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ANAIS
ISSN 2316-8846
Realização:
Núcleo Viktor Frankl de Logoterapia da Universidade Estadual da Paraíba
Presidência do Congresso:
Gilvan de Melo Santos
Apoio:
Universidade Estadual da Paraíba
Centro Paraibano de Estudos do Sono e do Imaginário
Associação Brasileira de Logoterapia e Análise Existencial
Associação dos Docentes da Universidade Estadual da Paraíba
Colégio Motiva
Conselho Regional de Psicologia – Região 13
Livraria Campinense
Clínica Santé
Casulo Artes Naturais
Gráfica Universitária UEPB
Instituto Geist
Grupo de Pesquisa Nous (UFPB)
Secretaria de Educação Campina Grande
Coordenadoria de Turismo Campina Grande
Marc Center Hotel
Seminário Diocesano São João Maria Vianney
Sítio São João
Trajjetus Turismo
ISSN 2316-8846
COMISSÃO ORGANIZADORA
Presidente do Congresso
Comissão Científica
Comissão Executiva
SUMÁRIO
A educação é um campo que contribui para a interação humana, que conduz o sujeito ao
mundo. Ao longo do tempo, a educação vem passando por transformações, atualmente
caracterizada dentro um contexto social de consumismo. Nessa ótica, a possibilidade de
vazio e frustração existencial é uma realidade dentro do contexto educativo,
necessitando ser problematizada a fim de pensar-se o sentido da educação na atualidade.
Dessa forma, a Logoterapia entende que o processo educativo requer responsabilidade,
ou seja, o ser humano é livre e responsável pelas suas escolhas, e no âmbito educacional
esta liberdade proporciona o caminho para o conhecimento, orientando-o para o sentido.
Nesta perspectiva, o presente artigo objetiva relacionar os principais conceitos sobre a
Educação numa perspectiva logoterapêutica, na tentativa de perceber como o sentido na
Educação se faz importante para os atores de tal processo, uma vez que a aprendizagem
repleta de sentido possibilita o resgate de valores éticos e morais. Para isso, foi realizada
uma revisão bibliográfica, utilizando como fontes de pesquisa artigos, livros e
publicações on-line, tanto na seara da educação, como na logoterapia a fim de relacioná-
los. Compreende-se que a falta de sentido na esfera educacional interfere negativamente
na aprendizagem, podendo acarretar dificuldades na relação professor e aluno. Além
disso, há uma carência de discussões sobre tal tema, tornando-se necessário mais
estudos que busquem entender a relação de sentido existencial com a aprendizagem.
A cada ano cresce o número de pessoas que cometem suicídio. É necessário que a
temática seja discutida de forma consciente e responsável, trazendo a tona os aspectos
envolvidos e as principais causas. No plano puramente teórico o suicídio pode ser
explicado como um sacrifício conscientemente oferecido. No entanto, os motivos de um
suicídio também brotam muitas vezes de ressentimentos, problemas psicopatológicos,
problemas do contexto sócio-cultural-emocional que se tornam situações aparentemente
sem perspectivas. O suicídio incita a perpetuação do passado, e ao invés de arrancar do
mundo uma infelicidade ocorrida, ele retira o eu, e nada mais, dessa forma vemos o
suicídio como uma desistência da própria vida, mas a discussão é o que leva o sujeito a
desistir de sua vida? Quais aspectos influenciam o ato do suicídio? Porque a cada dia
cresce o número de pessoas que não se sentem capazes de resolver seus problemas e
ressignificar seus sentimentos? Será possível que não haja nenhum sentido a ser
realizado? É imprescindível que o tema seja discutido, trazendo a tona discussões sobre
a maneira com a qual devemos tratar a temática, e como podemos evitar o crescimento
de suicídios de forma preventiva. É necessário que as pessoas consigam sair do vazio
existencial em que se encontram. Dessa forma, é nosso dever mostrar o caráter de
desistência envolto no suicídio, deixando claro que ele não resolverá a atual situação do
sujeito. Precisamos apelar pela vida, e pelos tantos sentidos que a envolvem,
incentivando no sujeito a vontade de sentido e resgatando do vazio existencial ao qual
se encontra, somente assim, ele será capaz de ressignificar seu passado, se direcionando
a um futuro no qual será dele a responsabilidade pela busca de suas realizações e
plenitude de sentidos. O objetivo do presente artigo é incitar discussões acerca de um
tema que ainda é tabu na sociedade em que vivemos, partindo da premissa que o ideal
não é que nos anulemos perante as questões difíceis, mas sim, que haja discussões
saudáveis, visando a diminuição do número de suicídios como também, ampliar a visão
da sociedade com relação a temática, e mostrar através da Logoterapia, que é possível
retirar esse sujeito imerso no vazio existencial ao qual se encontra reconectando-o a sua
dimensão noética. Para isso será realizada uma revisão bibliográfica a partir dos textos
da Logoterapia para fundamentar o artigo.
