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Curso Técnico em
Design de Interiores
Iluminação de Interiores
Pedro Felipe Jessen da Costa
Curso Técnico em
Design de Interiores
Educação a Distância
Recife
Revisão Diagramação
Pedro Felipe Jessen da Costa Jailson Miranda
1.Competência 01 | História da Luz - Efeitos Psicológicos e Biológicos da Luz sobre o Homem - Teoria
Eletromagnética - Propriedades Ópticas da Luz – Teoria da Cor ..................................................... 6
1.1 História da Luz, Propriedades Físicas da Luz e Influências no Comportamento Humano ..........................6
1.2 Conceitos Básicos da Luminotécnica ....................................................................................................... 10
1.3 O que o profissional precisa saber? ......................................................................................................... 12
2.Competência 02 | Lâmpadas – Premissas da Iluminação de Interiores – Direção e Distribuição de
Luz – Fatores Relacionados à Qualidade da Luz ........................................................................... 18
Referências ................................................................................................................................ 70
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1.Competência 01 | História da Luz - Efeitos Psicológicos e Biológicos da
Luz sobre o Homem - Teoria Eletromagnética - Propriedades Ópticas da Luz
– Teoria da Cor
Nesta semana, você vai conhecer um pouco da história da luz, os principais conceitos que
permeiam esse assunto, as influências da luz no comportamento humano, quais foram os principais
tipos de lâmpadas elétricas e quais lâmpadas são mais populares nos dias atuais. Ao final da
competência, você terá a oportunidade de visualizar quais aplicações práticas poderão ser extraídas
e como utilizar o conteúdo estudado nas suas futuras atividades profissionais.
Vamos agora escutar o nosso primeiro Podcast, ele vai ajudar você a ter um
conhecimento geral de tudo que iremos abordar nessa competência do e-book.
Falará o que será visto quanto a história da iluminação, sua influência no
ambiente e no ser humano, tanto sem seu comportamento como em relação à
questão biológica.
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de não serem visíveis, ondas com diferentes comprimentos são utilizadas em diversos equipamentos
presentes no nosso dia-a-dia:
Figura 01: Esquema de comportamento dos raios, comprimentos de ondas e suas respectivas aplicações.
Fonte: https://3.bp.blogspot.com/-sXqLkt5k4KY/VyVAWSSyhDI/AAAAAAAAFXw/w8i-
YRVHlGACRgGk3hS8SqqzM1dQbKnYwCLcB/s1600/LabCisco-EEM.png
Descrição: neste esquema, são representadas em cima, diversos elementos, como tomada, rádio, tv, entre outros, na
cor preta. Em seguida, na horizontal, figuras quadradas e retangulares em diversas cores, com descrições me seu
interior. Depois, uma faixa horizontal na cor cinza claro com listras brancas na vertical, e um desenho de comprimento
de ondas, na cor preta, e abaixo, dois retângulos, nas cores azul, com a descrição radiação não-ionizante, e vermelho,
descrito radiação ionizante.
Ainda de acordo com a Figura 01, o intervalo entre 400 e 700nm (namômetros)
compreende o espectro visível e é composto por radiações das seguintes cores: vermelho,
alaranjado, amarelo, verde, azul, anil e violeta. A luz do sol, por exemplo, é uma fonte de luz primária
que pode ser decomposta através de um prisma e apresenta todas as faixas de cores que
identificamos no arco-íris. Já as fontes de luz artificiais geralmente apresentam espectros de cores
limitadas e têm tonalidades específicas.
Ao contrário do que se imagina, a percepção das cores vai muito além do julgamento
entre o belo e o feio, pois os diferentes tipos de luz são capazes de estimular efeitos físicos e
biológicos no ser humano. A imagem a seguir mostra a relação entre as cores e seus respectivos
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comprimentos de onda que, além de determinarem temperaturas de cores, podem ser relacionadas
às sensações que temos quando estamos em ambientes com essas cores predominantes.
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não estamos nos referindo ao calor que a fonte de luz emite, mas, às características de sua cor. Para
termos um parâmetro, uma lâmpada incandescente tem 2.700k, enquanto o Sol a pino tem
aproximadamente 5.000k.
Aplicando isso aos projetos de design de interiores, é importante perceber que para
ambientes onde queremos promover relaxamento, buscamos utilizar fontes de luz com temperaturas
de cor mais baixas. Alguns exemplos desses locais seriam restaurantes sofisticados, quartos de bebês,
etc. Por outro lado, quando desejamos manter as pessoas alertas, buscamos utilizar fontes de luz com
temperaturas de cor mais frias, como em escritórios, escolas e hospitais. Abaixo temos um exemplo
da diferença entre as tonalidades de luz de acordo com a temperatura de cor de cada uma.
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Descrição: ilustração apresenta 6 luminárias que emitem luz numa parede, e apresenta tonalidades de cores que vão
das cores quentes, passando pelas cores neutras e por fim, nas cores frias.
Dessa forma, devemos criar e iluminar espaços de forma a gerar mais conforto aos
usuários através de uma iluminação adequada, já que pode afetar diretamente os ciclos e
comportamentos do ser humano.
Seguindo a ordem da imagem, temos o fluxo luminoso, que é medido em lumens, e pode
ser descrito como o pacote de luz que uma fonte luminosa fornece. Por exemplo, é comum que
pessoas comprem lâmpadas baseadas na quantidade de Watts ao invés de considerarem o fluxo
luminoso do produto. Quando na verdade, o Watt, que é também chamado de potência, só diz
respeito ao consumo energético e não tem relação com a emissão de luz.
Analisando a imagem abaixo, podemos notar que uma lâmpada de LED (light-emitting
diode) com 340 lumens nos fornece uma economia de aproximadamente 90% se comparada com
uma lâmpada halógena com mesmo fluxo luminoso. Diante disso, vemos que o valor que devemos
buscar ao comprar ou especificar uma lâmpada é o fluxo luminoso, medido em lumens. Ao calcular a
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quantidade de luz necessária para um ambiente com fontes de luz difusa, é essa medida que
utilizaremos.
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Por último, temos a luminância (E), que é medida em candelas/m², que representa a
energia luminosa que percebemos a olho nu. Em outras palavras, a luminância é o fator que indica o
brilho da luz refletida em uma superfície.
Na figura 08 abaixo, podemos ver as iluminâncias típicas de cada local com o Sol ao meio
dia em um dia ensolarado.
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sol (norte do projeto), alturas dos forros, etc. Com todas as medidas levantadas, o projetista deve
elaborar a planta baixa em desenho técnico. No exemplo abaixo, utilizaremos um imóvel comercial
situado em uma galeria de lojas que não recebe incidência direta da luz solar. Essa loja será de roupas
femininas e seu maior público será de mulheres de classe média:
Caso o layout do local ainda não esteja definido, você deverá elaborar uma planta que
represente a distribuição do mobiliário, defina os espaços e fluxos. Após as revisões necessárias e
aprovação final do cliente, você utilizará a planta de layout para fazer as primeiras análises que
nortearão seu projeto de iluminação.
