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na literatura Harvard Business Review Brasil
HBR
NOVEMBRO 2015
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Antigamente, o aluno de MBA buscava o curso para aprender sobre a prática da gestão. A
maioria tinha graduação em artes e ciências.
Mas a coisa mudou. Uma crescente parcela dos alunos hoje matriculados na pós de
administração também se formou em administração — ou entra no MBA com cinco ou
seis anos de experiência em bancos de investimento ou consultoria. Hoje, o estudante de
administração não é, em geral, um poeta.
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Nessas disciplinas, o estudante aprenderia muito mais, dizem Bennis e O’Toole, com um
curso de literatura.
É justamente um curso desses que Joseph L. Badaracco Jr., titular da cátedra John Shad
Professor of Business Ethics, da Harvard Business School, vem ministrando no MBA da
escola nessa última década. Nos últimos anos, promoveu ainda debates sobre ficção
literária séria com executivos na HBS. Badaracco usa a literatura para montar retratos
completos e complexos de líderes em todas as instâncias da vida — líderes cujos desafios,
sobretudo psicológicos e emocionais, são similares aos de altos executivos. Em suas aulas,
Badaracco usa obras como A Morte do Caixeiro Viajante, de Arthur Miller, Antígona, de
Sófocles, e O Parceiro Secreto, de Joseph Conrad, para ajudar o aluno a entender questões
sobre liderança, tomada de decisão e julgamento moral — questões que Badaracco
também examina no livro Questions of Character: Illuminating the Heart of Leadership
Through Literature, a ser lançado em abril de 2006 pela Harvard Business School Press.
Há pouco, a editora sênior da HBR Diane Coutu encontrou Badaracco para uma conversa
sobre tudo aquilo que um líder pode aprender com a literatura.
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Mas, na verdade, a literatura traz alguns dos estudos de caso mais contundentes e
envolventes já escritos.
A ficção séria, que sobreviveu ao teste do tempo, suscita mais questões do que responde. É
só pensar em Júlio César, de Shakes-peare. Essa peça ensina tanto sobre liderança quanto a
leitura de qualquer livro ou revista de administração. E suas lições não são menos valiosas
e, provavelmente, são tão pragmáticas quanto.
O Parceiro Secreto é um bom exemplo de obra literária que realmente repercute entre
executivos. O centro da trama é um jovem capitão que oculta brevemente um assassino na
embarcação.
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Essa decisão viola a lei do mar, mas o capitão acredita que a acusação é falsa. Depois de
uma animada discussão na aula, a maioria dos altos executivos reconheceu que, no
passado, estivera às voltas com uma decisão bem parecida à do personagem. É possível que
parte da formação de um líder envolva aprender a enfrentar opções muito difíceis, a
enfrentar testes quase temerários de seus limites, e que O Parceiro Secreto tenha dado
àqueles executivos um meio de falar sobre esses limites.
O Parceiro Secreto tem algum tema específico que repercuta entre altos executivos?
A meu ver, a premissa dessa novela é que a responsabilidade não é dada ao líder — que,
portanto, precisa tomála, muitas vezes de forma emocional, agressiva, até forçosa. Em
geral, é a situação enfrentada pelo gestor ao receber promoções e novos desafios — o que,
nos negócios, chamamos de oportunidade. Ao assumir o novo papel, o gestor precisa
confrontar sua capacidade (ou a falta dela) de encarar a realidade, seu temor de assumir
novas responsabilidades e, às vezes, sua relutância em ser pessoalmente responsabilizado.
O líder terá os recursos internos, o rumo, o pragmatismo e a força de vontade para assumir
esses desafios? Se não, o que falta?
Respostas simples a essas questões não ajudam muito. É isso que torna O Parceiro Secreto
tão incisivo. A novela de Conrad é sobre questões de caráter e escolha. Logo no início, o
capitão precisa decidir entre trazer ou não o estranho a bordo. Mais tarde, precisa decidir
se expulsa o sujeito do navio.
Como o capitão lida com a primeira escolha? Grosso modo, não muito bem. O que faz é,
simplesmente, reagir como ser humano: estabelece empatia com o estranho, gosta dele,
confia nele.
Que o capitão mostre empatia é um impulso decente, até nobre. Só que seu papel traz
também outras obrigações.
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Cabe a ele proteger o navio — mas nada indica que tal dever tenhalhe ocorrido. Se o
capitão tivesse tomado a decisão depois de pensar muito sobre o que era certo, talvez
tivéssemos mais confiança em sua escolha. Mas não foi o que ocorreu.