A Logoterapia nos proporciona uma gama de conceitos e técnicas que permitem o bom
desenvolvimento e acompanhamento do trabalho psicoterápico clínico, tal como
podemos observar a partir dos relatos apresentados em vários artigos publicados, e a
partir das considerações de seu fundador. ALogoterapia, enquanto prática e teoria
psicológica ressalta a importância de possibilitar ao outro a percepção de que devemos
buscar sempre descobrir um sentido para a vida, pois tal sentido já se encontra no
mundo, o que falta é alguém disposto a realizar a grande aventura de buscá-lo.Dessa
forma, com base nos estudos realizados, o presente artigo realizou uma leitura do modo
de ser depressivo a partir dasbases teóricas da abordagem em questão. Tal leitura elege
como centrais os conceitos de isolamento, morte e liberdade, pois esses fenômenos
foram os que mais se apresentaram. O objetivo é discutir melhor as técnicas
logoterápicas, a partir de seu uso e articulação conceitual assim como contribuir para o
aprimoramento dos acompanhamentos psicoterápicos direcionados para pessoas em
depressão. Metodologicamente, a pesquisa se classifica como qualitativa de cunho
bibliográfico. Os resultadosobtidosdemonstram que a questão da liberdade remete a um
necessário diálogo sobre a responsabilidade que a pessoa precisa ter para o
enfrentamento de sua condição depressiva. Cabe, portanto, ao trabalho logoterápico
atuar como facilitador no processo pessoal da busca de um sentido para o
preenchimento do vazio existencial, onde observamos que tem relação com diversas
outras dificuldades ocasionando o isolamento social. A presente pesquisa visa contribuir
e provocar reflexões sobre a prática da Logoterapia e suas técnicas no que concerne ao
tratamento da depressão enquanto resultado de uma crise de sentido. Por fim, esperamos
também contribuir academicamente com a articulação dos conhecimentos teóricos puros
de técnicas advindas dos trabalhos de autores que tem embasamento teórico e prática
clínica com suas singularidades.
1
Graduanda do curso de psicologia da Faculdade de Ciências Aplicadas Doutor Leão Sampaio. E mail:
lban07@hotmail.com.
2
Graduando do curso de psicologia da Faculdade de Ciências Aplicadas Doutor Leão Sampaio. E mail:
andre19al@gmail.com.
3
Graduanda do curso de psicologia da Faculdade de Ciências Aplicadas Doutor Leão Sampaio. E mail:
Nancy.cardoso@hotmail.com.
4
Professor Ms. do curso de Psicologia da Faculdade de Ciências Aplicadas Doutor Leão Sampaio e orientador do
trabalho.
ISSN 2316-8846
2
Bióloga e Psicóloga Logoterapeuta pela Universidade Estadual da Paraíba.
3
Professora Doutora do Departamento de Psicologia da Universidade Estadual da Paraíba.
