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Mudanças – Psicologia da Saúde, Copyright 2014 pelo Instituto Metodista de

22 (1), Jan.-Jun. 2014, 61-69p Ensino Superior CGC 44.351.146/0001-57

Grupo de movimento: uma revisão da literatura*


Tânia Alves Nogueira**
Paulo Albertini***

Resumo
Com o objetivo de explicitar e discutir as publicações existentes acerca do grupo de movimento, uma técnica de
trabalho grupal oriunda da psicoterapia corporal e vinculada, de alguma forma, ao pensamento de Wilhelm Reich
(1897-1957), realizou-se o levantamento dos estudos publicados sobre o assunto a partir de buscas em bases de dados
em sites científicos, institutos de formação reichiana e neorreichiana e em revistas de abordagem corporal. Foram
encontrados 26 trabalhos: sete dissertações de mestrado, quatro monografias, três artigos e doze resumos. Desse
acervo, foram analisados aspectos como forma de publicação, tipo de participante, papel do coordenador do grupo,
enfoque metodológico e resultados obtidos. Dado o estado da arte encontrado, as produções indicaram a presença
de contribuições positivas desencadeadas pelo grupo de movimento, bem como uma estratégia de trabalho ainda em
construção, carente de material investigativo e com pouco rigor científico. Nesse sentido, algumas orientações de
pesquisa foram discutidas e sugeridas.
Palavras-chave: Wilhelm Reich; Trabalho corporal; Psicoterapia; Grupo de movimento.

Movement Group: a literature review

Abstract
This paper presents a comprehensive review of the studies published on the Movement Group, a group work tech-
nique, derived from Body Psychotherapy and in some ways built on the works by Wilhelm Reich (1897-1957). Data
was collected from scientific databases, Reichian institutes, and body-related journals. Twenty-six publications were
found: seven master dissertations, four research papers, three articles and twelve abstracts. From this collection, the
following aspects were analyzed: the type of publication, the participant’s profile, the group coordinator’s role, the
methodology, and the obtained results. The analysis revealed positive contributions by the Movement Group, as well
as a working strategy still under construction, lacking investigative materials and scientific rigor. Research guidelines
were proposed and discussed.
Keywords: Wilhelm Reich (1897-1957); Body work (psychotherapy); Movement group.

* O artigo é parte da dissertação de mestrado intitulada “Grupo de Movimento: conceituação, estado da arte e aplicação na área educacional”, defendida em
08.12.2010 pelo primeiro autor e orientada pelo segundo no Programa de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano – Instituto de Psicologia da USP.
** Psicóloga, com formação em psicoterapia neorreichiana e mestre em Psicologia pela USP; atua como psicoterapeuta. E-mail: tanmomdi@ig.com.br
*** Professor Doutor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo.
62 Tânia Alves Nogueira & Paulo Albertini