Embora até mereça o crédito pela empatia, ele parece ter esquecido seu novo papel, o de
capitão do navio, quando não considera suas outras responsabilidades e as conseqüências
práticas de ocultar um clandestino a bordo.
Como o capitão no final entende, empatia é algo bom, mas não pode substituir o confronto
com o lado mais sombrio do próprio ser. Conrad — que, a propósito, passou 20 anos no
mar — sugere que assumir responsabilidades significa enfrentar seu lado “secreto”, seu
lado sombrio, seu lado reflexivo. Toda pessoa tem muitos eusinexplorados a integrar antes
de se tornar um líder. Isto não transforma o indivíduo de Clark Kent em Superhomem.
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É lógico que ninguém está sugerindo que um dirigente empresarial deva usar de força
física para colocar o pessoal na linha. Contudo, um presidente às vezes precisa ser
enérgico. Há ocasiões em que deve dizer “É nessa direção que estamos indo, e você deve
segui-la”. Agora, dizer isso é algo agressivo — é que assumir responsabilidades às vezes
obriga alguém a fazer, em vez de abrir discussões e uma votação. No final de O Parceiro
Secreto, o capitão diz, gostem ou não, esse é meu barco. É um ato impositivo, arriscado e
de certa forma assustador.
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Para muitos líderes e aspirantes a líder, o grande desafio a superar não é a pobreza ou a
opressão, ou a falta de capacidade ou de oportunidades. É, paradoxalmente, uma vida e
uma carreira de sucesso e tudo o que essa vida traz.
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O crime e a confissão de Tony suscitam questões difíceis. Por que, para começo de
conversa, ele comete o crime, e por que decide botar a boca no mundo quando tem
alternativas?
A meu ver, Tony age assim porque sente que o sucesso está destruindo sua vida. Para os
outros, Tony parece ter uma vida exigente mas sólida. Só que ele está em apuros, e tem
uma leve suspeita disso. Como disse certa vez Edgar Degas, “Há uma forma de sucesso que
é indistinguível do pânico”, o que parece descrever a situação de Tony.
O romance mostra que tudo na vida pode parecer muito bem quando na verdade não está.
No caso de Tony, ele está sempre ocupado, trabalhando duro, ganhando dinheiro,
construindo um negócio e estabelecendo uma reputação.
Mas o incessante esforço para honrar expectativas alheias e ser bem-sucedido deixa
anestesiados sua vida emocional e seus instintos morais. Tony não é um autômato, e sente
de modo semiconsciente que há algo errado, mas nunca tem tempo ou energia para
descobrir o que é. É como se, por dentro, estivesse morto — até confessar o crime. Para ele,
esse crime é como um tratamento de choque autoadministrado, que o faz acordar, sentir-
se vivo. Cometer um crime é errado, é claro, mas o modo como Tony o encara é correto —
tanto a razão quanto o coração de Tony des-pertam. Curiosamente, a decisão de Tony de
cometer um crime é seu primeiro ato moral.
Como buscar o sucesso e a realização sem sermos tragados por correntes poderosas e
perigosas, mais fortes do que nós? Uma resposta está na tese peculiar de que temos sérias
obrigações morais não só para com os outros, mas para conosco mesmos. O senso comum
sugere que egoísmo e altruísmo são coisas opostas.
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Quanto mais egoísta for uma pessoa, menos ela se importaria com os outros; e quanto
mais altruísta fosse, mais disposta ela estaria a sacrificar os próprios interesses. A
literatura séria sugere algo mais complicado. Os indivíduos mais admiráveis, sejam eles
líderes extraordinários ou gente comum, vivem e trabalham para os outros e para si
mesmos. Não há nisso nenhuma culpa. Não há nada de errado com o desejo de sucesso de
Tony.
Maquiavel certa vez escreveu que um homem sem posição na sociedade é incapaz até de
fazer com que um cão lata para ele. Tony tem conquistas reais, conquistas que lhe dão o
poder de fazer contribuições genuínas para a sociedade. O problema é que o personagem
precisava aprender a exigir menos de si.
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Imagino que Auchincloss diria que pagar esse preço — ou seja, ter o melhor desempenho
possível — deixa um líder em uma posição bem precária e exposta. O sucesso pode ser
sedutor, e por um bom tempo as coisas correrão muito bem no trabalho e em quase todo
outro aspecto da vida de um indivíduo de alto desempenho.