ISSN 2316-8846
O luto mal elaborado, diante da não aceitação da morte pode gerar um estado de pesar
que associado à impossibilidade de adaptação a perda, impede o sujeito de ajustar-se
emocionalmente as relações cotidianas mais básicas, além da falta de perspectivas de
futuro e a incapacidade de atribuir um sentido para a vida. O vazio existencial surge em
demanda do sofrimento psíquico, sentido a partir da recusa do sujeito em aceitar a morte
como algo irreversível. Para a logoterapia existência humana tem um aspecto trágico e é
essa perspectiva do fim que torna o homem verdadeiramente humano, tornando esse
processo de morte algo necessário, cabendo ao indivíduo responsabilizar-se e buscar um
sentido para a vida. Desta forma, o presente trabalho tem como tema, o vazio da perda e
elaboração do luto, buscando um sentido para a vida. O escopo aqui pretendido é
discutir sobre a importância de trabalhar o vazio da perda e elaboração do luto na
tentativa de compreender a experiência do sentido relacionado às contribuições da
logoterapia. O luto é um processo que ocorre diante de qualquer perda significativa, seja
ela real ou simbólica sendo necessário e fundamental para que o vazio advindo do
sofrimento possa ser trabalhado. Assim, ver-se a necessidade de se discutir sobre quais
conflitos podem vir a ser enfrentados diante do luto mal elaborado e suas consequências
na vida do enlutado. Para tanto, utiliza-se de metodologia de pesquisa qualitativa de
cunho bibliográfico, tendo como fontes de embasamento, artigos acadêmicos, livros, e-
books, utilizados como instrumentos para o entendimento deste processo. Os resultados
obtidos com essa pesquisa mostram que devido o desgaste vivenciado pelo enlutado e a
impossibilidade de refletir, adaptar-se e compreender a finitude como aspecto autêntico
da existência humana, acaba por configurar uma deficiente preparação do indivíduo
diante do enfretamento da perda, considerando assim que quanto mais o sujeito
expressar seus sentimentos, maior as chances de encontrar possibilidades para aceitação
do sofrimento e consequentemente ressignificá-lo.
1
Graduanda do curso de psicologia da Faculdade de Ciências Aplicadas Doutor Leão Sampaio. E mail:
lban07@hotmail.com.
2
Graduando do curso de psicologia da Faculdade de Ciências Aplicadas Doutor Leão Sampaio. E mail:
andre19al@gmail.com.
3
Graduanda do curso de psicologia da Faculdade de Ciências Aplicadas Doutor Leão Sampaio. E mail:
Nancy.cardoso@hotmail.com.
4
Professor Ms. do curso de Psicologia da Faculdade de Ciências Aplicadas Doutor Leão Sampaio e orientador do
trabalho.
ISSN 2316-8846
1
Nancy de Lima Cardoso, graduanda do curso de Psicologia: nancy.cardoso@hotmail.com
2
André Luíz da silva Leite, graduando do curso de Psicologia: andre19al@gmail.com
3
Lindemberg Dias Alves, graduando do curso de psicologia: Lindembergpsi@hotmail.com
4
Luzia Bevenuto de Araújo Neta, graduanda do curso de Psicologia: lban07@hotmail.com
Joel Lima Júnior, Mestre em Ciências da Saúde: joellijr@yahoo.com.br5
O Sistema Único de Saúde (SUS), sistema de saúde oficial brasileiro vigente desde a
aprovação da atual Constituição Federal de 1988, é composto por um conjunto
organizado e articulado de serviços e ações de saúde, integrantes das organizações
públicas de saúde nas esferas municipal, estadual e federal, além dos serviços privados
vistos como complementares. O sistema é compreendido como único, pois os princípios
e diretrizes que balizam a organização dos serviços e ações devem ser os mesmos nessas
três esferas de governo. Tem como princípios doutrinários: a universalidade, equidade e
integralidade; e seus princípios organizativos são: a descentralização, regionalização e
hierarquização do sistema e como também, a participação e controle social. Lançada em
2003, a Política Nacional de Humanização (PNH) busca pôr em prática os princípios do
SUS no cotidiano dos serviços de saúde, produzindo mudanças nos modos de gerir e
cuidar. Esta política aposta na inclusão da tríade trabalhadores-usuários-gestores na
produção e gestão do cuidado e dos processos de trabalho. Nesse sentido, a
humanização supõe troca de saberes, incluindo os dos pacientes e familiares, diálogo
entre profissionais e modos de trabalhar em equipe, ou seja, um verdadeiro encontro
entre subjetividades na promoção e produção do cuidado em saúde. A Logoterapia de
Viktor E. Frankl, como teoria e terapia humanista, realiza em sua prática imanente uma
terapia do homem para libertar o homem. O encontro existencial revela uma postura por
parte do terapeuta que evidencia o respeito ao primado da pessoa humana, o respeito a
sua dignidade enquanto ser-no-mundo. No âmbito das profissionais da saúde que se
entrincheiram atrás das falsas seguranças de um atuar inatacável, porém privado de
vitalidade, terminam por perder de vista o sentido autêntico de seu trabalho. Por sua
vez, através do método fenomenológico-existencial, o profissional de saúde ancorado
pela Logoterapia, tem a oportunidade de ultrapassar a superficialidade e captar o
homem que está em cada usuário, e com isso, a produção do cuidado, a humanização e a
troca de saberes e experiências entre esses atores se tornam inerentes à práxis da saúde.
