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APRESENTAÇÃO

DE APOIO

PSICOLOGIA,
COMPORTAMENTO E
DINÂMICAS DE GRUPO
Ementa da disciplina
A dinâmica dos grupos e os processos grupais. Tipos de grupo e por que são
formados. A composição dos grupos. As normas, as regras e os papéis. Status
dos membros do grupo e pressão para a conformidade. Tamanho do grupo e a
interação. Grau de coesão do grupo e desempenho. Fenômenos que ocorrem na
tomada de decisão em grupo.
Professores
CRISMERI DELFINO CORRÊA JAQUELINE MAIA MANICA
Professora Convidada Professora PUCRS

Diretora da Possibilità – Desenvolvimento do Ser Mestre em Ciências Sociais e Psicóloga pela Pontifícia
Humano.Graduada em psicologia pela PUCRS, Pós-graduada em Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Atualmente é
Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas e Especialista em Professora da Faculdade de Psicologia e Coordenadora dos
Marketing pela PPGA-UFRGS. Possui diversas especializações em Cursos de Extensão da PUCRS e Gestora da Fundação Irmão José
diferentes áreas da psicologia, como psicologia organizacionale Otão, responsável pelo Escritório de Carreiras. Atua também
hospitalar. É coach certificada em Neurocoaching® pela RCS - como sócia proprietária da Jaqueline Mânica Consultoria em
Results Coaching Systems - alinhados as competências da ICF - Recursos Humanos, tendo experiência de mais de vinte anos na
International Coach Federation. Além disso, é professora de Pós- área de Gestão de Pessoas, com formação em dinâmica dos
Graduação na Escola de Negócios da PUCRS, com especialização em grupos e ênfase em Psicologia do Trabalho e Organizacional.
Gestão de Pessoas para Líderes.
Encontros e resumo da disciplina
AULA 1 AULA 2 AULA 3

A vida em grupo nos mais Alguns fenômenos grupais


diferentes ambientes e como ela se e habilidades emocionais
A relevância de dinâmicas grupais e
estabelece ao longo da história. desenvolvidas em grupos.
como elas compõem um indivíduo
em parte de um grupo.

Técnicas e modalidades de grupo e


A segurança psicológica como
Comportamentos individuais que se como elas podem ser aplicadas em
uma forma de proteger e estimular
manifestam nas relações grupais. práticas corporativas e sociais.
a convivência coletiva saudável.

Como determinados comportamentos Papéis dos agentes nos grupos O processo grupal e como as normas
individuais podem potencializar relações e como as lideranças se fazem se tornam imprescindíveis para o
coletivas necessárias para seu desempenho. pertencimento

CRISMERI DELFINO CORRÊA CRISMERI DELFINO CORRÊA JAQUELINE MAIA MANICA


Professora Convidada Professora Convidada Professora PUCRS
Meus grupos
UM POUCO DO QUE
VAMOS VER AQUI:
Contexto – Competências atuais e Segurança Psicológica;
Conceitos sobre grupos - Consequências das Características
dos grupos;
Entender a importância de entender os papéis psicológicos
e sociais;
A Tomada de decisão dos e nos Grupos.
O QUE VOCÊS QUEREM
VER POR AQUI?
Todo ser humano pertence a algum
grupo e o entendimento dos fenômenos
.
grupais pressupõem um olhar sistêmico
multifacetado e que por isso não difícil de
ser estudado de uma forma unilateral.
ALGUMAS
PREMISSAS
TRABALHO
É uma categoria fundamental na
construção da própria condição
humana.
Constrói e expressa o indivíduo
na sociedade.
www.backtohumans.com
Fonte: Cia de Talentos
ALINHAMENTO
CULTURAL
PROTAGONISMO E
RESILIÊNCIA
CONEXÕES
ATRAVÉS DA
EMPATIA
COMUNICAÇÃO
E
INOVAÇÃO
VISÃO DE NEGÓCIO E
PREPARAÇÃO
MINDSET ÁGIL
Segurança Psicológica “é uma crença
compartilhada pelos membros de uma
equipe de que todos estão seguros para a
tomada de riscos interpessoais”.
Dra. Amy Edmondson, professora de Harvard
https://vimeo.com/51392763
Mais que nunca temos uma grande
diversidade de trabalhos em grupos nas
diferentes áreas profissionais.
Cada um destes espaços tem modos
diferentes de trabalhar com os grupos.
Portanto temos muito o que aprender sobre
os fenômenos grupais.
Nos diferentes estudos aprendemos que:

• O futuro pertence a organizações baseadas em equipes.


