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EEMTI RAIMUNDO NONATO CARLOS DOS SANTOS

NOME: SÉRIE:
PROFESSOR: TURNO:
DATA: ___ /___ /2022 TURMA:
EXERCÍCIO DE REVISÃO
Questão 1
(Enem)

De domingo — Se bem que parece uma palavra de segunda-feira.


— Outrossim? — Não. Palavra de segunda-feira é "óbice".
— O quê? — “Ônus".
— O que o quê? — “Ônus” também. “Desiderato”. “Resquício”.
— O que você disse. — “Resquício” é de domingo.
— Outrossim? — Não, não. Segunda. No máximo terça.
— É. — Mas “outrossim”, francamente…
— O que que tem? — Qual o problema?
— Nada. Só achei engraçado. — Retira o “outrossim”.
— Não vejo a graça. — Não retiro. É uma ótima palavra. Aliás, é uma palavra
— Você vai concordar que não é uma palavra de todos os difícil de usar. Não é qualquer um que usa “outrossim”.
dias. (VERÍSSIMO. L.F. Comédias da vida privada. Porto Alegre: LP&M, 1996)
— Ah, não é. Aliás, eu só uso domingo.
No texto, há uma discussão sobre o uso de algumas palavras da língua portuguesa. Esse uso promove o(a)
a) marcação temporal, evidenciada pela presença de palavras indicativas dos dias da semana.
b) tom humorístico, ocasionado pela ocorrência de palavras empregadas em contextos formais.
c) caracterização da identidade linguística dos interlocutores, percebida pela recorrência de palavras regionais.
d) distanciamento entre os interlocutores, provocado pelo emprego de palavras com significados poucos conhecidos.
e) inadequação vocabular, demonstrada pela seleção de palavras desconhecidas por parte de um dos interlocutores do diálogo.

Questão 2
(Enem)
Mandinga — Era a denominação que, no período das grandes navegações, os portugueses davam à costa ocidental da África. A
palavra se tornou sinônimo de feitiçaria porque os exploradores lusitanos consideram bruxos os africanos que ali habitavam — é
que eles davam indicações sobre a existência de ouro na região. Em idioma nativo, mandinga designava terra de feiticeiros. A
palavra acabou virando sinônimo de feitiço, sortilégio.
(COTRIM, M. O pulo do gato 3. São Paulo: Geração Editorial, 2009. Fragmento)
No texto, evidencia-se que a construção do significado da palavra mandinga resulta de um(a)
a) contexto sócio-histórico.
b) diversidade técnica.
c) descoberta geográfica.
d) apropriação religiosa.
e) contraste cultural.
Questão 3 Leia a tirinha e responda a questão:

A fala do médico é um exemplo de variação linguística do tipo


a) histórica.
b) geográfica. d) técnica e)regional
c) social.

Questão 4
(UERJ)
Ideologia
O meu prazer
Meu partido
Agora é risco de vida
É um coração partido
Meu sex and drugs não tem nenhum rock 'n' roll
E as ilusões estão todas perdidas
Eu vou pagar a conta do analista
Os meus sonhos foram todos vendidos
Pra nunca mais ter que saber quem eu sou
Tão barato que eu nem acredito
Pois aquele garoto que ia mudar o mundo
Eu nem acredito
(Mudar o mundo)
Que aquele garoto que ia mudar o mundo
Agora assiste a tudo em cima do muro
(Mudar o mundo)
Frequenta agora as festas do "Grand Monde"
Meus heróis morreram de overdose
Meus inimigos estão no poder
Meus heróis morreram de overdose
Ideologia
Meus inimigos estão no poder
Eu quero uma pra viver
Ideologia
Ideologia
Eu quero uma pra viver
Eu quero uma pra viver
Ideologia
(Cazuza e Roberto Frejat)
Eu quero uma pra viver
E as ilusões estão todas perdidas (v. 3)
Este verso pode ser lido como uma alusão a um livro intitulado Ilusões perdidas, de Honoré de Balzac. Tal procedimento constitui
o que se chama de:
a) intertextualidade b) pertinência c) pressuposição d) metáfora e) anáfora