Em geral, os garotos prodígios de uma organização não passam por nenhum dos
solavancos, erros ou fracassos que lembrariam que parte do seu desempenho se deve a
uma extraordinária sorte. É preciso saber que nem tudo se deve a seu brilho e esforço. A
ilusão do sucesso é perigosa. Quando os dias difíceis chegam, como quase sempre ocorre,
tais líderes talvez não tenham nenhum tipo de suporte.
Talvez seja o romance africano mais lido. Em uma cena no meio do livro, Okonkwo e os
anciãos da aldeia se reúnem para um funeral. No ápice da cerimônia, com o rufar dos
tambores e o disparar de armas, a arma de Okonkwo explode inesperadamente, e um
estilhaço de metal atinge, e mata, um rapaz. Cessa a dança quando todos se dão conta do
destino reservado a Okonkwo: sete anos de desterro, a pena aplicada a um membro da
tribo por matar acidentalmente um membro do clã. Okonkwo e suas esposas são expulsos
da aldeia e, para expiar seu pecado, os outros habitantes porão abaixo sua morada.
Creio que Achebe esteja sugerindo que momentos de provação surgem de modo
inesperado. Em O Parceiro Secreto, Conrad também explora os acidentes do destino. A
certa altura, Conrad alude ao “capítulo de acidentes que responde por tanta coisa no livro
do sucesso”. É interessante que, na novela de Conrad, o capitão nãotenha nome, o que
sugere que qualquer um está sujeito aos caprichos do destino.
Muitos dos autores que estamos discutindo aqui estão dizendo ao líder que ele não se
iluda. A qualquer instante pode surgir um desafio para testar se a pessoa de fato tem o que
é preciso para liderar. Ninguém precisa — e nem deveria — buscar desafios.
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É noite, ele está no comando, o mar está tranqüilo, sua expectativa é de que nada venha a
acontecer. Até que, de súbito, ele é obrigado a lidar com um estranho que vem nadando até
o navio e afirma estar sendo injustamente acusado por ter matado um marinheiro que, por
não cumprir ordens, teria posto em perigo seu próprio navio. Aqui — na aparição
repentina desse sujeito — pode estar outro elemento dessa espécie de provação do líder.
Muitos acidentes podem tirar do eixo a vida e a carreira, inclusive aqueles que envolvem a
saúde — e que a maioria de nós prefere ignorar.
Foi o caso de Richard Gerstner. Em meados da década de 1980, Gerstner estava no auge da
carreira. Quando o conheci, ele dirigia a IBM Japan. Para muitos, seria o próximo cabeça
da IBM.
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O que teria ocorrido com esse chefe africano, outrora triunfante, para impedilo de lutar
contra a força colonialista?
O que descobrimos com Okonkwo é o perigo de aderir cegamente a códigos morais rígidos
em momentos de mudança. Okonkwo acredita que o código moral simples de tempos
passados é tudo o que precisa para liderar seu povo. Só que essa crença equivocada
transforma sua determinação e firmeza em ônus, não no ativo que poderiam ser; o
empurram cada vez mais na direção errada.
Às vezes, para o líder, a moralidade exige mais do que consultar regras e segui-las.
Okonkwo nunca chega a entender isso.
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Sei, por exemplo, do caso de um executivo de sucesso que recentemente entrou para uma
empresa pequena, em rápido crescimento. Essa empresa era tocada por um velho amigo
dele. Com um par de semanas no novo posto, o executivo encontrou indícios de que a
empresa vinha contabilizando receita por vendas que não haviam ocorrido. Confrontou o
amigo e o conselho de administração, e acabou renunciando ao cargo. A empresa soltou
um comunicado dizendo que o executivo saíra porque as exigências do cargo eram
superiores à sua expectativa. Mas o mercado não caiu nessa esparrela. Derrubou em 50% a
cotação das ações da empresa e minou uma planejada oferta de ações. Logo depois a
empresa pedia concordata.
À primeira vista, o executivo em questão teria agido com coragem e correção. Recusou-se a
participar de uma enganação contábil e colocou o amigo e o conselho contra a parede.
Contudo, ao seguir seu rígido código de ética, o executivo acabou desencadeando a ruína
da empresa. Um caminho mais difícil teria sido dar ao presidente e ao conselho a opção de
expor os problemas e adotar imediatamente medidas drásticas. Isso teria dado à empresa a
chance de lutar — mas o executivo, ciente de estar seguindo a própria consciência e de
estar fazendo a coisa certa, aparentemente não considerou essa opção.
