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COLÉGIO ESTADUAL DA POLÍCIA MILITAR DE GOIÁS - UNIDADE DIONÁRIA ROCHA

COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA

ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Componente Curricular Professor (a) Ano Turma Data da aplic.:
PRODUÇÃO DE TEXTO Débora Kohnlein 9º ___/03/2023

Aluno(a):___________________________________________________________________________________________

Habilidade(s) e Competências: (EF69LP06) Produzir e publicar [ ... ] textos de apresentação e apreciação de


produção cultural – resenhas [.. ] etc. - [...] vivenciando de forma significativa o papel de [... ] comentador, [...] de
crítico, [...] etc., como forma de compreender as condições de produção que envolvem a circulação desses textos
e poder [...] vislumbrar possibilidades de participação nas práticas de linguagem do campo jornalístico e do campo
midiático de forma ética e responsável, levando-se em consideração o contexto da Web 2.0, que amplia a
possibilidade de circulação desses textos e "funde" os papéis de leitor e autor, de consumidor e produtor.
• Reconhecer as características do gênero resenha;
• Reconhecer a leitura de resenhas como apoio para a escolha de produtos culturais.
Tema/ objeto de conhecimento: Gênero Resenha crítica.

O texto a seguir é uma crítica, ou resenha crítica, e se refere ao livro Os olhos cegos dos cavalos loucos,
de Ignácio de Loyola Brandão. Leia-o com atenção.

Novo livro é a confissão tardia de Ignácio de Loyola Brandão


Ubiratan Brasil
[...]

Uma confissão tardia, essa é a essência de Os Olhos Cegos


dos Cavalos Loucos, o 41º livro da
carreira do cronista do Estado Ignácio de Loyola Brandão. "Você
pode imaginar, meu amigo, um livro que ficou, digamos, quase
setenta anos na cabeça? Eu nem sabia que um dia faria este livro,
mas já pensava em uma forma de pedir perdão ao meu avô paterno",
explica ele [...].
Os Olhos Cegos dos Cavalos Loucos têm uma prosa
infantojuvenil, mas encanta leitor de qualquer idade por conta de sua
trama: em texto narrado em primeira pessoa, o jovem Ignácio conta
como uma traquinagem - pegar as bolinhas [...] que o avô guardava
em uma caixa vermelha para brincar com os meninos da rua -
resultou em drama: as bolinhas eram o que restava de um enorme
carrossel de cavalos de madeira feito pelo avô que, depois de
consumido pelo fogo. (aparentemente
em um ato criminoso), só deixou como herança aquelas bolinhas, os olhos dos cavalos.
"José Maria era pai de meu pai. Sério, magro, mas muito forte, era marceneiro na cidade de Matão, vizinha
a Araraquara, onde meu pai nasceu", conta o escritor. "Era dos melhores, tinha boa freguesia. Não existiam
lojas de móveis, cada um encomendava o que precisava. Diríamos hoje móveis personalizados, porque meu
avô fazia diferente para cada pessoa. Mas havia um quê de especial, diziam que era a marca dele."
A história se passa no início do século passado, quando a vida era difícil. "Não havia energia elétrica, tudo
era manual na oficina de meu avô. As furadeiras eram tacadas no braço. A madeira era buscada no mato, nos
bosques vizinhos. A vegetação era farta, ainda não tinham chegado as grandes serrarias, que depois
devastaram."
José Maria construía os brinquedos para os netos, cada um de acordo com seu gosto ou personalidade.
Mas sua grande obsessão era o carrossel, construído nos anos 1910: José Maria pesquisou a melhor madeira
e esculpiu com cuidado extremado. “Quando este conto acontece, estamos em 1946, a guerra tinha terminado,
as bolinhas se encontravam na caixa vermelha, no alto de um estante na oficina da marcenaria”.
É o momento também do auge da narrativa, quando a avó do autor, Branca, e uma tia, Margarida, detalham
a odisseia que foi a construção do carrossel e sua posterior destruição. A perda abateu José Maria, mas o
sumiço das bolinhas, guardadas na caixa vermelha, o deixaram doente de cama.
A doença do avô deixava o jovem Ignácio agoniado, mas ele não foi capaz de confessar o sumiço
das bolinhas - perdidas, aliás, em um jogo de búrica. A redenção veio em uma festa de Natal, quando o avô,
ao distribuir os presentes aos netos, reservou a caixinha vermelha a Ignácio, entregue com um sorriso que
denunciava sua suspeita.
"Ao longo destas décadas, tentei várias vezes organizar a história", observa o escritor. "Não engrenava,
bloqueava. Devo ter feito umas dez versões, invertia as estruturas, parava." O caminho surgiu finalmente há
dois anos, quando Ignácio acredita ter acertado o passo e, depois de três versões,
deu a história por terminada.
"Em 2013, estava circulando pelo Paraná, [...] junto com Marina Colasanti. Em Guarapuava, no final de um
debate, alguém da plateia pediu que contássemos cada um uma história. Marina deslumbrou, porque é
magnífica contadora. Nesse momento, me deu uma coisa boa no corpo, comecei a contar a história do meu
avô e ela foi saindo, fluindo, fluindo. No final, muitas pessoas tinham lágrimas nos olhos. Pensei: agora, está
pronta. Na mesma noite, no hotel, comecei a escrever à mão nos cadernos que sempre levo comigo. O nó da
garganta saiu. Meu avô me ouviu contando, me viu escrevendo, me desculpou. Literatura é isso, catarse.
Desafogo. O livro agora é dele. Tem razão a Lygia Fagundes Telles quando diz que um livro leva a vida inteira
para ser escrito."

