOZZO, V. Expressão Sonora e Educação Musical Infantil.
Disponível em: <http://repositorio.unicentro.br/handle/123456789/401>. Acesso em:
25 out. 2016.
SANTOMAURO, B. Conhecer a cultura. Soltar a imaginação. O ensino da área se
consolida nas escolas sobre o tripé apreciação, produção e reflexão. Revista Nova Escola,
São Paulo, ano 24, n. 220, p. 66-71, mar. 2009. Disponível em: <http://revistaescola.
abril.com.br/arte/fundamentos/conhecer-cultura-soltar-imaginacao-427722.shtml>.
Acesso em: 2 ago. 2016.
Lista de figuras
Figura 1 Os três pilares da metodologia triangular de ensino das artes. Disponível em:
<http://repositorio.unicentro.br/handle/123456789/401>. Acesso em: 25 out. 2016.
Objetivos
• Compreender o significado e a importância dos métodos ativos na educa-
ção musical.
• Identificar possibilidades de trabalho com os métodos ativos em diversos
campos de trabalho.
• Relacionar as ideias e bases teóricas dos métodos ativos com a realidade
profissional individual.
Conteúdos
• Métodos ativos em educação musical.
• História recente da educação musical no século 20.
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UNIDADE 1 – MÉTODOS ATIVOS DE EDUCAÇÃO MUSICAL
1. INTRODUÇÃO
Nesta unidade, apresentaremos a você o universo da edu-
cação musical e dos métodos ativos de ensino de música. Ao
contrário do que muita gente pensa, os métodos ativos não re-
metem, necessariamente, ao movimento, mas à participação ati-
va dos agentes de ensino-aprendizagem.
Inicialmente, precisamos definir claramente o que é a edu-
cação musical, o que são métodos ativos e qual a importância
dessas ideias no contexto educacional atual.
Segundo Molina (2012, p. 15), "um dos principais desafios
para o homem neste início de século 21 é o de repensar os mo-
delos de educação vigentes, preparando os estudantes para um
panorama que se apresenta, hoje, muito distinto daquele que
vigorava há vinte anos".
O ensino de música nas escolas vem se renovando nos últi-
mos tempos, o que nos mostra que o desafio apontado por Moli-
na (2012) tem sido enfrentado diariamente. No entanto, quando
refletimos sobre o ensino de música dos conservatórios e escolas
de música atuais, percebemos que pouco ou quase nada mudou
desde o início do século 20, como uma abordagem ainda muito
tradicional do ensino de música.
O ensino tradicional de música dos conservatórios e esco-
las privilegiava o ensino do instrumento musical. O aluno que de-
cidisse por ser pianista deveria enfrentar horas diárias de estudo
de técnica, posição das mãos, dedilhado e leitura de partitura,
ou seja, o envolvimento musical estaria muito mais restrito ao
aprendizado da técnica instrumental.
Por outro lado, com o estudo das teorias abordadas nesta
obra, esperamos que você compreenda que o ensino de músi-
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em
responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteú-
dos estudados para sanar as suas dúvidas.
1) A educação musical passou por muitas transformações ao longo do tem-
po, mas foi especialmente no século 20 que ela se modificou. Relacione as
colunas das palavras-chave com seus respectivos períodos:
a) Troca ( ) Período dos precursores
b) Criatividade ( ) Período dos métodos instrumentais
c) Passividade, intelectualismo ( ) Novos paradigmas
d) Integração ( ) Período dos métodos ativos
e) Movimento, atividade ( ) Período dos métodos criativos
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au-
toavaliativas propostas:
1) c, b, a, e, d
2) c
5. CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao final da primeira unidade, na qual você teve
a oportunidade de conhecer e compreender parte da história da
educação musical no Brasil e da trajetória inicial da Música na
escola.
Nas próximas unidades, apresentaremos um panorama so-
bre os princípios pedagógicos que caracterizaram o trabalho dos
pedagogos dos chamados "métodos ativos" de educação musi-
cal da primeira e segunda geração ao longo do século 20.
Os pedagogos musicais do século 20 são peças-chave para
nossa compreensão de metodologia musical atualmente. Eles
abriram novas possibilidades e novos olhares com relação à prá-
tica e à educação musical, voltando nossas atenções ao que real-
mente importa: o aluno.
6. E-REFERÊNCIAS
AMATO, R. C. F. Breve retrospectiva histórica e desafios do ensino de música na
educação básica brasileira. Revista Opus, v. 12, n. 12, p. 144-166, 2006. Disponível
em: <http://www.anppom.com.br/revista/index.php/opus/issue/view/12/showToc>.
Acesso em: 3 ago. 2016.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MATEIRO, T.; ILARI, B. (Orgs.). Pedagogias em educação musical. Curitiba: Ibpex, 2011.
PAZ, E. Pedagogia musical brasileira no século XX: metodologias e tendências. Brasília:
MusidMed, 2000.
Objetivos
• Conhecer aspectos relevantes de contextualização do período de atuação
dos educadores musicais pertencentes à primeira geração dos métodos
ativos.
• Aprofundar os conhecimentos referentes às pedagogias musicais propos-
tas por cada um dos educadores musicais da primeira geração dos méto-
dos ativos.
Conteúdos
• Métodos ativos em educação musical.
• Educadores musicais da primeira geração.
2) Leia com atenção as biografias. Faça relações com a sua vida pessoal e
com as reflexões que você tem diariamente a respeito da sua prática
profissional.
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3) Não se fixe em apenas um educador, pois cada um tem suas qualidades e
você pode usá-las em suas reflexões e práticas.
1. INTRODUÇÃO
Nesta unidade, apresentaremos a biografia e os métodos/
metodologias de cada educador da primeira geração do século
20, que foi e ainda é uma importante referência e fonte de pes-
quisa para a educação musical.
Em cada apresentação, você terá uma breve introdução
à biografia de cada autor, para que conheça, também, os seres
humanos que estão por trás de cada educador musical. É fun-
damental levar em consideração o contexto histórico-cultural
em que eles estão inseridos para que a avaliação acerca dos
métodos seja profunda e coerente. Não queremos convencê-lo
da maior importância de um ou outro método, mas sim mostrar
as diversas qualidades pedagógico-musicais existentes nesses
educadores.
Princípios Pedagógicos
Jaques-Dalcroze é considerado um pioneiro no estabele-
cimento dos princípios citados a seguir e, por isso, estes serão
revisitados ao longo do século 20:
• Necessidade da experiência dos elementos musicais
desde cedo.
• Importância de se experimentar com o corpo as sensa-
ções em relação à música e de transferir para a música
os instintos corporais (MARIANI, 2011).
O pedagogo acreditava que o ensino da música deveria
se iniciar desde cedo, com as crianças, o que vai de encontro
aos ideais pedagógicos do século anterior, em forma de vivên-
cias musicais, a fim de que o estudante conhecesse os elemen-
tos musicais antes pela prática e, depois, pela teoria. Sobre isso,
Jaques-Dalcroze afirma:
Todo o método repousa sob o princípio de que o estudo da
teoria deve seguir a prática – não se deve ensinar regras aos
alunos, que devem na verdade experimentar os fatos que de-
ram origem a essas regras. Antes de semear a grama, é preciso
preparar o terreno (JAQUES-DALCROZE, 1965, p. 59).
