Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade

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FINALIDADES E PRÁTICAS EDUCATIVAS EM CRECHE
2"1($&'"45&16("7+%0%2"2&1(&(*$-"/%8"49*(2*1(&1:"4*1("*(7,$$;7,'*(/"(7$&7<&

!"#$%&'"()*$+,-"'
./%0&$1%2"2&(2&(30&%$*

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3
 ;/2%7&

ÍNDICE
4 ONDE QUEREMOS CHEGAR
 ÀQDOLGDGHVHGXFDWLYDVHPFUHFKH

6 COISAS QUE SABEMOS SOBRE COMO LÁ CHEGAR

 GHVHQYROYLPHQWRGRFXUUtFXORHPFUHFKH

8 PARA LÁ CHEGAR
práticas pedagógicas

a. Desde o nascimento até cerca dos 9 meses de idade

 E 3RUYROWDGRDQRGHLGDGH
c. A partir dos 18 meses de idade
d. Aos 2 anos de idade
 H $RUJDQL]DomRGRHVSDoRQDFUHFKH

12 LÁ CHEGAREMOS

14 BIBLIOGRAFIA

4
ʦQDOLGDGHVHGXFDWLYDVHPFUHFKH
RQGHTXHUHPRVFKHJDU"
! D FUHFKH LPSRUWD JDUDQ-
tir que as experiências e
rotinas diárias da criança
assegurem a satisfação das suas ne-
cessidades:
‡ QHFHVVLGDGHVItVLFDVFRPHU
EHEHU GRUPLU PRYLPHQWR UHJXOD-
ção da temperatura, descanso);
‡ QHFHVVLGDGH GH DIHFWR GH
SUR[LPLGDGH ItVLFD VHU DEUDoDGR
GHOLJDo}HVDIHFWLYDVFRQKHFHUUHOD-
ções calorosas e atentas);
‡ QHFHVVLGDGH GH VHJXUDQoD
GH FODUH]D UHIHUrQFLDV H OLPLWHV
VH SRGH ID]HU GH FRQÀDQoD SRGHU
contar com os outros em caso de
necessidade);
‡ QHFHVVLGDGH GH UHFRQKHFL-
PHQWRHGHDÀUPDomRGHVHVHQWLU
aceite e apreciado, ser escutado,
respeitado e ser tido em considera-
ção, de ser parte de um grupo, sen-
timento de pertença);
‡ QHFHVVLGDGH GH VH VHQWLU
FRPSHWHQWH GH VH VHQWLU FDSD] H
bem sucedido, experienciar suces-
VR DOFDQoDU REMHFWLYRV XOWUDSDVVDU
a fronteira das actuais possibilida-
GHV SURFXUDU R GHVDÀR R QRYR H
‡ QHFHVVLGDGH GH VLJQLÀFD-
GRVHGHYDORUHVGHSHUFHSomRGH
sentido, de se sentir bem consigo
próprio, em ligação com os outros
e com o mundo).
GARANTIDA A SATISFAÇÃO
DAS SUAS NECESSIDADES, ES-
TÃO REUNIDAS AS CONDIÇÕES
BASE PARA A CRIANÇA CONHE-
CER BEM-ESTAR EMOCIONAL E
DISPONIBILIDADE PARA SE IM-
PLICAR EM DIFERENTES ACTI-
VIDADES E SITUAÇÕES, ACON-
TECENDO DESENVOLVIMENTO
E APRENDIZAGENS, CONSUBS-
FODURV GH XP FRQWH[WR SUHYLVtYHO RXGHVFRQKHFLGR TANCIADO EM FINALIDADES
saber o que se pode e o que não EDUCATIVAS.