Questão 5 O cartum Vida de Passarinho, do cartunista Caulos, estabelece um interessante diálogo com um famoso texto-fonte de
nossa literatura. Assinale a alternativa que cita esse texto-fonte:
a) Canção do exílio, de Gonçalves Dias. e) Não há vagas, de Ferreira Gullar.
b) Erro de português, de Oswald de Andrade. d) José, de Carlos Drummond de Andrade.
c) No meio do caminho, de Carlos Drummond de Andrade.  
Operários, 1933, óleo sobre tela, 150×205 cm, (P122), Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo
Desiguais na fisionomia, na cor e na raça, o que lhes assegura identidade peculiar, são iguais enquanto frente de trabalho. Num
dos cantos, as chaminés das indústrias se alçam verticalmente. No mais, em todo o quadro, rostos colados, um ao lado do outro,
em pirâmide que tende a se prolongar infinitamente, como mercadoria que se acumula, pelo quadro afora.
(Nádia Gotlib. Tarsila do Amaral, a modernista.)
Questão 6 - O texto aponta no quadro de Tarsila do Amaral um tema que também se encontra nos versos transcritos em:
a) “Pensem nas meninas/ Cegas inexatas/ Pensem nas mulheres/ Rotas alteradas.” (Vinícius de Moraes)
b) “Somos muitos severinos/ iguais em tudo e na sina:/ a de abrandar estas pedras/ suando-se muito em cima.” (João Cabral de
Melo Neto)
c) “O funcionário público não cabe no poema/ com seu salário de fome/ sua vida fechada em arquivos.” (Ferreira Gullar)
d) “Não sou nada./ Nunca serei nada./ Não posso querer ser nada./À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.”
(Fernando Pessoa)
e) “Os inocentes do Leblon/ Não viram o navio entrar (…)/ Os inocentes, definitivamente inocentes/ tudo ignoravam,/ mas a areia
é quente, e há um óleo suave que eles passam pelas costas, e aquecem.” (Carlos Drummond de Andrade)
(Puccamp-SP)
Sertão. Sabe o senhor: sertão é onde o pensamento da gente se forma mais forte do que o poder do lugar. Viver é muito
perigoso. 

Questão 7 - Pelo fragmento acima de Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, percebe-se que neste romance, como em
outros regionalistas do autor,
a)      O conflito entre o eu e o mundo se realiza pela interação entre as personagens e o sertão que acaba por ser mítico e
metafísico.
b)      O sertão é um lugar perigoso, onde os habitantes sofrem as agressões do meio hostil e adverso à sobrevivência humana.   
c)      Não existe uma região a que geograficamente se possa chamar de sertão: ele é fruto da projeção do inconsciente das
personagens.
d)      A periculosidade da vida das personagens está circunscrita ao meio físico e social em que vivem.
e)      Há um conceito muito restrito de sertão, reduzido a palco de lutas entre bandos de jagunços.

Questão 8-Leia as afirmações feitas a partir da obra Morte e vida severina, de João Cabral de Melo Neto.
I. A peça, em forma de poema, apresenta a história de um dos tantos severinos de Maria, filhos de Zacarias, que foge da morte que
os abate antes da velhice.
II. A trajetória do migrante nordestino em busca de um mundo melhor permeia o enredo: por onde passa, encontra miséria, morte,
pobreza, sofrimento.
III. O título é um exemplo de poesia engajada que retrata a dura realidade da população nordestina.
IV. O nascimento de uma criança pode representar a esperança de dias melhores; mesmo com tantas adversidades, há uma quebra
na trajetória sofrida do personagem.
Das proposições acima,
a) apenas I e V estão corretas d) I,II,III e IV estão corretas
b) apenas II e I estão corretas e) apenas III e IV estão corretas
c) apenas II , III e IV estão corretas
f) apenas I e V estão corretas
Questão 9 (UENP) Todos olharam a aniversariante, compungidos, respeitosos, em silêncio.
Pareciam ratos se acotovelando, a sua família. Os meninos, embora crescidos – provavelmente já além dos cinquenta anos, que sei
eu! – os meninos ainda conservavam os traços bonitinhos. Mas que
Mulheres haviam escolhido! E que mulheres os netos – ainda mais fracos e mais azedos – haviam escolhido. Todas vaidosas e de
pernas finas, com aqueles colares falsificados de mulher que na hora não aguenta a mão, aquelas mulherzinhas que casavam mal
os filhos, que não sabiam pôr uma criada em seu lugar, e todas elas com as orelhas cheias de brincos – nenhum, nenhum de ouro!
A raiva a sufocava.
– Me dá um copo de vinho! Disse.
O silêncio se fez de súbito, cada um com o copo imobilizado na mão.
– Vovozinha, não vai lhe fazer mal? Insinuou cautelosa a neta roliça e baixinha.
– Que vovozinha que nada! Explodiu amarga a aniversariante. – Que o diabo vos carregue, corja de maricas, cornos e
vagabundas! Me dá um copo de vinho, Dorothy! – ordenou.
(LISPECTOR, C. Laços de Família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. p.61-62.)

