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CASOS PRÁTICOS

SUCESSÕES

2019/2020
2º SEMESTRE
Caso prático 1

2015 A B REPUDIOU

C D E 2014 F G

J L H I

 Deixou bens no valor de 15.000€


 Fez testamento no qual referiu que metade da sua quota disponível seria de B.
 Deixou passivo no valor de 2500€.

Resposta:

O momento da abertura da sucessão é no ano de 2015 por óbito de A, nos termos do


artigo 2031º

São chamados a suceder prioritariamente, B (cônjuge sobrevivo), C, D, E e F por força


da regra de preferência de graus prevista no artigo 2135º, sendo que J, L, H e I estão
consequentemente afastados, apesar de todos eles serem descendentes de A.

Porém, em resposta ao chamamento F terá dito que não quer ser herdeiro, uma vez
que repudiou.

Como do enunciado não há nada em contrário, parte-se do pressupostos que H e I


aceitaram ser, por direito de representação, chamados anómala ou indiretamente à
sucessão aberta por morte de A. O mesmo acontece, embora por razões distintas,
com J e L, descendentes do pré-falecido E, para saber se querem ou não representar
o ascendente pré-falecido, embora aqui esteamos perante uma situação de pré
falecimento, mas tal qual no repúdio não há direito de acrescer, há sim direito de
representação, nos termos dos artigos 2039º e 2042º.

Concluímos que temos cônjuge e descendentes, de acordo com a 1º parte do 2157º e


estes são herdeiros legitimários. Havendo sucessão legitimária, é necessário ter em
conta a seguinte formula prevista no artigo 2162º:

H=R+D-P= 15.000€ + 0 - 2.500€ = 12.500€

2159º

Legitima objetiva – 2/3 de 12.500€ = 8.333€

Quota disponível – 1/3 de 12.500 = 4.167€


2139º

Legitima subjetiva de B – 8.333€* ¼ = 2083€ (2139º)

Legitima subjetiva de C 6.250€ * ¼ = 1563€

Legítima subjetiva de D 6.250€ * ¼ =1563€

Legitima subjetiva de E (J, L) 6.250€ * ¼ = 1563€

Legitima subjetiva de F (H, I) 6.250€ * ¼ = 1563€

R - P = 15.000€ - 2.500€ = 12.500€


Corresponde a metade do valor em testamento

QD – 4.167€ / 2 = 2.084€ (somar para o cônjuge sobrevivo)

12.500€ - 8.333€ = 2.083€

Como o autor da sucessão apenas dispôs válida e eficazmente parte do seu


património, que corresponde à metade da quota disponível, então abre-se a sucessão
legítima, por força do artigo 2131º, sendo que o valor em falta será distribuído nas
mesmas condições e para os mesmos herdeiros que na sucessão legitimária.

B – 2.083€*1/4 = 521€

2.083€-521€ = 1562€

1.562€ / 4 = 391€ - valor a atribuir por cada herdeiro (C, D, E (J, L) e F (H e I).

B vai suceder como herdeiro legitimário, testamentário e legítimo.


2.083€+2.084€+521€

C, D, E (J, L) e F (H, I) sucedem como herdeiros legitimários e legítimos. 1.563€+391€


a cada um
Caso prático 2

2018 A B

repudiou C D E F 2017
0

 Bens comuns do casal: 125.000€


 Testamento: 3500€ da conta X para o meu amigo Z
 Passivo: 2500€

Resolução:

O momento da abertura da sucessão é no ano de 2018 por óbito de A, faleceu no


estado civil de casado, nos termos do artigo 2031º

São chamados a suceder prioritariamente B (cônjuge sobrevivo), C, D, E e F por força


da regra de preferência de graus, prevista no artigo 2135º, sendo que G apesar de ser
ele também é descendente, é afastado pela regra de preferência de graus.

Em resposta ao chamamento C terá dito que não quer ser herdeiro uma vez que
repudiou, e como do enunciado não resulta nada em contrário, assume-se que G
aceitou, por direito de representação, ser chamado anómala ou indiretamente à
sucessão aberta por morte de A, nos termos dos artigos 2039º e 2042º.

Em relação a F, estamos perante uma situação de pré-falecimento, uma vez que este
não tem descendentes, isto é, não tem ninguém que o represente, aqui haverá direito
de acrescer, nos termos do artigo 2301º, o que significa que a sua quota-parte vai
acrescer à dos restantes herdeiros instituídos na herança.

Conclui.se que são chamados a suceder B, C(G), D e E.

Em face desta circunstancia há herdeiros legitimários e houve liberalidades (mortis


causa), então é necessário ter em conta o artigo 2162º

H=R+D-P= 62.500€(125.000/2) + 0 – 2.500€ = 60.000€


2159º

Legitima objetiva – 60.000€ * 2/3 = 40.000€

Quota disponível – 60.000€ * 1/3 = 20.000€

2139º

Legítima Subjetiva B, C (G), D e E –

40.000€ * ¼ = 10.000€ para cada um

R-P= 62.500€ – 2.500€ = 60.000€

60.000€ – 3500€ (testamento) = 56.500€

56.500€ – 40.000€ = 16.500€

2131º

Abre-se a sucessão legítima, e são chamados os herdeiros legitimários

16.500 * ¼ = 4125€ para B, C(G), D e E.


Caso prático 3

2017

A B

2016

C D E F G

 C faleceu uma semana depois do pai, após um prolongado estado de coma.


 A deixou bens no valor de 85.000€
 A fez testamento: deixou ficar a quota disponível a F
 Passivo no valor de 12500€

O momento da abertura da sucessão é em 2017 por óbito de A, nos termos do artigo


2031º.