Título: Os Olhos Cegos Dos Cavalos Loucos


Autor: Ignácio de Loyola Brandão
Ilustração: Alexandre Rampazo
Editora: Moderna
Edição: 1
Ano: 2014
Idioma: Português
Especificações: Brochura 164 páginas
ISBN: 978-85-1609-349-5
Peso: 250 g
Dimensões: 250 mm x 210 mm

VOCABULÁRIO
búríca: gude ou bolinha de gude. / catarse: liberação de tensões ou emoções reprimidas.

(Disponível em: http://cultura.estadao .com. br/n oticias/li tera tura,novo-li vro-e-a -confissao- tardia -deignacio-
de-loyola-brandao,-1602284. Acesso em: 22/12/2014.)

Quem é Ignácio de Loyola Brandão

Ignácio de Loyola Brandão nasceu em Araraquara (SP),


em 1936, onde viveu até os 20 anos. Seu primeiro livro,
Depois do sol, de contos, foi publicado em 1965. É autor de
vários romances, entre os quais Zero, Não verás país nenhum
e O menino que vendia palavras, com o qual ganhou o Prêmio
Jabuti em 2008.

A crítica é um tipo de texto que tem por finalidade orientar


o leitor de um jornal, de uma revista ou de um site da Internet,
estimulando-o ou desestimulando-o a consumir um objeto
cultural, isto é, um livro, um filme, uma peça de teatro, um
concerto de música clássica, um show de música popular,
uma exposição de artes plásticas, etc.

01. A) Qual é o objeto cultural em exame nessa crítica?


_______________________________________________________________________________________

B) No primeiro parágrafo, o autor da crítica esclarece a razão do emprego da expressão "confissão tardia" que
utiliza no título. Por que o objeto cultural em exame é uma "confissão tardia"?
________________________________________________________________________________________
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02. A crítica tem uma estrutura relativamente livre, que varia muito, dependendo do autor, do público e do
veículo em que é publicada. Apesar disso, apresenta alguns elementos essenciais, como a descrição da obra
em exame, sua situação no conjunto das obras do autor, diretor ou músico, uma opinião sobre a qualidade da
obra, etc. Em relação à crítica "Novo livro é a confissão tardia de Ignácio de LoyoIa Brandão", responda:

A) Em que parágrafos há um breve resumo do enredo do livro?


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B) De modo geral, de que tratam esses parágrafos?


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03. Na descrição do objeto cultural em avaliação, o crítico cita o discurso de outra pessoa.
A) De quem é o discurso citado pelo crítico?
________________________________________________________________________________________

B) Que efeito resulta do emprego desse recurso?