5
 >%/"'%2"2&1(&2,7"+%0"1(&?(7$&7<&(
@(*/2&(A,&$&?*1(7<&-"$B

FINALIDADES
EDUCATIVAS
NA CRECHE
O GHVHQYROYLPHQWR GH XP VHQWLGR
de segurança e auto-estima HQYROYH
XPVHQWLPHQWRGHGRPtQLRVREUHR
próprio corpo, comportamento e
mundo; sentimento de que nas dife-
UHQWHVDFWLYLGDGHVDVSUREDELOLGDGHV
de sucesso são maiores que as de
insucesso e que os adultos podem
DMXGDU1RIXQGRVHQWLGRGHFRQÀ-
ança e competência.

O GHVHQYROYLPHQWR GD FXULRVLGDGH

H tPSHWR H[SORUDWyULR HQYROYH R
sentimento de que descobrir coisas
pSRVLWLYRHJHUDSUD]HURGHVHMRH
capacidade de ter um efeito nas coi-
sas e de actuar nesse sentido com
persistência.

A competência social e comunica-

FLRQDO HQYROYH GHVHQYROYLPHQWR
do auto-controlo FDSDFLGDGH GH
controlar os comportamentos, de
formas adequadas à idade), esta-
belecimento de relações, o desejo
H FDSDFLGDGH GH SDUWLOKDU LGHLDV H
sentimentos com outros, sentido
GH FRRSHUDomR D FDSDFLGDGH GH
conjugar as necessidades e desejos
LQGLYLGXDLV FRP DV GH RXWURV QXPD
situação de grupo).
7UDEDOKDUHPFUHFKHDWHQGHQGRjVXDQDWXUH]DHGXFDWLYDSUHVVXS}H
DFODULÀFDomRGDVVXDVÀQDOLGDGHVHGXFDWLYDV2QGHVHSUHWHQGHFKHJDU"
4XHREMHFWLYRVHGXFDFLRQDLV"4XHFLGDGmRDRVDQRVGHLGDGH"

6
2&1&/0*'0%?&/+*(2*(7,$$;7,'*(&?(7$&7<&(
7*%1"1(A,&(1"#&?*1(1*#$&(7*?*('C(7<&-"$
B ebés ou crianças muito pe-
quenas necessitam de aten-
ção às suas necessidades
ItVLFDV H SVLFROyJLFDV R TXH SUHVVX-
põe uma relação com alguém em
TXHP FRQÀHP RSRUWXQLGDGHV SDUD
interacção com outras crianças; li-
berdade para explorar e descobrir
o mundo, a experiência de um am-
ELHQWHVHJXURHVDXGiYHO
7
ASSIM, TORNA-SE FUNDAMEN-
TAL QUE O PROGRAMA DE CRE-
CHE INCLUA:
‡ *UXSRVSHTXHQRVGHFULDQ-
ças e uma ratio criança-adulto bai-
[DDVVRFLDGRVDEDL[DURWDWLYLGDGHH
mobilidade dos técnicos, asseguran-
do-se continuidade nos cuidados à
criança.
‡ (GXFDGRUHV VHQVtYHLV H FD-
lorosos, estimulantes e promoto-
res de autonomia, com formação
HVSHFtÀFDVREUHRGHVHQYROYLPHQWR
H FDUDFWHUtVWLFDV GD FULDQoD PXLWR
pequena, que compreendam a im-
portância das relações precoces e
VHMDP FDSD]HV GH HVWDEHOHFHU YHU-
GDGHLUDVSDUFHULDVFRPDVIDPtOLDV
 2&1&/0*'0%?&/+*(2*(7,$$;7,'*(&?(7$&7<&
(@(7*%1"1(A,&(1"#&?*1(1*#$&(7*?*('C(7<&-"$

DELINEADAS AS FINALIDADES EDUCATIVAS, IMPORTA CONSIDERAR UM PLANO DE

DESENVOLVIMENTO E DE APRENDIZAGEM. EM CRECHE, COMO TRABALHAR E ALCANÇAR
$6),1$/,'$'(6('8&$7,9$6"248()$=(53$5$/É&+(*$5"48(&855Ì&8/2"