Ferramentas Pedagógicas
Partindo dos dois princípios fundamentais e do uso da rít-
mica corporal, Jaques-Dalcroze estabeleceu três ferramentas pe-
dagógicas em sua metodologia, como veremos a seguir.
Eurritmia, ou Eurythmics
Segundo Mariani (2011, p. 41), eurritmia significa "bom rit-
mo" ou "fluxo", no sentido de um envolvimento ativo do corpo
em uma verdadeira ginástica rítmica. O objetivo é que o estudo
dos elementos da música aconteça sempre a partir do movimen-
to, ou seja, utilizando o corpo como suporte para o entendimen-
to dos conceitos teóricos.
O trabalho com a eurritmia parte de uma educação muscu-
lar e respiratória, consideradas as fontes originais de ritmos em
nosso corpo.
Solfejo
A partir de práticas de eurritmia durante todo um ano,
Jaques-Dalcroze indica o segundo momento de sua pedagogia
musical como o solfejo, que é a faculdade de reconhecimento de
timbres (identidade de cada som), do senso de grau e de relação
da altura dos sons (o quanto são mais agudos ou graves entre si,
caracterizando cada tonalidade), e do entendimento e represen-
tação mental de melodias (ou seja, conseguindo "ouvir" um con-
junto de notas musicais mesmo sem cantar ou tocar) (MARIANI,
2011).
Dalcroze afirma ainda que o objetivo da prática de solfejo
é:
[...] ensinar os alunos a entender e representar mentalmente as
melodias e contrapontos em todas as tonalidades, harmonias e
combinações de toda natureza; a lhes decifrar e improvisar vo-
calmente; e a lhes notar e compor (JAQUES-DALCROZE, 1965, p.
61).
Improvisação
A etapa final da pedagogia proposta por Jaques-Dalcroze
é a improvisação, considerada o tipo de fazer musical mais com-
plexo. De forma geral, a improvisação pode ser entendida como:
[...] arte de criar algo no momento, portanto, em tempo limita-
do, com um material também limitado. Esse processo implica a
necessidade de tomar decisões certas para criar algo que fun-
cione naquele instante (COLLURA, 2008, p. 12).
Exemplos de atividades
Duplas em movimento
O professor apresenta aos alunos um determinado som
(por exemplo, toca um triângulo), e separa a turma em grupo 1
e grupo 2, solicitando que todos fiquem em pé em um espaço
amplo.
Agora todos devem se misturar, mas sabendo a qual grupo
pertencem (1 ou 2). A partir disso, são dadas informações sobre
o que deve ser feito no espaço; o professor diz sempre uma nova
regra e, para indicar que todos devem segui-la, utiliza o som do
triângulo.
Dessa forma, a cada toque do triângulo são dadas instru-
ções como:
1) estudantes do grupo 1 caminham o mais rápido pos-
sível, e estudantes do grupo 2, o mais lento possível;
2) vice-versa;
Improvisos corporais
Ao som de uma música, em roda, um aluno dá início à
atividade fazendo movimentos corporais associados à música.
Depois de um tempo, caminha para o outro lado da roda e "en-
trega" o movimento a um colega, que deve continuá-lo, e assim
sucessivamente.
Método Dalcroze––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A seguir, indicamos um vídeo de exercícios práticos sobre o uso do método
Dalcroze para aprofundar seus conhecimentos. Confira:
• YOUTUBE. Dalcroze Eurhythmics Exercises. Disponível em: <https://
www.youtube.com/watch?v=RXB67nHnty0>. Acesso em: 25 out.
2016.
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Para pensar––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
"Para Kodály, a música colabora na formação total do ser humano, tornando-se
parte de seu dia a dia na convivência social (ou profissional) daqueles que dela
participam" (CHOKSY, s.d. apud SILVA, 2011, p. 66).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Kodály é reconhecido, atualmente, pela sua colaboração
no campo da educação musical e por acreditar que não apenas
os músicos técnicos se beneficiam da formação, mas que a músi-
ca tem um papel crucial na formação do homem como um todo.
Princípios Pedagógicos
Para Kodály era muito importante estabelecer uma ligação
da música folclórica a três fontes formativas: o pensamento, o
sentimento e a vontade.
O pensamento estaria no papel dos musicólogos, que são
aqueles que efetuam a análise e a organização do material musi-
cal bruto. O sentimento seria o papel do compositor. Já a vonta-
de se situaria no papel do professor e do aluno, nos processos de
formação e educação (FONTERRADA, 2008, p. 154).
Com sua metodologia, Kodály buscava reconstruir a identi-
dade do povo húngaro, desenvolvendo a musicalidade individual
da totalidade da nação e mantendo a cultura musical considera-
da "natural", a partir das fontes de transmissão da tradição oral
(FONTERRADA, 2008, p. 154).
Para isso, propunha que era necessária a alfabetização mu-
sical universal, construída a partir de uma grande reforma no en-
sino, por meio do canto em grupo e da introdução de material
específico, composto por canções folclóricas e nacionalistas, no
currículo da formação escolar – o que de fato foi posto em prá-
Ferramentas Pedagógicas
Kodály adaptou três estratégias pedagógicas de outros
educadores e músicos, a fim de constituir uma metodologia
completa.
Sistema "Tateti"–––––––––––––––––––––––––––––––––––––
No vídeo indicado a seguir você poderá assistir uma demonstração de como
funciona esse sistema rítmico. Confira:
• HOOPER, J. Exercício com uso do sistema Tateti. Disponível em: <https://
www.youtube.com/watch?v=Qd3Un34qt-c>. Acesso em: 25 nov. 2016.
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Exemplos de atividades
Princípios Pedagógicos
A pedagogia de Willems é, portanto, baseada em seu en-
tendimento sobre o que ocorre no caminho do nervo auditivo,
ou seja, a formação de um elo entre o impacto fisiológico, a rea-
ção afetiva e a cognição.
Por isso, o princípio fundamental de sua pedagogia é o de
que a escuta é a base da musicalidade. Portanto, é possível esta-
belecermos as seguintes relações:
Ferramentas Pedagógicas
Com base nos aspectos apresentados anteriormente,
Willems fundamenta sua pedagogia musical.
Inicialmente, trabalha com elementos ligados à sensoriali-
dade auditiva, partindo dos parâmetros do som (altura, intensi-
dade, duração e timbre), dentro de suas variedades, que seriam
os sons naturais, artificiais e instrumentais (PAREJO, 2011).
Além de um destaque para as questões afetivas envolvi-
das na audição, o objetivo final da formação musical seria o
que Willems define como "inteligência auditiva" (FONTERRADA,
Exemplos de atividades
Dica
A suíte "O Carnaval dos animais", composta por Saint Saens,
tem 14 pequenas peças e já foi gravada por diversos grupos ins-
trumentais. Para encontrar mais modelos das atividades sugeri-
das anteriormente, basta procurar pelas palavras-chave coucou
(cuco) e oreilles (orelhas).
