Você está na página 1de 4

CASO CONCRETO - ADI

O governo brasileiro, preocupado com os índices crescentes de


ataques terroristas no mundo, vinculou-se à Convenção sobre os
Direitos Humanos das Vítimas de Atividades Terroristas, convenção
internacional, de âmbito multilateral, que estabelece restrições aos
direitos dos presos condenados por crimes resultantes de atividades
terroristas.
O presidente da República assinou o Tratado e o enviou ao
Congresso Nacional, conforme disposição do artigo 49, I, da
Constituição Federal e, não, de acordo com o § 3º do artigo 5º dessa
Carta, e, em poucos meses, o Congresso Nacional aprovou o texto do
Tratado na forma de Decreto Legislativo. Após isso, o Presidente da
República editou Decreto promulgando e ratificando o Tratado.
Já estando internamente em vigor o referido Decreto,
percebeu-se que vários juízes, em todo o território nacional, aplicavam
plenamente o artigo 22 do Tratado, no qual se lê:
“as presas condenadas por crimes resultantes de atividades de
terrorismo, logo após darem à luz, deverão deixar seus filhos sob a
responsabilidade de entidade pública de assistência social até que
cumpram integralmente a pena”.
Visando a impossibilitar, de algum modo, a aplicação do
referido artigo, sob o argumento de sua inconstitucionalidade, o
presidente de um partido político com representação no Congresso
Nacional procurou, em nome do partido, os serviços advocatícios de um
(a) profissional, pretendendo uma solução urgente e uniforme para o
caso, de modo que, com apenas uma ação, seja alcançado efeito para
todos os indivíduos no território brasileiro.
Na qualidade de advogado (a) contratado (a) pelo partido
político mencionado nessa situação hipotética, redija a peça jurídica
mais adequada ao caso, de acordo com a jurisprudência majoritária do
Supremo Tribunal Federal, atentando, necessariamente, para os
seguintes aspectos: competência do órgão julgador; legitimidade;
possibilidade de contestação judicial da constitucionalidade do referido
tratado; argumentos a favor da inconstitucionalidade do mencionado
artigo 22; requisitos formais da peça judicial proposta.

PEÇA PROCESSUAL E Ação Direta de


REQUISITOS FORMAIS Inconstitucionalidade com
pedido de Cautelar. Requisitos
dos artigos 102 e 103 da
CRFB/88 e artigo 3º da Lei
9.868, de 10/11/1999.
COMPETÊNCIA Supremo Tribunal Federal
(artigo 102, I, “a” do CRFB/88).
ENDEREÇAMENTO Excelentíssimo Senhor Doutor
Ministro Presidente do
Supremo Tribunal Federal
LEGITIMADO ATIVO Partido Político, representado
por seu Presidente (artigo 103,
VIII, CRFB/88, c/c artigo 2º,
VIII, da Lei nº 9868/99)
RESPONSÁVEIS PELO ATO Art. 22 da CONVENÇÃO
IMPUGNADO SOBRE DIREITOS HUMANOS
DAS VÍTIMAS DE
ATIVIDADES TERRORISTAS,
tendo como responsáveis pelo
ato impugnado: o
CONGRESSO NACIONAL e o
PRESIDENTE DA
REPÚBLICA.
CURADOR DA NORMA Advogado-Geral da União
IMPUGNADA (artigo 103, § 3º da CRFB/88 e
artigo 8º da Lei nº 9.868/99).
CUSTOS LEGIS Procurador-Geral da República
(artigo 8º da Lei nº 9.868/99).
DO DIREITO Artigo 49, I, CRFB/88;
(FUNDAMENTAÇÃO artigo 84, VII da CRFB/88;
JURÍDICA) artigo 5º, § 3º da CRFB/88;
artigo 5º, L, CRFB/88;
artigo 60, § 4º, IV, CRFB/88;
art. 59, III e artigo 67 da
CRFB/88; artigo 1º, III,
CRFB/88;
artigo 34, VII, b, CRFB/88.
PEDIDO Deferimento da liminar;
Notificação ao Congresso
Nacional, na pessoa de seu
representante e do Presidente
da República, para que
prestem informações sobre a
norma questionada;
Intimação do Advogado Geral
da União para a defesa da
norma; Intimação do
Procurador Geral da República;
Procedência do pedido com a
declaração de
inconstitucionalidade do artigo
22 da Convenção.
PROVAS Artigo 3º, parágrafo único, da
Lei nº 9.868/99.
VALOR DA CAUSA Valor “estimativo”, em
cumprimento ao disposto no
artigo 291, do CPC/2015.
Obs.: o valor da causa não é
obrigatório, existindo no site do
STF inúmeras ADIs em que
não consta valor da causa.

Você também pode gostar