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Exposição do caso: Modelo de traços: Os Cinco fatores de Costa e Mccrae

A personalidade tem várias frentes de teorias e testes, construto visto por muitos como
subjetivo, ou seja, pode ter amplas conceituação. Em suma, a personalidade é empregada para
a justificar divergências ou similaridades individuais do comportamento humano. Mapear as
possíveis vertentes da personalidade não é um trabalho singelo, com isso tem-se modelos que
buscam identificar as variáveis de sua construção.

Papalia e Feldman (2013) aborda o modelo de traços em sua obra Desenvolvimento


Humano para identificar constância ou modificações em linhas da personalidade utilizando
para testar a teoria dos traços o modelo dos cincos fatores desenvolvido por T. Costa e Robert
R. McCrae. Os Cinco Grandes assim conceituados são: Neuroticismo (N); Extroversão (E);
Abertura para o novo (AN); Conscienciosidade (C) e Amabilidade (A) (Papalia; Feldman,
2013). Papalia e Feldman (2013) pondera sobre a continuidade e alterações no modelo dos 5
fatores conforme análise de Costa e McCrae:

“Em análises de amostras longitudinais e transversais de homens e mulheres


norte-americanos, Costa e McCrae (1980, 1988, 1994a, 1994b, 2006; Costa et al.,
1986; McCrae, 2002; McCrae e Costa, 1984; McCrae, Costa e Busch, 1986)
encontraram considerável continuidade bem como mudança perceptível em todas as
cinco dimensões entre a adolescência e os 30 anos de idade, com mudança muito
mais lenta daí em diante. Entretanto, a direção da mudança variava por diferentes
fatores de personalidade.” (Papalia e Feldman,2013)
De acordo com o modelo dos cinco grandes fatores a personalidade sofre
mudanças no período da mocidade até meados da vida adulta, após esse período as alterações
de traços são menos intensas conforme estudos de Costa e McCrae. Já para Roberts e
Mroczek (2008) as alterações acontecem ao longo de toda vida adulta e com quase todos as
linhas da personalidade, modificações que podem ser tanto positivas quanto negativas
confirmando que as considerações de maior relevância ocorrem no adulto jovem (Papalia e
Feldman, 2013). Segundo Papalia e Feldman (2013) a personalidade se modificava após os
trinta anos comumente positiva abrangendo até a velhice e sendo naturalmente sustentadas.

O modelo dos cinco grandes fatores (CGF) possibilita mensurar a relação do Bem-
Estar Subjetivo, a forma como a pessoa enxerga a sua vida. A associação entre construtos
possibilitou a validação do estudo realizado por Carlos Nunes, Claudio Hutz e Claudia
Giacomoni em 2009 concluindo que

“os resultados indicaram associações de BES com Extroversão,


Neuroticismo e Socialização, que corroboram os principais achados na literatura
internacional. Os resultados encontrados reforçam a hipótese de que a estrutura da
personalidade é um elemento central para BES.” (Nunes; Hutz; Giacomoni, 2009)
A avaliação é aplicada com desígnio subjetivo, para cada individuo a métrica será pela
qualidade da própria vida embasado na experiência rotineira pessoal. Apresentado como uma
versão atualizada da Teoria de Traços, o CGF possibilita alcançar as proporções humanas
fundamentais de maneira consistente e replicável (Nunes; Hutz; Giacomoni, 2009). “Diener e
Lucas (1998) a avaliação de personalidade prediz, de forma mais consistente, a satisfação de
vida do que os eventos da vida, afirmam que os fatores de extroversão e neuroticismo são os
que melhor explicam Bem-Estar Subjetivo.” (Nunes; Hutz; Giacomoni, 2009, p. 101).

Pesquisas mais atuais contrapõem a conclusão de Costa e McCrae que contestam as


mudanças de personalidade somente durante o período da adolescência até os 30 anos, valida-
se que as modificações ocorrem durante toda a vida (Papalia e Feldman, 2013). Jack Block
(1995a, 1995b) cita uma crítica ao modelo big five como modelo que tem embasamento em
medidas subjetivas, ou seja, o modelo não tem validade aplicado isoladamente é necessária
que outras medidas sejam incrementadas (Papalia e Feldman, 2013). Através da pesquisa
referencial realizada e por meio de dados do estudo supracitado sobre o bem-estar subjetivo e
a associação com os cinco fatores conclui-se que de fato os traços de personalidade possuem
um cunho de subjetividade, isto é, cada indivíduo terá como base suas experiências.
Entretanto é plausível alcançar dimensões sólidas e replicáveis dos traços latentes em cada
tipo de fator.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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