________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________

C) O discurso citado pelo crítico reforça a ideia de "confissão tardia"?


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D) O autor se sente perdoado pelo avô em dois momentos. Quais são esses momentos?
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04. É comum, nas críticas, seu autor destacar ai qualidades e possíveis defeitos da obra criticada.
A) Na crítica em estudo, são destacados aspectos negativos da obra criticada?
________________________________________________________________________________________

B) Que aspecto positivo da obra é destacado pelo crítico?


________________________________________________________________________________________

05. Além de entreter, emocionar e encantar o leitor, a literatura pode também ter um efeito de catarse.
A) Que palavra do último parágrafo da crítica dá o significado aproximado de catarse?
________________________________________________________________________________________

B) Explique o efeito de cartase sentido por Ignácio de Loyola Brandão ao produzir a obra avaliada.
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06. Uma crítica costuma contextualizar o objeto cultural em avaliação, situando-o no conjunto das obras do
autor. A crítica em estudo faz isso, contextualizando na produção de Ignácio de Loyola Brandão a obra
criticada?
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07. Nas críticas, geralmente os verbos são empregados no presente. Na crítica em estudo esse procedimento
ocorre?
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08. Observe a linguagem utilizada no texto. Que tipo de variedade linguística foi empregada?
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09. A crítica em estudo foi publicada no jornal O Estado de s. Paulo, cujo público é formado principalmente por
adultos com nível de escolaridade médio ou alto.
A) Na sua opinião, o texto é acessível também a uma pessoa da sua idade?
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B) Considerando que crianças e jovens geralmente não leem esse jornal, levante hipóteses: Por que
foi publicada nele a crítica de um objeto cultural voltado ao público infantojuvenil?
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10. A crítica expressa a opinião do crítico que avalia o objeto cultural. Assim, ela pode ser mais pessoal, o que
ocorre quando o autor se coloca no texto de forma explícita, empregando expressões como Na minha opinião,
Eu acho que, Eu penso que, etc., ou pode ser mais impessoal, o que acontece quando o autor se coloca de
forma indireta, empregando a 3ª pessoa. A crítica em estudo é predominantemente pessoal ou impessoal?
________________________________________________________________________________________

11. A finalidade de uma crítica é avaliar um objeto cultural e orientar a escolha do leitor, estimulando-o a
consumir ou não esse objeto. Pelos argumentos apresentados em "Novo livro é a confissão tardia de Ignácio
de Loyola Brandão", você compraria e leria o livro criticado? Por quê?
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12. Troque ideias com os colegas e, juntos, concluam: Quais são as características da crítica? Respondam,
levando em conta os critérios a seguir.
• finalidade do gênero:
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• perfil dos interlocutores: _________________________________________________________________


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• suporte/veículo: ________________________________________________________________________
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• tema: _________________________________________________________________________________
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• estrutura: ______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________

• linguagem: ____________________________________________________________________________
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Bom Estudo!
COLÉGIO ESTADUAL DA POLÍCIA MILITAR DE GOIÁS - UNIDADE DIONÁRIA ROCHA
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA

ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Componente Curricular Professor (a) Ano Turma Data da aplic.:
PRODUÇÃO DE TEXTO Áurea Rosa 9º “D”/”I” ___27/02/2023

Aluno(a):___________________________________________________________________________________________

Habilidade(s) e Competências: (EF69LP06) Produzir e publicar [ ... ] textos de apresentação e apreciação de


produção cultural – resenhas [.. ] etc. - [...] vivenciando de forma significativa o papel de [... ] comentador, [...] de
crítico, [...] etc., como forma de compreender as condições de produção que envolvem a circulação desses textos
e poder [...] vislumbrar possibilidades de participação nas práticas de linguagem do campo jornalístico e do campo
midiático de forma ética e responsável, levando-se em consideração o contexto da Web 2.0, que amplia a
possibilidade de circulação desses textos e "funde" os papéis de leitor e autor, de consumidor e produtor.
• Reconhecer as características do gênero resenha;
• Reconhecer a leitura de resenhas como apoio para a escolha de produtos culturais.
Tema/ objeto de conhecimento: Gênero Resenha crítica.