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Na peça Antígona, o dramaturgo grego Sófocles mostra o que pode suceder quando o líder
é movido apenas por princípios. Embora transcorra em outra era, Antígona é relevante
para o líder às voltas com o ambiente de alta pressão de hoje em dia — em parte porque
Sófocles adota uma visão muito ampla da liderança. Um dos principais personagens,
Creonte, é o novo governante de Tebas. Pela autoridade que detém e por seu papel oficial,
Creonte encaixa-se na definição clássica do líder. A outra figura centralé Antígona, filha
de Édipo, antigo rei de Tebas. Antígona não tem uma posição formal na sociedade, mas
representa os líderes sociais e religiosos que ao longo da história mobilizaramos demais
através de seu profundo compromisso pessoal com valores morais fundamentais.
Antígona quer enterrar o irmão segundo as leis da religião, mas Creonte o declara um
traidor por supostamente ter dado início a uma guerra civil.
Creonte lança um edito proibindo Antígona de enterrar o corpo do irmão, que deveria
ficar exposto para s e r comido por cães e abutres. Antígona prossegue com o enterro.
Creonte a sentencia à morte.
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Antígona e Creonte deixam que um único valor domine não só seu raciocínio, mas sua
personalidade.
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Vemos o mesmo, hoje, em empresas nas quais o líder é incapaz de enxergar além de sua
própria agenda de honestidade, mudança e desenvolvimento humano.
O senhor disse que Willy Loman, na peça A Morte do Caixeiro Viajante, de Arthur Miller,
tinha os sonhos errados. Quais são os sonhos certos? É a mesma coisa da visão? Miller
nunca teria equiparado sonhos com visão corporativa. Pelo contrário, via o sonho como
um recurso interno crucial para o líder. Miller sugere que o sonho move todos nós, mas
que o sonho errado pode ser um veneno de ação lenta. A queda de Willy Loman reflete o
efeito pernicioso de certos sonhos. A peça suscita uma questão difícil para o líder: como
saber se seu sonho é tóxico?
A interpretação convencional da peça é que Willy adota uma versão corrompida do sonho
americano, na qual sucesso é dinheiro e prestígio, fama. A peça de Miller foi escrita em
fins da década de 1940 e certos críticos viram nela um brilhante libelo contra o moderno
capitalismo americano.
Só que, nessa interpretação, Willy é um ícone anticapitalista, e não um ser humano. Outra
visão possível da peça é que Willy não sonha de olhos bem abertos. Soa paradoxal, já que
os sonhos são feitos para resistir ao pragmatismo.
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Nos textos que o senhor discute em classe, vários protagonistas cometem suicídio. Um
deles acaba na prisão. Outro é condenado à morte.
Se achasse isso, incentivaria os alunos do MBA a buscar outra área de trabalho. O fato é
que na gestão é preciso ser confiante e acreditar que, na maioria das vezes, você terá
sucesso. E isso é o oposto do soturno.
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A literatura pode trazer esperança e até inspiração, pois suas questões e lições são reais e
conquistadas a duras penas. Essa abordagem realista é um incentivo mais profundo, mais
duradouro.
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Ao longo da conversa, o senhor frisou a necessidade de reflexão por parte do líder. Por que
isso é tão importante?
Damos pouquíssima atenção à vida interior do líder. Muito do que se aprende no curso de
administração parece sugerir que é possível tratar o executivo como uma cobaia cujo
comportamento pode ser controlado se manipularmos o ambiente. Sistemas de
remuneração pelo desempenho, por exemplo, pressupõem que o chamariz certo, como
opções de ações, vai produzir o comportamento certo. E a lei Sarbanes-Oxley equivale
simplesmente a dar choques maiores e lançar uma luz mais forte em ratos que se
comportam mal.
Esse tipo de behaviorismo não basta. A literatura sugere que o líder deve se conhecer
melhor para ter sucesso.
Ou seja, antes de tentar mudar o mundo e administrar outras pessoas, o indivíduo deve
examinar seu interior para descobrir se está pronto para liderar. Deveria indagar se é
capaz de administrar a si mesmo. Isso leva tempo, e não é algo natural para indivíduos
voltados à ação. Além disso, nem sempre a pessoa gosta daquilo que vê. Mas, se ensina que
o líder não pode fugir à imperfeição de sua humanidade, Sófocles sugere também que é
possível reduzir o risco de erro e tsragédia através de uma sólida ref lexão. A deliberação
produtiva é um processo caótico de vaivém, de ziguezague entre sentimentos,
pensamentos, fatos e análise. Resiste à tentação de agarrar um único princípio grandioso e
permitir que ele tiranize todas as outras considerações.
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