Isso é reforçado pela atitude logoterapêutica ou a logo-atitude preconizada por Frankl,
onde a pessoa do profissional de saúde deve direcionar seu olhar para o homem, além de
quaisquer que sejam seus sintomas.
ISSN 2316-8846
KamilaLarice Rodrigues
Denise Carla Bernardes Siqueira
Vitória Régia de Oliveira Moura
Alisson de Meneses Pontes
O objetivo deste trabalho foi verificar a importância do sentido da vida paraa PVHA.
Foi realizada uma revisão sistemática da literatura, através de pesquisas publicadas nas
Bases de Dados SciELO, Medline e Lilacs nos últimos 20 anos. Foram utilizados como
descritores “HIV/AIDS” e “sentido da vida”. Observou-se umaescassez de trabalhos
que abordem o sentido da vida nessa população. De forma geral o sentido foi um
importante fator de proteção para a saúde física e mental; também proporcionou
melhoras nos relacionamentos consigo, com osoutros e com o Divino. Sugere-se o
desenvolvimento de novas pesquisas que abordem o sentido da vida em PVHA.
Portanto, mesmo diante de uma doença ainda sem cura e com forte estigma, existe
possibilidade de a PVHA transcender as adversidades impostas pela doença, sobrepujar
suas limitações, realizar valores e, consequentemente, desenvolver uma existência plena
de sentido.
Nos dias atuais, é muito frequente a expressão “o que importa é ser feliz”, e parece que
o homem está em busca dessa tal felicidade, seja a felicidade proveniente da realização
profissional, da realização amorosa e afetiva, enfim, de conquistas nas mais diversas
esferas da vida. Segundo Freud, a motivação básica do ser humano é a busca do prazer,
já Adler „afirma que a motivação humana seria a busca pelo poder. No entanto, para
Frankl, o homem necessita de um sentido de vida para poder apresentar o
direcionamento de suas ações, e principalmente para entender o porquê de sua
existência. Partindo desta reflexão, o presente estudo teve como objetivo principal
discutir sobre o fenômeno da felicidade humana, pautada na visão antropológica e
psicológica da Logoterapia. Tratou-se de uma revisão da literatura baseada nas obras de
Viktor Frankl e de outros autores dessa abordagem. O artigo enfatiza a importância da
autotranscendência e a compreensão de que o homem não deve buscar a felicidade, uma
vez que é a “busca da felicidade” que frustra sua obtenção. Conclui-se que o homem
não deve ser guiado em busca da autorrealização, porém, por meio da
autotranscendência, precisa realizar os valores criativos, vivenciais e atitudinais e, desse
modo, a autorrealização acontece como conseqüência da dedicação a algo ou alguém
diferente de si mesmo, o que corrobora com o entendimento frankliano, ao afirmar que
o sucesso, assim como a felicidade, não pode ser perseguido; ele deve acontecer, e só
tem lugar como efeito colateral de uma dedicação pessoal a uma causa maior que a
pessoa, ou como subproduto da rendição pessoal a outro ser.
Sentido e trabalho são temáticas bastante recorrentes nas obras de Victor Frankl - judeu
e sobrevivente dos campos de concentração durante a segunda grande guerra. Para o
terapeuta, a saúde e o bem-estar decorre da capacidade do trabalhador encontrar sentido
realizando sobre seu fazer e aceito como atividade agradável e gratificante. O trabalho,
segundo o autor o autor, pode ser um espaço de expressão da faculdade criadora do
homem como ser cultivador além do caminho para realizar algo único e irrepetível o
que, complementa ele, difere essencialmente da compreensão de profissão; uma vez que
o importante não é o que se cria, mas como se cria. O caminho da criação é
pavimentado por sentimentos e situações reconhecidos frente à realidade que desafia o
homem para a ação, tornando-se uma experiência única e individual. Com uma
biografia semelhante à de Frankl; a, também judia, Hannah Arendt afirma que a
capacidade do homem tem de iniciar algo novo, a natalidade, é uma condição humana.
