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Metodologias Ativas de Aprendizagem Benefícios e Desafios

Fundamentação Teórica

As metodologias ativas de ensino têm como base teórica a aprendizagem


significativa e a construção do conhecimento pelo aluno. Essas metodologias
propõem uma mudança na forma como o conhecimento é transmitido e assimilado,
valorizando a participação ativa do aluno no processo de aprendizagem e buscando
torná-lo mais dinâmico e colaborativo.
Dentre as teorias que fundamentam as metodologias ativas, destacam-se:
Teoria Construtivista: Esta teoria defende que o conhecimento não é algo que
é transmitido pelo professor ao aluno, mas sim construído pelo próprio aluno a partir
de suas experiências e interações com o meio em que vive. Portanto, as
metodologias ativas buscam criar um ambiente de aprendizagem que permita ao
aluno construir seu próprio conhecimento.
Aprendizagem Significativa: Esta teoria propõe que o aprendizado é mais
efetivo quando o aluno é capaz de estabelecer relações entre o novo conhecimento e
o que já sabe, ou seja, quando o conhecimento é significativo para ele. As
metodologias ativas buscam criar situações de aprendizagem que permitam ao aluno
relacionar o novo conhecimento com seu conhecimento prévio.
Aprendizagem Colaborativa: Essa teoria defende que a aprendizagem é um
processo social e que ela é mais efetiva quando ocorre de forma colaborativa, ou
seja, quando os alunos interagem entre si, compartilhando suas experiências e
construindo o conhecimento em conjunto. As metodologias ativas valorizam a
participação ativa dos alunos no processo de aprendizagem e incentivam a
colaboração e a troca de ideias entre eles.
Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL): Esta teoria propõe que a
aprendizagem é mais efetiva quando o aluno é colocado diante de um problema ou
desafio a ser resolvido, e precisa buscar soluções utilizando seus conhecimentos
prévios e novos conhecimentos adquiridos durante o processo. As metodologias
ativas que se baseiam na aprendizagem baseada em problemas buscam criar
situações desafiadoras e contextualizadas, que motivem o aluno a buscar soluções e
construir seu próprio conhecimento.
As metodologias ativas de ensino têm sido desenvolvidas e aprimoradas ao
longo do tempo por diversos teóricos e educadores. Alguns dos principais precursores
dessas metodologias são:
John Dewey: Filósofo e pedagogo americano, Dewey defendia que a
educação deveria ser um processo ativo e participativo, em que os alunos são
incentivados a experimentar e construir o conhecimento por meio da experiência
prática.
Jean Piaget: Psicólogo suíço, Piaget desenvolveu a teoria construtivista da
aprendizagem, que propõe que o conhecimento é construído a partir da experiência
do aluno e da interação com o ambiente em que vive.
Lev Vygotsky: Psicólogo russo, Vygotsky desenvolveu a teoria sociocultural
da aprendizagem, que propõe que a aprendizagem é um processo social e que ela é
mais efetiva quando ocorre por meio da interação entre o aluno e o ambiente social
em que está inserido.
Maria Montessori: Médica e educadora italiana, Montessori desenvolveu uma
metodologia baseada na observação cuidadosa das crianças e na criação de um
ambiente de aprendizagem que estimule a autonomia, a autoconfiança e a
criatividade dos alunos.
Paulo Freire: Pedagogo brasileiro, Freire desenvolveu uma metodologia
baseada na conscientização e na reflexão crítica sobre a realidade social em que o
aluno está inserido, buscando a transformação social por meio da educação. Sua
metodologia valoriza a participação ativa do aluno no processo de aprendizagem e
busca promover a igualdade social por meio da educação.
Embora as metodologias ativas de aprendizagem tenham muitos benefícios,
também há desafios que os educadores precisam enfrentar ao implementá-las. Por
exemplo: Mudança de paradigma: O uso das metodologias ativas requer uma
mudança significativa de paradigma em relação à educação tradicional, onde o
professor é o detentor do conhecimento e o aluno é um receptor passivo. Isso pode
ser difícil para os educadores que estão acostumados com o modelo tradicional e
podem levar tempo para se adaptar a uma abordagem mais colaborativa e centrada
no aluno.
Resistência dos alunos: Alguns alunos podem estar acostumados a um
modelo de aprendizagem mais passivo e podem resistir à participação ativa requerida
pelas metodologias ativas. Isso pode exigir uma preparação cuidadosa dos alunos e
uma motivação constante para que eles participem efetivamente das atividades
propostas.
Desafios tecnológicos: Algumas metodologias ativas podem exigir o uso de
tecnologia avançada, o que pode ser um desafio para algumas escolas ou instituições
que não têm acesso a equipamentos ou recursos suficientes. A falta de infraestrutura
tecnológica pode limitar a efetividade das metodologias ativas e exigir que os
educadores busquem alternativas.
Dificuldades em avaliar o aprendizado: Como as metodologias ativas
enfatizam a participação ativa do aluno, a avaliação do aprendizado pode ser mais
desafiadora do que no modelo tradicional. Os educadores podem precisar
desenvolver novas formas de avaliação que permitam medir o aprendizado de forma
mais efetiva e significativa.
Requer treinamento adequado: Para implementar as metodologias ativas de
forma efetiva, os educadores precisam de treinamento adequado e contínuo, bem
como apoio institucional para garantir que as atividades propostas sejam bem
planejadas e executadas.
Em resumo, a implementação de metodologias ativas de aprendizagem pode
ser desafiadora para os educadores devido à resistência, falta de recursos,
dificuldades na avaliação, falta de preparação dos alunos e falta de treinamento
adequado. Para incentivar o uso de metodologias ativas de ensino, é importante que
as instituições de ensino forneçam o suporte necessário para que os educadores
possam implementá-las com sucesso. Isso inclui fornecer recursos adequados,
treinamento e apoio institucional para a implementação dessas metodologias. Além
disso, é importante que os educadores sejam incentivados a experimentar novas
metodologias e compartilhar suas experiências com outros colegas, criando uma
cultura de inovação e melhoria contínua na educação.

Referências
DEWEY, J. Democracia e Educação. São Paulo, SP: Companhia Editora Nacional, 1979.

PIAGET, Jean. A equilibração das estruturas cognitivas. Rio de Janeiro : Zahar, 1975

VYGOTSKY, L. S. 1984. A Formação Social da Mente. São Paulo, Martins Fontes

FARIA, Ana Carolina Evangelista et. Al. Método Montessoriano: a importância do ambiente e do lúdico
na Educação Infantil. Revista Eletrônica da Faculdade Metodista Granbery. Número 12. Jan/Jun de
2012. Disponível em: http://re.granbery.edu.br/artigos/NDY2.pdf
Freire, P. (2014a). Educação como prática da liberdade (36a ed.). São Paulo: Paz e Terra

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