Princípios Pedagógicos
Orff partiu do pressuposto de que o aprendizado de mú-
sica deveria ser lúdico, envolvendo os estudantes em atividades
de canto, dança, percussão instrumental, corporal etc. Para ele,
esse estudo deveria começar desde cedo, na infância.
A ideia de ludicidade está apoiada na noção de que, assim
como no pensamento de outros pedagogos, o aprendizado acon-
tece primeiramente a partir da prática do fazer musical e, depois,
lendo e escrevendo (como acontece no aprendizado da língua).
Portanto, a experiência musical imediata é a base do pro-
cesso no qual se procura valorizar a expressão individual da crian-
ça ou, antes, seu "instinto natural" (BONA, 2011, p. 140-141).
Orff baseou suas ideias pedagógicas naquilo que chamou
de "música elementar". Em suas palavras,
A música não deve ser tida como abstrata, mas como uma inte-
gração de elementos da linguagem falada, do ritmo, do movi-
mento, da canção e da dança, numa experiência coletiva (BONA,
2011, p. 128).
Ferramentas pedagógicas
Um dos pontos-chave da pedagogia Orff é o trabalho com
o ritmo. A partir da definição de música elementar, Orff entende
que linguagem, música e movimento estão originalmente liga-
dos pelo fenômeno rítmico – o ritmo provém do movimento e é
a base da melodia, que por sua vez vem do ritmo da fala.
Por isso, o repertório proposto por Orff reúne poemas, ri-
mas, provérbios, jogos, ostinatos (padrões rítmicos repetitivos),
canções e danças (de fonte tradicional, folclórica ou original),
elementos executados falando, cantando ou acompanhando. A
partir do trabalho rítmico, inclui-se o movimento e a improvisa-
ção (BONA, 2011).
Exemplos de atividades
Parlendas
Escolha com os alunos uma parlenda. Repita diversas vezes
até que todos decorem e, então, divida a turma em grupos. Um
grupo deverá recitar a parlenda alternando entre lento e rápido.
Outro grupo deverá recitar a parlenda alternando entre forte e
fraco. Todos devem recitar ao mesmo tempo e procurar ouvir os
colegas. Ao final, os alunos devem improvisar formas diferentes
de recitar a parlenda.
O objetivo dessa atividade é trabalhar com a expressão vo-
cal e as parlendas.
Ostinato rítmico
Entregue aos alunos uma latinha de refrigerante limpa e
vazia. Ensine-os a executar um padrão rítmico simples: bater pal-
ma, levantar a latinha e abaixá-la fazendo som na mesa ou chão.
Execute esse movimento de maneira ritmada e repita diversas
vezes, executando o ostinato rítmico. Peça que os alunos pen-
sem em uma canção que possa ser encaixada nesse ostinato e
executem o ritmo enquanto cantam.
O objetivo dessa atividade é a prática do ostinato rítmico.
Improvisação
Distribua entre os alunos os instrumentos Orff (xilofones e
metalofones) que estiverem disponíveis.
Estabeleça qual escala será usada – pode ser a pentatônica
ou a escala de Dó Maior etc. – e retire as plaquetas que não se-
rão utilizadas.
O maestro da atividade deverá reger e indicar quais grupos
tocam um ostinato previamente criado, em 8 tempos. Após isso,
o maestro indica quem fará a improvisação sobre a escala prede-
terminada, também em 8 tempos.
O objetivo dessa atividade é a prática da improvisação.
A partir desses ideais musicais de Martenot, funciona até os dias
de hoje a Union des Enseignements Artistiques Martenot, que é
uma instituição dedicada ao ensino da arte, cujo trabalho pode
ser conhecido por meio do website oficial. Confira!
UNION DES ENSEIGNEMENTS ARTISTIQUES MARTENOT.
Home page. Disponível em: <http://federation-martenot.fr/>.
Acesso em: 12 ago. 2016.,
Princípios pedagógicos
O pensamento de Martenot é baseado em um princípio
de "pedagogia saudável", ou seja, leva em consideração as dife-
renças fisiológicas e psicológicas entre a criança e o adulto, res-
peitando o tempo natural de aprendizagem da criança (FIALHO;
ARALDI, 2011, p. 170).
Em outras palavras, Martenot se preocupa com a maneira
como o professor conduz o ensino da música para as crianças.
Por isso, enfatiza uma diferença fundamental entre o que chama
de "professor de arte" e "professor para a arte".
Segundo Martenot, o professor "de" arte tem o mero ob-
jetivo de cumprir metas a curto prazo, simplesmente repassan-
do conteúdos. Já o professor "para a" arte conduz o ensino de
forma a valorizar questões fundamentais como a sensibilização
dos estudantes, a importância da estabilidade física e psíquica, a
imaginação criativa etc., considerados muito mais importantes
do que uma formação técnica em história da música, teoria ou
habilidade instrumental.
Nesse aspecto, o professor e o ambiente musical têm
influência decisiva no favorecimento de conhecimentos aos
estudantes.
Para dar conta dessa formação diferenciada, a iniciação
musical se dá pelo despertar da musicalidade, com liberdade de
expressão e a partir de jogos e propostas lúdicas. Mais uma vez,
portanto, se trata de uma pedagogia que insiste na importância
do aprendizado musical desde cedo e a partir da prática, que se
torna responsável pela formação global do estudante (FIALHO;
ARALDI, 2011).
Ferramentas pedagógicas
A seguir faremos uma breve análise das ferramentas peda-
gógicas usadas por Martenot:
1) Desenvolvimento rítmico: experiências musicais ba-
seadas na alternância de relaxamento (thesis) e ativi-
dade (arsis), que é considerada uma das características
básicas da música da nossa cultura. Além disso, parte-
-se de um princípio da progressão em que o desenvol-
vimento rítmico se inicia com a vivência da pulsação
(que deve ser percebida de forma precisa), para só de-
pois ser possível expressar simultaneamente diferen-
tes ritmos e pulsação (FIALHO; ARALDI, 2011).
2) Desenvolvimento da audição: percebe-se as estrutu-
ras musicais sempre a partir do caráter imaterial da
música, e não de partituras; além disso, antecipa-se
os momentos de audição com relaxamentos (FIALHO;
ARALDI, 2011).
3) Desenvolvimento melódico (entonação): a partir do
uso de repertório de canções infantis, propõe-se es-
timular a memória musical melódica, verbal, gráfica
e gestual, partindo da correta audição para a correta
emissão (daí a importância da ferramenta anterior
(desenvolvimento da audição), de modo que expresse
diferentes estados de ânimo (FIALHO; ARALDI, 2011).
Ondas Martenot
Para conhecer o instrumento "ondas Martenot" e vê-lo em fun-
cionamento, acesse o link indicado a seguir:
PHILHARMONIA ORCHESTRA. A guide to the Ondes
Martenot. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=ZdnQtOrivV8>. Acesso em: 31 ago. 2016.
Exemplos de atividades
Qual é a música?
Cante uma canção já conhecida pelos alunos utilizando
a técnica na bocca chiusa (boca fechada) ou um instrumento
melódico.