$FRQVLGHUDomRGDDFWLYLGDGHQDWXUDOGDFULDQoDRBRINCAR,
a ATENÇÃO À EXPERIÊNCIARXYLYLGRGDFULDQoDRXVHMD
a atenção ao seu BEM ESTAR e qualidade da IMPLICAÇÃO
QDV GLIHUHQWHV DFWLYLGDGHV H URWLQDV H D IRFDOL]DomR QD
QUALIDADE DAS RELAÇÕES que se estabelecem com
D FULDQoD VmR R IXQGDPHQWR GH WRGD D ÀORVRÀD TXH GHYH
SUHVLGLUDXPSURJUDPDHGXFDWLYRGHTXDOLGDGH

$VUHODo}HVTXHVHHVWDEHOHFHPFRPXPEHEpQDFUHFKHDV-
VXPHPVHFRPRXPDYHUGDGHLUDUHODomRHGXFDWLYDTXHYDL
muito além de uma mera relação de “tomar conta”. Práticas
GHTXDOLGDGHUHTXHUHPDDVVXQomRGDSHUVSHFWLYDGDFULDQoD
e focalizam-se na promoção da sua implicação e bem-estar,
SURFXUDQGR DVVHJXUDU D LQGHSHQGrQFLD QD PRYLPHQWDomR
H[SORUDomRHUHVROXomRGHSUREOHPDVGHVDÀRHDPSOLÀFDomR
do seu mundo.

,QWHUDFo}HVSRVLWLYDVFXLGDGRVGHURWLQDDFWLYLGDGHVOLYUHVH
EULQFDUHVWDQGRRDGXOWRVHPSUHGLVSRQtYHOVmRDVJUDQGHV
HVWUDWpJLDV GH GHVHQYROYLPHQWR FXUULFXODU VHP HVTXHFHU D
LPSRUWkQFLD GR HVWDEHOHFLPHQWR GH UHODo}HV FRODERUDWLYDV
´DOLDQoDVµFRPDVIDPtOLDVGLPHQV}HVGHWHUPLQDQWHVGDTXD-
OLGDGHGRVVHUYLoRVGHFUHFKH

O WDPDQKR GR JUXSR H D UDWLR DGXOWRFULDQoD p

importante, pois grupos pequenos permitem
mais intimidade e segurança, permitindo ofe-
UHFHUFXLGDGRVPDLVLQGLYLGXDOL]DGRVHLQFOXVLYRV(PSH-
quenos grupos, os diálogos entre adultos e crianças, atra-
YpVGHJHVWRVYRFDOL]Do}HVFRQWDFWRVDWUDYpVGRROKDU
WRUQDPVH IDFLOLWDGRV SRUTXH Ki PHQRV SHVVRDV PHQRV
EDUXOKRPHQRVDFWLYLGDGHVHPLQWHUIHUrQFLD(PSHTXH-
QRVJUXSRVWRUQDVHSRVVtYHOFRQVWUXLUUHODo}HVLQWHUSHV-
VRDLVPDLVSRVLWLYDVFRPDVGLIHUHQWHVFULDQoDVVHQGRPDLV
fácil ir ao encontro das suas necessidades e capacidades.
$LQGDHPSHTXHQRVJUXSRVWRUQDVHPDLVIiFLOFRQKHFHU
DVIDPtOLDVHVWDEHOHFHUUHODo}HVGHFRQÀDQoDHUHVSHLWDU
DVGLIHUHQoDVFXOWXUDLVHHVSHFLÀFLGDGHVGHFDGDXPD