Deixou como herdeiros o seu cônjuge B, descendentes C e D, e por isso são estes
chamados a suceder prioritariamente.

E, F e G – são descendentes de B, e como tal não são chamados a suceder.

C, filho de A, falece depois sem ter tido a oportunidade de repudiar ou aceitar. Aqui
falamos no direito de transmissão, que não pode ser exercido por C, mas vai ser
exercido pelos herdeiros de C, neste caso o seu irmão D.

Só se fala em direito de transmissão, quando um herdeiro chamado a suceder, não


tenha a oportunidade de aceitar ou repudiar e falece sem que tenha exercido esse
direito. Esse direito passa a estar na sua herança e consequentemente passa a ser
exercido pelos seus herdeiros.

2162º

H=R+D-P = 85.000€ + 0 - 12.500€ = 72.500€

2159º

LO – 72.500€ * 2/3 =48.333€

QD – 72.500€ * 1/3 = 24.167€

2139º

Legítima subjetiva – 48.333€ * 1/3 = 16.111€ para cada um B, C e D


R-P= 85.000€ -12500€ = 72.500€

72.500€ – 24.167€ (testamento) = 48.333€


Caso prático 4

2018 A B

repudiou C D E F 2017
0

 Bens comuns do casal: 125.000€


 Testamento: 3500€ da conta X para o meu amigo Z
 Passivo: 2500€
 A, em 2016, fez uma doação de 10.000€ a Y.

Resolução:

O momento da abertura da sucessão é no ano de 2018 por óbito de A, faleceu no


estado civil de casado, nos termos do artigo 2031º

São chamados a suceder prioritariamente B (cônjuge sobrevivo), C, D, E e F por força


da regra de preferência de graus, prevista no artigo 2135º, sendo que G apesar de ser
ele também é descendente, é afastado pela regra de preferência de graus.

Em resposta ao chamamento C terá dito que não quer ser herdeiro uma vez que
repudiou, e como do enunciado não resulta nada em contrário, assume-se que G
aceitou, por direito de representação, ser chamado anómala ou indiretamente à
sucessão aberta por morte de A, nos termos dos artigos 2039º e 2042º.

Em relação a F, estamos perante uma situação de pré-falecimento, uma vez que este
não tem descendentes, isto é, não tem ninguém que o represente, aqui haverá direito
de acrescer, nos termos do artigo 2301º, o que significa que a sua quota-parte vai
acrescer à dos restantes herdeiros instituídos na herança.

Conclui.se que são chamados a suceder B, C(G), D e E.

Em face desta circunstancia há herdeiros legitimários e houve liberalidades (mortis


causa), então é necessário ter em conta o artigo 2162º

H=R+D-P

62.500€+10.000€-2.500€ = 70.000€
2159º

LO 2/3 de 70.000€ = 46.667€

QD 1/3 de 70.000€ = 23.333€

2139º

LSB
LSC (G) 46.667€ * ¼ = 11.667€
LSD
LSE

R-P = 62.500€-2500€ = 60.000€

60.000€-3500€ = 56.500€

56.500€-46.667€ = 9.833€

Abre-se a sucessão legítima

Divide-se pelos quatro herdeiros (B, C(G), D e E)


Caso prático 5

2017

A D

2016

B C E F G

 C faleceu uma semana depois do pai, após um prolongado estado de coma.


 A deixou bens no valor de 85.000€
 A fez testamento: deixou ficar a quota disponível a F
 Passivo no valor de 12500€
 A, em 2015, fez uma doação de 15.000€ a W.

Resolução:

O momento da abertura da sucessão é no ano de 2018 por óbito de A, faleceu no


estado civil de casado, nos termos do artigo 2031º

São chamados a suceder prioritariamente B (cônjuge sobrevivo), C, D, E e F por força


da regra de preferência de graus, prevista no artigo 2135º, sendo que G apesar de ser
ele também é descendente, é afastado pela regra de preferência de graus.

Em resposta ao chamamento C terá dito que não quer ser herdeiro uma vez que
repudiou, e como do enunciado não resulta nada em contrário, assume-se que G
aceitou, por direito de representação, ser chamado anómala ou indiretamente à
sucessão aberta por morte de A, nos termos dos artigos 2039º e 2042º.

Em relação a F, estamos perante uma situação de pré-falecimento, uma vez que este
não tem descendentes, isto é, não tem ninguém que o represente, aqui haverá direito
de acrescer, nos termos do artigo 2301º, o que significa que a sua quota-parte vai
acrescer à dos restantes herdeiros instituídos na herança.

Conclui.se que são chamados a suceder B, C(G), D e E.

Em face desta circunstancia há herdeiros legitimários e houve liberalidades (mortis


causa), então é necessário ter em conta o artigo 2162º

H=R+D-P

85.000€+15000€+12500€ = 87500€

2159º

LO 2/3 de 87.500€ = 58.333€

QD 1/3 de 87.500€ = 29.167€


2139º

LSB

LSC 1/3 de 58.333€ = 19.444€

LSD

R-P = 85.000€ – 12.500€ = 72.500€

72.500€ – 29.167€ = 43.333€

58.333€ – 43.333€ = 15.000€

43.333€+15.000€ = 58.333€

 15.000€ não foi reduzida a liberalidade de W, foi sim reduzida a liberalidade de


F (beneficiário do testamento), portanto não vai receber 29.167€, mas vai
receber 14.167€

29.167€-15.000€ = 14.167€ (redução parcial da deixa testamentária)

 14.167€ – é o valor possível a entregar a F porque não ofende a legítima


objetiva dos herdeiros.
Caso prático 6

2017
A B

 A fez testamento deixou ficar ¼ da quota disponível a X (seu amigo)


 Em 2016 fez uma doação a C no valor de 30.000€ e tinha feito em 2015 uma
doação a Z de 15.000€
 Deixou bens no valor de 60.000€
 Não tem passivo

Resolução:

O momento de abertura da sucessão é no ano de 2017 por óbito de A

São chamados a suceder B (cônjuge sobrevivo) e ascendente C no 1º grau.