Peça que eles identifiquem qual música está sendo
cantada/executada.
O objetivo dessa atividade é estimular a memória musical.
Galop Marquis
Proponha aos alunos a audição da peça Galop Marquis, de
F. Chopin.
Galop Marquis––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A seguir, ouça uma sugestão de áudio da composição Galop Marquis para
trabalhar em sua atividade com os alunos.
• CHOPIN, F. Galop Marquis. Disponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=q7UFtYA0WWE>. Acesso em: 25 out. 2016.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Essa peça foi escrita em 1846 por F. Chopin e foi pensada para
seus dois cachorros: Dib e Marquis.
Princípios Pedagógicos
Baseando-se na premissa de que todas as crianças apren-
dem a falar suas línguas maternas sem qualquer instrução téc-
nica ou formal, apenas por imitação, ele desenvolve a ideia de
que todo indivíduo possui talentos que podem ser desenvolvidos
pela educação.
Segundo Goulart (2000, p. 12), o método Suzuki se baseia:
[...] na sua observação do modo rápido e natural como as crian-
ças pequenas aprendem a língua materna. Sua primeira escola,
fundada em 1950 em Nagano, viu surgirem em curto prazo vá-
rios violinistas famosos.
Ferramentas Pedagógicas
Para analisar as ferramentas pedagógicas de Suzuki, é inte-
ressante lançarmos mão da crítica de dois educadores musicais
brasileiros a respeito da metodologia Suzuki e de sua aplicação
no Brasil: Marisa Fonterrada e Fredi Gerling.
Marisa Fonterrada
Marisa Fonterrada é professora da UNESP (São Paulo) e
argumenta que há uma contradição entre o que Suzuki chama
de "meio" e o verdadeiro meio ambiente musical do Japão, de-
monstrando que o meio é fundamental no processo de aprendi-
zagem da língua. O objetivo seria potencializar a mesma lógica
no aprendizado da música.
Fredi Gerling
Fredi Gerling é doutor em Artes Musicais pela Universida-
de de Iowa e, diferentemente de Fonterrada, propõe uma breve
explanação dos princípios pedagógicos da metodologia Suzuki,
para então responder ao que ele afirma serem "algumas das crí-
ticas mais difundidas do método" (GERLING, 1989, p. 51).
A primeira crítica diz que "o método Suzuki é massificado e
mecânico, as crianças tocam todas igualmente" (GERLING, 1989,
p. 51-52), a que o autor responde demonstrando que o aprendi-
zado em grupo e o hábito de tocar em conjunto uniformemente
são algumas das mais importantes habilidades em música. Dessa
forma, para Gerling, o professor deve permitir a criação musical,
mas sempre dentro de limites propostos pela música.
Outra crítica é de que não há material técnico suficiente no
livro, o que é combatido por Gerling:
[...] cada peça está no método por um motivo técnico e musical.
Estes críticos demonstram sua desinformação, não entendendo
que o repertório é a base para que o professor use a sua criati-
vidade, observando as necessidades individuais do aluno para
que este desenvolva uma técnica sólida (GERLING, 1989, p. 52).
Exemplos de atividades
Gesto musical
Escolha uma música conhecida dos alunos e proponha que
todos cantem a peça com a sílaba "tá", para treinar a memória.
Depois, as notas mais longas terão um gesto previamente
combinado com os alunos. E, nas notas curtas, por exemplo, to-
dos ficam parados.
O objetivo dessa atividade é aperfeiçoar a compreensão
do parâmetro musical da duração.
Instrumento musical
Na prática Suzuki a ideia de incentivar o aluno à prática
diária é bastante pertinente e discutida. Por isso, a atividade su-
gerida por Ilari (2011) no livro Pedagogias em Educação Musical
constitui um bom exemplo para este momento de seu estudo:
Na fase preparatória, que antecede as aulas de música, alguns
professores sugerem que os pais introduzam o instrumento de
forma lúdica, como, por exemplo, através da construção con-
junta de um instrumento de papelão. A criança participa da
criação à manutenção do instrumento, o que pode ser muito
útil quando ela tiver um instrumento "de verdade" (ILARI, 2011,
p. 208).
3.1. JAQUES-DALCROZE
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em
responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteú-
dos estudados para sanar as suas dúvidas.
1) Segundo Jaques-Dalcroze, a improvisação é:
a) A expressão musical individual do estudante.
b) A expressão musical de um talento.
c) A expressão musical do manossolfa.
d) A expressão musical da compreensão harmônica.
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au-
toavaliativas propostas:
1) a.
2) b.
3) d.
4) a.
5. CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao final da Unidade 2, na qual você teve a chan-
ce de conhecer os principais pedagogos musicais da Primeira
Geração do século 20. Todos esses pedagogos contribuíram, de
uma forma ou de outra, para que a educação musical como co-
nhecemos hoje fosse forte e reflexiva.
Não deixe de ver o Conteúdo Digital Integrador, pois ele
foi construído para que você amplie seu conhecimento sobre o
assunto. Na próxima unidade, você aprenderá mais a respeito
dos pedagogos musicais da Segunda Geração do século 20. Você
está preparado?
6. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 Émile Jaques-Dalcroze. Disponível em: <https://global.britannica.com/
biography/Emile-Jaques-Dalcroze>. Acesso em: 24 out. 2016.
Figura 2 Zoltán Kodály. Disponível em: <http://www.bbc.co.uk/music/artists/
f0b9f872-502d-4ff4-825e-5b97aee4f0c0>. Acesso em: 24 out. 2016.
Figura 5 Edgar Willems. Disponível em: <http://terradamusica.com.br/edgar-
willems/>. Acesso em: 24 out. 2016.
Figura 6 Carl Orff. Disponível em: <http://terradamusica.com.br/carl-orff/>. Acesso
em: 24 out. 2016.
Figura 8 Maurice Martenot. Disponível em: <https://encrypted-tbn0.gstatic.com/
images?q=tbn:ANd9GcSWSHYPKj0ebprk2Ew4D5jIAcmNi5WsLzMQaRw7_Pr-
vGFmpGsXPQ>. Acesso em: 25 out. 2016.
Figura 9 Shinichi Suzuki. Disponível em: <https://suzukiassociation.org/
images/540@2x/conference2006/suzuki051.jpg>. Acesso em: 25 out. 2016.
Sites pesquisados
GOULART, D. Dalcroze, Orff, Suzuki e Kodály: semelhanças, diferenças, especificidades.
Disponível em: <http://www.dianagoulart.com/Canto_Popular/Educadores_files/
COMPARACAOMETODOSDOKS.pdf>. Acesso em: 1 out. 2015.
INTERNATIONAL SUZUKI ASSOCIATION. Digital Downloads of Suzuki Recordings.
Disponível em: <http://www.internationalsuzuki.org/>. Acesso em: 15 set. 2016.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BONA, M. Carl Orff: um compositor em cena. In: MATEIRO, Teresa; ILARI, Beatriz
(orgs.). Pedagogias em Educação Musical. Curitiba: IBPEX, 2011. p. 126-156.