Introdução estratégia de intervenção grupal por meio de trabalhos


Os anos finais da década de 1960 e os primeiros da como os de Ivaldo Bertazzo, Klauss Vianna e Rudolf
de 1970 foram marcados por intensos movimentos políti- Von Laban – representado no Brasil por Maria Dusche-
co-sociais reivindicatórios, grosso modo nomeados contracul- nes (Bertazzo 1996; Miller 2007; Marques 2002). Estes
tura (Roszak, 1972). Naquele panorama cultural crítico e mestres da dança, com suas técnicas e métodos, afetaram
transformador, também no Brasil, na área da saúde mental, uma ampla gama de pessoas, profissionais da dança ou
o tradicional saber/poder psiquiátrico passou a ser alvo não, dentre elas muitos terapeutas corporais vinculados
de forte questionamento (Amarante, 1995; Koda, 2002). ao trabalho com grupo de movimento.
No que diz respeito ao campo das intervenções De acordo com Gama e Rego (1996), muitas de-
psicoterapêuticas grupais, merece destaque a presença nominações já foram utilizadas para designar o que hoje
das chamadas técnicas do potencial humano. Estas, de conhecemos como grupo de movimento; por exemplo,
acordo com Saidon et al. (1983), enfatizavam as formas grupo de exercícios reichianos, expansão e autoexpres-
de trabalho não verbais, tendo o corpo como foco. Emba- são pelo movimento, grupo reichiano de movimento
ladas no clima da contracultura, tais vertentes floresceram emocional, grupo sem palavras, grupo de movimento
na Califórnia (EUA) e compreenderam, basicamente, as emocional. A própria Regina Favre, desde a década de
psicoterapias de fundamentação reichiana, os grupos 1990, denomina seu trabalho “grupo de movimento
de encontros de Rogers, a gestalt-terapia de Perls e as somático-existencial”, cujas linhas teóricas norteadoras
comunidades terapêuticas, além de outras técnicas espe- são a educação somática de Stanley Keleman e a visão do
cificamente corporais que, sobretudo, buscavam o resgate inconsciente produtivo de Deleuze e Guattari.
da integração mente e corpo, como Feldenkrais, Rolfing Neste breve registro histórico voltado para os pri-
e a eutonia (Favre, 1997). mórdios dessa estratégia de trabalho corporal – o grupo
Em termos gerais, cabe pontuar que, com o corpo de movimento – deve-se também mencionar os nomes dos
assumindo um lugar de destaque nas intervenções tera- psicoterapeutas Marcelo Carvalho, Maria Ercília Rielli da
pêuticas, determinadas orientações contidas no pensa- Gama, Sandra Sofiati e Ricardo Amaral do Rego. Ainda na
mento de Wilhelm Reich (1897-1957) foram recuperadas década de 1980, Marcelo Carvalho introduziu tal proposta
e disseminadas (Reich, 1989, 1995). de trabalho corporal grupal no Instituto Sedes Sapientiae1,
É nesse cenário cultural que as práticas corporais enquanto Maria Ercília Rielli da Gama, nos anos 1990 e no
foram gradualmente introduzidas nos grandes centros mesmo Instituto, procurou sistematizar tal projeto, dando
urbanos brasileiros, particularmente em São Paulo, nos início à formação dos coordenadores de grupo.
anos 1975 e 1976, e Rio de Janeiro, por volta de 1977 e Já Sandra Sofiati, junto com os ex-alunos do cur-
1978 (Russo, 1993). Considerando os trabalhos especifi- so de coordenadores de grupo do Sedes Sapientiae, le-
camente grupais, o psiquiatra José Ângelo Gaiarsa (1920- vou o grupo de movimento para além dos consultórios,
2010) criou, dentre outras ações, os Grupos Sem Palavras estendendo-o à rede de saúde pública do município de
(Gama & Rego, 1996), e o psiquiatra e escritor Roberto São Paulo (Gama & Rego, 1996). Diante da experiência
Freire (1927-2008) fundou a somaterapia, sustentada, além com tal formação, Maria Ercília Rielli da Gama e Ricardo
do prisma reichiano, por princípios políticos anarquistas. Amaral do Rego organizaram e sistematizaram, de modo
Em 1975, influenciada pelos trabalhos da bioe- didático, os fundamentos, história e objetivos do grupo
nergética, da biodinâmica e do próprio Gaiarsa, Regina de movimento no artigo Grupos de movimento: consciência e
Favre – filósofa, psicoterapeuta corporal, e responsável expressão de si através do corpo (Gama & Rego, 1996), uma
pela inserção do pensamento do americano Stanley Kele- referência central para quem se propõe a investigar o tema.
man no Brasil –, integrou outras abordagens ao trabalho Atualmente, Sofiati, em seu consultório, continua
corporal grupal, como psicodrama, expressões corporais desenvolvendo a proposta, denominando-a corpo sonoro;
diversas, dentre elas zen budismo, Rolfing, eutonia, e o Favre, em seus cursos de formação, aprofunda a ideia de
método Feldenkrais. Assim, fruto dessa ampla gama de grupo somático-existencial; o Instituto de Análise Bio-
raízes, e com o nome de grupo de movimento, emprega- energética de São Paulo criou um curso extracurricular
do originalmente por Regina Favre, surgiu essa proposta especificamente sobre grupo de movimento e muitos
de atividade corporal grupal em solo brasileiro.
Ainda no domínio das influências recebidas, cabe
1
Instituição de ensino que há cerca de 30 anos oferece, na cidade de São
Paulo, cursos de pós-graduação lato sensu e de especialização nas áreas da
também chamar a atenção para o papel da dança nessa saúde mental, educação e filosofia.