Além da natalidade, a vida e os aparatos produzidos pelo homem para garantir sua
sobrevivência constituem as condições da existência as quais se relacionam com três
atividades realizadas pelo próprio homem: ação, labor e obra. As atividades compõem o
que a teórica atribui de vitaactiva, ação desenvolvida pelo estado de liberdade humana,
mas que nos últimos tempos tem sido tolhida pela maneira como as regras e a
conformidade se estabelecem no mundo comprometendo seu desenvolvimento e
criatividade. Este trabalho, tem o objetivo de propor um diálogo entre análise existencial
e a vitaactiva, como bases para ampliar a compreensão do trabalho como dimensão
ontológica para ação e vivências dos valores relacionados à criação, ao novo. A
metodologia é o estudo bibliográfico e parte de uma pesquisa em andamento
desenvolvida no Doutorado de Psicologia Clínica da UNICAP, realizada pelos autores,
sendo o primeiro a aluna e o segundo o orientador. Espera-se, que o trabalho produza
conhecimento de base fenomenológica existencial que oriente uma ação clínica que,
conforme afirmava Frankl, vá além dos limites traçados pela técnica. Uma prática que
aponte outras possibilidades de compreensão dos aspectos que perpassam o sentido
atribuído ao trabalho e possa ampliar o espaço de intervenções na logoterapia clínica e
nas instituições.
Na esfera da existência humana o homem vive sua experiência de maneira única. Ele é
livre em suas escolhas e atitudes frente às circunstâncias da sua caminhada, e é
individualmente responsável pelas suas respectivas consequências. A angústia
existencial enquanto modo de ser, pode se tornar uma destas consequências.Vários
teóricos existencialistas têm contribuído significativamente para o estudo da angústia, e
sua correlação na busca de sentido, uma vez que esta interfere na plenitude do ser. O
presente artigo dedica-se em estudar a temática da “angústia existencial”, tendo como
objeto encontrar uma relação entre os autores Heidegger e Frankl a partir de uma
revisão bibliográfica e por conseguinte relaciona-la a análise existencial na Logoterapia.
O homem por ter infinitas possibilidades pode angustiar-se ao perceber que é um ser
finito, um ser para morte. E ao deparar-se com conflitos existenciais que bloqueiam suas
pretensas realizações e que paralisam o ritmo direcionado a busca de sentido, sua
vontade de sentido pode ser entorpecida. O fracasso pela não satisfação dos seus anseios
e valores desemboca no indivíduo uma frustração existencial, a ponto de ele falhar no
encontro com o sentido da vida.
O presente estudo faz uma análise comparativa entre a Logoterapia de Viktor Frankl e o
Budismo através da análise de parábolas budistas. A primeira parábola analisada foi “A
semente de mostarda”, que conta a história de uma mãe que não conseguia suportar a
dor de ter perdido um filho. Utilizou-se o sentido do sofrimento para compreender o
texto. “O homem bom” foi a segunda parábola estudada, tratando-se de um homem que
buscava a iluminação como meta, e não como consequência de seus atos. Para analisar
essa parábola foi usado o conceito de autotranscedência de Frankl. Por fim, o “Céu e o
Inferno” foi a última parábola trabalhada neste artigo, tratando-se de um homem que
questionava a sua vida diante da finitude. Foi utilizado o Sentido da Morte para analisar
esta parábola. A área temática do presente estudo é a Filosofia Existencial
A sexualidade nos dias atuais vem sendo banalizada e confundida apenas com o ato
sexual, limitando-se à liberação de impulsos e à busca de prazer. Dessa forma, vem
sendo desconsiderada como dimensão humana, que está presente em todas as
experiências da vida. De acordo com a Logoterapia e Análise Existencial de Viktor
Emil Frankl a sexualidade não se resume em impulso sexual, mas trata-se de uma
dimensão noética (ou espiritual) do sujeito. É conhecido que a puberdade e a
adolescência são fases marcantes do desenvolvimento psicossexual, por serem cercadas
por modificações físicas e psíquicas. Tais modificações despertam novos desejos,
fantasias e incertezas que não afetam tão somente o sujeito, mas, provoca em sua
família medos e dúvidas quanto à educação sexual dos filhos. Estas questões se
acentuam quando se tratam de crianças e adolescentes deficientes visuais, uma vez que,
tanto a deficiência quanto a sexualidade são cercadas de preconceitos e falta de
informação. Diante do exposto a pesquisa objetiva analisar a percepção das famílias
acerca da sexualidade de seus filhos, crianças e adolescentes deficientes visuais,
vinculados ao Instituto de Educação e Assistência aos Cegos do Nordeste de Campina
Grande-PB. A pesquisa será realizada através do estudo qualitativo pesquisa-ação.