BOURSCHEIDT, L. Música elementar para crianças: arranjos de canções infantis
brasileiras para instrumentos Orff. Curitiba: DeArtes-UFPR, 2007.
COLLURA, T. Improvisação: práticas criativas para a composição melódica na música
popular. Rio de Janeiro: Vitale, 2008.
FIALHO, V. M.; ARALDI, J. Maurice Martenot: educando com e para a música. In:
MATEIRO, Teresa; ILARI, Beatriz (orgs.). Pedagogias em Educação Musical. Curitiba:
IBPEX, 2011. p.158-184.
FONTERRADA, M. T. O. De tramas e fios: um ensaio sobre música e educação. 2. ed.
São Paulo: Unesp, 2008.
GERLING, F. Suzuki: o "método" e o "mito". Em pauta, Porto Alegre, n. 1, v. 1, dez./1989,
p. 47-56.
JAQUES-DALCROZE, E. Le rythme, la musique el l"éducation. Paris: Faetisch 1558, 1965.
MARIANI, S. Émile Jaques-Dalcroze: a música e o movimento. In: MATEIRO, Teresa;
ILARI, Beatriz (orgs.). Pedagogias em Educação Musical. Curitiba: IBPEX, 2011. p. 26-
54.
PAREJO, E. Edgar Willems: um pioneiro da educação musical. In: MATEIRO, Teresa;
ILARI, Beatriz (Orgs.). Pedagogias em Educação Musical. Curitiba: IBPEX, 2011. p. 91-
123.
SILVA, W. M. Zoltán Kodály: alfabetização e habilidades musicais. In: MATEIRO, Teresa;
ILARI, Beatriz (orgs.). Pedagogias em Educação Musical. Curitiba: IBPEX, 2011. p. 56-
87.
WOODWARD, B.; BROYLES, J. Using Kodály and Orff in the Church. Nashville: Genevox,
1988.
Objetivos
• Conhecer aspectos relevantes de contextualização do período de atuação
dos pedagogos musicais pertencentes à segunda geração dos métodos
ativos.
• Aprofundar os conhecimentos referentes às pedagogias musicais propos-
tas por cada um dos pedagogos musicais da segunda geração dos métodos
ativos.
Conteúdos
• Métodos ativos em educação musical.
• Pedagogos musicais da segunda geração.
2) Leia com atenção as biografias. Faça relações com a sua vida pessoal e
com as reflexões que você tem diariamente a respeito da sua prática
profissional.
81
3) Não fixe em apenas um educador, pois cada um tem suas qualidades e
você pode usá-las em suas reflexões e práticas.
1. INTRODUÇÃO
Violeta Gainza (1929), educadora musical argentina, ao
estabelecer um panorama da educação musical moderna, com-
para as pedagogias musicais da primeira geração ao ensino tra-
dicional identificado como do século 19.
A autora afirma que o ensino musical tradicional pode ser
resumido nos conceitos de passividade e intelectualismo, e as
novas pedagogias musicais, nos conceitos de movimento e ati-
vidade. Além disso, Gainza entende que, nas concepções tradi-
cionais, o objetivo do ensino de música era a própria música na
condição de conhecimento teórico; já nas novas pedagogias, o
objetivo passa a ser o sujeito musical (GAINZA, 2003).
Em outras palavras, a autora afirma que, no novo pensa-
mento das pedagogias musicais ativas,
[...] tratou-se, então, de recuperar a educação musical das
crianças, através da atividade e da experiência, da vivência mu-
sical, que se achava extraviada no mais mecânico e estéril dos
intelectualismos (GAINZA, 1988, p. 102).
Princípios Pedagógicos
A hipótese de Meyer-Denkmann era a de que seria possí-
vel pensar em uma concepção experimental e interdisciplinar da
música, o que fica evidente até mesmo pelo título de seu livro
publicado em 1970, e posteriormente adotado como material di-
dático, intitulado Experimentos sonoros e improvisação na infân-
cia: novos caminhos para uma educação musical básica, no qual
propõe a experimentação e a criação a partir de ações sonoras
conduzidas pelas crianças (SOUZA, 2011, p. 229).
A sua crítica estava não só na questão da limitação de re-
pertório, mas decisivamente no entendimento da função do pro-
fessor de música, que, segundo ela, deveria ser considerado um
verdadeiro agente político responsável pela formação artística
dos alunos.
Pode-se dizer, então, que o foco de Meyer-Denkmann esta-
va na educação musical desde cedo na vida das crianças, com o
objetivo de transformar a música em uma ferramenta de justiça
social, mas sempre propondo novas relações das crianças com o
mundo sonoro (SOUZA, 2011).
A proposta de Meyer-Denkmann tinha como objetivos:
(i) ampliar a capacidade de percepção e sensibilidade artística;
(ii) promover a autorrealização no campo das relações sociais;
(iii) desenvolver as capacidades criativas e o pensamento
crítico-produtivo;
(iv) preparar para uma diferenciação crítica e consciente da
oferta musical (SOUZA, 2011, p. 230).
Na concepção metodológica de sua pedagogia, Meyer-
-Denkmann propõe um entendimento inicial de como a crian-
ça percebe os conceitos de som, forma, tempo, e como se deve
trabalhar as possibilidades de uso da voz e dos instrumentos na
Ferramentas Pedagógicas
O foco central do trabalho pedagógico musical de Meyer-
-Denkmann está "na descoberta do som como material bruto
pela criança, apoiada no ouvir e registrar aquilo que se ouve"
(SOUZA, 2011, p. 231).
Essa sensibilização sonora exige, portanto, uma ação ex-
perimental e criativa, de forma a "descondicionar" a criança da
música dita "pedagógica" ou "escolar", a partir de processos de
criação coletivos com repertório amplo (SOUZA, 2011).
Esses processos podem ser chamados de "ações sonoras"
que partem de uma série de exercícios, iniciando com uma ex-
perimentação sonora, ouvindo e comparando sons, sempre a
partir de atitudes do próprio grupo – ou seja, sem treinamento e
direção limitada pelo professor (SOUZA, 2011, p. 233-234). Tais
ações podem ser gravadas para, em seguida, propor-se a audição
e a análise do resultado, o que favorece o treinamento da capa-
cidade de julgamento da criança (SOUZA, 2011).
Exemplos de atividades
Exploração sonora
Busque, com os alunos, diversas sonoridades dentro da
sala de aula. Utilizando alguns objetos sonoros como lápis, ré-
gua, canetas e carteiras, explore os sons ocultos dentro da sala
de aula.
Leve-os a refletir sobre esses sons: como soa quando jun-
tos esfregamos as mãos nas paredes? Como soa quando bate-
Princípios Pedagógicos
Segundo Schafer, a ecologia é o estudo da relação entre
os seres vivos e o ambiente. Ele chama de "ecologia acústica” o
estudo da relação da sociedade com os sons e de que forma as
ações dos indivíduos têm impacto no ambiente sonoro no qual
habitam (SCHAFER, 2001, p. 290).