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institutos neorreichianos e reichianos incluíram este mos todos os materiais encontrados, independentemente
trabalho em suas grades curriculares, oferecendo-o aos do ano de publicação. A busca efetuada compreendeu
alunos como parte do processo de formação. uma atividade informal e uma formal. A primeira consis-
No que diz respeito aos objetivos do grupo de mo- tiu na coleta de estudos decorrentes de nossa participação
vimento, Gama e Rego afirmaram: em congressos de psicoterapia corporal. Também tivemos
acesso a trabalhos sobre o assunto por meio de informa-
O objetivo é levar o participante a um processo de sen- ções prestadas por pessoas que tomavam conhecimento
sibilização e conscientização corporal, de modo a melho- desta pesquisa.
rar sua percepção de si mesmo, buscando literalmente Já a pesquisa formal foi realizada nas seguintes fon-
conscientizar o inconsciente. Queremos trazer à tona o tes: sites científicos, sites de entidades vinculadas ao campo
material recalcado, tirá-lo da toca de seus esconderijos reichiano e revistas voltadas para o pensamento reichiano.
corporais. Além disso, buscamos recuperar a vitalidade Como palavras-chave utilizamos: grupo de movimento,
e o bem-estar, resgatando a capacidade de expressão bioenergetic exercise class, bioenergética, Wilhelm Reich,
através da desinibição, do aumento da assertividade e do Alexander Lowen, José Ângelo Gaiarsa, Regina Favre,
desbloqueio emocional. (1996, p. 18). psicoterapia corporal, práticas corporais grupais. Segue
a relação completa das fontes pesquisadas.
Para Sofiati (1993), a proposta, além de focar o flu-
xo de energia no corpo, respeitando a singularidade de Sites científicos
cada um, trabalha as relações humanas. Cria um espaço Sibinet (www.usp.br/sibi): consultamos bases de
em que, por meio dos sons, gestos, olhares, expressão da dados por assunto da área de ciências humanas no Eric,
raiva, da dor e da angústia, a interpessoalidade pode ser Muse, Psicodoc; acessamos o link de revistas eletrônicas
experimentada de novas formas. Em termos sintéticos, e o portal de revistas USP, a partir do qual os trabalhos
grupo de movimento é entendido pela autora como um eram encontrados no Psicodoc e na biblioteca digital de
lugar “para afirmação da potência, do gozo e da trans- teses e dissertações; biblioteca digital da Pontifícia Univer-
cendência. É importante que nesse trabalho exista um sidade Católica de São Paulo (www.pucsp.br/biblioteca);
trânsito entre a estase e o êxtase” (Sofiati, 1993, p. 97). banco de teses e dissertações (BTD) da Universidade
Diante do exposto, podemos afirmar que o grupo de Federal do Espírito Santo (www.bc.ufes.br); banco de
movimento – tal como é conhecido no Brasil – refere-se teses e dissertações (BTD) da Universidade Estadual de
a um trabalho grupal desenvolvido por psicoterapeutas São Paulo (Unesp) – campus Rio Claro (www.rc.unesp.
corporais vinculados a uma tradição reichiana e que re- br); periódicos da Capes (www.periodicos.capes.gov.br).
cebeu, em sua construção, a influência de outras diversas Pesquisamos nas fontes Ebsco, Scopus, Knowledge,
fontes. Tal formato leva-nos a entendê-lo como um siste- Thomson e Illumina e no banco de teses Capes; Scien-
ma aberto, interdisciplinar, uma vez que permite a entrada tific Electronic Library Online – Scielo (www.scielo.br);
de práticas corporais que se atrelem ao objetivo do grupo. Google acadêmico (scholar.google.com.br); Biblioteca
Com o intuito de contribuir para um maior escla- Virtual em Saúde da Psicologia (www.bvs-psi.org.br). Com
recimento dessa técnica de abordagem corporal grupal, foco em publicações na área, acessamos o link Pepsic,
decidimos efetuar uma revisão da literatura científica angariando artigos por assunto e autor; e Medicina Psi-
publicada sobre o assunto. Assim, em suma, esta inves- cossomática (www.psychossomaticmedicine.org).
tigação tem por objetivo levantar, mapear e discutir os
estudos publicados sobre grupo de movimento. Trata-se, Sites de entidades vinculadas ao campo
portanto, de uma pesquisa sobre o estado da arte do reichiano
acervo científico acerca do grupo de movimento. Instituto Centro Reichiano (www.centroreichiano.
com.br/artigos.htm), Instituto Libertas (www.libertas.
Método com.br), Instituto Lumen (www.institutolumen.com.br),
A fim de alcançar o objetivo proposto, no período Instituto Sedes Sapientiae (www.sedes.org.br), Instituto
de março de 2008 a novembro de 2009 realizamos um Brasileiro de Psicologia Biodinâmica (www.ibpb.com.
levantamento sobre publicações científicas a respeito do br), Sociedade Brasileira de Análise Bioenergética (www.
tema grupo de movimento. Não fixamos o levantamento analisebioenergetica.com.br) e Instituto de Análise Bio-
a um período predeterminado de tempo, mas considera- energética (www.bioenergetica.com.br).