H = R + D – P = 60.000€ + 45.000€ – 0 = 105.000€ – de acordo com o 2162º, este é o


valor para a determinação da legítima no caso.

2161º

LO – 105.000€ * 2/3 = 70.000 €

QD – 105.000€ * 1/3 = 35.000€

2142º

LSB – 70.000€ * 2/3 = 46.667€

LSC – 70.000€ * 1/3 = 23.333€

R-P = 60.000€ – 0 = 60.000€

35.000€ * ¼ = 8.750€ – testamento

60.000€ – 8.750€ = 51.250€

Este valor é inferior à LO, porque os herdeiros legitimários têm direito a 70.000

O autor da sucessão dispôs gratuitamente (doações e testamento) 45.000€ + 8.750€,


e só podia dispor de 35.000€.
Redução das inoficiosidades

51.250€ + 8.750€ = 60.000€

Redução total da deixa testamentária

 Não se atinge os objetivos do autor da sucessão, porque se fossem estaríamos


a ferir a legitima dos herdeiros legitimários e isso não pode acontecer.

Mas, 60.000€ é inferior a 70.000€ ainda está em falta o montante de 10.000€

Quanto às liberalidades feitas em vida, começa-se pela última.

Aos 60.000€ vamos somar 10.000€ do donatário C e já passamos a ter 70.000€

60.000€ + 10.000€ = 70.000€

Redução parcial da doação feita a C

Doação feita a Z 15.000€ 35.000€ – QD

Doação feita a C 30.000 – 10.000€ 20.000€


Caso prático 7

W Z

2018

A D E F

2016 2016

B C

 Testamento de A no qual dispôs de metade da quota disponível para F


 Deixou bens no valor de 100.000€
 Sem passivo

Resolução:

O momento da abertura da sucessão é no ano de 2018 por óbito de A, nos termos do


artigo 2031º

São chamados a suceder prioritariamente B e C, isto porque os ascendentes e


colaterais são afastados em detrimento da preferência de classes prevista no artigo
2134º, contudo, B e C não puderam dizer nada porque são pré falecidos.

Só haveria direito de representação se B e C tivessem descendentes, e estes


quisessem aceitar a herança, no caso em concreto nem um nem o outro têm
descendentes. Depois, só lançaríamos mão ao direito de acrescer se tivesse um outro
herdeiro, chamado ao mesmo tempo que B e C, e a ele acresceria, o que não é o
caso. Portanto, não temos a 1º classe preenchida e por isso passamos para a 2º
classe sucessível – cônjuge e ascendentes. Neste caso temos ascendentes.

Pense-se por exemplo que, em vez de dois filhos, eram três, B, C morreram antes
conforme diz o enunciado, mas o outro filho é sobrevivo. Evidentemente que tínhamos
um só descendente porque acresce a ele pelo facto de B e C não terem
descendentes. .

A questão que se coloca é, porque é que não chamamos os irmãos. Porque está em
causa a regra da preferência de classes. Então, chamamos os ascendentes, que neste
caso são W e Z.

Chamamos W a Z, ainda que na verdade tivéssemos chamado primeiro B e C, só pela


circunstância de no caso concreto não haver a quem se possa acrescer, então vamos
passar para a classe seguinte porque não temos quem preencha a 1º classe.
Neste caso temos herdeiros legitimários são eles os ascendentes – 2161/2º

H = R + D – P = 100.000€ + 0 – 0 = 100.000€

LO – 100.000€ * ½ = 50.000€

QD – 100.000€ * ½ = 50.000€

LSW – 50.000€ * ½ = 25.000€ 2142º/3 + 2135º e 2136º

LSZ – 50.000€ * ½ = 25.000€

R – P = 100.000€ – 0 = 100.000€

100.000€ – 25.000€ = 75.000€

Deixa testamentária – ½ da quota disponível para E

75.000€ -50.000€ = 25.000€

½ para W enquanto herdeiros legítimos já que o autor da


sucessão não dispôs válida e eficazmente de toda a
sua quota disponível.

½ para Z

W recebe 25.000€ enquanto herdeiro legitimário, e 12.500€ enquanto herdeiro legítimo

Z recebe 25.000€ enquanto herdeiro legitimário, e 12.500€ enquanto herdeiro legítimo

E recebe 25.000€ enquanto herdeiro testamentário


Caso prático 8

2019

A B

2018

C D E 2017 F

G H J 2016

L M

 Testamento: 1/3 da quota disponível a favor de D; automóvel no valor de


15.000 para F
 Doação feita em 2013 a M no valor de 20.000
 Doação feita ao amigo Pedro em 2010, no valor de 7.500
 Deixou bens no valor de 35.000 e passivo de 1.500

Resolução:

O momento da abertura da sucessão é no ano de 2019 por óbito de A, nos termos do


artigo 2031º.

São chamados a suceder prioritariamente B cônjuge sobrevivo e os descendentes C,


D, E e F – por causa da regra da preferência de graus prevista no artigo 2135º.

C, não pode responder ao chamamento porque é pré-falecido, tendo dois


descendentes 2039º e 2042º - G e H por direito de representação vão ocupar a
posição jurídica de C que não pode responder ao chamamento.

O mesmo acontece com E, pré falecido, sendo certo que o direito de representação
vai ocorrer em relação a L e M porque J é também ele pré falecido antes do autor da
sucessão.