Entendendo que há um conjunto de sons e ruídos que
constituem o ambiente sonoro em que vivemos, Schafer lança
mão do conceito de "paisagem sonora" como um panorama
constituído não de objetos visíveis, mas sim de eventos que po-
dem ser ouvidos.
O importante é que esse ambiente não está estruturado de
forma natural, pois os indivíduos é que são os agentes da paisa-
gem sonora, fazendo com que ela seja uma grande composição
musical que se desdobra incessantemente. Além disso, esses in-
divíduos são, ao mesmo tempo, público, executantes e composi-
tores (SCHAFER, 2001).
Então, o ponto central desse princípio é que, para se de-
senvolver um trabalho musical, faz-se necessário, inicialmente,
aprender a ouvir, concentrando os esforços naqueles sons que
realmente interessam ao estudo da música, separando-os da
densa e ruidosa paisagem sonora. Por isso, Schafer propõe o
conceito de "limpeza de ouvidos", utilizando uma série de es-
tratégias que têm por objetivo essa focalização nos sons musi-
cais em detrimento dos ruídos externos indesejados (SCHAFER,
2001, p. 291).
Segundo o autor, os ouvidos são expostos e vulneráveis,
pois, involuntariamente, captam todos os sons do horizonte
acústico, em todas as direções. Por essa razão,
[...] antes do treinamento auditivo é preciso reconhecer a ne-
cessidade de limpá-los. [...] Os ouvidos também executam ope-
rações muito delicadas, o que torna sua limpeza um pré-requi-
sito importante a todos os ouvintes e executantes de música
(SCHAFER, 1991, p. 67).
Ferramentas pedagógicas
Do ponto de vista pedagógico, o conceito mais paradoxal
na metodologia de Schafer é justamente o fato de que não há
método, pois o educador age de forma descritiva e não prescri-
tiva; de maneira não linear e desordenada, ou seja, o recurso a
que outros educadores, como Marisa Fonterrada, recorrem para
descrever o pensamento pedagógico de Schafer é basear-se nas
Exemplos de atividades
Silêncio da paisagem
Proponha aos alunos que permaneçam em silêncio por um
minuto e, em seguida, que discutam como se sentiram e o que
ouviram.
Feito isso, proponha que retomem o silêncio por mais um
minuto e, desta vez, de olhos fechados. Em seguida, peça que
discutam novamente.
Por último, peça que todos permaneçam um minuto con-
versando com seus amigos.
Discuta, também, sobre essa diferença de percepção tem-
poral de cada uma das propostas.
O objetivo dessa atividade é a percepção de silêncio e dos
sons que não prestamos atenção.
Paisagem sonora
Leve a turma para um passeio: pode ser no pátio externo,
em volta da quadra ou na sala de aula ao lado.
Peça aos alunos que anotem todos os sons que forem ou-
vidos nesse trajeto; após isso, peça-os para listar os sons ouvidos
e classificá-los por:
1) Sons naturais.
2) Sons humanos.
3) Sons tecnológicos.
Depois, discuta com os alunos a diferença entre a paisa-
gem sonora atual e a de 30 anos atrás. Dentro da classificação
que eles fizeram, qual som mudaria de categoria? Haveria sons
diferentes?
O objetivo dessa atividade é despertar a consciência
sonora.
Princípios pedagógicos
A proposta de Self tem como foco a criação, passando pela
escuta ativa, sempre tendo em vista a música de vanguarda.
Para isso, lança mão de uma série de procedimentos de
criação com altos índices de imprecisão, aleatoriedade e impro-
visação – os mesmos elementos inovadores que substituem os
valores tradicionais da música ocidental (FONTERRADA, 2008).
Entre eles, estão as seguintes quebras de paradigma:
1) a ênfase não na pulsação musical, mas em organiza-
ções rítmicas irregulares e estipuladas pelo regente no
momento da execução;
2) o tratamento da altura não com escalas tradicionais,
mas com toda a gama de sons cromáticos e de altura
indeterminada, incluindo as dissonâncias;
3) o uso instrumental não limitado à pequena percussão
e aos instrumentos tradicionais, mas estendido a toda
Ferramentas pedagógicas
O trabalho com a variedade instrumental parte de uma di-
visão dessas fontes sonoras entre as que produzem sons curtos,
as que produzem sons que se extinguem gradualmente e as que
produzem sons possíveis de serem sustentados (conceito de te-
nuto) (FONTERRADA, 2008).
Além disso, a notação musical sugerida é simplifica-
da, empregando-se termos e símbolos como estes citados por
Fonterrada:
Exemplos de atividades
Categorização de sons
Proponha que os alunos descubram e explorem os diver-
sos sons existentes na sala de aula, não apenas os sons de ins-
trumentos musicais, mas do mobiliário e estrutural, de maneira
geral.
Discuta com eles a categorização desses sons segundo Self:
(1) curto; (2) tremolo; (3) de extinção gradual; (4) tenuto; (5) ou-
tros sinais para efeitos especiais.
Sinais musicais
A partir da ideia da atividade anterior, proponha que os
alunos organizem os sons explorados e os notem segundo os si-
nais empregados por Self. Além disso, proponha a execução com
a condução de um regente.
O objetivo dessa atividade é a execução musical.
Princípios pedagógicos
Paynter considera que o ensino da música na escola deve
servir para uma série de objetivos: ampliar a capacidade audi-
tiva, investigar todo fenômeno sonoro como fonte de criação
musical, despertar a sensibilidade e integrar o grupo na prática
musical (FONTERRADA, 2008, p. 186).
Ferramentas pedagógicas
Os projetos musicais a serem desenvolvidos com os alunos
podem durar mais do que uma ou duas aulas, dependendo do
envolvimento dos alunos e da complexidade da proposta inicial,
e desenvolvem-se a partir de uma série de etapas: o planejamen-
to da ação, iniciando com a exploração sonora e a organização do
material explorado; o trabalho criativo em si; a apresentação do
trabalho; a audição de outros trabalhos e a análise crítica (FON-
TERRADA; 2008; MATEIRO, 2011).
A proposta de Paynter é muito ligada à música contempo-
rânea, inclusive, estabelecendo ligações com outras linguagens
artísticas, mas ele alerta que o professor pode e deve estabe-
lecer constantes visitas a outras referências de estilos, gêneros,
instrumentos e técnicas musicais (MATEIRO, 2011).
Exemplos de atividades
Indo e Voltando
Procure com seus alunos diversos sons no ambiente esco-
lar. Organize-os em categorias sugeridas pelos próprios alunos.
Depois, reúna dois ou mais sons em “frases” e, misturando as
frases, procure novos sons para conectá-las.
O objetivo dessa atividade é exercitar a criação musical.
Obras Contemporâneas
Mostre aos alunos algumas peças musicais contemporâ-
neas. Discuta com eles os materiais musicais empregados e use
essas peças como inspiração para categorizar e compor a suges-
tão da atividade anterior.
Princípios pedagógicos
A educadora musical Teca Alencar de Brito (2011), que teve
um contato de duas décadas com Koellreutter, resume os pontos
que considera centrais para o entendimento de sua proposta:
1) As orientações dadas por Koellreutter dizem respeito
à atuação do professor, principalmente em dois senti-
dos: sempre estar aberto para aprender a apreender
dos alunos o que ensinar; promover um questiona-
mento constante daquilo que se produz, afinal, "não
acreditar" é o princípio e o fim da ciência e da arte.