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Revistas voltadas para o pensamento Viajantes em busca de saída: o grupo de movimento como
reichiano uma possível rota terapêutica para usuários de álcool e outras dro-
Revista Reichiana do Instituto Sedes Sapientiae, gas, Sheila Silva Rasch (Rasch, 2005). Pesquisa o emprego
Psicologia Corporal do Centro Reichiano e Pensamento do grupo de movimento como uma estratégia terapêutica
Reichiano em Revista. para o trabalho com usuários de drogas.
Vivências corporais suaves em gestantes: um toque para a
Resultados educação do toque, Janaina Demarchi Terra (Terra, 2005).
Como fruto do levantamento efetuado, encontramos Investiga as sensações de gestantes submetidas a um
26 trabalhos voltados para o tema “grupo de movimento”: trabalho de vivência corporal grupal focalizando a cons-
sete dissertações de mestrado, quatro monografias, três ciência de si e o prazer.
artigos e doze resumos. Optamos por incluir os resumos Corpo, imagem e subjetividade: envelhecimento como processo
apresentados em congressos em virtude de sua predomi- vital, Rebeca Lea Berger (Berger, 2007). A partir de um
nância nessa área de conhecimento. Constatamos uma trabalho corporal grupal efetuado com idosos, discute o
produção ainda muito centrada no relato de experiências. processo de envelhecimento.
Nas análises de cada estudo, focalizamos os objeti-
vos, o perfil do profissional responsável pelo grupo, as Monografias
características do público-alvo (número de participantes, Grupos de movimento: uma nova tecnologia em promoção da
idade, sexo e nível socioeconômico), os métodos usados saúde e autocuidado para pessoas idosas, Purificación Navarro
para coleta de dados e avaliação dos resultados, o local Cañizares (Cañizares, 2002). Investiga os efeitos de um
onde as atividades foram realizadas, o número de sessões grupo de movimento desenvolvido com pessoas idosas do
utilizadas, a duração de cada encontro, suas frequências, Centro de Saúde Escola “Geraldo de Paula Souza” da Fa-
as atividades aplicadas, as observações antes e depois do culdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.
grupo de movimento e a conclusão de cada trabalho. Para Transitando afetivamente entre saberes: um relato de ex-
efeito de discussão deste artigo, listaremos cada um dos periência do grupo de movimento com as agentes comunitárias de
estudos em ordem cronológica, do mais antigo ao mais saúde, Maria Luisa Francischetto Travaglia e Vera Lúcia
recente, em cada uma das categorias. Explicitaremos, para Agostini Sant’anna (Travaglia & Sant’anna, 2007). Investi-
cada publicação, três dados básicos: título, autor(es) e, em ga a utilização do grupo de movimento em mulheres que
termos sintéticos, o objetivo geral do trabalho. trabalham como agentes comunitárias de saúde (ACS) em
uma Unidade de Saúde da Família de Santo André (ES).
Dissertações de mestrado Trabalhos psico-corporais em clínica psiquiátrica: um enfoque
A função terapêutica do trabalho cor poral: o ponto de da psicologia corporal, Francisco Tosta (Tosta, 2008). Pesqui-
vista psicológico, Maria Helena Pereira Franco Bromberg sa os efeitos de um trabalho corporal grupal desenvolvido
(Bromberg, 1986). Estudo dedicado a descrever e ana- com usuários de uma clínica psiquiátrica.
lisar os efeitos de um trabalho corporal grupal psicolo- O estudo da efetividade do grupo de movimento na preven-
gicamente orientado. ção do estresse em equipe de enfermagem, Maria de Lourdes
Sensibilização e conscientização corporal do professor: influ- Serafim (Serafim, 2008). Avalia a eficácia de um grupo
ência em seus saberes e suas práticas pedagógicas, Maria Helena de movimento na redução do estresse ocupacional de
Ferreira Moyzés (Moyzés, 2003). Investiga a influência enfermeiros.
de um trabalho corporal grupal na atuação educacional
de professores. Artigos
O grupo de movimento e o bem-estar subjetivo na velhice: Pesquisando a aplicabilidade do método grupo de movimento
um estudo de caso com idosos de Castelo – ES, Maria Dolores somático existencial a um pequeno grupo de pacientes psicóticos do
Pinheiro de Souza (Souza, 2004). Pesquisa a influência hospital-dia da Faculdade Paulista de Medicina, Regina Favre
de um grupo de movimento na promoção do bem-estar (Favre, 2001). Discute a teoria e método de Stanley Ke-
subjetivo de idosos participantes. leman a partir de um trabalho corporal grupal efetuado
Grounding na análise bioenergética: uma proposta de atua- com pacientes psicóticos do hospital-dia da Faculdade
lização, Odila Weigand (Weigand, 2005). Tendo por base Paulista de Medicina.
um trabalho corporal grupal, aprofunda e atualiza o Bioenergetic exercises in inpatient treatment of Turkish
conceito de grounding da análise bioenergética immigrants with chronic somatoform disorders: A randomized,