8
:$C+%7"1(:&2"-D-%7"1((
( ( ( ( ( :"$"('C(7<&-"$
A. Desde o nascimento até cerca dos 9 meses de idade a criança necessita URWLQDV VmR DJUDGiYHLV DV FULDQoDV
antes de mais de experienciar segurança. A criança necessita de cuidados ca- aprendem que as suas necessidades
lorosos que se estabelecem no seio de uma relação próxima com um adulto. e os seus corpos são importantes.
eDWUDYpVGHLQWHUDFo}HVSRVLWLYDVFRPRVSDLVHRXWURVDGXOWRVVLJQLÀFDWLYRV Os bebés necessitam de amplas
que as crianças entendem o mundo como um local seguro, interessante e oportunidades para experimentar
SUHYLVtYHORQGHVHVHQWHPFRPSUHHQGLGDVHDVVXDVDFo}HVJHUDPSUD]HUQRV XPDYDULHGDGHGHH[SHULrQFLDVVHQ-
outros e em si próprias. soriais e motoras. Antes de conse-
O papel do adulto é aprender os ritmos de sono e alimentares do bebé, per- JXLUHP DUUDVWDUVH RX JDWLQKDU RV
FHEHURVHXFRPSRUWDPHQWRSHUDQWHQRYRVREMHFWRVHSHVVRDVSHUFHEHUDV bebés dependem dos adultos para
suas preferências na forma de ser alimentado, posto a dormir ou confortado, RVOHYDUDPDWpjVFRLVDVHSDUDOKHV
SHUFHEHUHQÀPDTXLORTXHDFULDQoDFRPXQLFD7XGRLVWRH[LJHXPVLVWHPD apresentarem um objecto ou acti-
LQGLYLGXDOL]DGRGHFXLGDGRVTXHSURPRYDDSUR[LPLGDGHHLQWLPLGDGHHQWUHR YLGDGH LQWHUHVVDQWH 8P DPELHQWH
DGXOWRHDFULDQoD²H[LVWrQFLDGHXPDSHVVRDGHUHIHUrQFLDRXSHVVRDFKDYH bem organizado, onde objectos es-
SDUDDFULDQoD­PHGLGDTXHRDGXOWRVHWRUQDFDSD]GHSUHYHUDVQHFHVVLGD- WLPXODQWHV HVWmR DFHVVtYHLV H RQGH
GHVGDVFULDQoDVHDIRUPDFRPRUHVSRQGHUiDGLIHUHQWHVWLSRVGHHVWtPXORV KiXPDYDULHGDGHGHHVFROKDVHGH-
DFULDQoDFRQKHFHHVWDELOLGDGHHPRFLRQDODSUHQGHXPVHQWLGRGHVHJXUDQoD VDÀRVYLVXDLVWiFWHLVHPRWRUHVTXH
HFRQÀDQoDUHODFLRQDGRFRPRVHQWLPHQWRGHTXHDVSHVVRDVHRPXQGRVmR FKDPDPDDWHQomRGDFULDQoDHQFR-
SUHYLVtYHLVHRIHUHFHPH[SHULrQFLDVLQWHUHVVDQWHV raja a curiosidade, a exploração, e
O dia de um bebé organiza-se em torno de experiências de cuidados diárias permite que cada criança estabeleça
PXGDGHIUDOGDVYHVWLUFRPHUGRUPLU2VFXLGDGRVGHURWLQDVmRPRPHQ- uma relação com o mundo ao seu
tos importantes oferecendo oportunidades únicas para interacções diádicas, próprio ritmo.
e para aprendizagens sensoriais, comunicacionais e atitudinais. Quando as