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Fonte: Acervo do Autor, 2019.
Descrição: desenho de uma planta baixa de uma loja, com dois ambientes, loja e estoque. São representadas duas
portas, uma janela e cotas dos ambientes, assim como, prateleiras, expositores, caixa, vitrine e um provador.
Com a planta acima e com o briefing do cliente, você já pode setorizar as áreas em que
vai trabalhar o projeto de iluminação respondendo as seguintes perguntas:
• Como vai ser distribuída a iluminação geral?
• Onde será utilizada iluminação de destaque?
• É necessário determinar uma área com iluminação para o exercício de alguma
atividade específica/especial?
• Existe algum ambiente em que seja necessária mais atenção do usuário?
Além dessas questões, é essencial saber qual será o público alvo da loja, pois influenciará
diretamente no processo de criação do projeto de iluminação. Em caso de lojas populares,
recomenda-se que seja utilizada iluminação com tom de branco frio (temperatura de cor), pois faz
com que as pessoas escolham rapidamente os produtos que desejam comprar e passem menos
tempo dentro da loja. Dessa forma, ocasionaria maior rotatividade de pessoas ao longo do dia. Já em
lojas de alto padrão, o uso de luzes mais quentes faz com que os clientes passem mais tempo na loja
e aumentem a quantidade de produtos comprados.
Em ambos os casos, no entanto, o designer de interiores deve criar cenários confortáveis,
com destaque de produtos, sem ofuscamento do usuário e com bom índice de reprodução de cores.
Lembrando que um bom projeto de iluminação não é determinado pela maior quantidade de luz
possível, mas pelo jogo de luz e sombras que permite destacar alguns elementos em função de outros.
Dessa forma, cria-se uma hierarquia de forma harmoniosa que resulta em um ambiente agradável,
chamativo e interessante.
Para a representação gráfica de uma planta de zoneamento, você pode utilizar manchas
no próprio desenho, pois auxiliará na definição de quais áreas terão iluminação mais quente ou mais
fria, dependendo do seu uso específico.
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Figura 11: Planta baixa de zoneamento de uma loja fictícia.
Fonte: Acervo do Autor, 2019.
Descrição: desenho de uma planta baixa de uma loja, com dois ambientes, loja e estoque. São representadas duas
portas, uma janela e cotas dos ambientes, assim como, prateleiras, expositores, caixa, vitrine e um provador. Apresenta
o zoneamento da loja e estoque, com cores, representando graficamente a distribuição preliminar dos pontos de
iluminação.
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ter uma quantidade de luz entre três e cinco vezes maior do que a de uso geral, o que pode ser feito
através de lâmpadas focais direcionáveis, com fitas de LED fixadas nos expositores, entre outras
soluções.
• Iluminação para trabalho, é regulada pela NBR 8995-1/2013, deve ser detalhada para
aquelas áreas onde os usuários exercerão atividades que demandem concentração e atenção. No
projeto modelo, podemos enquadrar a área do caixa e do estoque como áreas de trabalho, pois os
funcionários terão que lidar com notas fiscais, maquinetas de cartão de crédito, etiquetas de
identificação, entre outras atividades cotidianas. Nesse caso, é ideal que sejam fontes de luz difusas,
pois evita o cansaço visual e a fadiga dos empregados.
Como o estoque e o caixa são separados fisicamente, o primeiro ambiente pode ser
iluminado com temperaturas mais frias, para proporcionar um ambiente com o máximo de atenção
possível, sem que haja um conflito com os demais “setores” da loja. Já o caixa, deve ter temperatura
de cor um pouco mais fria, porém deve harmonizar com as demais especificações do projeto.
DICA
Dentro de um mesmo ambiente, não é interessante que haja uma variação
de temperatura de cor maior que 1.000k.
Por último, temos um ponto essencial no projeto de iluminação, que são os provadores.
Neles, devemos evitar ao máximo a criação de sombras, pois podem destacar partes do corpo que
não valorizem tanto quem está provando a roupa, por exemplo. Sendo assim, o ideal é que a luz seja
difusa e que banhe todo o ambiente de prova.
Na figura 12 abaixo podemos notar a diferença que a iluminação pode fazer na escolha
de um produto. As duas fotos foram tiradas por uma jornalista que realizou um experimento visitando
diversas lojas com o objetivo de testar diferentes tipos de iluminação nos provadores.
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Figura 12: Fotos de dois provadores com diferentes soluções de iluminação.
Fonte: https://annaliborio.com.br/blog-vm-provadores/
Descrição: duas fotos, com a mesma mulher, segurando um celular e tirando foto na frente de um espelho em um
provador de roupas. As fotos apresentam o uso diferente de iluminação em um provador.
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2.Competência 02 | Lâmpadas – Premissas da Iluminação de Interiores –
Direção e Distribuição de Luz – Fatores Relacionados à Qualidade da Luz
Nesta semana estudaremos os tipos de lâmpadas mais utilizadas nas últimas décadas e
suas respectivas propriedades, tipos de luminárias e seus efeitos, normatização técnica da
iluminação, conceitos técnicos fundamentais para a elaboração adequada de um projeto de
iluminação e a aplicação prática do conteúdo desse capítulo em nosso projeto modelo!
Convido você a entender um pouco mais do que será visto nessa segunda
competência, escutando o Podcast. Tudo que falei no parágrafo anterior e um
pouco mais estarei te apresentando. Tenho certeza que você vai compreender
um pouco melhor, vamos nessa?
2.1 Lâmpadas
Desde a criação das primeiras lâmpadas elétricas até a atualidade, diferentes tecnologias
foram criadas e desempenharam importantes papéis ao longo da história. Ainda que alguns modelos
de lâmpadas já estejam praticamente em desuso, é importante que o designer de interiores conheça
a evolução dessas tecnologias e tenha embasamento para eleger a opção mais adequada para o seu
projeto.
A seguir, abordaremos os tipos de lâmpadas que podem contribuir para a concepção de
um projeto de iluminação de interiores, suas principais características e quais pontos são relevantes
para a especificação técnica.
• Lâmpadas Incandescentes
As lâmpadas incandescentes conduzem a corrente elétrica através de um filamento
metálico e transformam eletricidade em energia luminosa. Suas primeiras versões datam de 1802 e
tiveram uso em larga escala por muitos anos. Em 2010, no entanto, teve sua fábrica proibida no Brasil
devido à sua baixa eficiência energética. Têm temperatura de cor entre 2700 – 3500 kelvin e são
conhecidas pela intensa dissipação de calor.
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Figura 13: Lâmpada incandescente.
Fonte: https://gizmodo.uol.com.br/brasil-proibe-lampadas-incandescentes/
Descrição: quatro lâmpadas incandescentes acessas, ligadas a uma fiação.
