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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
SEMINÁRIO TEMÁTICO I EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO RACIAIS

Resenha do filme: Alguém falou de racismo?


Direção: Claudius Ceccon e Daniel Caetano, 2002
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=-B8thUIH20s

“Alguém falou de racismo?” é um filme dirigido por Claudius Ceccon e Daniel Caetano,
produzido no ano de 2002 para a campanha “Direitos são para valer” em parceira da Fundação
Cultural Palmares com apoio da Fundação Ford, tendo como objetivo auxiliar docentes e
discentes, bem como seus familiares a enxergar o racismo presente também naquelas atitudes
imperceptíveis e recomendar maneiras de vencê-las.
O filme conta a história de jovens em período escolar que enfrentam a realidade do
preconceito racial, protagonizado pela jovem Daniele que mesmo com uma situação financeira
ruim, sonha em fazer uma faculdade de medicina. Após sugestão de sua professora em fazer
uma redação sobre “o que vou ser daqui a 10 anos”, toda a turma começa a questionar-se sobre
qual profissão seguir, uns desejam ser mecânicos, outros secretários, outros ainda, desejam ser
jogadores de futebol, mas Daniele enfatiza seu desejo de ser médica, todos riem dela até que
colega fala “Daniele acorda, você é neguinha [...], você pode querer ser no máximo,
enfermeira”. Mais tarde, esse colega pede desculpa e fala que não foi por mal, mas afirma que
é melhor ela se acostumar para não viver de ilusão.
Através destas atitudes é possível notar que o racismo está presente também em atos
sutis, que muitas vezes passam despercebidos no dia a dia das escolas, como mostrado no filme,
assim como no transporte, no trabalho, nas ruas e em diversos lugares frequentados por pessoas
negras que acabam no esquecimento e não são contabilizados como racismo. O tipo de
preconceito racial mostrado no filme é quase como algo inerente àqueles alunos, que cresceram
achando que é normal e natural o preconceito, que realmente lugar de negros não é em faculdade
de medicina ou de direito, que pessoas negras não possuem os mesmos direitos que pessoas
brancas. Esta é a típica discriminação sutil que atualmente vem dando lugar àquela
discriminação explícita.
No filme, o professor Joel, escolhido para aprofundar o tema com Daniele e seus
colegas, mostra através de gravuras a situação dos negros durante a colonização do Brasil, onde
muitos vieram em navios, empilhados como bicho para viver como escravos em condições
indignas para a vida humana. Com isso, o professor conseguiu evidenciar para os alunos que o
preconceito racial é muito mais antigo do que eles pensavam. Sendo muitos séculos reforçada
a ideia que o negro é uma raça inferior, uma raça cujo objetivo é servir os demais. Por isto,
ideias do tipo “precisamos branquear para sermos aceitos”

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