Há herdeiros legitimários:

2162º

H = R + D – P = 35.000€ + 27.500€ – 1.500€ = 61.000 €


2159º

LO 2/3 de 61.000€ = 40.667€

QD 1/3 de 61.000€ = 20.333€

2139º

LSB – ¼ DE 40.667€ = 10.167€

LSC (G e H)
40.667€ – 10-167€ = 30.500€
LSD 7.625€
30.500€/4= 7.625€
LSE (L e M)

LSF

R – P = 35.000€ – 1.500€ = 33.500€

Com estas contas, só temos 33.500€ e era preciso 40.667€ e, e ainda temos um
testamento que tem uma deixa testamentária a titulo de herança e um legado, basta
perceber que 40.667€ é superior a 33.500€, então o autor da sucessão dispôs mais do
que podia. Na herança tem de existir 40.667€ quando só temos 33.500€.

Ordem da redução das liberalidades – 2171º, começamos pelas deixas


testamentárias, dentro delas a título de herança.

33.500€ – (1/3 da QD) 6.778€ = 26.722€

Valor da deixa testamentária a título de herança

26.722€ + 6.778€ = 33.500€

Redução total da deixa testamentária

33.500€ – 15.000€ = 18.500€ QD = 20.333 €


Deixa testamentária a título de legado 7.500€
18.500€ + 15.000€ = 33.500€ + 12.833€ (20.000€ – 7167€)
Redução total da deixa testamentária a título de legado
20.333€

40.667€ – 33.500€ = 7.167€

Valor em falta na herança para atingir a LO

33.500€ + 7167€ = 40.667€

Redução parcial da doação de 20.000€


Caso prático 9

2019

A B

repudiou

F C D E 2018

G H I J

 Doação a D por conta da sua legítima de 15.000 em 2015


 Doação a J em 2014 de 10.000
 Doação a G em 2012 de 30.000
 Deixou bens no valor de 65.000 e sem passivo.

Resolução:

O momento da abertura da sucessão é no ano de 2019 por óbito de A, nos termos do


artigo 2031º

São chamados a suceder prioritariamente B cônjuge sobrevivo e os descendentes C,


D e E, 2157º conjugado com 2133º e 2134º - primeira classe preenchida.

Em resposta ao chamamento C, repudiou, e tem um descendente G e é esse que vai


responder anómala ou indiretamente à sucessão aberta por morte de A, uma vez que
do enunciado não resulta nada em contrário, – direito de representação 2042º e 2039º

E é chamado prioritariamente a suceder, mas uma vez que é pré falecido e 2042º e
2039º temos aqui também direito de representação que será exercido pelo seu
descendente J, chamado a suceder anómala ou indiretamente à sucessão aberta por
morde de A.

Há herdeiros legitimários e houve liberalidades e consequentemente usamos a


fórmula:

2162º

H= R + D – P

65.000€ + 55.000€ – 0 = 120.000€

2159º

LO – 2/3 de 120.000€ = 80.000 €

QD – 1/3 de 120.000 € = 40.000 €


2139º

LSB

LSC (G) 80.000€ /4 = 20.000 €

LSD

LSE (J)

R – P = 65.000€ – 0 = 65.000 €

Ao D foi feita doação por conta da sua legítima no valor de 15.000€

O D foi chamado a suceder enquanto herdeiro legitimário, tal qual como os demais,
desta sucessão o D tem direito, enquanto herdeiro legitimário tem direito a 20.000€,
mas a doação que lhe foi feita foi no valor de 15.000€ por conta da sua legitima.

20.000€ para B

20.000€ para C (G)

20.000€ para E (J)

5.000€ para D porque já havia recebido 15.000 € em doação feita por conta da sua
legítima.

A ser assim, então precisamos de 65.000€ – é valor que a herança tem de ter para a
satisfação das legitimas subjetivas de cada um.

Na herança não tem de estar 80.000€, porque um dos herdeiros legitimários que teria
direito a 20.000 € enquanto herdeiro legitimário, já recebeu nessa qualidade 15.000 €

65.000€ é o valor do relictum.

QD – 40.000€: doação a J no valor de 10.000€ e doação a G no valor de 30.000€


Caso prático 10

João casado com Luísa e do casamento nasceram seis filhos, Pedro casado com
Paula, Inácio casado com Ana, Tiago e Teresa solteiros, Dália casada com Luís e
Iolanda casada com Joaquim.

João faleceu em 2015 no estado civil de casado com Luísa. Pedro repudiou a herança,
tendo dois filhos e um neto, Orlando e Alexandra e José filho desta última.

Tiago três dias após o falecimento do seu pai morreu num acidente de viação,
deixando como herdeiro o filho Ricardo.

 João doou a Dália por conta da sua legítima um prédio urbano no valor de
150.000€, em 2014.
 Em 2013 doou ao seu amigo Julião uma casa no valor de 98.500€.
 João fez testamento no qual dispôs ¼ da quota disponível para Luísa e,
para o bisneto José a arma de caça e a coleção de selos. A arma vale 200€
e os selos 15.000€.
 Bens comuns do casal 190.000€ e dívidas de 23.000€.

2015

João Luísa

Repudiou
2015

Paula Pedro Ana Inácio Tiago Teresa Luís Dália Joaquim Iolanda

Orlando Alexandra Ricardo

José

Abertura da sucessão: 2015 por óbito de João, no estado civil de casado – 2031º

São chamados a suceder prioritariamente: Luísa (cônjuge sobrevivo), e descendentes:


Pedro, Inácio, Tiago, Teresa, Dália e Iolanda. Não chamamos Orlando, Alexandra,
José, Ricardo, porque são afastados pela regra da preferência de grau.

Pedro repudiou a herança, aqui temos direito de representação a favor de Orlando e


Alexandra, e não José porque é afastado pela regra da preferência de graus.