9
 :$C+%7"1(:&2"-D-%7"1(@(:"$"('C(7<&-"$

B. 3RU YROWD GR DQR GH LGDGH j PHGLGD TXH D FULDQ-

oDVHWRUQDPDLVDFWLYDQDVXDPRELOLGDGHHFDSDFLGDGHV
PDQLSXODWLYDVDQHFHVVLGDGHGHH[SORUDomRFUHVFHDODU-
JDQGRDVXDFXULRVLGDGHHDFWLYLGDGH$FULDQoDFRPHoD
a construir uma identidade enquanto exploradora, pro-
YLGHQFLDQGRRVDGXOWRVDSRLRVHJXUDQoDHHQFRUDMDPHQ-
WRDWUDYpVGHROKDUHVFRQYHUVDVHJHVWRV6REXPROKDU
DWHQWRHFDORURVRDVFULDQoDVGHVHQYROYHPVHQWLPHQWRV
GHFRQÀDQoDHFRPSHWrQFLDeLPSRUWDQWHOHPEUDUTXH
nesta fase as crianças necessitam de praticar a indepen-
GrQFLDPDVWDPEpPQHFHVVLWDPPXLWRGHDGXOWRVFRQÀ-
iYHLVHQTXDQWREDVHVHJXUDGHDSRLR
$VQRYDVFDSDFLGDGHVGDVFULDQoDVTXHVHPRYLPHQWDP
pelo seu próprio pé têm um profundo efeito nas rela-
ções entre as crianças e os adultos. Os bebés podem
DJRUDVDLUHYROWDUjEDVHVHJXUDTXHUHSUHVHQWDRDGXOWR
SUHVHQWH3RGHPVHUDWUDtGRVSRUXPREMHFWRRXXPOX-
gar mas, à medida que brincam, procuram a segurança
TXHOKHVpFRQIHULGDSHORDGXOWRDWUDYpVGHXPFRQWDFWR
YLVXDOGHXPDYRFDOL]DomRRXJHVWR(OHVGHSHQGHPGH
adultos atentos e capazes de criar um ambiente de ex-
SORUDomRFRQYLGDWLYRHVHJXUR
4XDQGRFRPHoDPDPRYLPHQWDUVHRVEHEpVMiDSUHQGH-
ram muitas coisas sobre linguagem e comunicação. Ago-
UD FRPHoDP D FRPSUHHQGHU R VLJQLÀFDGR GDV SDODYUDV
HXPDQRYDHUDQDUHODomRFRPHoDDHPHUJLU(VFXWDUp
uma competência básica numa situação de comunicação
HÀFD]TXHRVDGXOWRVSRGHPPRGHODUPHVPRTXDQGRDV
crianças se expressam ainda com uma fala de bebé onde
SRXFDVSDODYUDVVmRLGHQWLÀFiYHLV2HGXFDGRUGHPRQV-
tra o seu interesse em compreender a criança, escutan-
GRREVHUYDQGRHIRUQHFHQGRSDODYUDVjFULDQoD
8P FRQWH[WR DGHTXDGR UHVSRQGH jV QRYDV H FUHVFHQ-
WHVQHFHVVLGDGHVGHPRELOLGDGHGDFULDQoDRVHVSDoRVH
HTXLSDPHQWRVGHVDÀDPDFULDQoDQDVXDPRELOLGDGHFUHV-
FHQWH H IRUQHFHPOKH QRYDV SHUVSHFWLYDV GR PXQGR
SURPRYHDVXDDXWRQRPLDHRVHXLQWHUHVVHSHODVURWLQDV
EHPFRPRDFDSDFLGDGHGDFULDQoDHPVHHQYROYHUQXP
OHTXHFDGDYH]PDLVGLYHUVLÀFDGRGHDFWLYLGDGHV

