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PSICOTERAPIA DE GRUPO:

As psicoterapias de grupo surgiram a partir da necessidade de se


estender as possibilidades de atendimento psicoterapêutico a um número
maior de pessoas. Os primeiros grupos dos quais há notícias foram os
organizados por Pratt.
Pratt reunia de
20 a 30 pacientes com tuberculose e palestrava para eles de 1 a 2 vezes
por semana. Addler,
Bion, Foulkes e Moreno se destacaram no estudo dos grupos. Contudo,
foi particularmente durante a Segunda Guerra Mundial, período em que os
problemas psiquiátricos eram avassaladores e as equipes hospitalares eram
limitadas, que o tratamento em grupo teve grande desenvolvimento. Além das
vantagens de uma relação custo-benefício mais favorável, a terapia em grupo
faz uso de ingredientes terapêuticos próprios que inexistem na terapia
individual: os chamados fatores grupais.

Fatores terapêuticos na terapia de grupo:


•Instilação da esperança
•Universalidade do problema
•Compartilhamento de informações
•Altruísmo
•Socialização
•Comportamento imitativo
•Catarse
•Recapitulação corretiva
•Fatores existenciais
•Coesão grupal
•Aprendizagem interpessoal.

Técnica:
Os grupos podem se distinguir quanto ao setting: podem ser compostos
por pacientes internos ou externos a uma clínica; podem ter duração limitada
ou ser abertos e permanentes; quanto aos objetivos: podem ser ambiciosos,
como a modificação de aspectos do caráter, ou mais limitados, como treino de
habilidades sociais, manutenção do funcionamento psicossocial; podem ser
informativos sobre o uso de medicamentos (grupo de indivíduos com transtorno
bipolar), especializados em doenças médicas (indivíduos com diabetes, bolsa
de colostomia, paraplegia, vigilantes do peso, usuários de drogas, alcoólicos
anônimos) ou, ainda, apresentar uma meta de curto prazo, como parar de
fumar.
Os grupos variam ainda quanto à orientação teórica, que pode ser
psicodinâmica, e o terapeuta foca suas intervenções na análise dos fenômenos
transferenciais, na interpretação das defesas e na resistência, que podem ser
grupais.

Indicações das psicoterapias de grupo:


Psicoterapias de grupo de orientação dinâmica:
•Padrões de relacionamento interpessoal considerados desadaptativos
•Aspectos do caráter desadaptativos

Psicoterapias cognitivo-comportamentais:
•Ansiedade ou fobia social
•TOC
•Ansiedade generalizada
•Insônia
•Transtorno de pânico (terapia complementar)
•Fobias específicas
•Estresse pós-traumático
•Dor crônica
•Síndrome do intestino irritável

Grupos de autoajuda:
•Pacientes internados em hospitais psiquiátricos: na preparação da alta, no uso
de medicamentos psiquiátricos (manejo dos efeitos colaterais, doses), no
•Acompanhamento de egressos.
•Usuários de drogas e alcoolistas (AAs): na prevenção de recaídas, na
psicoeducação de pacientes e seus familiares com transtornos psiquiátricos
relacionados ao uso des ubstâncias, no auxílio para controle do peso e
reeducação alimentar em pacientes com transtornos alimentares, etc.
•Situações de crise, estresse agudo ou pós-traumático (vítimas de desastres
naturais,
•Situações coletivas de violência) ou em fases do ciclo vital (adolescentes,
idosos, gravidez e nascimento dos filhos, aposentadoria)

•Manejo de doenças ou problemas médicos: diabetes, obesidade, hipertensão,


tabagismo, transplante, preparação para cirurgia cardíaca, pós-infarto,
colostomia, mastectomia, próteses, uso de aparelhos médicos de reabilitação,
amputações, transtornos alimentares, etc.
•Em situações de confitto institucionais (mudanças institucionais, situações de
conflito interno, demissões)

Contraindicações da terapia de grupo:


•Incompatibilidade com as normas do grupo
•Pacientes que não toleram o setting grupal (fobia social)
•Incompatibilidade grave com um ou mais membros do grupo
•Tendência a assumir papel desviante dos demais membros do grupo
•Ausência de controle de comportamentos agressivos, fortes tendências
destrutivas e de expressar na conduta suas ansiedades (pacientes com
transtornos da personalidade borderline, histriônica, antissocial)
•Ansiedade, depressão ou sintomas psicóticos graves (indivíduos com
transtorno bipolar em fase aguda, com esquizofrenia delirante ou com
alucinações)
•Dificuldades graves para ter empatia em relação aos demais membros ou de
se expor (pacientes com transtornos da personalidade esquizotípica, narcisista
ou paranoide)
•Incapacidade de estabelecer relação honesta e laços afetivos e de lealdade
com o grupo (indivíduos com personalidade antissocial)

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