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controlled study, Marius Nickel e outros (Nickel et al., 2006). Grupo de movimento: uma abordagem criativa para a ter-
Avalia os efeitos de uma atividade corporal grupal de ceira idade, Maria Dilma Souza (M. D. Souza, 2004). Usa
exercícios de bioenergética no tratamento psicoterapêutico o grupo de movimento como estratégia de intervenção
de pacientes imigrantes turcos. no trabalho com idosos.
Psicoterapia grupal de base reichiana e redes sociais: Mover-se: uma possibilidade de abertura na vida, Ubton
relato de uma experiência de intervenção grupal em uma comu- Nascimento e Kelsilene França (Nascimento & França
nidade popular, Marcus Vinicius de A. Câmara (Câmara, 2004). Trabalho corporal grupal voltado para ampliar a
2007). Investiga o papel de uma intervenção corporal percepção corporal, sensações, sentimentos, respiração e
grupal em uma comunidade popular da cidade do Rio vitalidade geral dos participantes.
de Janeiro. Perspectivas de atuação psicossocial em psicoterapia corporal:
relato de experiência com crianças e adolescentes, Munich Vieira
Resumos Santana e Périsson Dantas do Nascimento (Santana &
Grupos de movimento com crianças: relato de uma experi- Nascimento 2004). Promove um espaço de discussão so-
ência, Gleice Corradini (Corradini, 2000). Promove, por bre temas como sexualidade, família e trabalho articulado
meio de uma experiência de grupo de movimento, efeitos com um trabalho corporal grupal.
terapêuticos preventivos e educacionais a um grupo de Além do setting terapêutico: grupo de movimento com exer-
crianças com demanda para atendimento em psicoterapia. cícios de análise bioenergética, Lucina Araújo (Araújo, 2006).
Trabalho corporal com pacientes psiquiátricos: experiência Utiliza o grupo de movimento como um trabalho com-
de um grupo de movimento em uma clínica psiquiátrica, Ademir plementar à atividade psicoterapêutica de clientes.
Biotto (Biotto, 2004). Propicia efeitos terapêuticos a pa- Movimentos antiestresse: a vida na terceira idade, Marisa
cientes psiquiátricos por meio de um trabalho de grupo Ferreira Mendes (Mendes, 2008). Trabalho corporal gru-
de movimento. pal com mulheres na terceira idade visando favorecer a
Grupo de convivência: a contribuição da psicoterapia corporal saúde física, emocional e mental das participantes.
num serviço de saúde mental, Patrícia Ziani Benites (Benites,
2004). Propicia efeitos terapêuticos a pacientes psiquiá- Discussão
tricos por meio de um trabalho de grupo de movimento. Com o objetivo de possibilitar uma visão de con-
A abordagem neo-reichiana na capacitação de professores, junto a respeito dos tipos de publicações sobre o tema
Lisete M. Del Bianco e Walquíria R. R. Miguel (Del “grupo de movimento”, elaboramos o Gráfico 1. As
Bianco & Miguel, 2004). Por meio de um trabalho de diferentes publicações (sete dissertações, quatro mono-
grupo de movimento com professores, contribui para a grafias, três artigos e doze resumos), em um total de 26
integração da equipe docente e para um melhor relacio- trabalhos, são apresentadas em termos de porcentagem.
namento desta com o corpo discente.
Aplicação da análise bioenergética para grupos de adoles- Gráfico 1 - Grupos de movimento: tipo de publicação
centes, Edson Galrão de França (França, 2004). Por meio
de um trabalho de grupo de movimento, auxilia no
processo de construção da identidade de adolescentes
de baixa renda.
Despertar o corpo na melhor idade: uma experiência com
grupos de terceira idade, Mara R. Oliveira e Sarita Médici
(Oliveira & Médici, 2004). Por meio de um trabalho de
grupo de movimento, promove melhoria no que diz
respeito à autoestima e aos vínculos afetivos de pessoas Fonte: Elaborado pelos autores
da terceira idade.
Grupo de movimento: novas perspectivas no trabalho com Como se pode notar, os resumos constituem quase a
idosos, Maria Júlia Pereira, Gabriela B. Martins e Patrícia metade dos trabalhos publicados sobre o tema (46,15%),
L. Cordeiro (Pereira, Martins & Cordeiro 2004). Por meio seguidos pelas dissertações de mestrado (26,92%), mono-
de um trabalho de grupo de movimento, promove o rela- grafias (15,38%) e artigos (11,53%). Não foram encontra-
cionamento entre os integrantes, viabilizando a expressão das investigações de doutorado sobre o assunto, nem es-
e o compartilhamento de sentimentos. tudos teóricos. Ou seja, verificamos a presença de estudos

