inadimplência já completava 06 (SEIS) MESES, sem contar os quatro meses do período de FEV/95 a JUN/95 que também não foram pagos, tendo sido incorporados ao saldo devedor (doc.). Apesar disso, pretende o mutuário alegar a litigiosidade do contrato para desobrigar-se dos encargos mensais, para que possa continuar a morar GRATUITAMENTE no imóvel financiado, buscando valer-se do Poder Judiciário para obter vantagem sem causa.
Ora, estando comprovada a mora do mutuário,
como está, há mais de três prestações mensais, configura-se o vencimento antecipado da dívida nos termos do contrato, ensejando sua conseqüente execução, judicial ou extrajudicial, nos termos da lei e do contrato.
Não há, portanto, como emprestar amparo
jurisdicional para pedido de revisão do contrato, em relação as prestaçõese recálculo do saldo devedor,
a) seja para garantir ao devedor o descumprimento
da cláusula que estabelece pagamentos mensais do mútuo contratado, ficando o agente financeiro sem receber um centavo sequer dos valores mutuados;
b) seja para negar ao credor o direito de agir em
defesa de seu crédito, pois tratar-se-ia de enriquecimento ilícito do devedor, em detrimento do credor, não sendo possível admitir que o Judiciário homologue e acate os desdobramentos da ardilosa manobra encetada que, além disso, ainda implica em desrespeito ao princípio do pacta sunt servanda, e em negativa de vigência a expressas disposições de leis federais, bem como à própria Constituição Federal.
Com efeito, dar amparo à pretensão das mutuárias
implicaria em negativa de vigência aos seguintes dispositivos legais e constitucionais:
Artigo 75, do Código Civil : "A todo direito
corresponde uma ação, que o assegura." Artigo 29, do DL nº 70/66 : "As hipotecas a que se referem os artigos 9º e 10 e seus incisos, quando não pagas no vencimento, poderão, à escolha do credor, ser objeto de execução na forma do Código de Processo Civil (artigos 298 a 301) ou deste Decreto-Lei (artigos 31 a 38)." (Ver artigos 566 a 795 do Código de Processo Civil de 1973).
Artigo 31, do DL nº 70/66 : "Vencida e não
paga a hipoteca no todo ou em parte, o credor que houver preferido executá-la de acordo com este decreto-lei, participará o fato, até 6 (seis) meses antes da prescrição do crédito, ao agente fiduciário, sob pena de caducidade do direito de opção constante do artigo 29."
§ 1º Recebida a comunicação a que se refere
este artigo, o agente fiduciário, nos 10 (dez) dias subseqüentes, comunicará ao devedor que lhe é assegurado o prazo de 20 (vinte) dias para vir purgar o débito."
Artigo 32, do DL nº 70/66 : "Não acudindo o
devedor à purgação do débito, o agente fiduciário estará de pleno direito autorizado a publicar editais e a efetuar no decurso dos 15 (quinze) dias imediatos, o primeiro público leilão do imóvel hipotecado."
Artigo 585, do CPC, com a redação que lhe
foi dada pela Lei nº 8.953/94 : "§ 1º - A propositura de qualquer ação relativa ao débito constante do título executivo não inibe o credor de promover-lhe a execução."
Constituição Federal, artigo 5º, inciso II :
"Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;" (g.n.).
É de se considerar, por outro lado, que a Parte
Autora está inadimplente desde 23/01/98 (sem contar os quatro meses incorporados ao saldo devedor, por motivo, também, de inadimplência) , conforme documento comprobatório anexo .