Nada dito em contrário, acreditamos que Orlando e Alexandra aceitaram representar o


seu ascendente Pedro na herança por óbito de João.
Tiago faleceu depois, não tendo tempo de aceitar ou repudiar, e como faleceu depois
não é possível o direito de representação. Tem como herdeiro o Ricardo, e este
exerceu, porque na herança do seu pai Tiago, estava o direito de aceitar ou repudiar a
herança para que Tiago foi chamado (a herança de João), mas Tiago já morreu sem
ter exercido o direito de aceitar ou não, portanto Ricardo exerce o direito ao dizer que
aceita porque do enunciado não resulta nada em contrário. O quinhão hereditário a
que tinha direito Tiago, está agora na herança de Tiago.

Há herdeiros legitimários e liberalidades, 2162º:

150.000+98.500

H = 95.000€ + 248.500€ - 23.000€ = 320.500€

2159º

LO – 320.500€ * 2/3 = 213.667€

QD – 320.500€ * 1/3 = 106.833€

2139º

Legítima Subjetiva de Luísa – 213.667€ * ¼ = 53.417€

LSP (O,A)

LSI 213.667€ - 53.417€ = 160.250€

LST (R) 160.250€ / 6 = 26.708€ para cada um

LST

LSD

LSI

R – P = 95.000€ - 23.000€ = 72.000€ (este valor é inferior ao valor da LO)

¼ QD

72.000€ - 45.292€ = 26.708€

26.708€ + 45.292€ = 72.000€

Redução total da deixa testamentária

A liberalidade feita por testamento a Luísa não foi concretizada.


72.000€ - 15.200€ = 56.800€

56.800€ + 15.200€ = 72.000€

Redução total dos legados

Já foram reduzidas as deixas testamentárias, mas continuamos a ter 72.000€ o que é


manifestamente insuficiente.

Temos 213.667€ enquanto LO, mas houve uma doação feita a Dália por conta da sua
legítima, no valor de 150.000€

 Dália, tem direito enquanto herdeira legitimária a 26.708€, e recebeu por


conta disso a quantia de 150.000€.

Verdadeiramente não precisamos de ter na herança 213.667€, mas sim 213.667€ -


26.708€ = 186.959€

LO – 186.959€

Agora sabemos que, à tem de ser entregue 53.417€, e 26.708€ a qualquer um dos
outros herdeiros, menos Dália, porque esta já recebeu por conta da sua legítima. O
que significa, que não é necessário garantir 213.667€, mas sim 186.959€, porque este
é o resultado do somatório 26.708€ * 5 + 53.417€. Porque Dália já não recebe mais
nada enquanto herdeira legitimária.

150.000€ - 26.708€ = 123.292€

72.000€ 186.959€

Valor que existe para os herdeiros Somatório de todas as legítimas


subjetivas, à exceção da legítima
subjetiva de Dália.

186.959€ - 72.000€ = 114.959€

Valor em falta para atingir 189.959€


72.000€ + 114.959€ = 186.959€

Redução parcial da doação feita a Dália (apenas na parte da diferença de 15.000€ -


26.708€)

QD = 106.833€

98.500€ (amigo Julião)

+ 8.333€ 123.292€-114.959€ = 189.959€

_____________

106.833€

1:09:37
Caso prático 11

Pedro casou com Joana em 1995. Pedro faleceu em 10.02.2006.

Para além do seu cônjuge sobrevivo, sucederam-lhe os filhos do casal, Tiago, Teresa
Etelvina, Mafalda, todos solteiros, e ainda Luís, divorciado desde 2005.

 Bens deixados por Pedro no valor de 110.000€.


 Pedro doou a Susana um prédio rústico no valor de 25.000€ em 2004.
 A dívida da herança: 7.500€
 Testamento público deixando ficar a quota disponível à Santa Casa da
Misericórdia de Mirandela.

2006

P J

T T E M L

Resolução:

H = 110000€ + 25000€ – 7500€ = 127500€

LO- 127500€ * 2/3 = 85000€

QD- 127500€ * 1/3 = 42500€

LsJoana – ¼ de 85000€ = 21250€

LsL 85000€ - 42500€ = 63750€

LsT 63750€ / 5 = 12750€

LsT 12750€ para cada um

LsE

LsM

R – P = 110000€ - 7500€ = 102500€


Quota disponível para a Santa Casa

102500€ - 42500€ = 60000€

Este valor não é suficiente, porque houve excesso de


liberalidades

60000€ + 25000€ = 850000€

Redução parcial da deixa testamentária

25000€ - doação feita a Susana

QD

17500 € - redução da Quota Disponível 42500€ - 25000€ = 17500€


Caso prático 12

Tudo igual ao anterior, altera a doação feita à Susana, e passa a ser para o Tiago e
está sujeita à colação. (mesmo valor e data)

H = 110000€ + 25000€ - 7500€ = 127500€

Há colação quando: 2104º

 A doação foi feita a um presuntivo herdeiro legitimário descendente ao


tempo da doação. E que aberta a sucessão, esse mesmo donatário, agora
herdeiro aceite ser herdeiro. Mas, deixa de haver colação, apesar de se
verificarem os requisitos do 2104º, se a doação tiver sido feita por conta da
quota disponível, ou tiver sido feita por conta da legitima, ou tiver sida
dispensada a colação no momento em que foi feita a colação, ou
posteriormente.