• Lâmpadas Fluorescentes
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As lâmpadas fluorescentes utilizam a reação de gases para a emissão de luz visível. Foi
considerada uma opção alternativa às lâmpadas incandescentes e se popularizou pela alta
luminosidade e baixo consumo energético. Com a introdução de outros tipos de lâmpadas no
mercado, seu uso se encontra em um gráfico decrescente, mas segue com forte atuação na área de
iluminação de uso geral. Originalmente, tinha temperatura de cor entre 6000 e 7000 kelvin, mas
diferentes opções de temperaturas de cor foram desenvolvidas para esse tipo de lâmpadas e lançadas
no mercado.
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Figura 16: Lâmpadas fluorescentes tubulares com diferentes diâmetros.
Fonte: https://www.aecweb.com.br/prod/e/lampadas-tubulares-t5-t8-e-t10_17882_35975
Descrição: três lâmpadas fluorescentes tubulares, na cor branca e com espessuras e tamanhos diferentes.
• Lâmpadas Halógenas
As lâmpadas halógenas, assim como as lâmpadas incandescentes, seguem o princípio do
uso de filamentos para conversão de eletricidade em energia luminosa. No entanto, têm a substância
halogênio em sua composição, garantindo maior índice de luminosidade. Têm temperaturas de cor
variadas, mas geralmente permeiam entre 2.800 e 3.100 kelvin para projetos de design de interiores.
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Figura 19: Diferentes tipos de lâmpadas halógenas.
Fonte: https://www.promobit.com.br/blog/conheca-os-tipos-de-lampada-e-saiba-quando-usar-cada-um-deles/
Descrição: sete lâmpadas halógenas em pé, uma ao lado da outra, com formatos diferentes e base em alumínio.
Figura 20: Diferentes angulações que impulsionaram o uso das lâmpadas halógenas em projetos de design de
interiores (imagem adaptada pelo autor).
Fonte: https://www.ibdi-edu.com.br/home/tag/iluminacao-de-pe-direito-duplo
Descrição: quatro desenhos semelhantes onde cada um apresenta uma lâmpada e um feixe de luz saindo de cada
lâmpada, com angulações diferentes: 10 graus, 30, 60 e 90 graus, respectivamente.
Por terem altos índices de dissipação de calor e vida útil relativamente curta, a indústria
de lâmpadas buscou oferecer soluções alternativas às halógenas. Apesar de ter enfrentado um breve
período de tentativas pouco exitosas em criar lâmpadas LED com efeitos similares às halógenas, o
mercado atual está muito bem servido de lâmpadas LED com diferentes angulações, intensidades e
temperaturas de cor.
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Figura 21: Lâmpadas halógenas e LED com efeitos similares.
Fonte: https://www.brilanze.com.br/lampada-led-halogena-fluorescente-comparativo/
Descrição: a figura mostra três lâmpadas halógenas convencionais na parte superior da figura e três lâmpadas
halógenas em LED na parte inferior.
Como sua característica mais peculiar é a alta emissão de luz, têm usos específicos como
iluminação pública, iluminação de estádios, estacionamentos, etc. Além dessas aplicações, podemos
citar também o uso de lâmpadas de vapor metálico coloridas em projetos de paisagismo e iluminação
de fachadas.
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Figura 23 (à esquerda): Iluminação paisagística com lâmpadas de vapor metálico verdes.
Fonte: https://www.pjf.mg.gov.br/noticias/view.php?modo=link2&idnoticia2=45670
Descrição: diversas árvores de médio porte em um jardim, com iluminação por meio de lâmpadas de vapor metálico
verdes.
Aos poucos, as lâmpadas de vapor metálico vêm sendo substituídas por lâmpadas LED.
No entanto, continuam sendo vastamente utilizadas, especialmente em cidades de pequeno e médio
portes.
• LED (Light-Emitting Diode)
As lâmpadas LED (Light-Emitting Diode) resultaram da evolução de uma tecnologia
inicialmente utilizada para sinalizações com baixa luminosidade, mas representam um marco na
história da iluminação. Além de terem índices de eficiência energética e reprodução luminosa
bastante superiores às tecnologias anteriormente citadas, as lâmpadas de LED tiveram uma evolução
tecnológica surpreendentemente rápida. Atualmente, esse tipo de lâmpada apresenta um gráfico
crescente de vendas e já pode ser citada como uma das mais promissoras do mercado. No campo do
design de interiores, por exemplo, já se consegue reproduzir os efeitos de basicamente todos os
demais tipos de lâmpadas existentes. Nas suas primeiras versões, as lâmpadas LED apresentavam
temperaturas de cor predominantemente frias, mas já estão disponíveis nas mais variadas
temperaturas, angulações e efeitos.
O uso atual da tecnologia LED vem sendo vastamente aplicado na substituição de outros
tipos de lâmpadas. Por esse motivo, é possível observar suas características aparentes nas ilustrações
inseridas nos itens anteriores. Dessa forma, é possível comparar as versões de lâmpadas obsoletas
com suas versões mais modernas.
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• OLED (Organic Light-Emitting Diode)
No campo ainda experimental da iluminação, podemos encontrar a versão mais moderna
do LED: o OLED (Organic Light-Emmiting Diode). Essa evolução da Light-Emmiting Diode consiste na
utilização de uma membrana emissora de luz, que tem aplicações extremamente versáteis e
inovadoras.
Apesar das suas características positivas, o OLED ainda representa uma parcela bastante
pequena do mercado. No entanto, é importante acompanharmos sua evolução, pois diversos
produtos com essa tecnologia já estão disponíveis no mercado e a aquisição de exemplares tende a
ter preços competitivos em um futuro próximo. Além disso, as possibilidades de aplicação dessa
tecnologia no design de interiores serão infinitas e revolucionárias.
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2.2 Luminárias
Além dos diversos tipos de lâmpadas discutidos anteriormente, existem tipologias básicas
de luminárias que devem ser adotadas dependendo do uso e do partido estético do projeto de design
de interiores. Para isso, será necessário conhecer os principais tipos de luminárias e os efeitos que
podem proporcionar em um ambiente projetado adequadamente.
Em linhas gerais, as luminárias podem ser enquadradas em seis tipos principais: direta;
semidireta; difusa; direta-indireta; semi-indireta e indireta.
• Luz direta
Um exemplo da luz direta que podemos observar em diversos ambientes ao nosso redor
são os spots. Podendo ser de embutir ou de sobrepor, os spots jogam a luz toda para baixo de forma
direta e podem ser mencionados como um dos tipos de luminárias mais utilizadas.
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Figura 28: Exemplo de spots de embutir.
Fonte: https://www.mygreenlighting.co.uk/downlights/square_downlights/saxby-94796--xeno-2-square-tilt-gu10-
downlight-matt-black.html
Descrição: retângulo na cor cinza, com duas aberturas quadradas, onde em cada uma, tem-se um spot de embutir.