O texto a seguir é uma crítica, ou resenha crítica, e se refere ao livro Os olhos cegos dos cavalos loucos,
de Ignácio de Loyola Brandão. Leia-o com atenção.

Novo livro é a confissão tardia de Ignácio de Loyola Brandão


Ubiratan Brasil
[...]

Uma confissão tardia, essa é a essência de Os Olhos Cegos


dos Cavalos Loucos, o 41º livro da
carreira do cronista do Estado Ignácio de Loyola Brandão. "Você
pode imaginar, meu amigo, um livro que ficou, digamos, quase
setenta anos na cabeça? Eu nem sabia que um dia faria este livro,
mas já pensava em uma forma de pedir perdão ao meu avô paterno",
explica ele [...].
Os Olhos Cegos dos Cavalos Loucos têm uma prosa
infantojuvenil, mas encanta leitor de qualquer idade por conta de sua
trama: em texto narrado em primeira pessoa, o jovem Ignácio conta
como uma traquinagem - pegar as bolinhas [...] que o avô guardava
em uma caixa vermelha para brincar com os meninos da rua -
resultou em drama: as bolinhas eram o que restava de um enorme
carrossel de cavalos de madeira feito pelo avô que, depois de
consumido pelo fogo. (aparentemente
em um ato criminoso), só deixou como herança aquelas bolinhas, os olhos dos cavalos.
"José Maria era pai de meu pai. Sério, magro, mas muito forte, era marceneiro na cidade de Matão, vizinha
a Araraquara, onde meu pai nasceu", conta o escritor. "Era dos melhores, tinha boa freguesia. Não existiam
lojas de móveis, cada um encomendava o que precisava. Diríamos hoje móveis personalizados, porque meu
avô fazia diferente para cada pessoa. Mas havia um quê de especial, diziam que era a marca dele."
A história se passa no início do século passado, quando a vida era difícil. "Não havia energia elétrica, tudo
era manual na oficina de meu avô. As furadeiras eram tacadas no braço. A madeira era buscada no mato, nos
bosques vizinhos. A vegetação era farta, ainda não tinham chegado as grandes serrarias, que depois
devastaram."
José Maria construía os brinquedos para os netos, cada um de acordo com seu gosto ou personalidade.
Mas sua grande obsessão era o carrossel, construído nos anos 1910: José Maria pesquisou a melhor madeira
e esculpiu com cuidado extremado. “Quando este conto acontece, estamos em 1946, a guerra tinha terminado,
as bolinhas se encontravam na caixa vermelha, no alto de um estante na oficina da marcenaria”.
É o momento também do auge da narrativa, quando a avó do autor, Branca, e uma tia, Margarida, detalham
a odisseia que foi a construção do carrossel e sua posterior destruição. A perda abateu José Maria, mas o
sumiço das bolinhas, guardadas na caixa vermelha, o deixaram doente de cama.
A doença do avô deixava o jovem Ignácio agoniado, mas ele não foi capaz de confessar o sumiço
das bolinhas - perdidas, aliás, em um jogo de búrica. A redenção veio em uma festa de Natal, quando o avô,
ao distribuir os presentes aos netos, reservou a caixinha vermelha a Ignácio, entregue com um sorriso que
denunciava sua suspeita.
"Ao longo destas décadas, tentei várias vezes organizar a história", observa o escritor. "Não engrenava,
bloqueava. Devo ter feito umas dez versões, invertia as estruturas, parava." O caminho surgiu finalmente há
dois anos, quando Ignácio acredita ter acertado o passo e, depois de três versões,
deu a história por terminada.
"Em 2013, estava circulando pelo Paraná, [...] junto com Marina Colasanti. Em Guarapuava, no final de um
debate, alguém da plateia pediu que contássemos cada um uma história. Marina deslumbrou, porque é
magnífica contadora. Nesse momento, me deu uma coisa boa no corpo, comecei a contar a história do meu
avô e ela foi saindo, fluindo, fluindo. No final, muitas pessoas tinham lágrimas nos olhos. Pensei: agora, está
pronta. Na mesma noite, no hotel, comecei a escrever à mão nos cadernos que sempre levo comigo. O nó da
garganta saiu. Meu avô me ouviu contando, me viu escrevendo, me desculpou. Literatura é isso, catarse.
Desafogo. O livro agora é dele. Tem razão a Lygia Fagundes Telles quando diz que um livro leva a vida inteira
para ser escrito."