2) Atualiza-se os conceitos musicais tradicionais, incorpo-
rando elementos da música de vanguarda na educação
musical.
3) Discute-se o relacionamento e a interdependência
entre a música, as demais artes, a ciência e a vida
cotidiana.
4) Considera-se o ser humano como objetivo maior da
educação musical.
5) Defende-se o uso da improvisação musical como uma
ferramenta fundamental para a realização do trabalho
pedagógico (BRITO, 2011).
Koellreutter entende que o ambiente de produção musical
deveria ser marcado por discussões, debates e trocas de ideias,
em uma perspectiva distante do pensamento tradicional do en-
sino de música. Além disso, afirma que é "inútil a atividade da-
queles professores de música que repetem doutoral e fastidiosa-
mente a lição, já pronunciada no ano anterior" (BRITO, 2011, p.
32). Para ele, o aluno deveria compreender que o valor do artista
reside justamente na criação de novas ideias.
Ferramentas pedagógicas
Koellreutter destaca a importância de que não haja um
método rígido a ser seguido. O autor considera que a educação
musical deve ter um currículo aberto, flexível e dinâmico, ten-
dendo ao questionamento crítico do sistema, ao despertar e ao
desenvolvimento da criatividade por meio de três tarefas:
• a valorização de todo tipo de cultura musical global;
• a valorização das artes e da estética, em pé de igualda-
de com as ciências e a tecnologia;
• a valorização do futuro (valores e responsabilidades)
tanto quanto do passado (BRITO, 2011).
Brito desenvolve uma argumentação sobre o que Koell-
reutter intitula de "ensino pré-figurativo", ou seja, uma educa-
ção musical que busca sugerir, delinear, circunscrever o trabalho
musical, muito mais do que afirmar regras preestabelecidas (BRI-
TO, 2011, p. 38).
Koellreutter, nesse sentido, entende que o ensino pré-figu-
rativo opera quando, ao invés de princípios teóricos e de harmo-
nia, trabalha-se com a invenção de novos princípios de ordem;
quando, ao invés de ensinar conteúdos enciclopédicos, leva-se o
estudante a questionar tudo o que se ensina; quando, ao invés
de considerar a história da arte como uma sucessão de obras-
-primas, interpreta-se as obras do passado, relacionando-as com
o presente; e quando, ao invés de copiar fórmulas de compo-
sitores, o estudante é levado a criar novas formas e princípios
estruturantes (BRITO, 2011, p. 38).
Para tanto, Koellreutter valoriza a improvisação como
ferramenta fundamental, desenvolvendo jogos, os chamados
“modelos de improvisação", nos quais os estudantes vivenciam
Exemplos de atividades
Ostinato e improviso
Nesta atividade, cada aluno deverá ter um instrumento
musical. O professor indicará um dos alunos para iniciar um im-
proviso sem tempo determinado. Ao fim da improvisação, o alu-
no deverá marcar um ostinato rítmico, até que a turma perceba
que é um momento de imitação. Depois, passa-se para o próxi-
mo improviso.
O objetivo dessa atividade é a prática do improviso e do
ostinato rítmico.
Cotidiano
O professor deve escolher com os alunos uma cena do
cotidiano e representá-la dramaticamente, musicalmente e
verbalmente.
Como exemplo, podemos representar uma rua do centro
de uma grande cidade, com os anúncios de lojas, os vendedores
ambulantes e o som dos carros.
O objetivo dessa atividade é trabalhar com a criação livre,
improvisação e paisagem sonora.
Princípios pedagógicos
Wuytack assume que sua metodologia é baseada em qua-
tro princípios, que veremos a seguir.
Antes disso, como ponto de partida, esse educador en-
tende que toda criança pode ser incluída ativamente no fazer
musical, independentemente de seu nível de desenvolvimento
musical.
A música deve, portanto, ser acessível a todas as crianças
(BOURSCHEIDT, 2008).
Vamos, então, aos princípios de sua metodologia:
1) Atividade: toda criança é ativa por natureza e, por isso,
é necessário que o professor atue não apenas falando
sobre música, mas envolvendo a criança em experiên-
cias musicais significativas.
2) Criatividade: sendo a criatividade um processo ineren-
te à música, deve-se promover momentos de impro-
visação, composição e interpretação, a partir de jogos
verbais, vocais, instrumentais e corporais.
3) Comunidade: a música deve ser acessível por todos de
forma conjunta, situação em que não só o prazer da
construção musical é maior, mas também se contribui
para a sociabilidade.
4) Totalidade: é importante a relação entre as partes e o
todo, seja nas diferentes expressões corporais empre-
gadas no fazer musical, seja na coerência de estrutura-
ção da aula (WUYTACK, 2010).
Sobre este último aspecto, Bourscheidt esclarece que a to-
talidade é um conceito aplicado sob dois pontos de vista, que
veremos a seguir.
Ferramentas pedagógicas
As ferramentas pedagógicas empregadas por Wuytack são
as mesmas descritas na pedagogia Orff. Ainda assim, é impor-
tante verificar outros princípios pedagógicos destacados por
Wuytack sobre sua metodologia:
1) Alegria: é necessário que se transmita o prazer da rea-
lização musical.
2) Arte: é fundamental desenvolver a sensibilidade e os
conceitos de estética e beleza artística.
3) Articulação: por meio da expressão verbal e do ritmo
natural das palavras é que se desenvolve o ritmo.
4) Canto: a formação vocal deve acontecer desde cedo.
5) Consciência: aprender é tomar consciência do que se
faz, realizando tarefas musicais sempre depois da imi-
tação do professor.
Exemplos de atividades
Parlenda
Crie com os seus alunos um arranjo utilizando percussão
corporal e um provérbio ou parlenda. Explore a acentuação rít-
Aspectos sonoros
Escolha uma música curta, de qualquer estilo musical, e
anote em um papel alguns aspectos sonoro-musicais, como o
ritmo, as frases e a forma da música. A partir disso, inclua movi-
mentos corporais para enfatizar cada um desses elementos.
O objetivo dessa atividade é a prática de escrita musical
não tradicional, identificação de aspectos sonoro-musicais e ex-
pressão corporal.
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em
responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteú-
dos estudados para sanar as suas dúvidas.
1) A pedagoga Gertrud Meyer-Denkamnn propôs um “descondicionamen-
to” da criança referente à música “pedagógica” ou “escolar”. Quais são os
exercícios que, segundo ela, colaboram para essa ação?
a) Experimentação sonora, gravação e apresentação aos pais.
b) Experimentação sonora, gravação, audição e análise.
c) Experimentação sonora, categorização e execução instrumental
formal.
d) Experimentação sonora e escrita de partitura formal.
4) Jos Wuytack acredita que a experiência musical deve ser composta a partir
da totalidade de três formas de expressão. São elas:
a) Verbal, musical e corporal.
b) Instrumental, escrita e experimental.
c) Falada, cantada e tocada.
d) Reflexiva, experimental e prática.