• Luz semidireta
As luminárias semidiretas têm sua luz direcionada predominantemente para baixo,
porém iluminam em dois sentidos. Um bom exemplo disso são as arandelas com facho ajustável,
como na figura abaixo:
• Luz difusa
Um exemplo de luz difusa são os postes de globo, que costumam estar presentes em
áreas abertas e têm sua luz distribuída para todos os lados, proporcionando uma iluminação geral ao
seu entorno.
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Figura 30: Exemplo de poste de globo.
Fonte: https://www.parisluz.com.br/poste-para-jardim-1-48cm-c-globo-boca-15-blumenau
Descrição: tubo de aço na cor preta, seguro ao piso. Em sua extremidade superior uma esfera na cor branca,
representando um poste de iluminação.
• Luminárias diretas-indiretas
As luminárias diretas-indiretas jogam luz igualmente para cima e para baixo. Uma das
possibilidades de utilização dessas luminárias é a formação de desenhos geométricos nas paredes
com uso de arandelas, conforme imagem a seguir:
• Luminárias semi-indiretas
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As luminárias semi-indiretas têm o mesmo efeito das semi-diretas, porém com o sentido
oposto, ou seja, direcionam mais luz para cima do que para baixo. Dessa forma, muitas vezes são
capazes de proporcionar maior apelo estético ao ambiente do que apelo funcional.
• Luminárias indiretas
As luminárias indiretas utilizam superfícies para refletir a luminosidade produzida por
lâmpadas que não ficam visíveis para o usuário. Apesar de boa parte das luminárias indiretas
apresentar baixos índices de luminosidade, existem soluções capazes de iluminar ambientes
completos utilizando-se apenas de elementos de iluminação desse tipo.
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Para auxiliar na compreensão do assunto que acabamos de discutir e para esclarecer que
as figuras exibidas anteriormente são apenas exemplares dos tipos de luminárias, observe a figura
abaixo:
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2.3 Norma Técnica Brasileira - NBR
Como você acabou de ler, normas técnicas servem para determinar diretrizes de áreas do
conhecimento específico em que foca suas discussões. Com a aplicação adequada das NBRs, diversos
benefícios podem ser alcançados. Dentre as inúmeras vantagens, podemos citar a garantia de
ambientes de trabalho adequado para o desempenho de atividades. Como resultado, os índices de
produtividade da equipe podem ser melhorados, bem como a satisfação de um cliente ao visitar um
estabelecimento comercial, por exemplo.
Apesar de haver uma série de situações em que profissionais técnicos não são obrigados
a basear seus projetos nas NBRs, é comum que leis mencionem as normas técnicas a fim de garantir
padrões ideais de qualidade do espaço projetado. Dessa forma, uma NBR se torna um instrumento
de uso obrigatório pelo profissional técnico, que poderá ser autuado se seus materiais, produtos,
processos ou serviços apresentarem inconformidades.
No caso de projetos de iluminação de interiores, podemos citar a ABNT NBR ISO/CIE
8995-1/2013, que aborda a Iluminação de Ambientes de Trabalho. A NBR 8995-1/2013 tem o
objetivo de proporcionar ambientes adequados para que os profissionais realizem tarefas visuais com
eficiência, conforto e segurança no seu local de trabalho.
A transcrição abaixo foi retirada da NBR 8995-1/2013 e será muito útil na definição da
quantidade de luz que deve ser usada em cada ambiente:
A prática de uma boa iluminação para locais de trabalho é muito mais que apenas
fornecer uma boa visualização da tarefa. É essencial que as tarefas sejam realizadas
facilmente e com conforto. Desta maneira a iluminação deve satisfazer os aspectos
quantitativos e qualitativos exigidos pelo ambiente (ABNT NBR ISO/CIE 8995-1,
2013).
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A NBR 8995-1/2013 nos apresenta alguns critérios do projeto de iluminação para se
alcançar um ambiente luminoso de maneira satisfatória. De acordo com suas orientações, é preciso
garantir a visualização adequada da tarefa e proporcionar conforto para o usuário enquanto
desempenha as atividades. Para isso, é necessário compreender alguns dos principais fatores citados
na norma, que são:
• Iluminância;
• Distribuição da luminância;
• Ofuscamento;
• Direcionalidade da luz;
• Aspectos da cor, da luz e superfícies;
• Luz natural;
• Manutenção.
• Iluminância
Segundo a NBR 8995-1/2013, a iluminância pode ser definida como a quantidade de luz
que incide em uma superfície de trabalho. Os índices de iluminância indicados pela norma são
baseados em requisitos para o exercício de tarefa visual de forma adequada.
Baseando-se ainda nos dizeres da Norma Brasileira 8995-1/2013, “a iluminância no
entorno imediato deve estar relacionada com a iluminância da área de tarefa, e convém que proveja
uma distribuição bem balanceada da luminância no campo de visão. Mudanças drásticas nas
iluminâncias ao redor da área de tarefa podem levar a um esforço visual estressante e desconforto”.
Em outras palavras, a norma diz que a quantidade de luz em um ambiente de trabalho
deve estar concentrada onde o indivíduo exerce suas atividades, enquanto que nas áreas ao seu redor
podem ser especificadas quantidades de luz inferiores, desde que não haja grandes variações de
luminância em um mesmo ambiente.
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Figura 35: Esquema da definição de iluminância sua unidade Lux.
Fonte: https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/12208/TCCE_EEAPP_EaD_2017_RODRIGUES_FERNANDO.pdf?s
Descrição: desenho de uma luminária na cor cinza e com formato circular, saindo um facho de luz amarelo e um traçado
tracejado em formato de prisma, e apresentando a unidade LUX.
• Distribuição da luminância
Ao distribuir uniformemente a iluminação no local de trabalho, é possível ter um maior
controle do nível de adaptação dos olhos. Dessa forma, podemos aumentar a nitidez da visão e evitar
problemas ocasionados pela má distribuição de luminância. Tanto o excesso quanto a carência de
luminância podem resultar em ambientes de trabalho inadequados.
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• Ofuscamento
Ofuscamento, em linhas gerais, é a incapacidade (total ou parcial) momentânea de
enxergar em decorrência da exposição dos olhos à luz. Muitos de nós já sofremos ofuscamento em
alguma situação: seja por uma lâmpada mal posicionada que nos leva a visualizá-la diretamente, pela
nossa posição diante do Sol, ou até pelo reflexo da luz natural na tela de um computador. Agora
imagine um ambiente de trabalho, onde haja ofuscamento para alguém que esteja desenvolvendo
uma atividade. É responsabilidade do projetista de iluminação limitar o ofuscamento aos usuários
para prevenir erros, fadiga e até a ocorrência de acidentes.
Figura 37: Ilustração de como posicionar uma fonte de luz e evitar o ofuscamento em uma estação de trabalho.
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/486318459762693612/
Descrição: quatro desenhos de um homem sentado numa cadeira de rodinhas e trabalhando num computador em cima
de uma mesa. Cada desenho apresenta o posicionamento da luz para não ofuscar o trabalhador.