• Sabemos que grupos existem em todas as organizações, mas
conseguir equipes, ainda mais engajadas é um grande desafio.
É muito diferente vermos a foto sem termos o entendimento do filme.
Por essas e outras que vamos entender um pouco
sobre as questões da dinâmica dos grupos.
Vamos compreender a complexidade desse
sistema.
ALGUNS DADOS
HISTÓRICOS...
SOBRE SER HUMANO
O ser humano é gregário por natureza e somente existe, ou subsiste, em função de

seus interrelacionamentos grupais.

Desde o nascimento, o individuo participa de diferentes grupos, numa constante

dialética entre a busca de sua identidade individual e a necessidade de uma

identidade grupal e social.


Zimerman & Osório, 1997
Gustave Le Bom estudou os comportamentos
que se formavam na Europa recém-
industrializada. E em sua obra “Psicologia das
Multidões” analisa a “alma coletiva” e a diluição
das diferenças individuais.
• Destaca a diluição das diferenças individuais
que se produz entre os membros do que ele
chama de “multidões psicológica”, referindo-
se ao caráter inconsciente das motivações das
massas, que “pensam por imagens” e agem
guiadas pelo poder hipnótico de certos líderes.
• O indivíduo na massa adquire um sentimento de poder invencível que lhe
permite ceder aos instintos que, estando só, ele manteria sob controle.
• E cederá com tanto mais facilidade, porque, sendo a massa anônima, e por
conseguinte “irresponsável”, desaparece por completo o sentimento de
responsabilidade que sempre retém os indivíduos.
• Na massa o indivíduo está sujeito a condições que lhe permitem se livrar das
repressões dos seus impulsos instintivos inconscientes.
O grupo é mais do que a soma das partes!
O grupo vai além das pessoas que o compõe.
Mais que a soma das partes,

O GRUPO
Tem um rosto próprio e uma personalidade única, sempre

considerando as motivações e os “jeitos” individuais.


Ação individual X Ação grupal
Sob certa condição grupal o indivíduo sente,
pensa e age de maneira completamente
diferente daquela que se apresentaria se
sentisse, pensasse e agisse se estivesse sozinho.
Características:
• Grupo psicológico:
• Interesses comuns;
• Essa condição o insere num grupo de pessoas que
• Transitam fantasias e ansiedades e
O PROCESSO Características
Grupais
adquiriu as características de um “grupo
sentimentos;
GRUPAL
• Fenômenos circulam;
psicológico”.

• Exemplo:
• Acontece num espaço de tempo e fiz motivado pelo grupo. Estava motivado
físicos comuns pelo “clima grupal”.
• Vínculo
• Aspectos:
Características: • Campo grupal (trocas e coesão grupal)
• Interesses comuns; • Atração mútua entre os membros dos grupos e sua motivação em
• Transitam fantasias e ansiedades
O PROCESSO e
permanecer.
Características
sentimentos;
GRUPAL
• Fenômenos circulam;
• Qual a moeda de troca?

• Formação de normas Grupais


• Acontece num espaço de tempo e saída do trabalho/Intervalo/normas de segurança.
• Ex.: hora

físicos comuns • Comunicação

• Vínculo • Verbal e não verbal.