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au-
toavaliativas propostas:
1) b.
2) c.
3) d.
4) a.
5. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade, você aprendeu sobre os pedagogos musi-
cais da segunda geração, que pensavam no “algo mais”, que vai
além do aprendizado de um instrumento. Esses pedagogos bus-
cavam a exploração do espaço, do contexto e especialmente da
paisagem sonora.
Agora que você já está familiarizado com eles, partiremos
para a Unidade 4, na qual trataremos da avaliação em música.
6. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 Gertrud Meyer Denkamnn. Disponível em: <https://www.presse.uni-
oldenburg.de/mit/2003/fotos/meyer-denkmann-gertrud-1988.jpg>. Acesso em: 24
out. 2016.
Figura 2 Raymond Schafer. Disponível em: <http://artsalive.ca/en/mus/
greatcomposers/schafer/>. Acesso em: 24 out. 2016.
Figura 5 John Paynter. Disponível em: <https://www.theguardian.com/
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Figura 6 Hans Joachim Koellreutter. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S0103-40141999000200011>. Acesso em: 24 out. 2016.
Figura 7 Jos Wuytack. Disponível em: <http://www.awpm.pt/joswuytack.php>. Acesso
em: 26 out. 2016.
Figura 8 Keith Swanwick. Disponível em: <https://www.ufmg.br/online/
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Sites pesquisados
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keith-swanwick-sobre-ensino-musica-escolas-instrumento-musical-arte-
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GOULART, D. Dalcroze, Orff, Suzuki e Kodály: semelhanças, diferenças, especificidades.
Disponível em: <http://www.dianagoulart.com/Canto_Popular/Educadores_files/
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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Básica: Relato de experiência. In: HENTSCHKE, Liane; DEL BEN, Luciana (Orgs.). Ensino
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_________. A aprendizagem musical por meio da utilização do conceito de totalidade
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BRITO, T. A. Koellreutter educador: o humano como objetivo da educação musical. 2.
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COLLURA, T. Improvisação: práticas criativas para a composição melódica na música
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FIALHO, V. A. M.; ARALDI, J. Maurice Martenot: educando com e para a música. In:
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GROSSI, C. As ideias de Keith Swanwick aplicadas na percepção musical. IN: DEBATES:
cadernos do programa de pós-graduação em música, Rio de Janeiro, n. 7, 2004.
FONTERRADA, M. T. O. De tramas e fios: um ensaio sobre música e educação. 2. ed.
São Paulo: Unesp, 2008.
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In: MATEIRO, Teresa; ILARI, Beatriz (Orgs.). Pedagogias em Educação Musical. Curitiba:
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FRANÇA, C.; SWANWICK, K. Composição e performance na educação musical: teoria,
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GERLING, F. Suzuki: o "método" e o "mito". Em pauta, Porto Alegre, n. 1, v. 1, dez./1989,
p. 47-56.
JAQUES-DALCROZE, E. Le rythme, la musique el l"éducation. Paris: Faetisch 1558, 1965.
Objetivos
• Apresentar um panorama sobre a avaliação, bem como aspectos da ava-
liação em arte.
• Abordar as especificidades da avaliação em música.
Conteúdos
• Métodos ativos em educação musical.
• Pedagogos musicais da primeira geração.
• Avaliação em arte.
• Avaliação em música.
• Instrumentos de avaliação em música.
2) Observe que a avaliação em música pode ser muito mais importante e ob-
jetiva do que as respostas de senso comum. Verifique essas ideias e reflita
sobre elas, tendo em vista sua experiência de ensino de música.
3) Nesta unidade, você terá contato com a Lei 9.394/96, a Lei de Diretrizes e
Bases (LDB) que estabelece as diretrizes e bases para a educação no Brasil.
123
Para conhecer mais sobre essa Lei, acesse: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso em: 3 nov. 2016.
1. INTRODUÇÃO
Nesta Unidade 4, apresentaremos uma questão bastante
polêmica a respeito da avaliação: como avaliar em música? Se a
música é uma arte, ela deve/pode ser avaliada?
Em primeiro lugar, discutiremos, brevemente, a posição da
avaliação na escola. Depois, a discussão parte para a avaliação
em música, com algumas ideias e conceitos de importantes teó-
ricos musicais.
2.1. AVALIAR
e compositores.
Desenvolve sistematicamente (novos processos musicais)
Nível 8
ideias críticas e analíticas sobre a música.
Fonte: adaptado de Swanwick (2003, p. 92).
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em
responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteú-
dos estudados para sanar as suas dúvidas.
1) O Boletim Arte na Escola (ARTE, 2009) registrou cinco estratégias possíveis
para a avaliação formativa em arte. São elas:
a) Portfólio, diário de bordo, autoavaliação, entrevista e aferições
conceituais.
b) Prova escrita, prova oral, prova técnica, prova em dupla e prova de
habilidades.
c) Prova em grupo, trabalho escrito, trabalho impresso, técnica instru-
mental e execução.
d) Canto, leitura de partitura, diário de bordo, portfólio e pasta de
partituras.
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au-
toavaliativas propostas:
1) a.
2) c.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste material, estudamos as principais concepções peda-
gógicas da primeira e da segunda geração dos métodos ativos da
educação musical, que até hoje são as principais referências na
área, que se fazem presentes no dia a dia da educação musical
na escola.
Nesta quarta unidade apresentamos algumas concepções
e visões acerca da avaliação em arte e em música. Apesar de não
ser um tema simples, a discussão e a reflexão tornam-se menos
complexas se embasadas teoricamente.
Nosso material encerra sua parte por aqui. Esperamos que
você tenha aproveitado e que esse seja apenas o pontapé inicial
de tantas leituras e aprendizados que estão por vir.
6. E-REFERÊNCIAS
ARTE NA ESCOLA. Boletim, n. 54, jul./set. 2009. Disponível em <http://artenaescola.
org.br/uploads/boletins/boletim-54.pdf>. Acesso em: 3 nov. 2016.
BRASIL Ministério da Educação. Lei 9.394 de 1996. Estabelece as diretrizes e bases
para a educação nacional. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
Leis/L9394.htm>. Acesso em: 3 nov. 2016.
______. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Estabelecem um referencial de
qualidade para a educação fundamental no Brasil. Disponível em: <http://portal.mec.
gov.br/par/195-secretarias-112877938/seb-educacao-basica-2007048997/12640-
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58, n. 201, p. 74-81, jan. 2004. Disponível em: <http://www.scielo.cl/scielo.
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<www.amusicanaescola.com.br>. Acesso em: 4 out. 2016.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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formação de professores. São Paulo: Osesp, 2005.
MATEIRO, T.; ILARI, B. (Orgs). Pedagogias em educação musical. Curitiba: Ibpex, 2011.
PAZ, E. Pedagogia Musical Brasileira no século XX: metodologias e tendências. Brasília:
MusidMed, 2000.
SWANWICK, K. Ensinando música musicalmente. Trad. de Alda Oliveira e Cristina
Tourinho. São Paulo: Moderna, 2003.