• Direcionalidade da luz
É o artifício que utilizamos para direcionar a atenção do usuário para um objeto, por
exemplo, através da concentração de luz em sua superfície. A iluminação direcional durante uma
tarefa visual pode, inclusive, aumentar o foco e elevar a visibilidade do observador.
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Figura 38: Mesa com iluminação focal
Fonte: http://indesignempresa.50webs.com/html/Nosso%20Projecto.html
Descrição: ambiente com uma mesa de escritório com livros e computador em cima e uma luminária tipo abajur
articulado com luz focal direcionada para um livro aberto.
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Figura 39: Exemplo dos efeitos proporcionados por lâmpadas com diferentes IRC.
Fonte: https://alessandroazuos.com.br/iluminacao-cenica-importancia-da-fonte-de-luz/
Descrição: conjunto com seis imagens, sendo as três de cima iguais partes de uma sombinha, e as três de baixo,
também iguais são lápis de cor. Cada foto apresenta uma forma diferente de efeito de iluminação feita por lâmpadas
com diferentes IRC.
• Luz natural
Segundo a NBR 8995-1/2013, “a luz natural pode fornecer parte ou toda a iluminação
para execução de tarefas visuais”. A norma ainda recomenda que a exposição à luz do sol seja
moderada para evitar desconfortos no ambiente de trabalho.
• Manutenção
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“Iluminância mantida” é o termo utilizado para mensurar as condições de manutenção da
lâmpada com relação ao seu desempenho. A NBR 8995-1/2013 regula quais índices da iluminância
mantida são aceitáveis de acordo com o uso destinado ao ambiente, dentre outros fatores.
Figura 42: Recorte de tabela da NBR 8995-1/2013 que mostra índices ideais de iluminação de acordo com as
atividades exercidas nos ambientes.
Fonte: ABNT NBR ISO/CIE 8995-1, 2013.
Descrição: tabela de mostra índices ideais de iluminação de acordo com as atividades exercidas nos ambientes.
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Em algum momento você pode se perguntar: “E a norma para iluminação residencial?”.
Até 2013 havia a NBR 5413/1992 que norteava projetos de iluminação para ambientes com esse uso.
No entanto, quando a NBR 8559-1/2013 entrou em vigor, a norma de iluminação de interiores deixou
de existir. O que não significa que seus parâmetros devam ser ignorados durante a concepção de
projetos, porém, seu valor técnico já não é mais válido.
Por outro lado, ambientes de uma residência que funcionam como locais de trabalho
devem seguir as orientações da NBR em vigor. Como é o caso das casas que têm um quarto que seja
usado como escritório ou até mesmo que tenha uma bancada de trabalho.
Conhecida a norma de iluminação vigente, seus principais conceitos e aplicações, você
será capaz de dimensionar adequadamente o seu projeto de iluminação, que veremos na próxima
semana.
Enquanto isso, aplicaremos o conteúdo estudado no projeto modelo que iniciamos no
início da disciplina.
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Figura 43: Luminária de foco, de sobrepor, na cor preta.
Fonte: https://www.leroymerlin.com.br/spot-sobrepor-7w-3000k-preto_1567496559
Descrição: luminária na cor cinza, onde na parte que possui a lâmpada seu formato é cilíndrico, e está ligado a uma
peça oval na cor cinza, que prende no teto.
Por termos manequins e peças expostas na vitrine, desejamos utilizar uma sequência de
luminárias de foco alinhadas. Através do efeito de luz e sombra, serão destacados apenas os
elementos que desejamos que um cliente visualize enquanto estiver passando na frente da loja.
Além disso, previmos luminárias de foco sobre o expositor central, onde o lojista
concentrará produtos que deseja colocar em evidência.
Nessas duas situações, recomenda-se que sejam utilizadas lâmpadas com alto brilho,
temperatura de cores quente e IRC elevado, pois fará com que os produtos tenham suas
características visualizadas de forma eficaz e chamativa.
Vale ressaltar que luzes de destaque precisam ter intensidade entre três e cinco vezes
maior do que as demais lâmpadas do ambiente.
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Descrição: vitrine com uma poltrona na cor branca e estrutura em madeira, e uma mesa pequena do lado, também em
madeira. Possui três luminárias na cor preta direcionadas para a cadeira.
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Figura 46: Luminária de LED retangular, de embutir, luz difusa.
Fonte: https://www.sustentaled.com.br/luminaria-plafon-led-retangular-embutir-45w-120x30-branco-frio-linha-
premium-a
Descrição: luminária no formato retangular na cor branca, possui moldura em todo o seu contorno na cor cinza.
É comum que usuários relacionem a área da superfície luminosa com o fluxo luminoso
emitido pela lâmpada, mas é importante verificar as especificações técnicas do fabricante do
produto. No caso do depósito, por exemplo, o formato retangular foi escolhido por proporcionar
melhor distribuição da luz por causa das dimensões do ambiente. As luminárias especificadas acima
devem emitir luz uniformemente e ter temperatura de cor fria, pois se trata de um ambiente que
requer bastante atenção.
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• Lâmpada Tubular T8
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O uso de sancas de iluminação requer detalhamentos específicos no forro de gesso, que
têm uma série de dimensionamentos, variam de acordo com a intenção do projetista e com a
necessidade do ambiente projetado.
Também serão previstas lâmpadas tubulares T8 nos provadores. Nesse caso, serão
embutidas nas laterais do espelho, proporcionando uma iluminação difusa indireta com o objetivo
de eliminar a geração de sombras no usuário. Combinada com a iluminação embutida no teto desse
ambiente, a experiência resultante será de um local de iluminação agradável e favorável para a
tomada de decisão pela compra do produto.
Em alguns casos, esse detalhe pode ser feito com o uso de fitas de LED, que será a solução
técnica abordada na sequência.
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Figura 51: Luminária de LED quadrada, de embutir, luz difusa.
Fonte:https://www.vivadecora.com.br/pro/iluminacao/como-funciona-fita-de-led/
Descrição: luminária de LED no formato de fita.
Como a fita de LED não tem uma aparência originalmente sofisticada, é comum que não
estejam visíveis aos usuários. No caso do projeto modelo, serão previstas fitas de LED embutidas nas
prateleiras dos produtos. Para isso, será necessário um detalhamento específico na marcenaria e,
para que tenham o efeito desejado, devem estar localizadas na parte frontal da prateleira. Assim, a
luz emitida pelo LED eliminará quaisquer sombras geradas pelas demais luminárias utilizadas nos
outros setores da loja. Como será responsável pela iluminação direta dos produtos, deve ter IRC
elevado.
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Descrição: ambiente com uma estante na cor branca e prateleiras com diversos objetos. Parede branca e piso
amadeirado e teto na cor branca. Iluminação nas prateleiras por meio de fita de LED.