10
C. A partir dos 18 meses de idade
a questão da autonomia e identidade
WRUQDVH D WDUHID GHVHQYROYLPHQWDO
dominante para as crianças, muito
associada às dimensões de indepen-
dência e controlo. Claro que o sen-
tido de segurança que se começou a
GHVHQYROYHUQRVSULPHLURVPHVHVH
DQHFHVVLGDGHGHH[SORUDUFDGDYH]
PDLV FRP XP REMHFWLYR HVSHFtÀFR
continuam. Os adultos podem aju-
dar as crianças a encontrar as formas
GHDÀUPDomRGDVXDLQGLYLGXDOLGDGH
D. Aos 2 anos, a criança con-
WLQXDDDÀUPDUDVXDDXWRQR-
PLDHDDWULEXLUVLJQLÀFDGRDR
mundo que descobre. Neste
processo de compreensão da
UHDOLGDGH R GHVHQYROYLPHQWR
da linguagem assume-se como
uma ferramenta crucial, sendo
LPSRUWDQWHSURYLGHQFLDUYDULD-
das oportunidades para que a
FULDQoDHQFRQWUHTXHPFRQYHU-
VHFRPHODSUHIHUHQFLDOPHQWH
RHGXFDGRUGHUHIHUrQFLDRXÀ-
PDLV DGHTXDGDV SHUPLWLQGROKHV
HVFROKDV VHPSUH TXH SRVVtYHO H LQ-
troduzindo orientações ou regras
sociais quando pertinente. Torna-se
LPSRUWDQWH RIHUHFHU DFWLYLGDGHV jV
crianças que apoiem a autonomia e
auto-estima, sem esquecer que na
sua procura de independência e au-
WRFRQÀDQoDDVFULDQoDVQHFHVVLWDP
de oportunidades para fazerem es-
FROKDVVLJQLÀFDWLYDVQHFHVVLWDQGRGD
atenção e compreensão de adultos
FDULQKRVRV
11
JXUDFKDYHVHVLQWDHVFXWDGDH TXH DV FULDQoDV UHVROYDP SRU HODV
YDORUL]DGDQRVVHXVHVIRUoRVFR- SUySULDVRVFRQÁLWRV2GHVHQYROYL-
PXQLFDWLYRV mento da capacidade para lidar com
No decurso do seu terceiro ano a tristeza ou com o medo depen-
GH YLGD D FULDQoD LQWHUHVVDVH de, em larga medida, da existência
FDGDYH]PDLVSHORVVHXVSDUHV de uma relação segura com adultos
gosta de imitar o jogo das outras FRPSUHHQVLYRV TXH GmR DWHQomR
crianças, surgindo comporta- num clima de tolerância e que acei-
mentos, mais ou menos esporá- tam a expressão de emoções.
dicos, de cooperação fugidia. O
DGXOWRHGXFDGRUGHYHHVWDUSUH-
SDUDGR SDUD OLGDU FRP FRQÁLWRV “AOS 2 ANOS, A CRIANÇA
e disputas, que surgem natural-
mente à medida que as crianças CONTINUA A AFIRMAR A SUA
entram em contacto umas com
as outras, aprendendo pouco a AUTONOMIA E A ATRIBUIR SIG-
SRXFR D SDUWLOKDU H D FRRSHUDU
com os outros. Ajudada pelo NIFICADO AO MUNDO QUE
adulto, a criança aprende a adiar
a satisfação imediata de um de- DESCOBRE.”
sejo, a esperar, a alterar a forma
de o satisfazer, percebe, pouco
a pouco, que importa conside-
rar as necessidades dos outros
e as regras do funcionamento
em grupo. Existindo uma gran-
GHYDULDELOLGDGHQRTXHUHVSHLWD
às competências das crianças,
o adulto necessita de perceber
TXDQGR p FRQYHQLHQWH LQWHUYLU
ou quando pode dar espaço para
 :$C+%7"1(:&2"-D-%7"1(@(:"$"('C(7<&-"$