Com base no trecho, assinale a alternativa correta que apresenta um aspecto central da prosa de Clarice Lispector.
A. Demonstração de vínculo com o Regionalismo literário.
B. Exposição de um forte componente científico na narrativa.
C. Perspectiva intimista da realidade retratada por meio do cotidiano familiar.
D. Uso de personagens pitorescos em um cenário rural.
E. Visão religiosa em conflito com o apego mundano do homem.
Questão 10(PUC-PR) Leia atentamente o trecho do conto Felicidade Clandestina de Clarice Lispector, e assinale a alternativa
CORRETA.
“Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas
linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia
onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que
era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar...
Havia orgulho e puder em mim. Eu era uma rainha delicada. ”
A. O conto critica a falta de leitura dos adolescentes nas escolas brasileiras, tendo como principal razão a preguiça, o que
evidencia nosso atraso cultural.
B. Uma das marcas da escritora é sua capacidade de descrição de paisagens externas, que retratam da seca no Nordeste aos
problemas sociais das grandes metrópoles.
C. Pelo trecho em destaque, nota-se que a narradora em terceira pessoa investiga os reais motivos que a levaram a ser uma
pessoa feliz, sendo os livros parte da construção deste sentimento.
D. Prosadora da chamada primeira geração modernista, observa-se pelo texto da autora que esta opta por radicalizar no uso
da oralidade, rompendo com a tradição realista, utilizando-se do chamado fluxo de consciência.
E. O trecho analisado nos mostra características marcantes da escrita da autora, que com base em reflexões existenciais e da
subjetividade, nos revela a intimidade dos seus personagens.

Leia o texto abaixo, um fragmento do livro "A culpa é das estrelas", de John Green:

- Augustus, talvez você queira falar de seus medos para o grupo.


- Meus medos?

- Eu tenho medo de ser esquecido - disse de sem querer um momento de pausa. (...)
Olhei na direção do Augustus Waters, que me devolveu o olhar. Quase dava para ver através dos olhos  dele, de tão azuis que
eram.
- Vai chegar um dia - eu disse - (...) Vai chegar um dia em que não vai sobrar nenhum ser humano sequer para lembrar que
alguém já existiu ou que nossa espécie fez qualquer coisa nesse mundo.
Não vai sobrar ninguém para se lembrar de Aristóteles ou de Cleópatra, quanto mais de você. Tudo o que fizemos, construímos,
escrevemos, pensamos e descobrimos vai ser esquecido e tudo isso aqui - fiz um gesto abrangente - vai ter sido inútil. Pode ser
que esse dia chegue logo e pode ser que demore milhões de anos, mas, mesmo que o mundo sobreviva a uma explosão do Sol,
não vamos viver para sempre. (...) E se a inevitabilidade do esquecimento humano preocupa você, sugiro que deixe esse assunto
para lá. (...)
Assim que terminei fez-se um longo silêncio, e eu pude ver um sorriso se abrindo de um canto ao outro no rosto do Augusto – não
o tipo de sorriso (...) do garoto tentando (...) me encarar, mas um sorriso sincero, quase maior que a cara dele. 
- Caramba – disse ele baixinho – Não é que você é mesmo demais?

Questão 11. De acordo com esse texto, o medo de Augustus era


a) o fim da espécie humana e) perder o grande amor
b) o silêncio
c) ser esquecido
d) sobreviver à explosão do Sol
Questão 12. Na expressão "- Caramba!", o ponto de exclamação reforça a ideia de

a) admiração d) desconfiança
b) constrangimento e) medo
c) crítica
Questão 33. De acordo com esse texto, era possível ver através dos olhos de Augustus porque

a) encaravam a narradora e)eram mentirosos


b) eram maiores que o rosto
c) eram muito azuis
d) pareciam sinceros
Questão 14. O trecho "Vai chegar um dia em que não vai sobrar nenhum ser humano sequer para lembrar que alguém já existiu ou
que nossa espécie fez qualquer coisa nesse mundo.", foi construído a partir de qual recurso estilístico?
a) Exagero de uma ideia c) Jogo de palavras
b) Humanização de um sentimento d) Repetição de sons parecidos
e)suavização do conteúdo
Questão 15. Qual é o trecho que apresenta ideia de tempo?
a) "Augustus, talvez você queira falar de seus medos"
b) "Quase dava para ver através dos olhos  dele"
c) "Assim que terminei fez-se um longo silêncio"
d) "sorriso se abrindo de um canto ao outro no rosto"

Questão 16. A linguagem utilizada no trecho "-Caramba! - disse ele baixinho - Não é que você é mesmo demais?" é
a) culta     b) informal     c) regional     d) técnica

Questão 17. A que gênero textual pertence a obra "A culpa é das estrelas"?
a) conto     b) fábula     c) romance     d) crônica e)charge

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