Finalmente, fechamos a semana tendo conhecimento de quais lâmpadas e luminárias
pretendemos utilizar no projeto de acordo com os efeitos desejados. Com uma breve pesquisa na
internet sobre como representar graficamente um projeto de iluminação, seríamos capazes de fazer
os primeiros esboços que nortearão nossas próximas atividades:
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3.Competência 03 | Técnicas e Efeitos de Iluminação de Interiores e
Representação Projetual de Iluminação de Interiores
Estudante, durante a última semana da disciplina de Iluminação de Interiores, vamos
focar nossos estudos nas técnicas de iluminação e seus respectivos efeitos no ambiente projetado,
bem como as formas de representação projetual dessa área do conhecimento. Como ferramenta
essencial para a concepção de projetos de iluminação, serão abordados diferentes caminhos para o
cálculo e dimensionamento das lâmpadas. Ao final da semana, utilizaremos o projeto modelo para
que sejam aplicados os conteúdos estudados ao longo da disciplina.
Que tal você acessar o Podcast dessa competência e descobrir um pouco mais
de informações do conteúdo que preparemos para essa semana? Mostraremos
técnicas de iluminação e formas de calcularmos elas, acredito quer será bem
interessante. Prepara o som e vamos lá!
Agora que conhecemos um pouco mais sobre lâmpadas, luminárias, temperaturas de cor
e outros fundamentos essenciais da luminotécnica, podemos aprofundar nosso conhecimento nas
suas diferentes aplicações práticas e em como explorar adequadamente seus efeitos estéticos.
Como temos visto ao longo das semanas, cabe ao designer de interiores interpretar o
briefing fornecido pelos clientes, identificar as necessidades do projeto e transformar as informações
obtidas em especificações técnicas. Essa é uma tarefa que costuma ser bastante desafiadora, mas
que será essencial para que os resultados obtidos sejam satisfatórios. Para isso, o profissional de
design de interiores deve dominar as técnicas de iluminação como forma de embasar suas decisões
projetuais e oferecer as melhores soluções técnicas para os seus projetos.
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• Wall Washing
Um dos efeitos mais utilizados em projetos de interiores é o wall washing, que
popularmente se diz “que lava” a parede inteira com luz, tornando-a um elemento brilhante e
uniforme. Geralmente é conseguido através de fontes de luz direcionáveis que são instaladas a uma
determinada distância da parede e que possibilitam a iluminação da superfície, do piso ao teto. Além
da especificação das lâmpadas e espaçamentos corretos, existem luminárias específicas para
proporcionar esse efeito.
• Grazing
Através da iluminação colocada mais próxima da parede, o efeito grazing acentua as
texturas utilizadas na superfície iluminada. Como resultado do jogo de luz e sombra, os componentes
do ambiente evidenciam um efeito bastante dramático e revelador. É muito recomendado para
paredes que apresentam texturas que devem ser evidenciadas. Por outro lado, deve ser evitado em
paredes que não tenham a pintura perfeitamente lisa, pois todas as suas falhas seriam mostradas
pelas sombras, desvalorizando assim o ambiente.
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Figura 55: Exemplo de iluminação do tipo grazing.
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/365636063469464476/
Descrição: Uma parede com revestimento texturizado ondulado na cor branca, teto e parede na cor marrom claro.
Iluminação embutida em sanca, com direcionamento de fecho de luz na parede com revestimento texturizado.
• Uplighting
O efeito uplighting, que quer dizer "luz para cima", é um efeito bastante versátil e pode
ser utilizado em fachadas, áreas de transição, acessos e em áreas de lazer. Além disso, é comum que
o uplighting seja utilizado para iluminação de jardins, pois as fontes luminosas podem ser facilmente
escondidas no meio das folhas ou até mesmo fixadas no solo próximo à planta. O efeito resultante
chama a atenção dos usuários pela sensação de imponência e pelo interessante jogo de luz e sombra.
• Backlight
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O backlight (retroiluminação) consiste em iluminar uma superfície de maneira uniforme
sem que qualquer fonte de luz seja visualizada diretamente. Dessa forma, o componente iluminado
desempenha o papel da própria luminária.
Existem inúmeras técnicas para se produzir esse efeito. No entanto, uma das formas mais
práticas é através do uso de lonas tensionadas com lâmpadas embutidas em perfis de alumínio ou
PVC, que criam “molduras” discretas e que garantem a distribuição homogênea da luz.
• Iluminação Indireta
O uso de iluminação indireta costuma ser uma forma confortável e harmoniosa de
iluminar um ambiente. Em seguida, vamos ver algumas maneiras de conseguir esse efeito de maneira
prática e eficaz.
O uso de sancas de gesso, por exemplo, é bastante popular entre os designers de
interiores que desejam especificar luzes indiretas em seus projetos. Através de recortes detalhados
no forro de gesso, se torna possível criar um espaço embutido para esconder a luminária, resultando
em uma iluminação sutil e agradável. É comum que sejam utilizadas lâmpadas fluorescentes T8 ou
fitas de LED, a depender da composição geral do projeto.
Para que a execução ocorra adequadamente, o detalhamento da sanca iluminada deve
constar no projeto de gesso e deve sempre estar compatibilizada com os projetos elétrico e de
iluminação. Além disso, é essencial que o projetista se certifique de que os profissionais envolvidos
na execução sejam capazes de realizar os serviços conforme o projeto e que todas as dúvidas sejam
esclarecidas antes do início da obra.
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Figura 58 (à esquerda): Detalhe técnico de uma sanca iluminada em um forro de gesso.
Fonte: Acervo da arquiteta Hannah Larocerie, 2019.
Descrição: detalhe de uma sanca, com uma iluminação interna, sendo representada com um círculo na cor vermelha. E
a sanca sendo representada na cor cinza.
Figura 59(à direita): Foto de um forro executado conforme o detalhe ilustrado na imagem à esquerda.
Fonte: Acervo da arquiteta Hannah Larocerie, 2019.
Descrição: teto na cor branca, com uma sanca no formato quadrado, e com duas luminárias embutidas no teto, no
formato quadrado. Parede na lateral com duas janelas.
Figura 60: Foto de uma cozinha com detalhe de iluminação indireta embutida na marcenaria.
Fonte: http://cozinhaemlaudas.blogspot.com/2011/01/cozinhas-modernas-modern-kitchens.html
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Descrição: cozinha com piso na cor branca. Eletrodomésticos em inox, bancada no centro da cozinha revestida com
madeira, e possui iluminação embutida na bancada.
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realização de pesquisas em catálogos de fornecedores, elaboração do cálculo da iluminação e
consulta das exigências descritas na NBR, caso sejam ambientes de trabalho.
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Figura 62: Exemplo de representação gráfica de um projeto de iluminação com planta baixa.
Fonte: Projeto da arquiteta Hannah Larocerie, 2019.
Descrição: planta baixa de um projeto luminotécnico, com legenda e imagens de referência dos tipos de luminárias.
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3. Zoneamento da loja de acordo com os usos destinados que chamamos de “setores”.