Segundo Thiollent (2011) &Caleffe; Moreira (2008) este é um tipo de pesquisa social
com base empírica, na qual há uma ampla interação entre pesquisadores e pessoas
envolvidas na situação problema. A amostra não aleatória é composta por seis famílias
de crianças e adolescentes deficientes visuais com idade entre 10 e 15 anos, de ambos os
sexos. Como instrumento de coleta de dados optamos pela entrevista semiestrutura
gravada em áudio. Para estudo dos dados coletados será utilizada a técnica de análise de
conteúdo (BARDIN, 2011), que propõe a descrição analítica e interpretação inferencial
das informações obtidas. A pesquisa encontra-se em andamento e após a conclusão da
mesma, serão feitas intervenções junto ao grupo de sujeitos, com base nos resultados
encontrados.
5
Autora do trabalho. Faculdade Sant’Ana.
6
Autora do trabalho. Faculdade Sant’Ana.
7
Professora e Orientadora. Faculdade Sant’Ana.
ISSN 2316-8846
O filme A Vida é Bela (1997) apresenta a história do judeu Guido, que, juntamente com
o filho Giosuè, é capturado e levado para um campo de concentração. Neste lugar, ele
encontra um motivo para enfrentar os problemas causados pela difícil situação: fazer
Giosuè acreditar que eles estavam ali para participarem de um jogo que resultaria em
um grande prêmio. De forma semelhante, o psiquiatra vienense Viktor E. Frankl,
também judeu, viveu, de fato, a experiência do campo de concentração, mas seu
pensamento singular de que a vida possui um sentido sob qualquer circunstância o fez
encontrar forças para sobreviver. Essa vivência amadureceu suas convicções filosóficas
e psicológicas, concebidas durante sua trajetória acadêmica, levando-o a comprovar a
sua tese central de que o ser humano necessita de significado para viver. Frankl é
considerado o pai da logoterapia, um sistema psicoterapêutico que concebe o sentido
como força motivadora da existência do homem, sendo alcançado e descoberto através
da realização de valores e da autotranscedência – fenômeno este que possibilita a
abertura do indivíduo ao mundo. Considerando a relevância da utilização de filmes
como recurso para compreender e apreender conteúdos e teorias científicas, o objetivo
deste trabalho é analisar o filme A Vida é Bela (1997) sob a perspectiva de conceitos
logoterápicos, como valores, vontade de sentido, sentido do amor, sentido do sofrimento
e autotranscedência. Assim, trata-se de uma análise fílmica que utiliza como
instrumentos metodológicos um disco de DVD e uma revisão bibliográfica na
concepção logoterápica, por meio dos quais foi possível analisar e interpretar as cenas
do referido filme à luz da logoterapia. Observou-se que Guido descobre um sentido para
a sua vida naquele momento mediante a atitude de fazer seu filho ser poupado do
trauma de viver em um campo de concentração. Além disso, ele permitiu que Giosuè
também encontrasse um significado para a sua vida naquela ocasião, pois o garoto ficou
motivado pelo prêmio que poderia ganhar. Conclui-se que o filme oportuniza uma
reflexão do espectador sobre a necessidade de encontrar um verdadeiro sentido nas
diversas situações da vida (em especial aquelas que causam dor e são inevitáveis), bem
como proporciona a compreensão de que, sim, é possível transformar o sofrimento em
triunfo pessoal. Portanto, considera-se que a experiência de Guido é um exemplo de que
o indivíduo pode ser capaz de enxergar a beleza da vida mesmo em meio a
circunstâncias trágicas.