E. A organização do espaço na cre-

FKH
Sabemos bem que o ambiente, a parte
GR FXUUtFXOR TXH LQFOXL R DUUDQMR HV-
pacial e oportunidades para aconteci-
PHQWRV YiULRV WDO FRPR HVWi RUJDQL-
]DGR SRGH SURPRYHU RX UHVWULQJLU R
jogo da criança e as suas interacções
com os outros, pode facilitar ou não
a sua autonomia e as rotinas, os mo-
PHQWRV GH DFRQFKHJR GH FRQIRUWR H
bem-estar estético. A organização do
espaço pode facilitar aprendizagens,
FULDU GHVDÀRV SURYRFDU D FXULRVLGD-
de, potenciar autonomia e relações
LQWHUSHVVRDLV SRVLWLYDV $ FULDomR GH
um clima familiar, onde as crianças co-
QKHFHPVHJXUDQoDHDPSODVRSRUWXQL-
dades para explorações, descobertas elementos que introduzem uma
e estabelecimento de relações sociais, nota de ambiente familiar e que
exercitando a sua autonomia e compe- predispõe à aproximação entre
tências, permite às crianças sentirem- as pessoas, adultos e crianças);
-se robustecidas na sua auto-estima. não se ignore ainda a necessida-
Na organização de um contexto que GH GH ORFDLV DJUDGiYHLV SDUD DV
respeite as necessidades de todos IDPtOLDV H RXWURV DGXOWRV RQGH VH
HGXFDGRUHV IDPtOLDV H EHEpV GH GL- SRVVDP VHQWDU FRQIRUWDYHOPHQWH D ULDOPHQWHDRPXQGRGRFRQKHFLPHQWR
ferentes idades…) é importante que FRQYHUVDU DPDPHQWDU RX VLPSOHV- Aliás, se se considerar a grande suscep-
os espaços ofereçam às crianças uma mente descansar. tibilidade das crianças muito pequenas
YDULHGDGH GH REMHFWRV LQWHUHVVDQWHV 2 LQYHVWLPHQWR QRV HVSDoRV H[WH- D GRHQoDV YLUDLV IDFLOPHQWH WUDQVPL-
FRP GLIHUHQWHV WH[WXUDV H GHVDÀRV riores é igualmente importante. Ao WLGDV HP HVSDoRV IHFKDGRV H TXHQWHV
PRWRUHV GLYHUVLÀFDGRV VHP TXH VH DUOLYUHQRFRQWDFWRFRPDUHLDWHU- um maior usufruto dos espaços exte-
gere confusão ou que seja posta em UDiJXDÁRUHVHUYDVSODQWDVWURQ- ULRUHV WDPEpP VH FRQÀJXUDUi FRPR
causa a segurança da criança; incluam cos, pedras, etc., as crianças encon- XPPHLRPDLVDGHTXDGRGHSURPRYHU
UHFDQWRVFRQIRUWiYHLVHUHOD[DQWHVHP WUDPQDWXUDOPHQWHGHVDÀRVTXHVH VD~GHHEHPHVWDURTXHHQYROYHXPD
TXH R HGXFDGRU HVWi GLVSRQtYHO SDUD situam no prolongamento das suas UHFRQFHSWXDOL]DomR UHFRQÀJXUDomR H
LQWHUDJLU RX FRQIRUWDU D FULDQoD SRU capacidades e realizam descobertas integração do espaço exterior no cur-
exemplo, a existência de um sofá na LQVXVSHLWiYHLVHVHPSUHUHQRYDGDV UtFXOR
VDODGHXPDPDQWLQKDHDOPRIDGDVVmR D FULDQoD DFHGHQGR ItVLFD H VHQVR-