LO – 127500€ * 2/3 = 85000€

QD – 127500€ * 1/3 = 42500€

LsJoana – ¼ de 85000€ = 21250€

LsL

LsT 85000€ - 42500€ = 63750€


LsT 12750€ para cada um 63750€ / 5 = 12750€
LsE

LsM

R – P = 110000€ - 7500€ = 102500€

102500€ + 25000€ = 127500€

Devolução da doação sujeita à colação – 2104º

Tiago teve de devolver à massa da herança o valor da doação sujeita à colação, a


menos que os restantes herdeiros aceitem a devolução da própria coisa.

O relictum já não é 110000€, mas sim 127500€

Mas, há uma deixa testamentária para cumprir,

127500€ - 42500€ = 85000€


Exame 13/06/2018

II

António morreu em 2015 no estado de casado com Ana. O casal tinha 3 filhos, a
saber:

Alberto, Aníbal e Alexandra. Para além dos filhos do casal, António era ainda pai de
Dinora e de Eduardo. Aníbal faleceu três depois do pai, depois de um prolongado
estado de coma.

António fez testamento no qual dispôs a sua quota disponível a favor da sua filha
Alexandra. António deixou bens no valor de 44500 € e passivo no valor de 4500 €.

Quid iuris?

H = R + D – P = 44.500€ + 0 – 4.500€ = 40.000 €

LO – 2/3 de 40.000€ = 26.667 €

QD – 1/3 de 40.000€ = 13.333€

LSB – ¼ de 26.667€ = 6667€

LSD

LSE 26.667€ – 6.667€ =


LSA (sua herança) 4000€ a cada um 20.000€

LSA 20.000€ / 5 = 4.000€

LSA

R – P = 44.500€ – 4.500€ = 40.000€

40.000€ – 13.333 € = 26.667 €


Exame 13/06/2018
III
Sobreviveram a António, para além do cônjuge Maria, os filhos do casal: Tiago, Luísa
e Eduardo. António faleceu em 2016. Em 2013 faleceu Eduardo, solteiro e sem
descendentes. O primeiro testamento outorgado por António foi anulado por coação
exercida por Maria.

António tem os pais vivos, Carlos e Mariana.

Em 2012 António fez uma doação a Tiago, no valor de 15000 e em 2010 ao seu
compadre Pedro fez uma doação no valor de 30000€. Em 2008 António doou à sua
filha Luísa um imóvel no valor de 25000€, por conta da sua legítima.

O património do casal está avaliado em 18000 euros e deixou passivo no valor de


1500 euros.

António fez um outro testamento no qual deixou metade da sua quota disponível ao
seu compadre Pedro.

Quid iuris

Resolução:

Abertura da sucessão em 2016 por óbito de António, por força do artigo 2031º

Chamamento, vocação direta e prioritária para suceder, por óbito de António temos
prioritariamente o seu cônjuge e os descendentes Tiago, Luísa e Eduardo – 2133º/1 a)
e 2134º, a primeira classe está preenchida e chamamos a suceder Maria, Tiago, Luísa
e Eduardo.

Porém, Maria não é chamada a suceder porquanto ao ter coagido António na


elaboração do testamento, de acordo com o 2034º é qualificada como indigna e como
tal é como se não tivesse sido chamada a suceder.

Eduardo é pré-falecido e consequentemente poderíamos ter uma circunstancia de


direito de representação não fosse o facto de ele não ter descendentes e
consequentemente vai acrescer aos demais, neste caso a Tiago e Luísa.

A ser assim, temos dois descendentes que em concurso vão suceder a António: Tiago
e Luísa.

Temos dois descendentes chamados a suceder e porque há herdeiros legitimários e


liberalidades é necessário fazer o cálculo da legítima – art. 2162º

H=R+D–P
Doações

H= 9000€ + 15000€ + 30000€ + 25000€ - 1500€ = 77500€

2159º/2

LO – 2/3 de 77500€ = 51667€

QD – 1/3 de 77500€ = 25833€

2139º

LSTiago 51667€ / 2 = 25834€ para cada um

LSLuísa

R-P = 9000€ - 1500€ = 7500€

Olhando para os 7500€ e para o valor da LO verificamos que houve excesso de


liberalidades.

Há duas circunstâncias neste caso que têm de ser analisadas e que podem até, que
nem seja necessário reduzir as liberalidades por inoficiosidade, por um lado temos
uma doação feita por conta da legítima em 2008, e por outro lado temos uma doação
feita, e que, sem mais dados nenhuns do enunciado, é uma doação que está sujeita à
colação.

Nos termos do artigo 2104º e sgs. Tiago tem de repor na herança, para igualação na
partilha entre os descendentes a quantia que recebeu em 2012, porque está sujeita à
colação. Assim, estão verificados os pressupostos da sujeição à colação, quais sejam,
1º foi feita uma doação a um presuntivo herdeiro legitimário descendente, que se
tivesse sido aberta a sucessão naquele momento ele seria prioritariamente chamado a
suceder, ele é descendente, e aberta a sucessão ele aceitou suceder e
consequentemente está sujeita à colação.

O que significa que, ao valor dos 7500€, que é o valor dos bens existentes para
entregar aos herdeiros, menos o passivo, que dá o valor de 7500€, vamos acrescentar
o valor dos 15000€ que Tiago tem de entregar:

7500€ + 15000€ = 22500€

Colação
Já não temos só 7500€, mas passamos a ter 22500€, e claramente continua a ser
inferior à legitima objetiva. No entanto, a tal doação feita a Luísa por conta da sua
legítima - 25000€ - significa que Luísa já não pode reivindicar da herança mais
25834€ porque anteriormente já tinha recebido 25000€, verdadeiramente ela só pode
exigir, enquanto herdeira legitimária, a quantia de 834€, que é a diferença do valor da
doação que recebeu em 2008 por conta da sua legítima e da sua legítima subjetiva.