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centrados em pesquisas empíricas e com o predomínio dos cupação com o rigor da pesquisa, mas, obviamente, tal
resumos, que apresentam relatos sintéticos de experiên- atitude tem que se adequar à proposta geral do trabalho
cias de aplicação de trabalhos corporais grupais. Porém, e também às condições práticas de sua efetivação.
também chama atenção a existência de estudos científicos De outra parte, notamos a ausência de pesquisas
mais detalhados e aprofundados, com destaque para as longitudinais que pudessem avaliar o quanto do que foi
dissertações de mestrado, além de artigos e monografias. obtido durante a execução do trabalho efetuado manteve-
Uma leitura global das publicações permite constatar -se após seu término. Cabe também supor que, consi-
que em todas há indicações de contribuições positivas de- derando o pouco tempo de execução de alguns grupos,
sencadeadas pela prática efetuada. Contudo, considerando se tenha alcançado efeitos pouco resistentes à passagem
a complexa gama de variáveis que tendem a compor as do tempo. Assim sendo, sobre esse ponto – duração
atividades realizadas, cabe indagar a respeito da influência temporal dos efeitos observados –, estudos longitudi-
dos diversos aspectos envolvidos nos resultados alcan- nais utilizando grupo de movimento seriam bem-vindos
çados. Por exemplo, seria interessante investigar se tais e contribuiriam para avaliar a eficácia dessa técnica de
resultados devem ser atribuídos, sobretudo, à atividade abordagem corporal grupal.
corporal efetuada ou ao fato de se reunir pessoas para Quanto aos participantes, nove trabalhos foram
executar uma atividade ou, ainda, à relação transferencial desenvolvidos com pessoas idosas, cinco com pacientes
estabelecida com o coordenador. psiquiátricos, três com adultos de clínica particular, dois
No que diz respeito aos cuidados metodológicos com professores da rede pública, dois com adolescentes
capazes de fortalecer a confiança nos resultados obti- inseridos em um projeto social, um com usuários de
dos, cabe apontar que o artigo de Nickel et al. (2006) e drogas em hospital-dia, um com agentes comunitários
a dissertação de Bromberg (1986) empregaram grupos de saúde em Unidade de Saúde da Família, um com en-
de controle e demonstraram a eficácia das intervenções fermeiros e técnicos de enfermagem, um com gestantes
corporais grupais. Essa orientação metodológica – utili- e um com crianças atendidas em consultório particular.
zar grupo de controle – demonstra uma saudável preo- O Gráfico 2 abaixo ilustra tais resultados.