Características:
• Aspectos:
• Interesses comuns;
• Motivações
• Transitam fantasias e ansiedades e
O PROCESSO Características
sentimentos;
GRUPAL
• Fenômenos circulam; Grupais
• Motivações individuais e objetivos do grupo: são
elementos que estão relacionados com a escolha
• Acontece num espaço de tempo e indivíduo faz quando decide participar de
que cada
físicos comuns um grupo e são importantes para garantir a adesão.
• Vínculo
CARACTERÍSTICAS
DE UM GRUPO
Características: • Características:
• Interesses comuns; • Interesses comuns;
• Transitam fantasias e ansiedades e
CARACTERÍSTICAS Características
• Transitam fantasias

Grupais
e ansiedades e sentimentos;
sentimentos;
GRUPAIS
• Fenômenos circulam;
• Fenômenos circulam;

• Acontece num espaço de tempo e físicos comuns


• Acontece num espaço de tempo e
físicos comuns • Vínculos
• Vínculo
• Ressonância:
FENÔMENOS DO • Fenômeno comunicacional, onde a fala trazida

CAMPO por um membro do grupo vai ressoar em


outro, transmitindo um significado afetivo

GRUPAL equivalente, e assim, sucessivamente.

• Encontrar equivalência afetiva.

• A.A
• Ressonância:
FENÔMENOS DO • Quando 2 ou mais indivíduos se encontram em

CAMPO interação, há dois níveis de comunicação


envolvidos:

GRUPAL - um manifesto e

- outro latente ou inconsciente.


FENÔMENOS DO • Galeria dos Espelhos:

CAMPO • Identificação, onde o indivíduo se reconhece


sendo reconhecido pelo outro, e assim vai

GRUPAL formando a sua identidade.


• Galeria dos Espelhos:
FENÔMENOS DO
• Espelhamento: imagem refletida no(s)
CAMPO outro(s), que ignorávamos ou negávamos

GRUPAL existir, efeito este obtido no grupo pelas


múltiplas e recíprocas identificações projetivas
e introjetivas que nele ocorrem.
• Continente:
FENÔMENOS DO • o grupo coeso exerce a função de ser

CAMPO continente das angústias e necessidades de


cada um de seus integrantes.
GRUPAL • FUNCIONA COMO PORTO SEGURO PARA
OS INTEGRANTES.
• Pertença:
• Chamado por David Zimerman de vínculo do
FENÔMENOS DO reconhecimento, pertencimento é "o quanto cada

CAMPO indivíduo necessita ser reconhecido pelos demais


do grupo como alguém que, de fato, pertence ao

GRUPAL grupo. E também alude à necessidade de que


cada um reconheça o outro como alguém que
tem o direito de ser diferente e emancipado dele"
(1997. pag: 39).
A FÁBULA DO
PORCO ESPINHO
De Schopenhauer
Uma cena interessante:
• No inverno, os bichinhos se juntavam para
combater o frio, mas ao se aproximarem eles
se espetavam e isso causava dor. Então eles se
afastavam e depois se aproximavam
novamente.
• LONGE – Frio.
• PERTO – Dor.
Quando não há o outro...
• Sou obrigado(a) a entrar dentro do meu
universo e fazer algo reflexivo.
• Porém, sem o outro, não sei nada sobre mim.
Se sou alta, magra, jovem, etc. Tudo depende
da comparação com o outro.
NORMAS DE
UM GRUPO
NORMAS
do um grupo
• Nos grupos, existem padrões aceitáveis de
comportamento compartilhados por todos os
NORMAS DE UM membros do grupo, por isso cada grupo

GRUPO estabelece as suas próprias normas.

• Ex.: “Se chegar 16h05, nem vai”.


• As normas são construídas, conscientemente
ou não, no e pelo grupo, que definem quais
comportamentos são adequados, quais os
NORMAS DE UM inaceitáveis, o ritmo em que as tarefas devem

GRUPO ser feitas, os códigos de comunicação, a


forma de cumprimentos entre os membros do
grupo, etc.
• Ex. Como você cumprimenta no seu grupo?
• Os grupos pressionam seus membros a fim
de que tenham seu comportamento
NORMAS DE UM moldado pelos padrões grupais.