Título: Os Olhos Cegos Dos Cavalos Loucos


Autor: Ignácio de Loyola Brandão
Ilustração: Alexandre Rampazo
Editora: Moderna
Edição: 1
Ano: 2014
Idioma: Português
Especificações: Brochura 164 páginas
ISBN: 978-85-1609-349-5
Peso: 250 g
Dimensões: 250 mm x 210 mm

VOCABULÁRIO
búríca: gude ou bolinha de gude. / catarse: liberação de tensões ou emoções reprimidas.

(Disponível em: http://cultura.estadao .com. br/n oticias/li tera tura,novo-li vro-e-a -confissao- tardia -deignacio-
de-loyola-brandao,-1602284. Acesso em: 22/12/2014.)

Quem é Ignácio de Loyola Brandão

Ignácio de Loyola Brandão nasceu em Araraquara (SP),


em 1936, onde viveu até os 20 anos. Seu primeiro livro,
Depois do sol, de contos, foi publicado em 1965. É autor de
vários romances, entre os quais Zero, Não verás país nenhum
e O menino que vendia palavras, com o qual ganhou o Prêmio
Jabuti em 2008.

A crítica é um tipo de texto que tem por finalidade orientar


o leitor de um jornal, de uma revista ou de um site da Internet,
estimulando-o ou desestimulando-o a consumir um objeto
cultural, isto é, um livro, um filme, uma peça de teatro, um
concerto de música clássica, um show de música popular,
uma exposição de artes plásticas, etc.

01. A) Qual é o objeto cultural em exame nessa crítica?


O livro Os olhos cegos dos cavalos loucos. de Ignácio de Loyola Brandão.

B) No primeiro parágrafo, o autor da crítica esclarece a razão do emprego da expressão "confissão tardia" que
utiliza no título. Por que o objeto cultural em exame é uma "confissão tardia"?
Porque, em Os olhos cegos dos cavalos loucos, o autor narra acontecimentos de sua vida que envolveram o
avô e a necessidade que sentia de fazer a ele a confissão que só fez, no livro, setenta anos depois.

02. A crítica tem uma estrutura relativamente livre, que varia muito, dependendo do autor, do público e do
veículo em que é publicada. Apesar disso, apresenta alguns elementos essenciais, como a descrição da obra
em exame, sua situação no conjunto das obras do autor, diretor ou músico, uma opinião sobre a qualidade da
obra, etc. Em relação à crítica "Novo livro é a confissão tardia de Ignácio de LoyoIa Brandão", responda:

A) Em que parágrafos há um breve resumo do enredo do livro?


Do 2º ao 7º parágrafo.

B) De modo geral, de que tratam esses parágrafos?


Tratam do avô, da perda das bolinhas de gude, da doença do avô e do presente dado ao jovem Ignácio por
ocasião de uma festa de Natal.

03. Na descrição do objeto cultural em avaliação, o crítico cita o discurso de outra pessoa.
A) De quem é o discurso citado pelo crítico?
Do autor do livro, Ignácio de Loyola Brandão.

B) Que efeito resulta do emprego desse recurso?


O texto fica mais interessante e ganha veracidade com trechos do depoimento do autor, uma vez que a história
é baseada em fatos da infância de Ignácio Loyola Brandão.

C) O discurso citado pelo crítico reforça a ideia de "confissão tardia"?


Sim. pois. nele. o escritor revela o sentimento de culpa que tinha pela doença do avô.

D) O autor se sente perdoado pelo avô em dois momentos. Quais são esses momentos?
Na juventude, quando recebeu como presente do avô a caixa em que estavam guardadas as bolinhas de gude,
e, como escritor, quando conseguiu escrever o livro em que narra a história.