Gráfico 2 - Participantes dos grupos de movimento

Fonte: Elaborado pelos autores

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De acordo com o Gráfico 2, é possível observar que supervisão. Desse modo, deve “aprender a técnica e a
o grupo de movimento tem sido utilizado com participan- linguagem adequada para transmiti-la” (p. 70).
tes de perfis diversos. Afinado com essa amplitude, pode- Entendemos que tais considerações são imprescin-
-se dizer que os objetivos dos grupos não se restringem díveis para o desempenho da atividade de coordenador
à esfera da psicoterapia, abrangendo também aspectos de grupo e supomos que, possivelmente, essa condução
preventivos e educacionais. Este é um dado interessante venha sendo efetivada nas formações de psicoterapeutas
para uma estratégia de trabalho que tem suas raízes no corporais. Todavia, notando a quantidade de trabalhos
campo da psicoterapia corporal, mas que, vinculada a que vêm sendo desenvolvidos com grupos, fica clara a
uma tradição reichiana, não deixa de carregar um prisma necessidade de incluir tal tema na grade curricular dos
de caráter preventivo. cursos de psicoterapia reichiana e neorreichiana, como
Quanto ao número de sessões utilizadas, notamos vem acontecendo em alguns institutos, conforme vi-
uma considerável variação entre os estudos pesquisados. mos anteriormente neste artigo. A nosso ver, além de
Embora Gama e Rego (1996) tenham sugerido um mí- apreender as técnicas e a teoria de abordagem corporal,
nimo de oito sessões, Cañizares (2002) entende que essa seria pertinente uma preparação voltada para atuar em
quantidade deve adequar-se à necessidade da clientela. Em trabalhos de grupo a fim de compreender e ampliar a
seu trabalho, a autora defendeu que vinte encontros para visão a respeito das dinâmicas suscitadas por essa forma
o atendimento aos idosos seria o mínimo possível, dado o de atividade.
perfil e a demanda dessa faixa etária. Nos resumos, depara- Nos trabalhos focalizados, também pouco se obser-
mo-nos com outros grupos que aconteceram no decorrer vou acerca de possíveis efeitos colaterais e/ou restrições
de um ano, como foi o caso da experiência de Nascimento à atividade realizada. Em linhas gerais, os pesquisadores
e França (2004). Os relatos de Corradini (2000) e Araújo citam os cuidados tomados com o que foi aplicado e en-
(2006), por sua vez, tiveram a proposta corporal grupal caminhamentos que seriam feitos se os grupos tivessem
aliada ao processo psicoterapêutico, respeitando, portanto, continuidade. Sobre o assunto, Lowen e Lowen (1985)
o tempo do processo psicoterápico em curso. propõem uma investigação a respeito do histórico de
No que diz respeito à duração de cada sessão, em saúde de cada pessoa, mesmo acreditando que, se apli-
geral a atividade ocupou entre 90 e 120 minutos. Em cados de forma correta, os exercícios não acarretariam
todos os estudos, ao final de cada encontro, havia um riscos. Consideramos que tal tema merece ser mais apro-
espaço para o compartilhamento verbal da experiência. fundado e discutido, atendo-se aos efeitos colaterais que
Em termos sintéticos, os trabalhos foram compostos por podem ser ocasionados pelas mobilizações oriundas de
três fases: aquecimento, desenvolvimento e fechamento um trabalho corporal, dependendo da estrutura psíquica
com verbalizações. de cada participante.
Outro ponto para o qual gostaríamos de chamar a Observamos que, apesar de mudanças verificadas
atenção é a – pelo menos aparente – pouca preocupação nas duas últimas décadas no universo das abordagens
das investigações levantadas com o acervo conceitual corporais (Matthiesen, 2007) e no estudo do pensamento
voltado para o tema do trabalho em grupo. Cabe indagar de Wilhelm Reich (Albertini, 2011), em geral ainda há
se essa lacuna deve-se ao fato de o grupo de movimento maior valorização da prática em comparação aos aspectos
não ter uma conotação especificamente psicoterapêutica, teóricos. Em contrapartida, reconhecemos que, a partir do
embora ele possa ser empregado como tal, dependendo observado nos trabalhos, a atenção à formação do víncu-
do contexto e do objetivo, ou se essa orientação ocorre lo necessário para que o grupo aconteça ficou evidente.
pelo fato de os facilitadores atribuírem pouca importân- Supomos que essa cuidadosa atitude seja decorrente das
cia à análise grupal com embasamentos teóricos que não práticas de passar pela experiência – algo extremamente
sejam da abordagem corporal. usual no campo das abordagens corporais –, ou seja,
Essa dúvida também nos conduz a pensar sobre a vivenciar a prática antes de partir para sua aplicação.
formação dos psicoterapeutas que se propõem a lidar Em relação ao papel do coordenador ou facilitador,
com grupos. Weigand (2005), em sua dissertação, evoca nos trabalhos investigados notamos que houve aqueles
essa questão apontando que o facilitador de grupo deve em que o facilitador teve a preocupação de servir como
conhecer as características do trabalho por meio da pró- modelo, como apontado na dissertação de Rasch (2005).
pria experiência, tendo, portanto, passado pela vivência Já em outros estudos, o facilitador não assumiu essa fun-
grupal durante sua formação e conduzido grupos sob ção, como aconteceu na pesquisa de Bromberg (1986) e