O sentido da vida, segundo Viktor Frankl (2011), pode ser interpretado como uma
vocação, palavra que deriva do verbo latino voco, vocare e significa “chamar”. É um
chamado de algo maior do que o homem, uma missão que só ele pode realizar.
Partindo-se desse conceito e tendo como suporte teórico-metodológico os princípios da
Psicologia Existencial-humanista e, mais especificamente, da Logoterapia, o presente
trabalho tem por objetivo realizar uma reflexão sobre a vida e a obra da artesã Ana das
Carrancas, relacionando a sua história com alguns dos princípios importantes dessas
teorias. Ana das Carrancas foi uma figura pública que viveu na região de Petrolina, PE,
cuja arte pode ser considerada uma metáfora de sua vida, tomando como fonte de dados
recortes de entrevistas publicadas sobre a sua vida e obra. Assim, ao relacioná-las aos
princípios do humanismo, do existencialismo e principais aspectos teóricos da
Logoterapia, tais como valores vivenciais, criativos e de atitudes, além da capacidade
valorativa e resiliente da artesã, evidencia-se seu movimento em busca do sentido da
vida e da superação humana. Frankl (1991) menciona que o homem só se encontra em
sua completude quando absorvido por uma tarefa em que acaba se esquecendo de si
mesmo em prol do seu objetivo, de sua meta, de sua realização e do amor dedicado à
obra. Este aspecto é bastante presente na vida de Ana das Carrancas, que suportou e
superou a miséria e o preconceito por meio de sua arte. É também significativo em suas
esculturas o amor ao marido, deficiente visual, que foi homenageado em cada um de
seus trabalhos quando furava os olhos das carrancas em referência à cegueira. Percebe-
se que Ana respondeu ao seu chamado, à sua vocação. Por este motivo, sua vida foi
repleta de sentido, servindo como exemplo e instrumento àqueles que desejaram ou
desejam seguir o mesmo caminho. Sua história de vida e sua obra são modelos que
precisam ser preservados no imaginário popular de seu povo, como referências artísticas
e de atitude humana diante da vida.
Resumo: A música tem o poder de tratar de temas muito próprios do humano, sendo a
arte, com seus aspectos estéticos, considerada por Frankl uma manifestação daquilo que
é próprio do inconsciente espiritual. Estando a espiritualidade e a criatividade artística
muito ligadas àquilo que é genuinamente humano, percebe-se que é possível encontrar
em letras de músicas de autores brasileiros, a capacidade de realizar valores e os
aspectos próprios do poder da resistência de espírito, ou seja, a capacidade de superação
espiritual diante do destino que se apresenta ao homem das mais variadas formas e ao
qual ele é livre para responder. Especificamente, na música “Azul da cor do mar” o
autor Tim Maia retrata um pouco de sua aprendizagem e resiliência diante das
fatalidades da vida, trazendo de maneira breve sua percepção e posicionamento diante
dos sofrimentos inevitáveis. Neste sentido, o presente trabalho teve como objetivo
verificar a busca de sentido e a realização de valores como resposta possível ao homem
simples que sofre que é capaz de cantar seu sofrimento, mas que ao mesmo tempo intui
e experimenta uma razão maior que o faz transcender a si mesmo. A análise desta obra
está embasada nos aspectos da teoria de Viktor Frankl que retratam o poder da
resistência de espírito diante do impacto de um destino que o homem não pode mudar,
mas que o convida a mudar a si mesmo e a posicionar-se diante da vida. Diante do
exposto, percebe-se a capacidade do olhar da Logoterapia e Análise Existencial perante
o homem, compreendendo-o como um ser livre e responsável diante da vida e que
mesmo em situações inevitáveis pode realizar valores, contemplar o belo, gerar arte e
até mesmo modificar a si mesmo, se assim perceber que é necessário. Este trabalho se
insere na Àrea 7 – Logoterapia, arte e imaginário.