Com isso, foram descritas as áreas de acordo com as temperaturas de cor (quentes, neutras ou frias)
e tipo de iluminação (de uso geral ou de destaque);
4. Escolha de lâmpadas e luminárias de acordo com o estilo desejado para o conceito da
loja. As premissas definidas através do briefing dos clientes são fundamentais para a realização desta
etapa. No entanto, como é feita de maneira preliminar, está suscetível a alterações ou ajustes. Neste
momento, podemos dispor das imagens de referência para ilustrar os efeitos luminotécnicos
desejados.
Considerando que as etapas anteriores sofreram os devidos ajustes e os clientes
validaram a versão final dos estudos preliminares, daremos início ao que chamamos de projeto
executivo de iluminação de interiores. Esse é o material que deve ser entregue aos profissionais de
execução (fornecedores, eletricistas, gesseiros, etc.) e deve conter todas as informações necessárias
para a execução do referido projeto.
O primeiro passo para iniciarmos a elaboração do projeto executivo é calcular a
iluminação. No caso do projeto modelo, optamos por especificar a iluminação geral através do uso
de:
• Sancas no forro de gesso com luminárias tubulares embutidas;
• Fitas de LED iluminando as araras de roupas e prateleiras
• Pontos focais sobre a mesa de exposição central e na vitrine;
• Luz difusa no caixa e no provador. Nesse último ambiente, contamos com iluminação
extra instalada na lateral do espelho;
• Um ponto para a placa iluminada na parede de fundo da loja;
• Iluminação geral difusa na área de estoque.
A distribuição das fontes de luz deve ser uniforme, a fim de garantir que o raio de
iluminação seja suficiente para preencher o ambiente sem gerar excessos de luz em algumas áreas,
e sombras em outras.
Na prática, determinamos a localização dos pontos de luz através de eixos que devemos
identificar no projeto. Por exemplo: o eixo central da loja, o eixo da bancada do caixa, o eixo da mesa
expositora central, etc. Devemos sempre dividir os espaços em módulos que sigam uma sequência
lógica, que facilite a execução da obra e que permita a leitura do ambiente com unidade.
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Para detalhar o passo a passo da distribuição das luminárias, utilizaremos o exemplo do
caixa, que foi feito da seguinte maneira:
• Identificamos o eixo principal da bancada para definir o primeiro alinhamento das
luminárias;
• Em seguida, dividimos a medida menor da bancada em duas metades (25cm e 25cm);
• Logo, dividimos a largura total do caixa em duas partes iguais e posicionamos o ponto
de luz no centro de cada uma das duas metades.
Para que não sejam cotadas dimensões quebradas (no exemplo do caixa:
0,375m; 0,75m e 0,375m), movemos os pontos de iluminação para as
medidas arredondadas mais próximas (no exemplo do caixa: 0,40m; 0,70m e
0,40m).
Dessa forma, a instalação das luminárias se torna mais simples e com menor
possibilidade de erros na marcação das medidas.
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Vale salientar que as cotas (medidas) para locação dos pontos devem ser posicionadas
com relação a elementos fixos como paredes, aberturas, pilares, etc. Somente assim, será possível
fazer as marcações no forro enquanto a obra estiver em execução.
Uma outra dica é inserir as cotas da forma que facilite a leitura das informações. No caso
da figura acima, as dimensões foram posicionadas o mais próximo possível dos pontos. Mas, em
outros casos, pode resultar em desenhos muito carregados de informações e até confusos.
Concluídas as etapas anteriormente descritas, nos resta realizar os cálculos das lâmpadas
que serão especificadas no projeto. Existem algumas formas de dimensionar os lumens de um projeto
de iluminação. No entanto, concentraremos nossas energias em discutir as três formas principais: os
cálculos manuais, o cálculo por planilha e os softwares de cálculo de iluminação.
Os cálculos manuais podem ser resumidos em duas formas: método ponto a ponto e
método dos lumens.
Onde:
“E” é a iluminância média desejada;
“I” é a intensidade luminosa;
“h” é a altura entre a fonte de luz e o local de trabalho.
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Vamos exemplificar a aplicação da fórmula utilizando a mesa de exposição central do
nosso projeto modelo. Primeiro, fazemos um corte esquemático do local para que seja encontrado o
ângulo necessário para a mesa, que seria de 24º.
Para a iluminação de destaque, é importante notar que ela deve ter entre 3 a
5 vezes a quantidade de luz geral da loja. Caso contrário, terá um efeito
homogêneo com relação aos demais pontos e não destacará os elementos
adequadamente.
Agora vamos ao cálculo. Partindo da fórmula citada anteriormente (E= I / h²), temos:
Nesse caso, precisamos de uma lâmpada com um facho de abertura de 24º, com
aproximadamente 3.078 cd. Essas informações já são suficientes para que seja feita uma busca em
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catálogos de fabricantes que ofereçam lâmpadas que se adéquem à necessidade indicada pelo
cálculo. Veja o exemplo a seguir:
Figura 65: Especificações técnicas de uma lâmpada Par30 retirada do catálogo de um fabricante de lâmpadas.
Fonte: Catálogo Stella.
Descrição: lâmpada na cor branca, modelo PAR 30 EVO, e com diversas especificações da lâmpada.
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Figura 66: Corte esquemático da vitrine.
Fonte: Acervo do autor, 2019.
Descrição: desenho esquemático de uma vitrine e um fecho de luz saindo de uma luminária no teto.
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• “Fu” é o fator de utilização. Antes de conhecermos a fórmula do Fu, calcularemos o
índice do local, ou “K”.
Obs.: Não confundir a variável “K”da fórmula com o Kelvin, que utilizamos
para temperatura de cor da luz!
Legenda:
c - comprimento do ambiente
l - largura do ambiente
h - altura do ambiente
h’ – distância do teto ao plano de trabalho
Com o valor de “K” em mãos, juntamente com o índice de refletância do local (que
discutiremos mais adiante) chegaremos ao Fator de utilização (Fu) através das tabelas fornecidas
pelos fabricantes de luminárias, como vemos na figura abaixo:
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Figura 67: Tabela de fator de utilização.
Fonte: https://hosting.iar.unicamp.br/lab/luz/ld/Livros/ManualOsram.pdf
Descrição: Tabela de fator de utilização.
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Figura 68: Tabela de refletâncias.
Fonte: Manual de Iluminação da Procel.
Descrição: tabela de refletâncias onde apresenta material ou cor e valor de diversos materiais.
A Procel ainda disponibiliza uma tabela que categoriza seu conteúdo em apenas cinco
itens, o que pode simplificar sua aplicação no dia-a-dia, mas suprime informações que podem ser
fundamentais em situações específicas do projeto de iluminação:
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• 0,85 ou 0,80 para ambientes com uma boa manutenção;
• 0,70 para ambientes com uma manutenção ruim;
• 0,60 para ambientes com uma manutenção crítica.