12
O—FKHJDUHPRV
    
"
UDEDOKDU GH IRUPD TXDOLWDWLYDPHQWH VXSHULRU
HP FUHFKH UHTXHU FRQKHFLPHQWRV HVSHFtÀFRV
H XPD SODQLÀFDomR DSURSULDGD VXVWHQWDGD QR
FRQKHFLPHQWRGRGHVHQYROYLPHQWRQRVSULPHLURV DQRV
GHYLGDHGDVÀQDOLGDGHVHGXFDWLYDVGHWRGRRWUDEDOKR
HPFUHFKH
13
Requer ainda atitudes de respeito, compreensão e em-
SDWLDPXLWDÁH[LELOLGDGHSDUDUHVSRQGHUjVQHFHVVLGDGHV
GH FDGD FULDQoD H IDPtOLD UHÁH[mR FUtWLFD H TXHVWLRQD-
PHQWRFRQWLQXDGRGHSUiWLFDVLQGLVSHQViYHLVjLQRYDomR
na resolução de problemas.
2EVHUYDU SHUJXQWDU ÁH[LELOL]DU VmR DWLWXGHV EiVLFDV
QXP DWHQGLPHQWR UHVSRQVLYR H TXDOLWDWLYDPHQWH VX-
perior, que não se coaduna nem com uma abordagem
baseada no senso comum, nem com uma abordagem
WpFQLFDHDSOLFDWLYDHQYROYHQGRSRUWDQWRSURÀVVLRQDLV
GHFUHFKHEHPIRUPDGRVHTXHGHYHPVHUGHYLGDPHQWH
YDORUL]DGRV
 'C(7<&-"$&?*1

# abendo que cada bebé e criança muito pequena

DEVRUYHHLQWHJUDFDGDH[SHULrQFLDYLYLGDSDVVDQ-
do esta a fazer parte da sua forma de sentir e
SHQVDU R PXQGR FDEHUi D FDGD SURÀVVLRQDO GD FUHFKH
FRPSUHHQGHU IRUPDV GLYHUVDV GH DVVHJXUDU D SURVVH-
FXomR GDV ÀQDOLGDGHV HGXFDWLYDV HP FUHFKH &DEHUi D
FDGDSURÀVVLRQDOFRQKHFHURVHXFRQWH[WRHGHL[DUDVXD
PDUFDLQGLYLGXDOQDFRQVWUXomRGHSUiWLFDVSHGDJyJLFDV
de qualidade.

EFGHIJK3J6()IJ!.LM3J6(

NOIPQGQOQR3J(HSF(

3MQM.TIH(GUHQV3H(L.W(

3MILTQWILMF(JIH)FLHQKF(

I(X.3OQM3MQK3WILMI(

H.)IJQFJY

14
ficha técnica

Finalidades e práticas esducativas em creche:

das relações, actividades e organização dos espaços ao currículo na creche

Autor
Prof. Doutora Gabriela Portugal

Associação Popular de Apoio à Criança

Centro Social Ermesinde
Centro Social S. Pedro
Obra Diocesana de Promoção Social
Santa Casa da Misericórdia de Chaves

Fábio RT Castro

Impressão
Casa de Trabalho

Depósito Legal
339234/12

15
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VDFKXVVHWV GEDEI, nº1, pp.85-106. Porto, Porto Editora.

‡ 'DOOL & :KLWH (- 5RFNHO - 'XKQ , ‡ 3RUWXJDO*'RVSULPHLURVDQRVjHQW-
%XFKDQDQ('DYLGVRQ6*DQO\6.XV/ :DQJ rada para a escola – transições e continuidades nas
%  4XDOLW\ HDUO\ FKLOGKRRG HGXFDWLRQ IRU XQ- fundações emocionais da maturidade escolar. Aprender,
GHUWZR\HDUROGVZKDWVKRXOGLWORRNOLNH"$OLWHUD- 5HYLVWDGD(VFROD6XSHULRUGH(GXFDomRGH3RUWDOHJUH
WXUHUHYLHZ0LQLVWU\RI(GXFDWLRQ1HZ=HODQG nº 26, Set/2002, p.9-16.

‡ *ROGVFKPLHG( -DFNVRQ63HRSOH ‡ 3RUWXJDO*(GXFDUHPFUHFKH²RSUL-

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London. Escola Superior de Educação de Santa Maria, Porto), nº
10/11, 2005, 17-24.
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bés em infantários – cuidados e primeiras aprendizagens.
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Educação - Recomendação n.º 3/2011 – A educação dos
‡ 3RUWXJDO *  /DHYHUV )  $YDOLDomR 0 aos 3 anos. Diário da República, 2.ª série — N.º 79 —
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