Em vez de 51667€ na herança precisamos de ter:

51667€ - 25000€ = 26667€ - neste momento ainda só temos 22500€

½ QD

22500€ -12917€ = 9583€

9583€ + 12917€ = 22500€

Redução total por inoficiosidade da deixa testamentária – 2168º + 2171º

26667€ - 22500€ = 4167€

Valor necessário para a satisfação da legítima dos herdeiros legitimários (25834€


LsTiago e 834€ que Luísa pode reivindicar enquanto herdeira legitimária, porque era
25834€ que tinha direito mas só recebeu 25000€ por conta da legítima)

22500€ + 4167€ = 26667€

Redução parcial da doação a Pedro

Então Pedro só vai receber 30000€ - 4167€ = 25833€


Exame 05/07/2018
III.
António faleceu em 2008 no estado civil de solteiro. Sobreviveu-lhe o seu pai Carlos,
já viúvo. Carlos, anos antes, havia sido condenado a dois anos de prisão por ter
incendiado dolosamente todos os pinhais de António. Em 2000 faleceu o único filho de
António, a saber João. João morreu igualmente solteiro, sem descendentes,
sobrevivendo-lhe apenas a sua mãe Teresa.
António fez testamento no qual indicou como único herdeiro o seu primo José, que
repudiou. José é casado Maria e tem um filho Eduardo, filho esse que em 2004 foi
declarado inabilitado por habitual prodigalidade.
António deixou bens no valor de 32500 euros e sem passivo e fez em 2007 uma
doação ao seu primo José, no valor de 7500€.
Quid iuris

Resolução:
António morreu e deixou ficar um ascendente Carlos e um descendente João.
Olhando para o esquema, Teresa não é chamada a suceder em circunstância
nenhuma porque não é cônjuge de António e não está beneficiado em testamento.
João é descendente e Carlos é afastado pela circunstância de António ter um
descendente, falamos na regra da preferência de classes. e portanto chamamos João
a suceder. Sendo certo que, João faleceu antes do autor da sucessão, e por isso dar-
se-ia direito de representação se efetivamente João tivesse descendentes, e não tem.
Não havendo a quem mais acrescer, porque João não concorre com mais ninguém
enquanto descendentes, portanto também não há direito de acrescer, mas vamos
preencher a classe seguinte, e temos Carlos, ascendente. Mas Carlos foi condenado a
dois anos de prisão por ter incendiado dolosamente todos os pinhais de António:
2034º
As causas de deserdação são, em tudo semelhantes com as causas de indignidade
sucessória, só que, para que haja deserdação, para além de se verificar a
circunstancia passível de deserdação ela só ocorre se o autor da sucessão disser em
testamento que quer deserdar X e explicar qual a razão. Mas mesmo que não
deserde, se houver circunstancia de indignidade sucessória nos termos do 2034º, é
preciso que os demais herdeiros ou quem tenha interesse nesta herança, obtenha do
juiz a declaração da indignidade sucessória de Carlos.
Mas, Carlos está ou não abrangido por uma circunstância de indignidade sucessória?
Não está, nem foi deserdado.
2162º
H = 32500€ +7500€ - 0 = 40000€
2161º
LO – 40000 * ½ = 20000€
QD – 40000 * ½ = 20000€

LSCarlos – 20000€

R-P = 32500€ - 20000€ = 12500€


Redução parcial da deixa testamentária a Eduardo
(direito de representação)

7500€ (doação a José)


20000€
12500€ (Eduardo)
Exame 05/07/2018

H = 45000€ + 2500€ - 45750€

LO – ½ de 45750€ = 22875€
QD – ½ de 45750€ = 22875€

LSA . 22875€

R – P = 45000€ - 1750€ = 43250€


43250€ - 11438€ = 31812€

31812€ - 22875€ = 8937€


Entregamos a Ana enquanto herdeira legítima.
Exame 03/07/2019
III
João era casado com Luísa desde 1970. Tiveram seis filhos: Pedro, casado com
Paula; Inácio, casado com Ana; Tiago, viúvo desde 1988; Teresa, solteira, maior;
Dália, casada com Luís; e Iolanda, casada com Joaquim. João faleceu em 2018 no
estado civil de casado com Luísa. Pedro repudiou a herança de seu pai, tendo dois
filhos: Orlando e Alexandra.
Tiago, no dia do funeral do seu pai morreu num acidente de viação, deixando como
herdeiro o seu cônjuge Vanda. João doou a Dália um prédio urbano destinado a
habitação no valor de 95000€, tendo doado ao seu amigo Julião um prédio rústico no
valor de 37500€.
João fez testamento cerrado no qual dispôs: “Deixo ficar 2/3 da minha quota disponível
ao meu cônjuge sobrevivo. Deixo ainda ficar ao meu bisneto José a minha guitarra
elétrica e a mota.”
A guitarra elétrica está avaliada em 2500€ e a mota em 12500€
Os bens comuns do casal estão avaliados em 175000€ e João deixou dívidas no valor
de 18000€.

Quid iuris

Resolução:
H = 87500€ + 95000€ + 37500€ - 18000€ = 202000€

LO – 2/3 de 202000€ = 134667€


QD – 1/3 de 202000€ = 67333€

LSLuísa – ¼ de 134667€ = 33667€


LSP(O,A)
LSI 134667€ - 33667€ = 101000€ / 6 = 16833€
LST1
LSTer
LSI
LSD

1
Ele faleceu depois e do enunciado resulta que não terá tido tempo de exercer o direito de aceitar ou
repudiar, e portanto os seus herdeiros vão exercer o seu direito por si.
R-P = 87500€ - 18000€ = 69500€
Houve uma doação feita a Dália, esta doação é suscetível de enquadrar no sentido de
colação, porque – 2104º- foi feita a doação presuntivo herdeiro legitimário
descendente, que se fosse aberta a sucessão ao tempo da doação era
prioritariamente chamado a suceder e aberta a sucessão quis suceder.

