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CASE – COMPRA AÇÕES DA APPLE

Os fundos de pensão, também conhecidos como planos de previdência fechada, têm papel de impacto na
economia brasileira, administrando mais de R$ 1 trilhão. Alguns fundos de pensão bem conhecidos são a Previ, do
Banco do Brasil, o Postalis, do Correio, o Petros, da Petrobras, o Fibra, da Itaipu Binacional.

O board da Fibra está convencido de que o sucesso das organizações – já no médio prazo – está
indissoluvelmente ligado à sua capacidade de enxergar e planejar além dos limites de suas próprias operações. Os
conselheiros de administração estão convictos de que os tomadores de decisões da Fibra devem seguir protocolos que
levem em conta as três dimensões da sustentabilidade no momento da escolha do seu portfólio de investimentos, na
medida em que o fundo de pensão compra participações em outras empresas.

Nesse contexto, a avaliação do ciclo de vida dos produtos das potenciais candidatas ao direcionamento dos
investimentos passa a ser crucial. Essa análise não é trivial, pois reflete as complexidades dos sistemas em que estamos
inseridos, como o meio natural, o empresarial, o econômico-financeiro e o social. Não obstante, compreender as nuances
de cada atividade produtiva em que será feito o investimento para evitar alocar recursos em organizações danosas ao
meio ambiente e à sociedade é um objetivo que o posicionamento estratégico do Conselho de Administração da Fibra
não abre mão.

Fonte: UNEP/SETAC (2007, p. 12), apud KISS; DINATO; FERNANDES (2016, p. 12)

Vocês compõem o comitê de sustentabilidade da Fibra e logo chega o primeiro desafio: apresentar um parecer a ser
encaminhado aos conselheiros de administração sobre a possibilidade de comprar ações da Apple.

Estrutura de Governança
A análise dos aspectos econômico-financeiros já foi realizada pela área de finanças e as considerações foram
favoráveis à compra dos papéis. É uma trajetória impressionante. No agora longínquo ano de 2005, 45% da receita da
Apple provinham do iPod. De um ano para o outro, as vendas do aparelho quadruplicaram. Mas Steve Jobs, o já na
época lendário presidente da empresa, estava temeroso. Numa reunião do conselho de administração, ele previu que os
celulares iriam dizimar o mercado de tocadores de música, assim como estavam fazendo com o de câmeras fotográficas.
Ali nascia o projeto que, em 2007, desembocaria no lançamento do iPhone. Dá-se um forward de quinze anos, e a Apple
alcançou em janeiro de 2022 a marca, até então inédita, de US$ 3 trilhões em valor de mercado. Isso mesmo: a empresa
chegou a valer, no início de 2022, o equivalente a seis JPMorgan Chase, o maior banco americano, ou a trinta General
Electric, ou quase dez vezes uma Exxon Mobil.

Os membros do comitê de sustentabilidade devem se ater às questões socioambientais que envolvem os


produtos gerados por essa companhia. Os conselheiros estão com um considerável nível de tensão para essa tomada de
decisão, por conta dos recentes desgastes que a Apple ainda vem sofrendo como reflexo da decisão de não fornecer mais
o carregador, nem os fones de ouvido nos novos Iphones. Também estão preocupados por conta de reportagens que
saíram na mídia condenando a forma de trabalho nas minas de exploração de cobalto no Congo, insumo muito
importante para as baterias utilizados nos aparelhos da Apple.

Descrição da tarefa:

O seu parecer deve conter:

• Pontos fortes e/ou fragilidades da Apple observados os aspectos ambiental, social e de governança corporativa.

• Demonstração das práticas da Apple para a mitigação ou compensação das suas externalidades negativas.

• Descrição sobre como a Apple trabalha a due diligence dos aspectos ESG na sua cadeia de fornecedores.

• Posicionamento para o Conselho de Administração, favorável ou contrário à aquisição das ações da Apple, pela ótica do
comitê de sustentabilidade.

Links para sites úteis:


1) https://www.apple.com/br/environment/
2) https://www.sustainalytics.com/esg-rating
3) https://www.apple.com/supplier-responsibility/

Referência:
KISS, B.; DINATO, R.; FERNANDES, M. Experiências e reflexões sobre a gestão do ciclo de vida de produtos
nas empresas brasileiras: Ciclos 2015 e 2016. 1a. São Paulo:[sn].

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