04. É comum, nas críticas, seu autor destacar ai qualidades e possíveis defeitos da obra criticada.
A) Na crítica em estudo, são destacados aspectos negativos da obra criticada?
Não.

B) Que aspecto positivo da obra é destacado pelo crítico?


A capacidade de encantar leitores de qualquer idade.

05. Além de entreter, emocionar e encantar o leitor, a literatura pode também ter um efeito de catarse.
A) Que palavra do último parágrafo da crítica dá o significado aproximado de catarse?
A palavra desafogo.

B) Explique o efeito de cartase sentido por Ignácio de Loyola Brandão ao produzir a obra avaliada.
O fato de Ignácio de Loyola Brandão ter conseguido contar a história que envolvia uma culpa que ele carregava
desde a infância contribuiu para o alívio e superação desse sentimento.

06. Uma crítica costuma contextualizar o objeto cultural em avaliação, situando-o no conjunto das obras do
autor. A crítica em estudo faz isso, contextualizando na produção de Ignácio de Loyola Brandão a obra
criticada?
Sim, porém apenas no aspecto quantitativo, na menção de que se trata da 41 ~ obra do autor, e ao informar
que o autor é também cronista.

07. Nas críticas, geralmente os verbos são empregados no presente. Na crítica em estudo esse procedimento
ocorre?
Sim. Isso só não ocorre nas situações em que há discurso citado, nas quais o autor do livro criticado narra fatos
do passado.

08. Observe a linguagem utilizada no texto. Que tipo de variedade linguística foi empregada?
Uma variedade de acordo com a norma-padrão.

09. A crítica em estudo foi publicada no jornal O Estado de s. Paulo, cujo público é formado principalmente por
adultos com nível de escolaridade médio ou alto.

A) Na sua opinião, o texto é acessível também a uma pessoa da sua idade?


Resposta pessoal. Espera-se que os alunos respondam que sim.

B) Considerando que crianças e jovens geralmente não leem esse jornal, levante hipóteses: Por que
foi publicada nele a crítica de um objeto cultural voltado ao público infantojuvenil?
Porque o jornal pretende orientar pais e professores, que, em geral. são os responsáveis pela escolha ou pela
indicação de livros para crianças.

10. A crítica expressa a opinião do crítico que avalia o objeto cultural. Assim, ela pode ser mais pessoal, o que
ocorre quando o autor se coloca no texto de forma explícita, empregando expressões como Na minha opinião,
Eu acho que, Eu penso que, etc., ou pode ser mais impessoal, o que acontece quando o autor se coloca de
forma indireta, empregando a 3ª pessoa. A crítica em estudo é predominantemente pessoal ou impessoal?
Impessoal.

11. A finalidade de uma crítica é avaliar um objeto cultural e orientar a escolha do leitor, estimulando-o a
consumir ou não esse objeto. Pelos argumentos apresentados em "Novo livro é a confissão tardia de Ignácio
de Loyola Brandão", você compraria e leria o livro criticado? Por quê?
Resposta pessoal. Sugerimos comentar com os alunos a importância da crítica, pois, pela divulgação que faz
de determinado objeto cultural, ela pode levar ao sucesso ou ao fracasso dele. Se os alunos se interessarem
pela obra, estimule-os a lê-Ia.

12. Troque ideias com os colegas e, juntos, concluam: Quais são as características da crítica? Respondam,
levando em conta os critérios a seguir.
• finalidade do gênero:
Orientar o leitor de um jornal, uma revista ou um site da Internet, estimulando-o ou desestimulando-o a consumir
um objeto cultural.

• perfil dos interlocutores: Locutor: jornalista ou crítico; destinatário: público em geral.

• suporte/veículo: Imprensa escrita e falada: jornais, revistas, rádio, televisão, sites da Internet.

• tema: Livros, filmes, CDs, peças de teatro, concertos de música, shows, exposições de artes, etc.

• estrutura: Relativamente livre; descreve o objeto e avalia seus aspectos mais significativos.

• linguagem: Geralmente de acordo com a norma-padrão, tendendo à impessoalidade. Apresenta verbos


predominantemente no presente do indicativo.

Bom Estudo!

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