Por último, temos a variável FFL, que significa fator do fluxo luminoso do reator, que
podem aumentar ou diminuir o fluxo de luz das lâmpadas e devem ser informados pelos seus
respectivos fabricantes.
Para situações excepcionais, em que são utilizados reatores eletromagnéticos ou quando
o fabricante não informa o FFL da fonte luminosa, adotamos FFL=1,0.
Para exemplificar novamente, utilizaremos a loja de roupas detalhada no nosso projeto
modelo:
Para calcular a iluminação da área geral, começamos consultando a NBR 8995-1/2013
sobre a quantidade de luz que precisamos ter naquele ambiente. Sabendo que é uma área de varejo
pequena, precisamos ter 300 lux na área geral e 500 lux na área do caixa.
Figura 70: Tabela indicativa da quantidade de luz de acordo com a NBR 8995-1/2013.
Fonte: NBR 8995-1, 2013.
Descrição: Tabela indicativa da quantidade de luz do setor de varejo.
A partir daí, calculamos a quantidade de luz necessária em cada lâmpada para que o
projeto seja dimensionado adequadamente:
𝑵 = 𝑬 𝒙 𝑨/ 𝛗 𝐱 𝐅𝐮 𝐱 𝐅𝐝 𝐱 𝐅𝐅𝐋
8 = 300 x 22,68 / Φ x 0,54 x 0,85 x 1
Φ=6.804/3,67
Φ=1.850 lumens/lâmpada.
Considerando o tamanho da loja e a luminância desejada, o resultado da aplicação da
fórmula nos indica que a iluminação geral deve ser composta por 8 lâmpadas com 1850 lúmens cada.
Em seguida, devemos consultar catálogos de fornecedores a fim de encontrar a fonte de
luz adequada para o projeto. Caso seja necessário, devemos adequar a quantidade de luminárias
(para mais ou para menos) de acordo com a variação da luminância de cada fonte de luz, desde que
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as indicações da norma sejam seguidas. Da mesma forma, é possível que nenhum fabricante ofereça
modelos com a quantidade exata de lúmens encontrada nos cálculos. Devemos analisar caso a caso,
mas em geral arredonda-se para o modelo superior mais próximo.
Nesse caso, encontramos a fonte de luz ideal para o nosso projeto em um catálogo de
lâmpadas da fabricante Stella, conforme especificações abaixo:
De forma genérica, devem ser feitos os demais cálculos de iluminação para áreas de
trabalho: caixa e estoque. Lembrando sempre de consultar as recomendações da NBR 8995-1/2013
sobre a luminância média.
Agora que entendemos o passo a passo do cálculo da iluminação, é possível criar recursos
que facilitem a realização desse processo para outros projetos de iluminação. Por ser um caminho
extenso, é interessante preparar as fórmulas em planilhas e deixar apenas as lacunas para que sejam
inseridos os valores conhecidos. Assim, o resultado será encontrado com mais rapidez e precisão.
Note que testes devem ser realizados com a planilha para se certificar de que os resultados estarão
condizentes com os valores encontrados manualmente. Feito isso, resta utilizá-la em quantos
projetos forem necessários.
Para aqueles que desejam obter planilhas de cálculo de iluminação prontas, é possível
encontrar opções na internet, porém costumam ser pagas. No entanto, vale salientar que algumas
planilhas comercializáveis são disponibilizadas por profissionais bastante conceituados e têm altos
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índices de confiabilidade. De qualquer forma, a realização de testes é uma excelente prática antes de
realizar especificações em projetos reais.
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Agora que compreendeu todo o passo a passo que construímos ao longo da disciplina,
você está apto a desenvolver um projeto completo de iluminação de interiores. Como resultado do
projeto técnico, teremos as seguintes representações:
• Planta baixa
Figura 73: Planta de locação dos pontos de iluminação com diferentes tipos de símbolos para cada tipo de luminária e
lâmpada, bem como todas as dimensões necessárias para a execução do projeto.
Fonte: Acervo do Autor, 2019.
Descrição: planta baixa de uma loja com a locação de pontos de iluminação.
Como vimos anteriormente, a planta baixa do projeto de iluminação será responsável por
representar a distribuição das lâmpadas e luminárias de acordo com as especificações e necessidades
do projeto. Lembrando que é comum que as quantidades e distâncias sejam ajustadas ao longo da
elaboração do projeto, pois diferentes características dos pontos de luz podem ser encontradas com
a realização dos cálculos de iluminação.
• Legenda
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Figura 74: Legenda do projeto executivo de iluminação de interiores.
Fonte: Acervo do autor, 2019.
Descrição: tabela de legenda do projeto executivo de iluminação de interiores.
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Figura 75: Imagens de referência de luminárias.
Fonte: Acervo do autor, 2019.
Descrição: fotos diversas de luminárias.
Como foi descrito anteriormente, utilizar imagens de referências permite que todos os
envolvidos no projeto tenham conhecimento, ainda que ilustrativo, dos componentes que foram
especificados pelo projetista. Como o nome já sugere, são imagens que devem ser utilizadas apenas
para referências, pois nem sempre os modelos indicados serão encontrados facilmente para
aquisição. De toda forma, o profissional autor do projeto deve ser consultado em caso de haver a
necessidade de realizar qualquer tipo de alteração no projeto.
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Conclusão
Prezado estudante, concluímos o conteúdo referente à disciplina de Iluminação de
Interiores e espero que todas as expectativas tenham sido alcançadas. A introdução teórica seguida
da aplicação prática do conteúdo, reflete a importância de um técnico em Design de Interiores
conhecer parte dos desafios que enfrentarão como projetistas.
Sendo a Iluminação de Interiores uma área do conhecimento bastante vasta e rica, vale
salientar que o aprofundamento técnico em temas específicos fará de você um profissional completo
e respeitado. O presente material, aliado a diferentes fontes de consulta, permitirá que seus projetos
de Iluminação de Interiores sejam bastante coerentes e muito bem fundamentados no aspecto
técnico.
Com carinho e dedicação, desenvolvemos este conteúdo para auxiliar sua formação
profissional. Assim, torcemos pelo seu sucesso e estamos certos de que concluir este ciclo representa
um passo fundamental na sua carreira.
Bons estudos!
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Referências
BRANDSTON, Howard. M. Aprender a ver. A essência do design de iluminação. São Paulo: De Maio e
Comunicação Editora. 2010.
COSTA, Gilberto José Corrêa. Iluminação econômica: cálculo e avaliação. 4 ed. Porto Alegre: EDIPUC,
2006.
DILAURA, D.L., HOUSER, K.W., MISTRICK, R.G., STEFFY, G.R., The Lighting Handbook. Illuminating
Engineering Society. 10º Edição. 2011.
INNES, Malcolm. Iluminação no design de interiores. 3 ed. São Paulo: Gustavo Gilli, 2014.
VIANNA, Nelson Solano; GONÇALVES, Joana Carla Soares. Iluminação e arquitetura. São Paulo: Virtus.
2001.
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Minicurrículo do Professor
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