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História Antiga 2

(Tema 1)

Carlos Douglas da Silva Souza

Maria Cecília Columbani apresenta em seu texto uma reflexão sobre educação
usando como como base o “livro Os Trabalhos e os Dia”, de Hesíodo, apresentando a
educação como Kairós, um conceito grego que se refere ao momento oportuno para agir,
ou seja, à noção de tempo certo.
O livro “Os trabalhos e os Dias” narra a história dos irmãos gêmeos Efialtes e
Otus, que desafiaram e lutaram contra os deuses do Olimpo e foram punidos por isso. Esse
poema é épico grego composto por Hesíodo no século VIII a.C.
Esse poema para além da história reflete sobre a importância da educação e como
ela pode ajudar os seres humanos em diversos desafios da vida, inclui como ela pode
ajudar os seres humanos a serem melhores.
A autora aponta a que a educação é um processo de formação na vida dos seres
humanos, uma oportunidade para absorver conhecimento em um momento oportuno,
conforme o tempo kaíros, que a educação transformar a vida humana em vários aspectos,
ela deve ser vista como uma oportunidade para desenvolver virtudes e valores, como
justiça, sabedoria e até o amor.
Columbani afirma que a educação tem que ser entendida de forma integral, que
esse processo formativo deve abranger não só a formação intelectual, mas também a social
e pessoal dos indivíduos, a educação deve ser entendida como um processo de formação do
indivíduo e da sociedade, tem que ser um direto garantido pelo Estado, deve ser pensando
não como um processo de aprendizagem e transmissão de conteúdo, mas de forma
universal respeitando as individualidades e saberes.
Vista como uma transição processual entre o mundo da oralidade e o mundo da
escrita, a educação se afirma ali como kairós, no momento propício do tempo para a
aquisição da escrita como ferramenta. Essa transição entre oralidade e escrita é
representada no texto como uma relação entre os trabalhos e os dias.
O texto Mito e verdade em Hesíodo e Platão, de José Antônio Torrano,
apresenta uma discussão a respeito da transição da oralidade para a escrita na Grécia
Antiga.
O autor começa o texto analisando a natureza do mito e sua relação com a
verdade. Torrano argumenta que, apesar de os mitos serem considerados histórias falsas,
eles ainda podem conter alguma verdade. Isso é especialmente verdadeiro quando os mitos
são considerados como expressões da cosmologia e da cosmogonia de uma sociedade.
O autor cita o mito de Hesíodo sobre a geração do mundo como um exemplo
disso. Ele argumenta que, embora o mito seja uma história falsa, ele ainda pode conter
algumas verdades sobre a natureza do mundo e do universo. O autor também analisa a
natureza da verdade e sua relação com o mito.
O estudioso argumenta que a verdade não é absoluta, mas é relativa à nossa
compreensão do mundo. Assim, os mitos podem conter alguma verdade, mesmo que sejam
considerados histórias falsas.
A partir do mito de Theuth, presente na obra de Platão, o autor analisa como
ocorreu essa mudança na forma de transmitir o conhecimento e quais foram seus principais
efeitos. Segundo Torrano, o mito de Theuth pode ser entendido como uma crítica à
invenção da escrita, pois, para Platão, ela teria causado o esquecimento das verdades etern.
No entanto, o autor afirma que essa não foi a única consequência da invenção da
escrita, uma vez que ela também permitiu que o conhecimento fosse transmitido de forma
mais precisa e fiel.
Dessa forma, o texto de Torrano apresenta uma discussão interessante sobre a
transição da oralidade para a escrita e seus efeitos, mostrando como ela foi essencial para o
desenvolvimento da civilização. A transição da oralidade para a escrita é um processo
complexo que envolve vários fatores. A oralidade é o modo de comunicação que se baseia
na fala e na escuta. Já a escrita é o modo de comunicação que se baseia no uso de símbolos
gráficos para representar fonemas ou ideias
O texto de Galvão apresenta uma revisão sobre a relação entre oralidade e
escrita, analisando as contribuições teóricas que tratam do tema.
A autora analisa a relação entre oralidade e escrita, apresentando uma revisão da
literatura sobre o tema. Galvão começa o texto apresentando uma breve discussão sobre o
conceito de oralidade, apontando que a oralidade é um modo de comunicação que é
caracterizado pelo uso da fala e pela ausência de escrita.
A autora aponta que a discussão sobre o tema é relevante para a compreensão das
práticas sociais de linguagem, uma vez que a escrita é um elemento constitutivo da cultura.
No entanto, a relação entre oralidade e escrita não é unívoca, e pode ser analisada
de diversas formas. A estudiosa apresenta algumas das principais perspectivas teóricas que
tratam do tema, como a escola francesa de história da linguagem, a teoria da oralidade e da
escrita de Walter Ong, a teoria da interação oral de Bakhtin, entre outras.
A partir dessas perspectivas, Galvão analisa as contribuições de cada uma delas
para o entendimento da relação entre oralidade e escrita. A autora conclui que a discussão
sobre o tema é relevante para a compreensão das práticas sociais de linguagem, uma vez
que a escrita é um elemento constitutivo da cultura.
A autora argumenta que a oralidade e a escrita são duas formas de comunicação
que podem ser usadas de forma complementar ou independente. Galvão também aponta
que a oralidade pode ser usada para complementar a escrita, por exemplo, quando se trata
de aprender uma língua. Por último, a autora conclui o texto apresentando algumas
conclusões sobre a relação entre oralidade e escrita.
A oralidade é a base da fala e da escuta, pois através dela as pessoas aprendem a
emitir sons e a compreender o que é dito por outras pessoas. A oralidade também é
importante para o desenvolvimento da criatividade, pois ela estimula as pessoas a
pensarem de forma livre e espontânea. A escrita, por sua vez, é importante para o
desenvolvimento da leitura e da escrita, pois ela permite que as pessoas registrem suas
ideias de forma clara e precisa.
A compreensão dessa diferença entre oralidade e escrita é importante para o
desenvolvimento do indivíduo, pois através delas as pessoas conseguem se comunicar de
forma eficiente.
Por fim, entender esses processos em relação a educação, a transição do
conhecimento oral para o escrito, os mitos e as relações trazidas pelo autor é importante
para a interpretação do passado sem demagogia, entender e compressor o passado com
nitidez ajuda também a refletir o presente diante da atuação humana em cada processo, seja
ele político, amoroso, civilizatório ou evolutivo.

Bibliografia

COLOMBANI, Maria Cecília. A educação como kairós em Os trabalhos e os Dias. In:


Heródoto: Revista do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre a Antiguidade Clássica e
suas conexões Afro-asiáticas [S.L.], v.5, n.2, pp. 31-47, 2021.
GALVÃO, A.M. de O. Oralidade e escrita: uma revisão. In: Cadernos de Pesquisa, v. 36,
n. 128, maio/ago. 2006.

TORRANO, J.A.A. Mito e verdade em Hesíodo e Platão. LETRAS CLÁSSICAS, n. 2, p.


11-26, 1998

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