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68 Tânia Alves Nogueira & Paulo Albertini

no trabalho de Mendes (2008). Favre (2001) afirma que Reichiano, 1 Convenção Brasil Latino América, 4 Congresso Brasileiro, 9 Encontro
Paranaense de Psicoterapias Corporais (pp. 1-3). Foz do Iguaçu. Recuperado em
em alguns momentos o coordenador do grupo empresta- 18 de fevereiro de 2009, de http://www.centroreichiano.com.br/artigos/
-se a este como forma de espelho. Na investigação de Anais%202004/Ademir%20Biotto.pdf.
Bromberg (1986) e na experiência de Mendes (2008), dada Bromberg, M. H. P. F. (1986). A função terapêutica do trabalho corporal: o ponto
de vista psicológico. Dissertação de Mestrado, Departamento de Psicologia
a orientação metodológica adotada, colocar-se como um Clínica, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.
modelo talvez interferisse no contato e na autopercepção Câmara, M. V. de A. (2007). Psicoterapia grupal de base reichiana e redes so-
ciais: relato de uma experiência de intervenção grupal em uma comunidade
dos integrantes, daí tal caminho não ter sido seguido. popular. Revista Presença, 4, 1-14. Recuperado em 12 de setembro de 2009,
Sobre o tema, de acordo com Lowen e Lowen de http://www.ifp-reich.com.br/publicacoes/marcus/utf-8’’6)Artigo%20
(1985), o facilitador, ao participar ativamente do grupo, Psicoterapia%20Grupal%20de%20Base%20Reichiana%20e%20Redes%20
Socia%E2%80%A6.pdf
deve servir de exemplo aos participantes, não perder a Cañizares, P. N. (2002). Grupos de movimento: uma nova tecnologia em promoção da
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tituto Brasileiro de Psicologia Biodinâmica, São Paulo. Recuperado em 15
graduar os exercícios de acordo com a possibilidade de de março de 2008, de http://www.ibpb.com.br/?page_id=146
cada indivíduo. Ainda sobre o papel do facilitador, esses Corradini, G. (2000). Grupos de movimento com crianças: relato de uma expe-
riência. In J. H. Volpi e S. M. Volpi (Orgs.), Psicologia Corporal, 6(2), pp. 4-5.
autores defendem que ele deve explicar o significado dos
Del Bianco, L. M., & Miguel, W. R. R. (2004). A abordagem neo-reichiana na
exercícios propostos. Contudo, é possível supor que tal capacitação de professores. In Anais do Centro Reichiano, 1 Convenção Brasil
postura pode induzir a produção de determinadas sen- Latino América, 4 Congresso Brasileiro, 9 Encontro Paranaense de Psicoterapias
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sações e sentimentos. Com base nos estudos focados no 2009, de http://www.centroreichiano.com.br/artigos/Anais%202004/
papel do facilitador, observamos que boa parte dos traba- Lisete%20Moreira%20Del%20Bianco%20e%20Walqu%C3%ADria%20
Regina%20Miguel.pdf
lhos pouco detalha o procedimento utilizado e, até onde
Favre, R. (1997). Grupo de movimento somático-existencial. Revista Reichiana,
foi possível verificar, não há uma postura predominante 6, 7-14.
adotada. A nosso ver, trata-se de um ponto que, por sua Favre, R. (2001). Pesquisando a aplicabilidade do método do grupo de movi-
mento somático-existencial a um pequeno grupo de pacientes psicóticos do
evidente importância, pede acurada atenção e análise. Hospital-Dia da Faculdade Paulista de Medicina. Revista Reichiana, 10, 67-87.
Em síntese, a partir da revisão efetuada, consta- França, E. G. (2004). Aplicação da análise bioenergética para grupos de ado-
lescentes. In Anais do Centro Reichiano, 1 Convenção Brasil Latino América, 4
tamos a presença de uma área de estudos com 26 tra-
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balhos, todos empíricos e com resultados considerados Foz do Iguaçu. Recuperado em 17 de fevereiro de 2009, de http//www.
positivos para os participantes. Portanto, de acordo com centroreichiano.com.br/artigos/anais%202004/edson%20galrão%20de%20
franca%201.pdf
os trabalhos pesquisados, o grupo de movimento tem Gama, M. E. R., & Rego, R. A. (1996). Grupos de movimento: consciência e
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investigação, chamamos a atenção para alguns pontos
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