GRUPO
• Ex.: Filme Diabo Veste Prada.
• Se quisermos continuar a pertencer,
precisaremos aceitar a forma como o grupo
NORMAS DE UM
funciona, ou seja, viver de acordo com suas

GRUPO normas. Ou revê-las. E elas podem e devem


ser revistas por meio do diálogo e de uma
revisão de contratos psicológicos.
ACONTECEM FENÔMENOS
do campo grupal
COMUNICAÇÃO
verbal ou não-verbal, fenômeno essencial em qualquer
grupo onde mensagens são enviadas e recebidas,
podendo haver distorção e reações da parte de todos
EXPLORANDO OS PAPÉIS
SOCIAIS E PSICOLÓGICOS
Papéis Sociais
• Em todos os grupos, os membros podem desempenhar
diferentes papéis, construtivos ou não;

• Estes papéis correspondem a necessidades individuais


(próprias) como também as necessidades dos demais
participantes do grupo; (***)

• Estes papéis podem ser permanentes ou transitórios, e


podem ser experimentados de forma diferentes de
acordo com o grupo que está frequentando.
Papéis Psicológicos
• Líder: aquele que se encarrega de levar adiante as
tarefas, se arriscando diante do novo, se preocupa com
a mudança. Sua principal função é diminuir os medos
básicos do grupo.
• Sabotador: freia avanços, sabota tarefas e remete o
grupo sempre à sua etapa inicial. Os dois são
necessários para o equilíbrio do grupo.
• Porta-Voz: é a chaminé por onde fluem as ansiedades e
reivindicações do grupo.
Papéis Psicológicos
• Bode-expiatório: é aquele que assume os aspectos
negativos do grupo; todos os conteúdos latentes que
provocam mal-estar, como culpa, medo, vergonha. Tem
presença passiva no grupo.
• Coordenador: é aquele que facilita a articulação do
grupo e sua tarefa – faz a análise e a interpretação do
que está implícito, provocando a mudança . Ele inicia,
coordena e finaliza a sessão/reunião.
Papéis Psicológicos
• Observador: encontra-se fora do grupo. Observa e
registra a história e o processo do grupo;
• Os silenciosos: são aqueles que fazem com que o resto
do grupo se sinta obrigado a falar, assumindo a
dificuldade dos demais para estabelecer a comunicação.
Explorando os papéis. Vocês já
foram convidados a pensar nos
papéis vividos...
• De trabalho:
• Da família:
• Conjugal:
• Em comunidade:
• Nessa turma:
• O papel social, definido direcionará um sistema coerente de
atitudes, sentimentos, comportamentos, perspectiva da
realidade e dos relacionamentos. E estes se manifestam em um
modelo triplo de mundo: mundo privado, mundo profissional e
mundo organizacional“.

• A complexidade das nossas relações e ações está na diversidade


e no número de papéis que possuímos de diferentes mundos,
muitas vezes coexistindo no mesmo ambiente.

• Passamos muito tempo de vida dentro de organizações - mundo


organizacional - isto propicia com que outros papéis
pertencentes aos mundos profissional e privado apareçam,
tendo como reflexo a coexistência de mundos e papéis
diferentes. Em certas situações essa multiplicidade de papéis
pode contribuir para a contaminação dos mesmos.
Conceito de Bernd Schmid (2007)
E COMO AGIR DIANTE
DISSO TUDO?
Quando o cérebro registra a
informação: “cachorro
feroz”
Circuitos neurais são
disparados.
FRIO NA BARRIGA
BOCA SECA
PUPILA DILATA
CORAÇÃO ACELERA
HIPERVIGILANTE
*HIPERFOCO*
Isso tudo ocorre em milésimos de segundos. De forma

AUTOMÁTICA, RÁPIDA, INCONTROLÁVEL e POUCO


GASTO DE ENERGIA.
ALGUMAS AÇÕES
É fundamental adotar uma atitude analítica e reflexiva
dos efeitos das ações e pensar nos grupos como um
sistema vivo, complexo e interligado.
Qual o grau de diferenciação e diversidade existem nos
grupos que estamos filiados?
Qual o padrão de relacionamentos: dependência,
independência ou interdependência?
Assim, cabe pensar de que maneira somos afetados e
afetamos o contexto organizacional. E entender que a
forma que os comportamentos estão sendo manifestos
são bem mais complexos do que costumamos perceber.
RISCOS:
FICARMOS
“NORMÓIDES”
E PERDERMOS A NOSSA HUMANIDADE.
“Devemos buscar equilíbrio entre
a racionalidade e a afetividade.”
Marcio Fernandes

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