69500€ +95000€ = 164500€


Colação (doação feita a Dália)
Passamos a ter 164500€ na herança, o valor da legitima objetiva é inferior, mas há
ainda uma deixa testamentária que é necessário cumprir.

2/3 QD
164500€ - 44889€ = 119611€
119611€ - 15000€ = 10461€
legado

134667€ - 104611€ = 30056€ valor em falta

2168º+ 2171º:
104611€ + 30056€ = 134667€
Redução parcial da deixa testamentária a título de herança.

15000€ bisneto
67333€ 37500€ julião
14833€ deixa testamentária para Luísa, mas reduzida em 30056€
44889€ - 30056€ = 14833€
Exame 03/07/2019

II
Ricardo casou com Emília em 04/01/1975 no regime da comunhão geral de bens, tendo tido
três filhos: Teodora, Inácio e Pedro. Na sequência de um acidente de viação, Ricardo veio a
falecer em 06 de junho de 2007. Dias antes do acidente, havia falecido Teodora, deixando
viúvo Carlos.
Tendo em conta que:

- Os bens comuns do casal estão avaliados em 65 mil Euros;


- Ricardo doara ao primo Eduardo, por conta da quota disponível, um automóvel no valor de 30
mil Euros;
- As dívidas da herança somam 8500 Euros;
- Ricardo outorgou testamento público, no qual dispôs: “Deixo ficar a minha quota disponível à
Fábrica da Igreja de Leça da Palmeira”.
Quid iuris?

Resolução:

H = 32500€ + 30000€ - 8500€ = 54000€

LO – 2/3 de 54000€ = 36000€


QD – 1/3 de 54000€

LSE
LSI 36000€ / 3 = 12000€ para cada um
LSP

R – P = 32500€ - 8500€ = 24000€


24000€ - 18000€ = 6000€
6000€ + 18000€ = 24000€
Redução total da deixa testamentária

36000€ - 24000€ = 12000€


24000€ + 12000€ = 36000€ Redução parcial da doação
Exame 12.06.2018
III.
Sobreviveram a António, para além do cônjuge Beatriz, os filhos do casal: Teresa, Luísa e
Mário. António faleceu em 2018. Em 2013 faleceu Mário, solteiro e sem descendentes. O
testamento outorgado por António foi anulado por coação exercida por Guilherme, amigo de
António.
Em 2012 António fez uma doação a Teresa no valor de 12500 e em 2010 ao seu padrinho de
casamento fez uma doação no valor de 25000€. Por conta da legítima, doou a Luísa, em 2015,
um imóvel no valor de 50000€.
O património do casal está avaliado em 24000€ euros e António deixou passivo no valor de
1500€. Quid iuris

Resolução:
Chamamento: cônjuge sobrevivo, e descendentes: Teresa, Luísa e Mário.
Mário é pré-falecido, não tem descendentes, logo acresce aos demais.

2162º
H= 12000€ + 87500€ - 1500€ = 98000€

LO – 2/3 de 98000€ = 65333€


QD – 1/3 de 98000€ = 32667€

LSB, I e L – 65333€ / 3 = 21777€

R – P = 12000€ - 1500€ = 10500€

10500€ +12500€ = 23000€


Colação

65333€ - 21778€ = 43555€


“Novo valor da LO” // precisamos de 43555€ para satisfazer a legítima
objetiva de B e a de Teresa. Porque Luísa já recebeu.
Mas, ainda só temos 23000€ e há ainda deixas testamentárias.

43555€ - 23000€ = 20555€


Valor a reduzir das liberalidades para satisfação da legitima
subjetiva de B e de Teresa.

50000€ - 21778€ = 28222€ - valor máximo em que podia ser reduzida a doação feita a
Luísa, porque a diferença até aos 50000€ é a sua legítima subjetiva e não pode deixar
de a receber.

23000€ + 20555€ = 43555€


Redução parcial da doação feita a Luísa na parte que excede a sua legítima subjetiva.

25000€
QD
32667€ 7667€ (28222€ - 20555€)
Exame 12.06.2018
II.
António morreu em 2018 no estado de casado com Sónia. O casal tinha 4 filhos, a saber:
Alberto, Manuela, Teresa e Paulino. Para além dos filhos do casal, António era ainda pai de
Eduarda e de Carlos. Alberto faleceu três dias depois do pai, depois de um prolongado estado
de coma.
António fez testamento no qual dispôs metade da sua quota disponível a favor da sua filha
Eduarda e fez uma doação a João, filho de Carlos em 2010 e no valor de 35000€.
António deixou bens no valor de 40000 € e passivo no valor de 3500 €.

Quid iuris?

Resolução:

2058º - direito de transmissão exercido pelos herdeiros porque Alberto faleceu

H = 40000€ + 35000€ - 3500€ = 71500€

LO – 71500€ *2/3 = 47667€


QD – 71500€ *1/3 = 23833€

LSSónia – ¼ de 47667€ = 11917€

47667€ - 11917€ = 35751€


LSE
LSC
LSA 35751€ / 6 = 5958€
LSM
LST
LSP

R – P = 40000€ - 3500€ = 36500€


Deixa testamentária:
23833€ * ½ = 11917€

36500€ - 11917€ = 24583€


24583€ + 11917€ = 36500€
Redução total da deixa testamentária

47667€ - 36500€ = 11167€


Valor necessário para a satisfação da legítima objetiva

36500€ + 11197€ = 47667€


Redução parcial da doação feita a João

João teria recebido 35000€ mas foram reduzidos em 11167€ que dá o resultado de
23833€

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